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MINHAS PÉROLAS

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Coleção 52 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

 



Pensamentos

Coleção 52 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

Por Claudeci Andrade

1 A imitação dos animais ao brincar de caçar cumpre um propósito vital, enquanto a dos alunos ao brincar de ser professor revela apenas a falta de sentido e de respeito pela docência, transformando o ofício em alvo de desvalorização e escárnio.

2 O desprezo pelo giz estende-se inevitavelmente à caixa que o guarda, pois o ódio ao conteúdo basta para condenar o recipiente, por mais belo que seja.

3 Quando verdades se vestem de mentira e mentiras de verdade, nossa percepção falha e a vingança se torna injusta demais; resta convidar o "monstro dos nossos sonhos" para destruir os inimigos e poupar-nos de sujar as mãos.

4 A angústia diante da ideia de que a falta de afeto dos alunos revelaria um “mau mestre” dissolve-se quando se distingue discípulos de alunos: só aos primeiros se exige amor, e essa diferença liberta o professor da culpa sem negar a sentença de Mantegazza: "Mestre que não é amado pelos seus discípulos é um mau mestre."

5 Quando o pecado de um se torna segredo de todos, o grupo se une não por virtude, mas por conivência; um corporativismo de “rabos presos” que, ironicamente, realiza o ideal de “falar a mesma língua” ao custo da cumplicidade no erro.

6 Se a Terra é uma usina divina que gera água e ar, a narrativa da escassez não passa de artifício dos ricos para explorar os pobres; não é a sede que mata, mas a ignorância cultivada pela mídia, e contra ela se deve lutar com pensamento crítico.

7 Se o Divino é justo, sua verdade deve ser acessível a todos; por isso, basta olhar a natureza para aprender suas lições, pois um Juiz Universal não poderia exigir de nós um saber que nem todos pudessem alcançar.

8 A vida de padrasto é retratada como um duplo-vínculo infeliz, em que qualquer gesto se torna culpa, o afeto soa suspeito e a distância, indiferença; enquanto a mãe, única beneficiária, exerce poder por chantagem velada e pela pensão do ex, deixando ao padrasto apenas o papel sacrificial de quem dá sem nunca receber.

9 A Natureza, sábia e seletiva, não sustenta parasitas eternamente; seus transtornos não são revolta, mas renovação, preservando os adaptados e descartando os incapazes de evoluir.

10 A Bíblia, multiplicada em versões e reinterpretada por interesses diversos, já não é a Palavra de Deus em sentido absoluto, mas reflete a “voz do povo”, moldada pelo consenso e pelas conveniências humanas.

11 O sucesso de médicos e professores não depende de conselhos ou coordenadores, mas do cliente ou aluno que sustenta o sistema; perder pacientes ou alunos ameaça diretamente sua subsistência, transferindo ao profissional a culpa pela própria instabilidade.

12 No amor e na amizade entre homem e mulher, pouco importa qual surge ou se extingue primeiro; o que define a relação é a durabilidade de cada sentimento e sua capacidade de sustentar a conexão.

13 O ser humano, dividido entre espiritual e carnal, ama de duas formas e alterna entre céu e inferno; o Carnaval, ao exaltar apenas a euforia física, ilustra como essa dualidade pode obscurecer o lado espiritual e diminuir nossa humanidade.

14 Mesmo quando bandidos agem em lugares "acima de suspeita", o bem feito ao desmerecedor não mancha o benfeitor; ao contrário, age como água purificadora, oferecendo moralidade e, talvez, um leve incentivo para a transformação.

15 A maior tragédia de um diretor que retorna à docência é reencontrar colegas feridos e desconfiados; seu antigo poder transformou a sala dos professores num campo de batalha do pós-guerra, onde ele, agora, convive com as cicatrizes de sua própria autoridade.

16 A partir do terceiro bimestre, a pressão que deveria formar o aluno recai sobre o professor, transformando “ordem e progresso” em sinônimo de desmoralização e assédio, enquanto a verdadeira educação se perde.

17 A aparente paz e silêncio ocultam uma tensão interna: a felicidade é relativa, sustentada apenas pela ausência de caos externo, enquanto na alma se incubam terremotos prestes a explodir.

18 A experiência repetida de decepções ensina a não criar expectativas, usando a aversão como defesa contra o inevitável descompasso entre o imaginado e a realidade.

19 Desejo que o futuro traga alegria, que o presente não decepcione e que o passado fique para trás, sem interferir na vida que ainda se vive.

20 Ler deve visar aos acertos e ao conhecimento, não à caça de erros, pois só se aprende de fato ao absorver o que é correto e significativo.

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