"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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MINHAS PÉROLAS

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Coleção 55 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

 


Coleção 55 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

Por Claudeci Andrade

1 "A evangelização invasiva no Ensino Religioso transforma até o simples gesto de tocar música no celular em missão sagrada, onde o silêncio é visto como ameaça demoníaca; ironicamente, foi a própria pandemia, ao saturar o uso da tecnologia, que fez muitos se cansarem do mesmo aparelho que defendiam como instrumento divino."

2 "A recusa em carregar o livro revela a mesma indisciplina que leva os alunos a abandonar a sala em tumulto, movidos não pelo saber, mas pela pressa de alcançar o lanche."

3 "Mais nocivo que a frivolidade de alguns alunos é a presença vazia daquele que, embora se vista de estudante, carece de propósito e do verdadeiro espírito de aprendizagem."

4 "A inveja leva o aluno a destruir o que cobiça no professor, vandalizando e furtando, mas recusando o aprendizado que o elevaria; é um desejo estéril, que fere o outro sem jamais nutrir quem o sente."

5 "A verdadeira relação entre mestre e discípulo não se limita à transmissão do saber, mas floresce na emulação, onde o aluno imita e rivaliza, buscando superar o professor pelo zelo da excelência."

6 "Ao impor o desejo e a vida sem escolha, a natureza revela não a benevolência, mas a face de um Deus que se mostra cruel em sua ordem."

7 "A educação não se realiza pela coerção, mas pela sedução, e a verdadeira virtude do coordenador e do professor está menos em formar opiniões do que em dominar o ambiente onde o saber floresce."

8 "Afasto-me de grupos que tentam impor-me rótulos de ódio, pois as carapuças que projetam pertencem mais a eles do que a mim."

9 "Se o professor é o hospedeiro que nunca se esgota, em minha ironia deixo de nutrir e passo a destilar veneno, assumindo a repulsa que os alunos projetam em mim."

10 "Nem todo doente é marginal, mas todo marginal vive doente; sua transgressão é sintoma de um mal interior que, cedo ou tarde, lhe cobra o preço do sofrimento que inflige aos outro."

11 "O destino é inexorável: recebemos a vida que nos cabe, e, se pudéssemos escolher, a escolheríamos mil vezes, pois o caminho que trilhamos é único e perfeito para nós."

12 "Ser humano exige inteligência e imaginação; tentar ser Deus exige apenas ignorância e violência."

13 "Em vez de tentar salvar Deus das críticas, o homem deveria cuidar de assuntos mais sérios, pois o divino não precisa de nossa defesa diante de quem apenas ladra."

14 "Deus protege pássaros e lírios com mais cuidado do que os homens, pois a ordem natural sobrevive enquanto a vida humana se expõe à tragédia."

15 "A greve dos professores terminou em fracasso: duplamente penalizados, seus sacrifícios não foram atendidos, revelando a burrice dos deuses."

16 "Os alunos desprezam a disciplina da escola ao descobrir um mundo de prazeres fáceis, preferindo a ilusão do pão e do circo à realidade do esforço."

17 "A escola formal ensina o bom aluno a ser fraco; a escola da vida ensina o astuto a prosperar."

18 "Ensinar castelos de pedra desafia a natureza, que prefere castelos de areia; efêmeros, flexíveis e moldados pelo vento."

19 "A violência escolar nasce da resistência à verdade imposta, pois os alunos habitam um mundo de desejo e imaginação que se choca com a realidade que a escola insiste em impor."

20 "A polarização na escola impede formar cidadãos: enquanto ideólogos e militantes disputam a atenção, os patriotas permanecem silenciados, e a vaidade até no bem atrasa a ação necessária."

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domingo, 24 de outubro de 2021

A PANDEMIA QUE LIBERTA ("Pragas servem para libertar a alma e reconhecer que a cura é Deus." — Carlos Monteiro)

 


A PANDEMIA QUE LIBERTA ("Pragas servem para libertar a alma e reconhecer que a cura é Deus." — Carlos Monteiro)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Acordei hoje pensando nas pragas do Egito. Não sei explicar esse repentino interesse bíblico — talvez seja a febre do isolamento, talvez o noticiário, que a cada dia mais se assemelha a uma narrativa apocalíptica. As dez pragas enviadas para dobrar a teimosia de Faraó voltaram a me fascinar como na infância, quando ouvia essas histórias nas aulas de escola dominical.


Saí para a varanda do meu apartamento — este cativeiro voluntário do século XXI — e observei a cidade como quem contempla um Egito contemporâneo. No oitavo mês da pandemia, as ruas pareciam enfim aceitar sua nova condição. Máscaras coloridas balançavam nos rostos como penduricalhos modernos; álcool em gel, nas entradas dos estabelecimentos, surgia como pequenas fontes purificadoras.
— "Quantas pragas mais serão necessárias para nossa libertação?" — murmurei para o café que esfriava entre minhas mãos. No Apocalipse, são sete, e a sétima é derramada no ar — deve ser vírus (Apocalipse 16:17). Os conselheiros de Faraó admitiram que as pragas haviam destruído a nação (Êx 10:7). Com a morte do primogênito em cada casa, os egípcios suplicaram a Israel que partisse. E assim Israel "emprestou" a riqueza de toda a nação, sem jamais devolvê-la (Êx 12:35-36). Em nome da pobreza, em breve, homens escravos dos ricos saquearão suas lojas. Chamamos isso de vingança divina.
Ontem, na reunião virtual da escola onde leciono, discutíamos o retorno às aulas presenciais. Professores e diretores, cada um em seu quadrado digital, debatiam como se nossas palavras pudessem construir uma ponte segura de volta à normalidade. O diretor, com aquele tom de quem já tomou sua decisão antes mesmo do encontro, falava dos protocolos de segurança como se fossem tábuas da lei recém-descidas do Sinai.
— O hibridismo educacional já não nos serve mais — declarou ele, ajustando a gravata que usava mesmo em casa, talvez para manter algum vestígio de autoridade nestes tempos líquidos. — Os pais clamam pelo retorno total.
"Clamam", pensei. Como os israelitas clamaram pelas carnes do Egito, esquecendo-se rapidamente do que significava a verdadeira liberdade. Curiosa a escolha do verbo. Clamar — tão bíblico, para uma discussão tão mundana. Analisando a atitude dos libertos no deserto, muitos clamaram pelas carnes do Egito; e então o Libertador lhes proveu codornizes. Sempre o fará, para que morram felizes. Não creio que seja apenas pelo lanche da cantina ou pelos bolos das festinhas comemorativas. Mas o vírus sabe esperar, entretido, quando eles comem próximos uns dos outros, sem máscara.
— Mas... e a variante Delta? — perguntou Marta, professora de biologia, sempre atenta às evidências científicas.
Vi o diretor suspirar — aquele suspiro digital, pixelizado.
— Os protocolos funcionam, Marta. E temos que pensar no psicológico dos alunos, na merenda, na socialização...
Ah, a merenda. As codornizes no deserto, pensei, com ironia. O pão e o circo que sempre nos mantiveram dóceis. Pergunto-me se a preocupação é realmente com o bem-estar dos alunos, ou se o objetivo é aplacar os pais, exaustos por manterem os filhos em casa. Preocupa-me o fato de que, como prova do retorno à normalidade, eliminaram as aulas síncronas. Parece que o “caixote” já não serve mais, está pequeno. Mas o espírito da multidão de Moisés continua presente. Será que, em todas as circunstâncias, o "pão e o circo" sempre cegam?
O mais curioso, porém, foi o final da reunião. Paulo, o supervisor sempre tão silencioso, tomou a palavra para falar sobre "colaboração comunitária" — um elegante eufemismo para o que reconheci imediatamente como uma política de denúncia.
— Precisamos que todos sejam vigilantes quanto ao cumprimento dos protocolos. Qualquer desvio deve ser reportado imediatamente à direção.
Imaginei crianças denunciando colegas por abaixarem a máscara para respirar melhor no intervalo, pais relatando professores que ousaram tomar café na sala dos professores, funcionários vigiando uns aos outros como sentinelas de uma guerra invisível. Consta que, na sétima pandemia do mundo, o denuncismo reaparece com força. Apesar de o vírus "Delta Plus" não ser a última versão do coronavírus, as medidas de prevenção continuam as mesmas.
A indústria do denuncismo é extremamente eficiente — e não dispensa fofoqueiros inconsequentes. Denunciar é uma voz fácil na boca do fraco. Na Bíblia, é mexericar. Quando o inapto tenta derrubar os que estão acima, é um pedido cruel de ajuda. Patrão que se apoia em informantes é vítima deles! O denunciante também se vinga do seu superior, entregando-o ao inimigo, jogando um contra o outro para se livrar das consequências. E, afinal, amigo não denuncia amigo!
Lembrei-me, então, de um versículo que minha avó sempre repetia: — "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai." Quantos fariseus modernos surgirão desta crise, brandindo suas máscaras e frascos de álcool em gel como símbolos de uma virtude que, na verdade, é apenas medo disfarçado de civismo?
Foi aí que percebi a ironia mais profunda: as pragas do Egito foram enviadas para libertar um povo, mas as nossas parecem nos aprisionar cada vez mais — não apenas em nossas casas, mas num sistema de desconfiança mútua, de vigilância constante, de uma nova normalidade que normaliza o medo do outro. O justo é aquele que faz justiça! Nem mesmo a igreja — que deveria existir para impedir que os pobres matem os ricos — consegue conter a violência. E quem poderá explicar a dignidade dos poderes invertidos? No Brasil, prefeitos e governadores, em sua maioria, não respeitam as ordens do presidente da república, mas ainda assim vomitam lições contraditórias de patriotismo e cidadania.
Não me entendam mal. O vírus é real, e a prevenção, necessária. Mas quando transformamos o outro em ameaça, quando cultivamos a delação como virtude, e quando nossa sobrevivência parece depender de nossa capacidade de desconfiar, algo fundamental se perde. Talvez seja isso que me incomoda na história bíblica das pragas — elas salvaram um povo, mas a que custo? Quantos inocentes pereceram para que outros fossem livres?
Terminei meu café já frio e voltei para dentro. Na mesa, meu plano de aula inacabado me aguardava. Como ensinar história em tempos em que o presente é tão incerto? Como falar de liberdade quando o medo nos consome? Ou... já não há mais verdade que nos liberte?
Talvez a verdadeira praga não seja o vírus, mas o que ele revela sobre nós — nossa fragilidade, nosso egoísmo, nossa disposição de abandonar o outro quando o barco ameaça afundar. Ou talvez, e é nisso que prefiro acreditar, esta seja apenas mais uma travessia do deserto, um tempo de provação antes da terra prometida.
Enquanto isso, mantenho minhas mãos erguidas, como aqueles que sustentavam os braços de Moisés na batalha contra Amaleque: "...Um homem que juntamente com Arão sustentava as mãos de Moisés em Refidim" (Êx 17.10). Não por cansaço, mas por esperança. Não por obrigação, mas por escolha. E se algum dia você me vir baixar os braços, por favor, não me denuncie. Apenas ajude-me a erguê-los novamente.
Porque, no fim, o que nos salvará não serão as pragas, mas a compaixão que sobreviver a elas.


Como um bom professor de sociologia, preparei 5 questões discursivas e simples, baseando-me nas ideias principais do texto apresentado:


1. O autor inicia o texto fazendo uma analogia entre a pandemia de COVID-19 e as pragas do Egito. De que maneira essa comparação pode nos ajudar a compreender sociologicamente o impacto de grandes crises na sociedade e na mentalidade coletiva?

2. A discussão sobre o retorno às aulas presenciais na reunião virtual da escola revela diferentes perspectivas e preocupações. Quais são os principais argumentos apresentados no texto e como eles refletem as tensões e prioridades da sociedade em relação à educação durante a pandemia?

3. O autor critica a política de "colaboração comunitária" que ele interpreta como uma "política de denúncia". Sob uma perspectiva sociológica, quais são os potenciais efeitos negativos de uma cultura de vigilância e denúncia nas relações sociais e na construção da confiança dentro de uma comunidade?

4. A reflexão sobre os "fariseus modernos" que brandem máscaras e álcool em gel como símbolos de virtude levanta uma questão sobre a superficialidade de algumas demonstrações de civismo. Como a sociologia analisa a relação entre comportamento individual, normas sociais e a construção de identidades em momentos de crise?

5. Ao final do texto, o autor questiona se a verdadeira praga não seria o que a pandemia revela sobre a sociedade, como fragilidade e egoísmo. De que maneira a sociologia estuda os impactos de eventos como a pandemia nas estruturas sociais, nos valores e nos comportamentos humanos, e quais possíveis lições podemos extrair dessa reflexão?

SEQUELA DO "DISTANCIAMENTO" (“A nossa oração e o nosso clamor devem ser sempre do tamanho do choro do mundo”. — Pr. Cpl. Moacir J Laurentino)

 


SEQUELA DO "DISTANCIAMENTO" (“A nossa oração e o nosso clamor devem ser sempre do tamanho do choro do mundo”. — Pr. Cpl. Moacir J Laurentino)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A brisa matinal invade meu apartamento, trazendo consigo o aroma inconfundível do café recém-passado. O domingo desperta com uma quietude que ecoa dentro de mim, revelando a solidão que insiste em permanecer. As distrações da rotina já não preenchem o vazio; a alma, desprotegida, anseia por um colo, por um olhar que enxergue além das aparências, por um ouvido que saiba escutar sem pressa de responder.


Hoje, decido baixar a guarda e abrir as portas do meu coração. A você, leitor, confio meus anseios e essa busca incessante por conexões que transcendam a superficialidade dos encontros casuais. Caminhar pelas ruas da cidade, antes um ato solitário, transforma-se agora no desejo de compartilhar experiências, dividir o peso — e a beleza — do existir. Conversas que fluem sem esforço, aprendizados que se entrelaçam, um porto seguro onde a alma possa, enfim, descansar.
A solidão, essa visitante indesejada, escancara minha vulnerabilidade. Há uma necessidade latente de afeto — de um abraço que acolha sem exigir palavras, de um olhar que compreenda sem precisar de explicações. Anseio por um colo de "mãe de leite", esse símbolo primitivo de nutrição emocional e cuidado genuíno. E a frase de Adriana Bacelar Lima ressoa em meus pensamentos: "Se o clamor de uma alma indo para o inferno não nos faz repensar no que estamos fazendo do evangelho, é inútil a nossa crença que estamos salvos." Um lembrete pungente de que a fé sem empatia é vã, de que o amor só faz sentido quando se estende ao outro.
A vida ensina, ainda que de maneira dura, a valorizar os laços que são verdadeiros. Com o tempo, percebo que a inteligência que realmente importa não está nos livros, mas na capacidade de amar, de se conectar, de construir pontes em vez de erguer muros. Nunca fui pai — talvez por medo de deixar de ser filho, de perder a segurança do afeto familiar. Mas, neste domingo, sou apenas alguém que sente falta de um colo, de um refúgio onde possa repousar as inquietações.
Que este desabafo seja um convite à reflexão. Que possamos enxergar a vulnerabilidade não como fraqueza, mas como coragem de sermos quem somos. Que a solidão nos ensine a importância do encontro. E que, no fim, a maior inteligência que possamos cultivar seja o amor — esse gesto simples, mas revolucionário, de cuidar do outro sem esperar nada em troca.


5 questões discursivas baseadas no texto, explorando as ideias principais e provocando reflexões sociológicas:


1. A solidão na sociedade contemporânea: O texto aborda a solidão como uma experiência comum, mesmo em meio à vida urbana. Como a sociologia pode analisar as causas e consequências da solidão na sociedade contemporânea, considerando fatores como individualismo, tecnologia e mudanças nas relações sociais?

2. A busca por conexões autênticas: O texto expressa o desejo de conexões que transcendam a superficialidade. Como a sociologia pode analisar as diferentes formas de relacionamento na sociedade atual, e como a busca por autenticidade e significado influencia essas relações?

3. A importância da empatia e do cuidado: O texto destaca a necessidade de afeto, compreensão e cuidado genuíno. Como a sociologia pode analisar o papel da empatia e do cuidado na construção de relações sociais saudáveis, e como esses valores podem ser promovidos na sociedade?

4. A relação entre fé e ação social: A citação de Adriana Bacelar Lima questiona a fé sem empatia. Como a sociologia pode analisar a relação entre religião, ética e ação social, e como as crenças religiosas influenciam o comportamento individual e coletivo?

5. A vulnerabilidade como força: O texto propõe uma visão da vulnerabilidade como coragem. Como a sociologia pode analisar a construção social das emoções e como a vulnerabilidade pode ser vista como uma forma de resistência e transformação social?

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sábado, 9 de outubro de 2021

Coleção 54 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

 



Pensamentos

Coleção 54 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

Por Claudeci Andrade

1 “Quando o casamento deixou de ser refúgio econômico e a mulher assumiu a liderança e o sustento do lar, a ordem familiar inverteu-se, e, sob o comando materno e infantil, tornou-se uma estrutura frágil, fadada à ruína.”

2 “O destino revela-se no talento inato, e cumprir a vida é apenas obedecer à vocação que a natureza já nos impôs.”

3 “A verdadeira vitória que é salvar a própria vida, não se conquista pela beleza, mas pela escolha inabalável de agir com retidão.”

4 “Se a família é o bem maior e, ao mesmo tempo, o fracasso unido, então toda cura da sociedade só pode nascer de dentro dela, pois é em seu núcleo que germina tanto a doença quanto a esperança de redenção.”

5 “Quando a chefe chama de inteligente aquele a quem tudo aponta como errado, o elogio revela menos apreço que vaidade: ou afirma sua própria superioridade, ou reduz a inteligência alheia a um erro bem articulado.”

6 “Vivemos como suicidas às prestações: a própria vida nos corrói lentamente, e só a ironia de enterrar os vivos parece garantir que a morte ocorra no lugar que lhe caberia.”

7 “A felicidade não é deste mundo; permanecer aqui é abraçar a experiência terrena, onde o prazer não conduz a lugar algum e apenas o real dá sentido à vida.”

8 “A chamada homofobia ironiza a recusa à diversidade sexual, ignorando que a própria biologia oferece caminhos do prazer masculino que contradizem a uniformidade que se pretende impor.”

9 “A exclusão do velho garante-lhe identidade própria, mas seu único vigor reconhecido é o da denúncia; ironicamente, resta perguntar se repetir a paternidade lhes daria licença para transgredir.”

10 “Ser homem hetero sexual, ainda que feio e pobre, cumpre os desígnios de Deus e lhe confere o direito de envelhecer sem o castigo injusto da solidão, como Sodoma e Gomorra lembram: até na destruição, a convivência sadia de alguns deve ser preservada.”

11 “A verdadeira beleza reside na originalidade natural: alterar hormônios ou a aparência do corpo é adultério químico e prostituição estética, uma traição à ordem que distingue e equilibra homens e mulheres.”

12 “O homem belo não se mede pela masculinidade tradicional, mas pela graça angelical e efeminada; quanto mais próximo do ideal andrógino, maior seu desejo e valor perante todos os parceiros.”

13 “Aprender é escolha individual: o estudante é patrão de si mesmo, guiando sua própria evolução e, ao ensinar, inverte a hierarquia tradicional da escola.”

14 “Eventos escolares só têm valor quando refletem conquistas reais; se nada há a exibir, a solução não é cancelar, mas criar resultados dignos de serem mostrados.”

15 “Na caverna escolar, os alunos acorrentados pelo uniforme rejeitam a luz do conhecimento e ameaçam o filósofo que os quer libertar; assim, ensinar torna-se sacrifício, e o esforço pela verdade encontra apenas a resistência da ignorância.”

16 “A obsessão por não ofender gera discriminação inversa: o hipersensível cria distância, e a sociedade responde com silêncio, transformando a proteção em solidão.”

17 “Onde homens e mulheres convivem lado a lado, os pecados da carne são inevitáveis; como pardais no telhado, a procriação, sagrada na natureza, é corrompida pela lascívia humana.”

18 “A pontualidade no trabalho torna-se tormento: cumprir horários rigorosamente faz-me questionar se sou eu a servir ao tempo do empregador ou ele a explorar o meu.”

19 “O poder excessivo da mulher destrói o casamento, e mesmo que não o destrua, a punição social do machista que o afirma prova, indiretamente, a força destrutiva da autoridade mal empregada.”

20 “O ventilador barulhento que gira apenas para um, por desforra, mostra como o egoísmo cria custo-benefício injusto: o incômodo é coletivo, o benefício, exclusivo.”

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FALTA DE DESEJO DE APRENDER Causas e Consequências Clenilda Cazarin Pezzini*1 Maria Lidia Sica Szymanski*


 
FALTA DE DESEJO DE APRENDER Causas e Consequências Clenilda Cazarin Pezzini*1 Maria Lidia Sica Szymanski*2 Dentre todas as dificuldades pelas quais passa a educação no Brasil, destaca-se, atualmente, um grande desinteresse por parte de muitos alunos, por qualquer atividade escolar. Freqüentam as aulas por obrigação, sem, contudo, participar das atividades básicas. Ficam apáticos diante de qualquer iniciativa dos professores, que se confessam frustrados por não conseguirem atingir totalmente seus objetivos. Esta pesquisa, com alunos, professores e demais membros da comunidade escolar, buscou investigar por que tais alunos mostram-se desinteressados pelos estudos, a fim de possibilitar a busca de alguma saída, de modo a que tais alunos adquiram os conhecimentos mínimos desejados pela escola e que são um direito de todos. Das leituras efetuadas, descobriu-se que desejo é o sentimento muito forte do querer. É querer tanto, a ponto de não medir esforços para conseguir o objeto desejado. Segundo RUDEL (2007, p.35), “um impulso não satisfeito em tempo leva ao surgimento de uma tensão - que caracteriza o desejo.” E sempre que “...o indivíduo pensa na coisa desejada, está criando ou aumentando tensão psíquica, e ficando assim como alvo de motivação que o levará a agir no sentido de satisfazer o desejo surgido.” O desejo é próprio de seres inacabados, pois um ser que não carecesse de nada não desejaria nada, seria um ser perfeito, um deus. Sendo próprio de seres inacabados, ele deveria fazer parte de todo ser humano – incluindo, naturalmente, os alunos, que, segundo FREUD ([1910] (1990), deveriam fazer parte dos “desejantes de saber”, tal como as crianças e os cientistas. É interessante ressaltar que o sujeito infantil está interessado no conhecimento das coisas sexuais, e para Kupfer (1995, p. 80) a descoberta da diferença sexual anatômica é o início do desejo de saber, pois a “criança descobre diferenças que a angustiam. É essa angústia que a faz * 1 Pedagoga do Colégio Estadual Beatriz Biavatti, em Francisco Beltrão-PR clenildapezzini@ibest.com.br * 2 Pós-doutora em Psicologia, Desenvolvimento humano e Educação.Professora da FACIAP e UNIOESTE. szymanski_@hotmail.com querer saber”. É o interesse pelas coisas sexuais que, posteriormente, deslocar-se-á para outros objetos, tais como o conhecimento veiculado por meio do trabalho pedagógico com o conteúdo escolar. Se o desejo está ligado à história pessoal de cada sujeito infantil, o que restaria ao professor, nos casos em que o aluno apresenta-se desinteressado quanto ao saber? Para KUPFER (1995, p. 79), “... o processo de aprendizagem depende da razão que motiva a busca de conhecimento”, ressaltando o porquê da sua importância. Os alunos precisam ser provocados, para que sintam a necessidade de aprender, e não os professores “despejarem” sobre suas cabeças noções que, aparentemente, não lhes dizem respeito. A forma de apresentar o conteúdo, portanto, pode agir em sentido contrário, provocando a falta de desejo de aprender que seria, para os alunos, o distanciamento que se coloca entre o conteúdo e a realidade de suas vidas. Quando o aluno não percebe de que modo o conhecimento poderá ajudá-lo, como desejará algo que lhe parece inútil? Esta inutilidade também aparece na dificuldade de conseguir emprego tão logo completem seus estudos. Então, parece-lhes que perderam tempo na escola. As políticas educacionais praticadas pelo MEC nem sempre vêm contribuindo para o desejo de aprender. Como exemplo a ser citado é a aprovação, pelos Conselhos de Classe, de alunos que não adquiriram o conhecimento mínimo necessário e, portanto, a média exigida. (Resolução nº 3794/04) Como resolver tais situações? Uma maneira prática de incentivar os alunos a buscarem conhecimento é o desenvolvimento da autonomia, que pode ser encarada ao mesmo tempo como capacidade a ser desenvolvida pelos alunos e como princípio a ser adotado pelos professores. É gerando ações e vivenciando-as com os alunos através de temas estimulantes e buscando sempre o sentido daquilo que se faz, criando atitudes, valores e normas, que o professor terá condições para uma situação geradora de autonomia e segurança, não só para os estudos, mas também para a vida. A construção da autonomia é muito mais importante do que a exigência de “disciplina”, pois crianças “... encorajadas a pensar ativa, crítica e autonomamente aprendem mais do que as que são levadas a obter apenas competências mínimas” (KAMII, 1986, p. 120). Esta autonomia é criada também pela oportunidade de participação. O aluno precisa sentir-se acolhido, respeitado, encorajado a fazer perguntas sobre o que não entendeu, pois, do contrário, levará consigo suas dúvidas pelo medo de “dar um fora”. O acolhimento, o respeito e o encorajamento, bem como a responsabilidade, devem ser praticados também na família, cuja participação na vida escolar dos filhos é fundamental. E quando se fala em respeito, deve-se lembrar que os jovens têm seu jeito próprio de ser, de se comportar, de falar. Desde que este jeito não fira o jeito dos demais, ele deve ser respeitado, pois não adianta querer que os jovens mudem para agradar aos professores. A Pesquisa de campo: Desejando buscar o desejo do aluno Este estudo objetivou pesquisar as causas apontadas pelos alunos para a falta de desejo de aprender. Para isso, foi feita uma pesquisa exploratória, que pode ser definida como um meio para conseguir maior conhecimento sobre o assunto, antes de tomar qualquer outra atitude, ou seja, é um estudo preliminar sobre determinado assunto a ser investigado posteriormente. Segundo GIL (1994, p. 44), a pesquisa exploratória “... tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, com vistas na formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores ... constituindo, muitas vezes, a primeira etapa de uma investigação mais ampla”. A técnica utilizada para a pesquisa foi a Entrevista semi-estruturada, que, ainda segundo GIL (1994, p. 113), “... uma das técnicas de coleta de dados mais utilizada(...) por pesquisadores que [tratam de problemas humanos],(...) não apenas para coleta de dados, mas também com objetivos voltados para diagnóstico e orientação...”. E foi considerada semiestruturada, por basear-se em um roteiro com perguntas abertas e ainda, possibilitarem que outras perguntas surgissem das respostas obtidas. Trabalhou-se com 18 alunos, de 7ª e 8ª séries, nos turnos matutino e noturno, de uma escola da rede pública estadual, selecionados de acordo com os seguintes critérios: a) faltavam às provas e não procuravam fazer a prova substitutiva; b) chegavam freqüentemente atrasados no primeiro horário; c) não entregavam os trabalhos escolares; d) recusavam-se a desenvolver as atividades em sala de aula com a maioria dos professores; e) ao serem questionados sobre esses procedimentos, mostravam-se indiferentes. Feita a seleção dos alunos a serem envolvidos nesta pesquisa, foi elaborado o roteiro de entrevista, aplicada individualmente. E, os dados foram analisados de acordo com o método DSC (discurso do sujeito coletivo), definido por LEFÉVRE (2003) como uma forma de representar o pensamento de uma coletividade, num só discurso-síntese, ou seja, utilizar o discurso de todos como se fosse de uma única pessoa. Apresentação, Análise e Discussão dos Resultados A seguir, relatam-se as questões apresentadas aos sujeitos e suas respostas, analisadas com base na construção do Discurso do Sujeito Coletivo (LEFÉVRE, 2005). Como você avalia sua escola? “É a melhor escola de todas. Poderia trocar a professora de matemática, que às vezes chega mal-humorada; o ensino é igual a outras escolas mas poderia ter mais cobrança. A falta de professores atrapalha. Deveria ter mais aulas práticas, como a feira interdisciplinar que eu gostei muito, e menos conversas durante as aulas. Não gosto de ser sempre mandada para a direção. A escola é regular, o pátio é grande, mas falta pintar as paredes, consertar quadros, carteiras e melhorar a quadra. Tem muito menino em algumas turmas. A direção e coordenação são legais, mas tem muito “piá metido”, que gosta de brigar. O ensino aqui é bom, é melhor do que a outra onde eu estudava, mas tem alunos que atrapalham. Alguns professores explicam bem a matéria. A cantina deveria mudar de lugar (fica perto dos banheiros)”. Como se pode perceber, a maioria dos alunos entrevistados gosta da escola, porém constata-se uma maior preocupação com a melhoria da parte física do que com a melhoria do processo pedagógico, o que leva a supor que para estes, ESCOLA é o prédio. Entretanto, um dos alunos percebe que a falta de professores é um entrave para a aprendizagem. De fato, professores faltam por diversos motivos (doença na família, viagens para cursos, entre outros) e muitas vezes não há substituição. Assim, os alunos percebem que seus estudos não estão rendendo quanto poderiam, pois a falta do professor titular gera aulas menos interessantes, ministradas por substitutos não tão bem preparados, que estão ali mais para cumprir horários do que propriamente preocupados com a aprendizagem dos alunos. A preocupação com a parte física, que na verdade é o aparente e, portanto, diretamente constatado, é facilmente percebida, pois o prédio em questão realmente apresenta tais falhas. O fato de carteiras estarem estragadas, quadros-de-giz riscados e/ou com rachaduras, quadra de esportes inacabada, geram relativo desconforto para professores e alunos. O desconforto gera indisciplina, que pode ser uma das causas de dificuldade de aprendizagem, pois o desconforto causado pela cadeira torta ou a quadra inacabada, pode contribuir para que o aluno não consiga a concentração necessária à aprendizagem. Qual o professor que você mais gosta e por quê? “Não tenho preferência, mas gosto de Educação Física – teoria. Geografia eu gosto da matéria, de aprender sobre países. Gosto também de Matemática. Gosto das professoras que explicam bem a matéria, que conversam com respeito, que “prepara” aulas interessantes. Têm professores que são muito legais, que conseguem uma aula mais organizada, que, depois de explicarem bem a matéria, ainda perguntam se a gente entendeu, mostrando-se interessados. Estes são bons professores, conversam amigavelmente, fica fácil entender a explicação deles. Eles falam com calma, atendem individualmente, não são estressados. São descontraídos e, às vezes, até divertidos. Eles explicam quantas vezes for necessário. A gente consegue aprender”. Os alunos gostam de professores que explicam bem a matéria, que os tratam com carinho, com respeito. Alguns alunos também citaram o atendimento individual (na carteira) dado por alguns professores. É neste atendimento individual que o aluno cria a coragem necessária para fazer perguntas, que ele não faria em público, por medo da reação dos colegas. E perguntar, segundo Freire, (1985, p. 46) é o início da aprendizagem. “... o que o professor deveria ensinar [...] seria, antes de tudo, ensinar a perguntar. Porque o início do conhecimento, repito, é perguntar. E somente a partir de perguntas é que se deve sair em busca de respostas.” Sendo assim, é necessário que se estimule o aluno a fazer perguntas, e a presença do professor na carteira do aluno pode ser a única oportunidade para que o faça. Por outro lado, chegar perto do aluno, conversar com ele, demonstrar respeito por suas idéias, suas dúvidas, estimula-o à participação nas tarefas escolares. Todo ser humano gosta de atenção. E os alunos, muitas vezes, só a têm na escola. Um conceito positivo de si mesmo facilita ao aluno a possibilidade de aprendizagem, pois “[P] perde-se a auto-estima quando se passa por muitas decepções e frustrações, situações de perda, ou quando não se é reconhecido por nada que se faz, isto é, quando o outro nada deseja de nós e, portanto, aprende-se a nada desejar” (SZYMANSKI, 2006, p. 167). Então, a atenção do professor, demonstrando interesse pelas atividades do aluno, estimulando-o ao esforço contínuo, resulta muito melhor do que tratálo com aspereza ou, pior ainda, com desprezo. Qual o professor que você menos gosta e por quê? “Não gosto de alguns professores, apesar de não ter nada contra, mas não vou bem na matéria. Por exemplo, não gosto de Matemática. Não gosto de professor que esnoba, que compara a gente com nossos irmãos, dizendo que eles são tão inteligentes, deixando claro que a gente não é. Tem professores que falam muito baixo, e como a turma faz muito barulho, não consigo entender. Estes professores são os que não conseguem controlar a turma. Tem alguns professores difícil de lidar, são meio ‘grossos’ no trato com a gente. Se a gente não entendeu e pedir nova explicação, eles olham com cara feia e nos respondem mal. Alguns professores gritam com a gente, e então eu respondo igual. Alguns professores estão sempre mal-humorados, parece que já amanhecem “azedos”, e ficam jogando na cara da gente coisas que aconteceram em outros anos”. A maioria dos entrevistados não gosta de atitudes relacionadas com indelicadeza no trato, mau-humor, impaciência, etc. Percebe-se que eles reclamam também de professores que “não conseguem controlar a turma”. De fato, quando a aula não é muito interessante, os alunos não conseguem interessar-se por ela e tumultuam a sala de aula. Eles percebem também se o professor está inseguro, e, neste caso, o tumulto fica ainda maior. Quando isto acontece, além de rever seu planejamento, o professor precisa encontrar meios de manter a turma interessada nas atividades, através de conversas, atitudes firmes, estabelecimento de normas em conjunto com os alunos, dando-lhes atenção, enfim, mantendo a autoridade sem ser autoritário. Alguns fatores contribuem para o estresse e o mal-humor docente, dos quais os alunos se queixam. O número excessivo de aulas a que o professor precisa submeter-se, o número também excessivo de alunos em sala de aula, muitos deles sem limites de comportamento, são alguns dos problemas inerentes ao magistério, cujo teor a APP-Sindicato divulga constantemente e pela resolução dos quais vem lutando. Entretanto, o professor deveria estar psicologicamente preparado para lidar com a situação, já que ela ocorre, como de fato, muitos estão. Percebe-se claramente na mesma turma em que alguns professores não conseguem realizar um bom trabalho, alegando que a turma não corresponde, outros conseguem que os mesmos alunos realizem qualquer tipo de atividade para a qual sejam desafiados. Então, o problema não é somente a turma. Ele está também na atitude do professor, que é quem deve criar condições para a aprendizagem. Segundo GASPARIN, (2005, p. 15), “ ... o educando deve ser desafiado, mobilizado, sensibilizado; deve perceber alguma relação entre o conteúdo e a sua vida cotidiana, suas necessidades, problemas e interesses. Torna-se necessário criar um clima de predisposição favorável à aprendizagem”. Porém, as atitudes dos professores apontadas pelos alunos, fazem o efeito contrário. O conteúdo a ser trabalhado muitas vezes não é devidamente relacionado com a vivência do aluno, que não consegue estabelecer utilidade desta aprendizagem para si. Neste caso, desinteressa- se pelo assunto e passa a perturbar o andamento da aula. Como deveria ser a escola para você gostar? “Seria uma escola sem brigas, sem gente metida. O prédio seria pintado de vermelho, azul ou branco, teria portões altos, curso de computação com sala de computadores. Teria disciplinas diárias (uma matéria por dia), turmas menores, espaço para jogos no recreio, piscina, turno contrário com atividades. Ela teria uma quadra bem feita com traves fixas para futsal e outros jogos e também quadra de areia, área de lazer para turno contrário, ambiente para leitura e pesquisa. Pátio com árvores de sombra. Teria laboratório para Ciências, biblioteca, aulas ao ar livre, quadros brancos, carteiras universitárias, cor suave nas paredes. O prédio teria dois pisos: embaixo teria a cantina, banheiros, cozinha, secretaria, etc. Em cima seriam as salas de aula. As salas seriam espaçosas e bem ventiladas, com TV em cada sala. Aulas mais interessantes – diferentes, práticas, Professores excelentes, ver com alunos o que gostariam de ter na escola: laboratório, biblioteca boa, ensino integral com espaço suficiente. Mesas no pátio, cantina boa... Seria um colégio grande, com salas organizadas, bem arejadas, ambiente florido no pátio. Teria aulas de natação, outras modalidades de jogos, sala de informática, professores bemhumorados. Os professores não faltariam ou haveria substitutos, ou então teria atividades extras prontas, para o caso de faltar professor. Não teria goteiras (aqui tem)”. Uma idéia chama atenção. O fato de os alunos preferirem um prédio com dois pisos ou mais. Na realidade, a escola em questão possui apenas um piso e é compartilhada com uma escola municipal, de 1ª a 4ª séries, o que faz com que o espaço livre seja reduzido. Neste caso, segundo eles, se houvessem mais pisos sobraria espaço livre para circulação de pessoas no pátio, colocação de mesas com bancos para atividades de aula, jogar xadrez e outras ocupações. Percebe-se também a preocupação de alguns alunos com salas mais arejadas, o que é perfeitamente justificável, pois numa sala com 45/50 alunos, as janelas precisariam ser mais amplas e não basculantes, pois este tipo de janela dificulta a entrada e circulação de ar. Nos dias mais quentes, esse ar parado causa muito desconforto, incluindo dores de cabeça e até desmaios. Constata-se, portanto, ainda uma ênfase nos aspectos físicos e nos espaços destinados ao lazer. Entretanto, a escola ideal, para a maioria deles, teria também bons professores, bem preparados, que não faltassem ou, nesses casos, fossem substituídos, que preparassem aulas interessantes, enfim, uma escola prazerosa, onde pudessem sentir-se seguros, amparados, bem orientados, a fim de saírem dela como vencedores. Você gosta de estudar? Por quê? “Muito pouco. Gosto de estudar, mas leio pouco. Entretanto, me esforço para aprender, apesar de às vezes ser preguiçoso. Não gosto de resumir textos. Gosto só de algumas matérias. Quando consigo aprender me realizo. Estudo com meu pai. Ultimamente consegui entregar alguns trabalhos atrasados. Corri atrás do prejuízo. Alguns professores reclamam do meu jeito de ser. Se eu estiver rindo acham que estou debochando. Estou gostando mais de estudar agora, depois que passei para a noite. Eu gostava mais de estudar, mas aos poucos fui deixando de gostar e também tenho pouco tempo. Não gosto. Prefiro outras coisas, como trabalhar (mecânico, junto com o pai). Não tenho vontade de estudar, se bem que à noite é mais tranqüilo. Na verdade, nunca gostei de estudar”. De fato, a maioria não está muito interessada em estudar. Alguns ainda declaram gostar, porém a maioria procurou desconversar. A resposta mais ouvida foi um tímido “é... mais ou menos”. E não explicaram por quê. Inicialmente, havia a hipótese de que eles tivessem deixado de gostar dos estudos por algum motivo relacionado à escola ou a algum professor. Mas, aparentemente não foi isso que aconteceu. Alguns alunos declararam que gostam de estudar, que se esforçam para aprender, que contam com a ajuda dos pais, etc.. Porém, o resultado, segundo professores, não tem sido o esperado. Dada a situação financeira precária de muitas famílias, a busca por um trabalho remunerado tem sido prioridade até para alunos menores. Mas, como convencer um aluno de que ele precisa estudar para garantir o futuro, se ele não sabe se haverá o que comer em casa hoje mesmo? Certamente, para tais alunos, as aulas precisam melhorar muito. O ensino precisa estar atrelado à situação econômica de suas famílias, a fim de que possa interessá-los e de que possam entendê-lo, percebendo a utilidade para suas vidas. Qual foi a experiência mais importante em sua vida escolar? “Uma palestra sobre drogas que teve neste Colégio, aprender a ler na 1ª série quando alguns não aprenderam. Poder estudar à noite. É mais fresco (o ar) e mais tranqüilo, ser aprovado na 6ª série, e participar de todas as aulas de teatro. Trocar para este Colégio, fazer uma viagem para Salto Segredo, um piquenique no Seminário e um passeio num sítio, ser aprovado. Gostei muito também do passeio na chácara do tio da B. Z., de uma Semana da Cultura (atividades culturais – apresentações), minha participação no Fera, na 5ª série, todas as experiências fora da sala (entregar fitas brancas na Semana da Paz, conhecer o laboratório da USP, visitar o laboratório da UNIPAR), os campeonatos inter-séries e as gincanas, ganhar a gincana no ano passado, fazer uma viagem às Cataratas do Iguaçu. Sempre gostei das festas juninas e também gosto de fazer pesquisas”. Chama a atenção, o fato de que muitas experiências consideradas importantes pelos alunos aconteceram fora da sala de aula, ainda que no ambiente escolar, reforçando a idéia de que as salas de aula estão sendo (ou parecendo) sufocantes. Entretanto, não foi qualquer tipo de aula que eles consideraram como boas experiências, e sim atividades diferenciadas, como viagens de estudos, jogos, palestras, etc. Este tipo de aula realmente sempre foi bem recebido pelos alunos, embora trabalhoso para o corpo docente, devido à grande dificuldade em prepará-las e executá-las, por falta de estrutura física da escola, além dos empecilhos em conseguir o material necessário, bem como o transporte para as aulas-passeio. Mesmo assim, a escola deve continuar organizado-as, pois são perceptíveis seus melhores resultados, em relação à tradicional sala de aula. Qual a experiência escolar mais difícil para você? “Fazer os “provões”, pois a gente fica muito nervoso. Não gosto quando os professores trabalham muita teoria. A gente fica cansado. A pior experiência foi reprovar, mas também não gostei quando um professor me chamou de corno. As bagunças na sala de aula sempre me prejudicaram. Ir para a delegacia, quando briguei com um colega. “Apanhar” da professora quando estava no Pré, ser xingado pelo policial do PROERD e ainda cair no chafariz do parque, durante uma visita à Expobel. Foi um vexame. Ser xingado pelos professores. Não gosto quando fazem isso comigo, na frente dos colegas. Ter me envolvido em algumas brigas e ter sido expulso do outro Colégio”. Distinguem-se perfeitamente dois fatos que desagradaram à maioria dos alunos entrevistados: terem reprovado e/ou terem sido tratados rudemente por algum professor. A reprovação marca profundamente a vida de um aluno, pois além de perder um ano de suas vidas, eles ficam separados da “sua” turma, dos colegas de vários anos e, principalmente, sentem a responsabilidade de desagradar aos pais e à família. Os alunos que reprovam podem até disfarçar com um ar de pouco caso, mas por dentro sentem-se arrasados. Muitas vezes a reprovação lhes serve como lição, e procuram ser mais responsáveis no ano seguinte, esforçando-se para melhorar seu desempenho; mas, para alguns, ela de nada vale. As atitudes irreverentes continuam, ou mesmo pioram. Uma das causas para tais atitudes pode ser a não-reprovação praticada pelas escolas nos últimos anos. Ouvem-se comentários do tipo: “fulano nada fez o ano todo e passou; então para quê estudar?” Infelizmente tais fatos acontecem. É necessário que os alunos compreendam a importância de estudar e aprender para a vida, e não apenas para passar de ano. Se o objetivo é ensinar realmente, precisamos lembrar que ensinar, no sentido etimológico, significa “colar uma insígnia”, ou, neste caso, um saber. Para isso, o aluno precisa dispor-se a aprender por entender que ninguém poderá fazê-lo por ele, já que, como afirma MORAIS (1986, p. 10), “... a vida é um caminho e ninguém pode caminhar pelo outro o caminho que é do outro”. Ainda, segundo o mesmo autor, “... só há ensino quando há companheirismo entre ensinante e ensinando, educador e educando, pois o que caracteriza o ensinar é a ultrapassagem da coexistência para a convivência”. E nas respostas dos alunos fica bem claro que as atitudes dos professores que lhes proporcionaram as experiências escolares mais difíceis ficam apenas na coexistência, pois a convivência precisaria ser mais harmoniosa para facilitar processo de aprendizagem. Qual foi a experiência mais importante em sua vida pessoal? “A separação de meus pais, porque acabaram as brigas. Conseguir emprego na Bilhares Líder e poder ganhar meu próprio salário e melhorar de vida (financeiramente). Nos últimos anos consegui mudar meu comportamento para melhor. Uma coisa muito boa foi ter ido ficar uns tempos com meu pai, em Brasília, ter ganhado um irmão (está com 4 meses) e ainda ter a ajuda de meus pais; quando precisei da bicicleta para trabalhar o pai me deu. Nossas idas à praia com a família, ganhar um cavalo, que eu queria tanto. Sempre gostei de festas, então as festas de Natal e Ano Novo sempre foram ótimas para mim. Uma experiência inesquecível foi uma visita ao Parque Aquático (Rio Negro), com meus pais, tios e primos e uma viagem a Curitiba onde fiquei alguns dias fazendo curso. Viajar para Londrina, ganhar uma bicicleta do PROERD, ganhar um computador e um celular”. No projeto inicial, salientou-se a importância da participação da família na vida escolar dos filhos. As respostas listadas acima confirmam essa afirmação. De uma forma ou de outra, todas as “melhores experiências” estão relacionadas à família. Por mais inexpressivo que parecesse o acontecimento, ele ficou gravado para o aluno como muito importante: viajar, ganhar presentes, conseguir emprego, melhorar de vida, etc. Será que uma participação mais efetiva da família na vida escolar dos filhos não os levaria a acreditarem mais na importância do ato de estudar? O desinteresse dos pais não estará atestando para o filho que, se estudar fosse importante, seus pais também estariam interessados? A verdade é que a escola precisa incentivar a participação dos pais, e estes não podem perder de vista o objetivo principal, que é garantir um futuro melhor possível para seus filhos. Qual a experiência pessoal mais difícil para você? “Perder meu avô, de quem eu gostava muito (eu o ajudava no bar), brigar com um amigo, ter tido bronquite. Foi muito triste quando minha mãe teve tumor no útero e também quando deu um derrame em minha tia e ela faleceu. O falecimento de meu primo de 16 anos, perder meu irmão (eletrocutado, em São Paulo), ter cortado a perna e ter um problema de bronquite alérgica. Quando meu pai ficou doente (problemas [câncer?] no fígado) o clima em casa ficou muito pesado. Ele está doente de novo. Sem comentários. São muitos. A separação de meus pais foi muito ruim, pois acabaram-se as brigas mas nós ficamos sem ele. “Depois da separação dos meus pais o clima em casa ficou péssimo, a mãe briga muito com a gente”. Meu envolvimento com más companhias, quando tive alguns problemas. Fui detido pela polícia, quando briguei com o André. Foi uma das piores experiências. Percebi que me envolver em brigas não leva a nada. Acabei indo para o Fórum”. As piores experiências pessoais também estão ligadas diretamente à família. Na verdade, tudo o que acontece de bom ou de ruim nas famílias, repercute positiva ou negativamente na escola. E os professores precisam estar preparados para lidar com tais situações. A indiferença pode ser muito prejudicial, pois o aluno fará sempre algo para obter a atenção necessária ao seu “caso”. Quando o professor opta por ignorar o comportamento muitas vezes agressivo do aluno, pode estar perdendo uma excelente oportunidade de conquistar-lhe a simpatia. Para isso, o professor precisa estar atento, o que nem sempre é fácil, devido ao grande número de alunos que atende e aos inúmeros problemas que enfrenta. Entretanto, muitos destes problemas poderiam ser solucionados com uma pequena conversa, uma demonstração de interesse e de respeito pela situação, que pode parecer banal ao professor, mas é muito importante para o aluno. Você gostaria de falar sobre alguma coisa que eu não perguntei? “Gostaria que os professores organizassem mais aulas diferenciadas, que fossem mais exigentes e conseguissem diminuir a bagunça na sala de aula. Para ter um bom ensino, os professores precisam ter mais paciência, ser mais calmos e entender que os alunos se interessam mais por outras coisas (jogar é divertido; você tenta até conseguir). Os professores deveriam entender também que nem sempre que rimos, estamos debochando de alguém. Muitos alunos não aprendem por falta de responsabilidade, e os demais não precisam ouvir sermão junto com eles. Professores estressados também não ajudam muito. Às vezes os alunos não aprendem porque têm preguiça de estudar, e outras vezes pelo tipo de aula de alguns professores. Não faço as coisas de preguiça mesmo, apesar de saber que é importante para a minha vida. Alguns colegas não têm interesse em fazer as coisas e a gente “vai” junto. Acho que muitos colegas também não fazem as coisas por preguiça. Eles também querem mostrar que ninguém manda neles. Um dos problemas para a falta de vontade de estudar é a Lan House, aqui perto”. O tipo de aulas não muito interessantes, as atuações de alguns professores que deixam fatos graves ocorrerem sem tomar decisões ou não têm paciência, são alguns dos aspectos abordados pelos alunos como possíveis contribuições para se desinteressarem pelos estudos. Mas, duas razões chamam a atenção. A primeira, diz que alunos deixam de fazer as atividades para “mostrar que ninguém manda neles”. Essa atitude é típica de adolescentes, que, quando estão com amigos, colocam a opinião do grupo acima de tudo, e a seguem, em detrimento do que lhes aconselham pais, professores ou quaisquer autoridades. Por essa razão, nas entrevistas com a equipe pedagógica, os pais afirmam que seu filho não costuma ser assim. E realmente, quando sozinho, ele não o é. Mas, estando com o grupo, suas atitudes tendem a mudar. O mesmo acontece quando tais alunos são levados à presença da direção ou equipe pedagógica devido a algum comportamento inadequado na sala de aula. Na conversa particular, ele se mostra cordato, bem educado, respeitoso. Pode até parecer que seu mau comportamento não aconteceu. Outra razão alegada por apenas um, mas que afeta um número bastante elevado de alunos, conforme se constata no cotidiano escolar, é a presença de uma Lan House nas proximidades da escola. Muitas vezes encontraram-se alunos nesse local em horário de aula, preferindo divertir-se nos jogos dos computadores. Tal preferência pode ser explicada pelo fato de que os jogos apresentam-se como desafios, enquanto que as aulas, muitas vezes, não exigem sequer concentração, muito menos são desafiadoras ou estimulam a curiosidade do educando. Entretanto, a curiosidade é que leva ao conhecimento, pois estimula a busca por respostas. FREIRE, (1985, p. 51) insiste na “... necessidade de estimular permanentemente a curiosidade, o ato de perguntar, em lugar de reprimi-lo. As escolas ora recusam as perguntas, ora burocratizam o ato de perguntar. A forma mais conhecida de burocratizar a pergunta é declarar que os alunos só podem perguntar quando o professor tiver encerrado sua fala. Ora! Neste momento a curiosidade do aluno foi esquecida e ele já estará pensando em outra coisa. Assim, os alunos preferem os jogos, que são desafiadores e onde ninguém os impedirá de tentarem, até vencerem. Cabe aos professores lembrarem-se de um ditado popular que diz: “se não posso combater, devo me aliar.” Ninguém conseguirá combater o uso de computadores em plena era da informática. Assim, segundo o ditado, devese aliar a eles, copiando o que têm de bom, de atrativo, de desafiador, valorizando suas idéias, mantendo-os nas salas de aula. Quem sabe esta não será a solução para muitos problemas de desinteresse dos alunos! CONSIDERAÇÕES FINAIS “Sem dúvida, ensinar é algo muito difícil e trabalhoso. E mais difícil se torna quando as condições atrapalham.” Mas é preciso que “... o exercício de ensinar permaneça vinculado ao intento de promover as condições necessárias para, transcendendo o instruir e o adestrar, auxiliar o encontro da inteligência do educando com a vida, o encontro de sua sensibilidade com a pluralidade rica do viver.” (MORAIS, 1986, p. 6). Ensinar é, de fato, difícil e trabalhoso. Mas quando os professores escolheram sua profissão já conheciam essa verdade. E essa atividade tornase mais difícil quando não se empenham devidamente. Freud (1990) relaciona o desejo de aprender à forma como os pais lidaram com a curiosidade infantil sobre seu nascimento. E essa questão transcende o limite das salas de aula. Entretanto, muitos dos problemas expressos nas falas dos alunos entrevistados podem ser solucionados com boa vontade, dedicação, ética, profissionalismo e muita humanidade. É preciso aceitar que os alunos são como são, e não como os professores gostariam que fossem. Eles, com sua atitude irreverente, estão desafiando os professores a entendê-los e ajudá-los. Em sua maioria, não estão procurando encrenca. Os professores deveriam desafiá-los com atividades interessantes, estímulos à busca de respostas, aulas bem preparadas e nem sempre teóricas, propondo o diálogo em lugar de monólogos expositivos. Dessa forma, muitos dos problemas alegados como indisciplina ou desinteresse deixariam de existir em virtude do prazer proporcionado aos alunos pelo entendimento do assunto trabalhado em aula e pela apreensão de sua aplicabilidade na vida diária. Contudo, nem todos os problemas podem ser solucionados pelos professores. Assuntos como insegurança, revolta, não aceitação da autoridade constituída (ninguém manda em mim), precisam ser tratados com a família. Os pais precisam participar de reuniões com palestras feitas por pessoas competentes (psicólogas, psicopedagogas, Conselho Tutelar, etc.), pois muitos deles deixam de formar valores morais e éticos em seus filhos por falta de conhecimento de como fazê-lo e, até mesmo do Estatuto da Criança e do Adolescente. Esse desconhecimento deixa muitos pais inseguros quanto ao que podem ou não podem fazer na educação dos filhos, que acabam por entender que podem tudo. Desta forma, ainda que a realidade escolar insira-se em uma realidade social maior, marcada por interesses antagônicos entre quem produz e quem aluga sua força de trabalho, família e escola unindo forças poderão resolver grande parte dos problemas citados. Quando o aluno entender que pode contar com a atenção, o apoio, o carinho e o respeito tanto da família quanto dos professores, ele passará a valorizar mais a escola e seus componentes, por sentir que pode usufruir daquilo que está aprendendo, melhorando sua vida e a de seus familiares. Em suma, a falta de desejo de aprender observada em determinados alunos pode ter como causas prováveis: a) a possibilidade de não conseguir emprego após o término dos estudos; b) a alienação dos alunos motivada pela alienação dos professores; c) problemas no vínculo afetivo entre professor e aluno; d) alunos educados para a submissão, e não para serem autônomos; e) a indisciplina demonstrada por grande número deles; f) a apatia que os alunos demonstram, por absoluta falta de incentivo (não são estimulados a fazer perguntas); g) superproteção ou desinteresse total da família. Diante deste quadro, o que pode ser feito é motivar mudanças no trabalho dos professores através do estímulo à pesquisa, à leitura, à busca de novas idéias que possam melhorar substancialmente suas aulas, pois, como se pode perceber nas respostas dos alunos, aulas monótonas não lhes interessam absolutamente. Esta mudança de atitude não requer nenhum preparo especial. É suficiente que se trabalhe em equipe, solicitando e/ou propondo sugestões, atitudes, métodos, e que se tenha muita vontade de melhorar, de crescer e fazer crescer. De quem será o primeiro passo? PARA REFLETIR: Retomando o trecho a seguir, responda às perguntas que o complementam. “O que pode ser feito é provocar mudanças no trabalho dos professores através do estímulo à pesquisa, à leitura, à busca de novas idéias que possam melhorar substancialmente suas aulas, pois, como se constatou nas respostas dos alunos, aulas monótonas não lhes interessa, absolutamente. Esta mudança de atitude não requer nenhum preparo especial. É suficiente que se trabalhe em equipe, solicitando e/ou propondo sugestões, atitudes, métodos, e que se tenha muita vontade de melhorar, de crescer e fazer crescer. Além disso, envolver a família na escola, para que os alunos percebam o interesse dos pais e passem a considerar o estudo como algo útil e até agradável. Entretanto, de quem será o primeiro passo? E como dálo?” O que fazer para mudar este quadro? Com base nestas provocações, qual seria o primeiro passo para provocar mudanças no trabalho pedagógico? De quem será? E como dá-lo? Vamos fazer uma relação das mudanças que dependem de nós, professores? REFERÊNCIAS FREIRE, Paulo; FAUNDEZ, Antonio. Por uma Pedagogia da Pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985. ________________. Pedagogia da Autonomia – saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. FREUD, Sigmund. Uma Recordação de Infância de Leonardo da Vinci. Lisboa: Relógio D’água, 1990 GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. Campinas: Autores Associados, 2005. GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas, 1995. KAMII, Constance. A criança e o número. Campinas: Papirus, 1986. KUPFER, Maria Cristina. Freud e a Educação – O mestre do impossível. São Paulo: Scipione, 1995. LEFÉVRE, Fernando; LEFÉVRE, Ana Maria Cavalcanti. O Discurso do Sujeito Coletivo – Um novo enfoque em pesquisa qualitativa (Desdobramentos). Caxias do Sul: EDUCS, 2005. MORAIS, Regis de. O que é Ensinar? São Paulo: EPU, 1986. RUDEL, Douglas. Dicionário de Psicologia Prática. Obtido via Internet no site http://paginas.terra.com.br/arte/rudeldouglas/Dicionario.htm SZYMANSKI, Maria Lídia Sica; PEREIRA JUNIOR, Antonio Alexandre. Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica. Cascavel: Edunioeste, 2006.

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