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sexta-feira, 22 de setembro de 2023

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico I(30) A Busca Pela Sabedoria Divina e Humana: Uma Análise Equilibrada

 


CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico I(30) A Busca Pela Sabedoria Divina e Humana: Uma Análise Equilibrada

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A busca incessante pela sabedoria tem sido um ideal humano ao longo da história. Questionamentos acerca da origem e da natureza da sabedoria, sua relação com a fé e a razão, bem como suas implicações para a vida, têm instigado debates e reflexões profundas. Neste ensaio, exploraremos a perspectiva da sabedoria divina e humana, considerando tanto os ensinamentos bíblicos quanto os argumentos filosóficos.

No contexto das Escrituras, a Bíblia surge como uma fonte de sabedoria divina. Por meio de relatos, leis, profecias e provérbios, ela oferece orientações fundamentais para a conduta humana. Tiago 3:17, por exemplo, apresenta uma caracterização abrangente da sabedoria divina como algo "puro, pacífico, moderado, tratável, cheio de misericórdia e de bons frutos". Essa sabedoria é tida como um dom de Deus, concedido àqueles que O temem e O obedecem, refletindo a relação entre fé e sabedoria (Salmos 111:10).

Contudo, a Bíblia também adverte sobre a falsa sabedoria e os riscos da rejeição da palavra de Deus. Esse aspecto sugere a necessidade de discernimento na busca pela sabedoria, pois nem toda busca é edificante ou virtuosa. É aqui que a filosofia encontra seu espaço.

A filosofia, por sua vez, se apresenta como uma busca pela sabedoria baseada na razão e na reflexão. Filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles, entre outros, exploraram questões fundamentais da existência humana e da realidade, buscando entender os princípios subjacentes ao universo. A filosofia reconhece os limites da razão, abrindo espaço para a humildade intelectual.

Em busca de um equilíbrio, a postura de Agostinho e Tomás de Aquino emerge como uma perspectiva interessante. Eles procuraram harmonizar a sabedoria bíblica com a filosofia, argumentando que tanto a fé quanto a razão derivam da mesma fonte divina. Isso sugere que a busca pela sabedoria não precisa ser uma escolha exclusiva entre fé e razão, mas uma jornada que permite a integração desses elementos.

Em conclusão, a busca pela sabedoria divina e humana não precisa ser um embate entre duas perspectivas divergentes. A sabedoria divina oferece princípios morais sólidos e esperança, enquanto a busca pela sabedoria humana traz uma compreensão ampliada do mundo e da sociedade. Ao considerarmos ambas as fontes de sabedoria e abraçarmos a humildade intelectual, podemos encontrar um caminho de equilíbrio que nos leva a uma compreensão mais profunda da existência e da verdade. Como Sócrates nos lembra, a verdadeira sabedoria reside na consciência da nossa limitação. E assim, ao abraçarmos tanto a fé quanto a razão, podemos nos aproximar de uma compreensão mais plena da sabedoria que permeia nossa jornada humana.

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