A BÍBLIA SENDO PALAVRA DE DEUS ("Cada ser humano é único; é uma palavra de Deus que não mais se repete." — Karl Adam)
Hoje, é notável como as comunidades religiosas são majoritariamente preenchidas pelos mais vulneráveis. Muitos buscam nelas refúgio, em uma reação à intolerância histórica, especialmente aquela sofrida nas igrejas primitivas, onde os mais pobres eram frequentemente marginalizados. Contudo, essa "conquista" parece vazia, pois a religião, para alguns, apenas alimenta a ilusão de que "os pobres sempre tereis convosco" — e, paradoxalmente, cada vez mais pobres. O futuro, como sempre, permanece desconhecido e indevassável, enquanto a igreja se transforma em um repositório de autoenganos.
Ser cristão nos tempos atuais muitas vezes significa seguir um Cristo reinterpretado: 100% divino e 100% humano, adaptado à conveniência das diversas ramificações eclesiais. Há uma aparente falta de compreensão de que a sociedade vive uma transição para uma nova era. Essa gestão cristã, por vezes ultrapassada, que se apega a rituais como a "Santa Ceia", que simbolicamente representa o "comer a carne de seu Deus e beber o Seu sangue", pode ser vista como um canibalismo ideológico, desprovido de um sentido mais profundo.
Ainda hoje, muitos insistem em afirmar que a Bíblia é a infalível palavra de Deus, apesar das inúmeras versões e traduções que a afastam dos textos originais. Talvez um dia, quando as palavras de todos os idiomas, tão desgastadas pelo uso e interpretação, tiverem significados unificados, a Bíblia possa, de fato, alcançar esse status. Por ora, com o grande esforço de adequação às diversas realidades — exemplificado por títulos como "Bíblia da mulher", "Bíblia dos gays", "Bíblia do pastor", "Bíblia da criança" e "Bíblia de estudo" —, pode-se dizer que ela está, sim, sendo retomada e ressignificada pela iluminação dos profetas atuais, como William Seymour, Kacou Phillippe, Ancião Faya Kongo, que trazem novas mensagens e visões. (CiFA
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