"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

Pesquisar neste blog ou na Web

domingo, 12 de setembro de 2010

O Sangue de Jesus Tem Poder ( Só o miserável suporta a sua miséria)







CRÔNICA

O Sangue de Jesus Tem Poder ( Só o miserável suporta a sua miséria)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

         Ser cristão hoje é seguir o Cristo criado pelos "crentes", contraditório demais, confuso demais para o ideal: um homem perfeito cumpridor da lei moral e ao mesmo tempo vestiu-se dos pecados dos homens imperfeitos (Péssimo exemplo de disfarce!) de cujo sangue tem poder (Clichê de hipócrita), assim justificam o fanatismo desenfreado de uma maioria que confunde fé com desejo. Pode Deus deixar de ser Deus? (Filipenses 2:7; Hebreus 2:17).   Esse naipe de gente é um perigo do ponto de vista social! Comem a carne de seu Deus e bebem seu sangue. 
         Ainda insistem em dizer que a Bíblia é a palavra de Deus com tantas versões e traduções (Bíblia da Mulher, Bíblia dos gays, Bíblia do pastor, Bíblia da criança, Bíblia de estudo etc.). Os bons linguistas e até qualquer estudioso honesto da língua sabem que não há sinônimos, no sentido de uma palavra tem o mesmo significado da outra, existe sim, apenas aproximação semântica entre elas. Um texto traduzido é outro texto. A palavra de Deus, também, não é a consciência, esta é apenas fruto da cultura. A verdadeira palavra de Deus fala dentro de qualquer um em contemplação à natureza. O livro de Deus é a Natureza. Até analfabetos têm acesso, podendo compreendê-lo e interpretá-lo sem precisar se submeter à classe dominante de intercessores de Deus, cobrando dízimos dobrados por seus serviços.                  
         Um Deus perfeito e eterno, criador de Leis perfeitas e eternas, não pode transgredir suas próprias leis, bem como não permite transgressão alguma sem consequência. Assim também, Ele deixará de ser Deus, levando homens, criados para viver na terra, ao espaço sideral, não tendo neles a condição lógica de sobreviver em outro lugar. Adaptaria-os em um céu, só por caprichos de quem acredita nos méritos de Jesus? Qual é a recompensa dos bons? (Bons por que obedeceram a leis de homens ou do universo?) Pode uma célula do fígado migrar para o coração, fazendo, assim, parte de sua estrutura? Todo organismo obedece a leis naturais invioláveis, senão atrai consequências. Rejeitar um órgão transplantado é papel de um corpo fiel,  e mais,  serve de prova, como ninguém conseguiria evitar todas as consequências danosas se fosse realmente à lua ou qualquer outro lugar fora de nossa atmosfera. Imagine os transtornos advindos se nos aproximarmos mais do sol ou se nos distanciarmos mais dele! Onde estão o céu e o inferno? E se forem apenas espaço físico aqui mesmo na terra? Porém, se forem estados de espírito, então se misturam dentro do homem, aqui e agora! E o futuro fica à frente, e a igreja  só depósito de enganadores de si mesmos.
          Hoje as mulheres enchem as religiões, reagindo contra a intolerância de outrora, quando eram excluídas da comunidade. Por que haveriam de defender ideologias que não exaltam substancialmente seus filhos? Eu recomendo o histórico filme de Alejandro Amenábar com a gloriosa Rachel Weisz: Agora (no Brasil, Alexandria). 
           E confira também em que os cristãos de hoje são tão diferentes dos primeiros: (http://desciclopedia.org/wiki/Deslivros:Como_fundar_uma_Igreja_Evang%C3%A9lica). Acessado em 07/05/2016.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 12/09/2010
Código do texto: T2492920

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

Comentários


segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O TEMPO AMIGO ("As verdades também são mentiras quando o tempo passa. Tudo é mentira quando se olha para trás.")

          

CRÔNICA

O TEMPO AMIGO ("As verdades também são mentiras quando o tempo passa. Tudo é mentira quando se olha para trás.")

segunda-feira, 6 de setembro de 2010
                   Por Claudeci Ferreira de Andrade

           
Roguei ao Deus eterno, o dominador do tempo, que não matasse meus inimigos, uma praga necessária, porém foi rápido demais, nem vi passar o tempo (como se fosse ele a passar), esbarrei na consequência, a minha velhice chegou, então eu tive de assistir a morte deles, de um a um, assim como em qualquer “macumba”, pois parte do mal desejado a eles recaiu sobre mim. Ou como diz o lugar-comum: o feitiço recaiu sobre o feiticeiro. Já ouço seu chamado, meu espelho me anuncia a mudança que não me dei por conta!
         Oh, tempo, meu aliado!  Fez-me velho depois de fazer tombar meus inimigos, e os ainda vivos estão inválidos com os dias contados. Do que me adianta esta paz se já não posso desfrutá-la, apenas posso dormir tranquilo, sono de velho, com sonhos tão vazios!
         Quantos "otários" apertaram minha mão com bastante força para me mostrar seu poder vital, quando na verdade estavam atraindo sobre si a revolta de quem cuida de mim: o tampo! Então, foi certo, que em meio a meu desconforto, pobreza e desprazeres, quando eu os amaldiçoei, veio-me a tortura de vê-lo desconfortáveis, pobres e desprazerosos! Agora, insatisfeito com esta ausência de guerra, parece-me razoável crer, embora tenha tranquilidade do silêncio, que não posso me sentir feliz se não tiver desafiantes. Faltam-me inimigos. Alguém quer ser inimigo de um idoso de olhar triste?!
         Não, não me faltam inimigos, falta-me, na verdade, o vigor da juventude, e reconheço a coerência Divina. Agora eu não poderia administrar os ataques deles com as impossibilidades naturais de um ser calejado. Aí, entra o reconhecimento do amor de Deus e a harmonia da natureza, sempre me abastecendo da capacidade para enfrentar minha própria degeneração: minha inimiga maior. A guerra é outra, é contra o tempo. Em meio às responsabilidades deste mundo, inclino a sentir necessidade não dessa tal paz que agora reina, mas de meu fogo da carne lisinha de outrora, pois o tal não me privava de olhar em direção para o futuro com tantas rugas.
         Como vê, é profundo dentro de mim o senso de não poder ser realmente feliz sem prazer, o prazer de lutar e vencer, mesmo tendo muitas coisas desejadas por muitos: uma aposentadoria à vista e segurança! Aliás, vivo mesmo à mercê do tempo, do qual não há escape. Sei, o tempo resolve, sim, qualquer problema para os acomodados e lhes cobra a alma como pagamento. Dizem alguns que nada melhor que um dia após o outro, e esta voz fica assoprando em minha mente, lembrando-me a aquiescência da morte.
         Se o Senhor está desejoso de satisfazer minha necessidade, então me dê o alimento certo para minha fome! Não é uma carência falsa, sentimento despertado pela solidão na qual estou mergulhado, ou excitação mental do medo, mas um grande desejo: ser presenteado por Deus por algo que equipare-se com o vigor, a saúde e a energia vital. Todavia o tempo não tem volta, assim como meus inimigos se foram, vou eu também e irei como inimigo dos outros!
               "RETRATO
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida a minha face?"

Cecília Meireles
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 06/09/2010
Código do texto: T2482142


Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

Comentários


domingo, 5 de setembro de 2010

A LEITURA DOS QUE SABEM LER (A Leitura Competente Faz Parte da Luta pela Dignidade Humana)







CRÔNICA

A LEITURA DOS QUE SABEM LER (A Leitura Competente Faz Parte da Luta pela Dignidade Humana)

domingo, 5 de setembro de 2010
Por Claudeci Ferreira de Andrade

         Em minha devoção matinal às letras, li, com afinco, a entrevista da Revista Língua Portuguesa, nº 53, na qual André Garcia, o criador do portal Estante Virtual, quando disse sabiamente:
          — “Qualquer leitura não é leitura” e continuou: (...) “Mas leitura é subjetividade, é ver o que agrada à sensibilidade e se ajusta à sua forma de ser, ao seu momento. A escola nunca me deu esse espaço e duvido que, salvo exceção, garanta isso a muito aluno.” (...) “Não basta democratizar a leitura. É preciso democratizar os autores de qualidade.” (...) “A internet atrapalha, de fato, quando a ênfase da leitura é nos simulacros de interação, como Facebook, MSN, Twitter.” (...) “Damos um sinal errado ao aluno ou filho quando o fazemos ler só para fazer prova”.
          Por isso, digo que a escrupulosa 
Leitura é uma arte perdida. Por exemplo: Eu estava lendo, para a classe, o texto: “Por que Lulu Bergantim não atravessou o Rubicon" de José Cândido; só uns poucos prestavam atenção à minha leitura, ali, eu destacava as expressões: "Curralzinho", "dobrados da banda", "arregaçou as mangas", "comeram biscoitinhos", "caiu de enxada", "o povo de boca aberta", "no pau da enxada", "de brocha na mão", "lambuzada de cal", "o vai ou racha", "trepado no coreto", "curralzinho já gozava", "uma picareta só", "precioso líquido", "correr o pires", etc. Eu estava empolgado em minha sistemática e profunda reflexão, desvendando a “sacanagem” existente no substrato das construções frasais dessa literatura. Queria que eles percebessem, mas um deles, o crente,  interrompeu-me e disse:
          —“Não estou vendo nada disso, sacanagem alguma, é uma história séria”. — Fiquei como quem recebeu um balde d'água fria na cabeça.
          Então lhe perguntei sarcasticamente: — desde quando em um relatório político tem algo “sério”? Agora o chamei para leitura de mundo, quem sabia, talvez, uma leitura pudesse ajudar a outra!
          Existe a inescrupulosa leitura, aquela que se faz objetivando uma prova, essa sim é imoral; porque a verdadeira exploração, do texto, pela leitura é negligenciada; por isso, milita-se no senso comum e o prazer de ler é lamentavelmente atrofiado. E "sem prazer não existe felicidade" (Epicuro). Precisamos de tempos regulares para calma e profunda análise de textos elevados.
           A leitura sistemática deve ser parte de nossas primeiras horas do dia. Podemos levantar 15 minutos mais cedo, e isso poderá fazer toda a diferença em nosso dia. Ler bem não é ler muito, é pensar seriamente a respeito do tema, sobre as relações e inferências do exposto, sobre os compromissos do leitor, verossimilhança do conteúdo. Se me perguntasse em que base creio nas lições ressaltadas no texto que acabara de ler, falava da coerência, da coesão e da polissemia, da empregabilidade dos conteúdos no meu cotidiano.
            É mais fácil está sempre disperso nos movimentos da vida, panorama do mundo, do que concentrado em uma leitura, partindo de um foco específico, isso é interior para o exterior; do micro para o macro e/ou do macro para o micro.
             Concordamos com John Lennon: "
A ignorância é uma espécie de bênção. Se você não sabe, não existe dor." Por outro lado, o saber nos faz desejar a viver. Longe do medo e da ignorância que só nos entorpece.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 05/09/2010
Código do texto: T2479626

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

Comentários



domingo, 29 de agosto de 2010

UMA ESCOLA CRIATIVA DIZ MENOS “NÃO” ("EDUCAR NÃO É CORTAR AS ASAS, E SIM ORIENTAR O VOO.!!!" – Madre Maria Eugênia)



CRÔNICA

UMA ESCOLA CRIATIVA DIZ MENOS “NÃO” ("EDUCAR NÃO É CORTAR AS ASAS, E SIM ORIENTAR O VOO.!!!" – Madre Maria Eugênia)

Por Claudeci Ferreira de Andrade
          Ontem vi um cartaz na Escola Senador Canedo dizendo: “é proibido mini-saia e micro-saia” [sic]. Apesar da escrita não está nos padrões do acordo ortográfico, mas ficou extremamente claro o recado taxativo. Infelizmente eu não sei qual a diferença entre os dois tipos de saia e creio que muitos não saibam, porém o importante aqui é a intenção proibitória, objetivando tornar o ambiente escolar “respeitoso” e “moralista”. Esse não seria exatamente o tipo de cartaz aconselhável a colocar em escola alguma, nem de brincadeira! sobretudo, o apelo fora feito e eles devem ter seus motivos plausíveis. Até porque, tem quem goste.
          Assim falando, talvez não vão me entender facilmente, mas, tenho em mente, sobre o assunto, pensamentos valiosos. Parece ser verdade nesse caso, de alguém está tentando impedir a manifestação de autoestima das adolescentes. E são tantas vez impedidas de revelar, expor, evidenciar o mais precioso e cobiçado delas: um corpo jovem e bem delineado; esse cortar de asas, só as faz acreditar não ter valor aos olhos dos outros. Sentem-se tão sem identidade, por isso tentam através das vestimentas “míni” uma busca de reconhecimento. As escolas deveriam trabalhar mais com o “sim” e menos com o “não”. Dizer sim ao intelectual dessas meninas ao invés de dizer não às suas manifestações do vazio interior. Assim, com tanto "não", elas passam o tempo todo, procurando driblar as circunstâncias, debatendo-se para decidir o que vestir, enquanto deveriam estar decidindo qual atividade escolar fazer primeiro.
          Todo trabalho da escola deveria ser construir ou restaurar o verdadeiro senso de valor e dignidade nos jovens, não estou querendo dizer que é papel da escola incentivar elas andarem peladas, mas dá prioridade ao amor acolhedor, ensinar o caminho da intelectualidade, como usufruir das relações saudáveis, e andar sabiamente. Quem sabe assim, elas cheguem a conclusão sobre expor mais roupagem e menos corpo nu? Sem pressão! "EDUCAR NÃO É CORTAR AS ASAS, E SIM ORIENTAR O VOO.!!!" – Madre Maria Eugênia
          A escola é a comunhão da cultura de todos os lares ali representados, e ela existe com a finalidade de preparar academicamente o indivíduo e devolver um técnico à sociedade. Formar cidadão para vida é discurso irresponsável de quem não consegue fazer nem uma coisa e nem a outra, educar para a vida é responsabilidade da família, com seus princípios culturais. Talvez a escola pública é o que é, por está sobrecarregada com a dupla função, tomou as responsabilidades da família e não faz bem nem uma coisa nem a outra. Mas, ela deveria, pelo menos, restaurar a autoestima dos jovens que ela mesma destruiu, pois não sabem ler nem escrever, não passam em concursos concorridos, desempregados e com outras deficiências acadêmicas, procuram nas bijuterias e na nudez a admiração social. A Prova Brasil e a Saeb pegaram as escolas públicas goianas de “calça curta”, ou melhor, de minissaia, porque o foco educacional tem sido outro: nas escolar, preocupam-se em proibir o uso do boné, saia curta, camiseta de time, óculos escuros, aparelho celular. Aliás, uma escola que proíbe o uso do aparelho celular em sala de aula não tem futuro, pois "Escola de ensino fundamental na China. O uso de notebooks já é realidade em sala de aula desde a mais tenra infância" (http://www.universitario.com.br/noticias/n.php?i=7429) (10/04/2016). Conheço duas professoras que usam didaticamente o aparelho celular, uma de matemática incentiva o manuseio da calculadora do aparelho, a outra de sociologia criou a “colinha educativa”, permitindo que os alunos escrevam no celular. Uma escola criativa diz menos “não”.  “E o celular é isso, é uma forma de transmitir conhecimento.   Claro   que algumas escolas proíbem-no porque não sabem o que fazer com o aparelho.” – Nathalia Goulart ( http://preparandoredacao.blogspot.com/ ) - acessado em 15/04/2016.
          Adotar e fornecer um uniforme constitui-se um filtro sutil, resolvendo, pelo menos, que os ranços domésticos, nesse assunto de vestimentas, interfiram na escola. Termino com as palavras da psicóloga Élide Camargo Signorelli: “uma verdadeira preparação para a vida reservaria lugar para certo despreparo no sentido de se estar aberto para o desconhecido e para os mistérios”. Computadores serão professores no futuro. Mas, também, concordo com Dom Hélder Câmara: "A maneira de ajudar os outros é provar-lhes que eles são capazes de pensar."

Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 16/06/2009
Código do texto: T1652194

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

Comentários




almaquio disse..

.
Olá professor Claudeci, esta semana "a escola" ganhou espaço na mídia, mas, como quase sempre acontece, os motivos não são para serem comemorados. Infelizmente, escola virou caso de polícia e o acordo "nota azul" entre Secretaria de Educação e Secretaria de Segurança Pública, recentemente assinado, já carrega uma mancha. Acredito no acordo,na sua necessidade e que o incidente na Escola Alberto Sabin seja um caso isolado, afinal o ambiente escolar tem se tornado em um favorável reduto de marginais. Concordo com seu ponto de vista sobre os "nãos", o problema é que os professores perderam a autoridade que lhes fora tirada e que se tenta resgatar com os "nãos" quase sempre ridículos e infrutíferos. Espero que o problema da educação no Brasil já tenha atingido o fundo do poço, pois caso contrário, ai de nós. A terceirização da educação (preparação para a vida) que você falou em seu texto, feita pelas famílias que renunciaram suas responsabilidades, realmente representa o grande câncer da educação brasileira. Problema está agravado pela desvalorização do professor que é mal remunerado e, vexatoriamente, desrespeitado pelos alunos, pelos pais dos alunos e pelas autoridades. Abraços do amigo Almáquio.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigXUEwKCONQ9NQq-0m0BL0c_tAWT2aZgYazv7BbsRyG5wI8TpSJnqUL4Ye935YepJBKVyi8OF8JGZDyMCXHZqVJr0IC3FjcnqXlmoI53LOOFaEngWlNHlK0RYAJcMlGijj05UHfkV5RzU/s45/1.jpg
Silvana Marmo disse...

Parabéns professor pelo seu blog e escolhas das postagens, esta particularmente me chamou a atenção.

Todos acham que as escolas não devem ter regras, mas a nossa sociedade é feita de regras, por que na escola elas não podem valer?

Bom Domingo!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

CARÁTER CORROSIVO (Cuidado com o vício do não querer saber para não ter responsabilidade!)

Crônica

CARÁTER CORROSIVO (Cuidado com o vício do não querer saber para não ter responsabilidade!)

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Por Claudeci Ferreira de Andrade
             Já é uma situação maçante, todas as tentativas de aconselhamento aos meus alunos coletivamente, desestimulando-os do comportamento contraproducente educacional, eles me tratam com desdém, zombam das máximas da filosofia dos grandes mestres que costumo citar e me desanimam dizendo ironicamente: – “Momento do Claudeko”, “Cala a boca Claudeko”, esta última, parafraseando o “Cala boca Galvão”, foram criativos, referindo-se ao locutor esportivo da Rede Globo. Denominei essa perturbação mental de: O vício do não querer saber para não ter responsabilidade.
         Por força da justiça, ninguém pode exigir de uma pessoa mais do que lhe foi ensinado. De quem muito foi ensinado se cobrará muito, para ser justo. O conhecimento toma posse do indivíduo, daí em diante, ele determina o seu modo de viver: sábio ou tolo. A vida tem muito a dizer sobre responsabilidade, mas ela dosa a efetividade ao cobrar o conhecimento do julgado. A questão central aqui é o bom uso do conhecimento adquirido. O mal não é a responsabilidade em si. Porém, o mau desempenho dela, sim, é prejudicial ao caráter! Quem vai fazer qualquer coisa, faça-o bem na medida de todo conhecimento disponibilizado. Nesse ponto, não há diferença entre o receptor de muito conhecimento e o receptor de pouco. Seja perfeito em sua esfera!         Há duas possibilidades: ser um aluno sedento do aprender ou não. Quando nós professores precisamos tratar com alunos, preferimos a primeira classe: os que querem. Não somos atraídos por alunos desinteressados do saber, acarretando em o cumprimento minimamente das suas responsabilidades, desperdiçadores de energias úteis demais para outros. Do tipo de Jeca de Monteiro Lobato: "Seu grande cuidado é espremer todas as consequências da lei do menor esforço". São alunos ladrões de nossa paciência, da vocação e até da vontade profissional, ainda que tenhamos direito do respeito e atenção no papel de professor.         Por outro lado, procuram chamar a atenção dos colegas promissores que têm objetivos nobres com sua indiferença. Todavia os carentes de atenção se preocupam em desviar os olhares para si mesmos, só com a desvirtude de atrapalhar o bom andamento da aula, com direito a admiradores,  isso torna se um vício. O perigo está, pois, na perversão de um desejo normal de obter prestígio.         Infelizmente não tenho como embasar meu argumento com um caso especial, pois são tantos que na minha mente estão generalizados. Talvez, minhas aulas não sejam tão estimuladoras, é verdade, mas uma coisa puxa outra. O desânimo deles dilui o meu. E ainda jogam a culpa em mim, estando eu profissionalmente no exercício do meu dever, tendo que suportar também colegas carentes de poder!         O incidente é pleno de adversidades. Desperdiçam o tempo por fugir das responsabilidades. Traem seu senso do direito por faltar com suas obrigações. Ou como disse o John Lennon: "A ignorância é uma espécie de bênção. Se você não sabe, não existe dor."
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 24/08/2010
Código do texto: T2456286

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

ComentáriosComentar


28/08/2010 22:08 - Miralva Viana
Olá!Claudeko, Essa "sorte" não é só sua, centenas de educadores passam por isso. Não desanime. Procure conversar fora da sala de aula com eles para saber dos seus anseios e sonhos, depois, ajude-os. Gostei do texto, poeta. Abraços!


24/08/2010 10:45 - Erty
muito bom,abraço.

sábado, 14 de agosto de 2010

AULA PREFERIDA ("AI DA ESCOLA SE NÃO FOSSE A BOLA")










AULA PREFERIDA ("AI DA ESCOLA SE NÃO FOSSE A BOLA")

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma sexta-feira, 13 de agosto de 2010, um dia que ficaria gravado na minha memória. A expectativa dos alunos do 8º ano "A" era alta, pois acreditavam que teriam aula de Educação Física no último horário daquela tarde. No entanto, para surpresa deles, a aula que se seguiu foi de Língua Portuguesa. Quando cheguei à sala, a confusão se instalou e a gritaria tomou conta do ambiente. Inconformados, os alunos levaram o caso até a secretaria da escola, exigindo explicações.

Recordo-me dos meus tempos de estudante, quando as aulas de Educação Física eram vistas como qualquer outra disciplina. Jogávamos bola, sim, no pátio, mas sem o fanatismo que vejo hoje. Lamento dizer, mas nunca me inspirei nos meus professores de Educação Física, a maioria deles estava acima do peso, desde aquele tempo.
O perigo surge quando os alunos começam a valorizar mais o lazer do que o estudo. No ano passado, presenciei uma rebelião no pátio do colégio, tudo porque os jogos interclasses foram adiados. A inversão de valores na educação é preocupante. Vivemos em uma sociedade que cada vez mais se apega às futilidades, e a escola parece seguir o mesmo caminho.
"Nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes..." (2 Tm 3:1-9). Quando as pessoas estão dispostas a sacrificar a integridade para satisfazer seus desejos, a vida perde o significado. Lembro-me das palavras do professor João José da Silva: "É um absurdo um professor trabalhar nos dias que a Seleção brasileira entra em campo!" Segundo ele, é uma questão de educação! Lembrando que ele nem é professor de Educação Física...
Por aqui, alunos que raramente aparecem nas aulas tornam-se assíduos na última semana do ano letivo, pois é época do torneio interclasse. Alunos que não gostam de estudar, porém, adoram as aulas de Educação Física. Neste ano, é determinação da Seduc para que os colégios realizem o interclasses logo no início do ano letivo, na esperança de diminuir a evasão escolar, mas isso só reforça essa tendência... Matam aula dentro da escola! O ano estará comprometido.
No final das contas, o que fica é a reflexão: estamos formando cidadãos produtivos ou apenas jogadores de futebol? A resposta a essa pergunta pode definir o futuro da nossa educação.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

EGOÍSMO, A ESSÊNCIA SALVADORA DA INDIVIDUALIDADE ("No fundo no fundo, somos todos egoístas e insensíveis." — João Brito)



Crônica

EGOÍSMO, A ESSÊNCIA SALVADORA DA INDIVIDUALIDADE ("No fundo no fundo, somos todos egoístas e insensíveis." — João Brito)

domingo, 28 de fevereiro de 2010
Por Claudeci Ferreira de Andrade

       Deus existe para Si em Sua plenitude, porque não tem outro Deus com quem partilhar. E em Sua onipresença e expansibilidade não há espaço fora de Si para olhar, senão dentro de Si mesmo. Assim sendo, o egoísmo é tudo de bom restante de Deus no homem. Valorização totalitária da exclusividade. Mas, há mal em o homem se perguntar: quem sou eu? Não significa estamos fora de um plano existencial! Ou temos medo de nos percebermos deuses e não precisarmos de Deus? Ou ainda de não dar conta da consciência de nossa própria identidade! E mais, O que acontecerá ao homem ao almejar posições elevadas entre os outros (status) e alimentar desejos de reconhecimento, e até exagerar em expor sua própria importância?
       O que é autoestima, senão a exaltação exagerada do ego! Entre meus alunos, estamos sempre premiando os melhores; nas empresas, o melhor funcionário; no esporte, o campeão! Enfim, tudo isso inspira a sã inveja: querer ser melhor sobre o outro.  Assim a religião é senão uma forma de buscar exaltação e glória pessoal! Em suma, o culto ao próprio eu!
       O destino está sempre nos oferecendo oportunidade a fim de massagearmos nosso eu, toda aventura da vida é um contínuo desafio sobre alimentarmos o eu e virarmos para dentro de nós mesmos. Já faz muito tempo que pratico essa "masturbação"! Depois de ler na Bíblia sobre não ser bom o homem estar só, estou mais procurando agradar os outros, mesmo sendo por motivo egoísta: minha felicidade!
       Taxaram-me de egoísta por não querer ter filhos. Também me criticaram por eu tentar descobrir sabre o dia em que vou morrer para usufruir do meu patrimônio e não deixar aos parentes! Afinal, esses críticos idiotas entendem de egoísmo? Nada! Senão, deixar liberar inconscientemente seu avolumado egoísmo, tentando se mostrar melhores seres humanos.
       A humildade é a mais requintada manifestação de egoísmo, o padecente tenta vencer pelo caminho mais difícil, Já pensaram se todos fossem humildes! Que seria da boa medida do egoísmo ou não seria egoísmo demais ser o único a morrer pelos outros?
       O sentido da vida é o egoísmo! Eu estava a beira do suicídio, contudo desisti de morrer, porque achei um grande amor só para mim e, agora, estou seguro. Não vejo longe, mas agora cada dia de minha vida me considero um único milagre de mim mesmo. 
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 28/02/2010
Código do texto: T2112003

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

Comentários