"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sábado, 12 de março de 2016

DIVIDIR PARA CONQUISTAR OU BAGUNÇAR ("Um reino dividido não prospera, mas é muito mais fácil de ser conquistado por outros." — Jacó Pires)



Crônica

DIVIDIR PARA CONQUISTAR OU BAGUNÇAR ("Um reino dividido não prospera, mas é muito mais fácil de ser conquistado por outros." — Jacó Pires)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Não conheço as razões que levaram os técnicos da secretaria da educação a desmembrar o Ensinar da Língua Portuguesa em Gramática e Redação: a separação dos profissionais da educação para lecionar: um redação (Tópicos de redação), e o outro gramática gerou maior desavença entre colegas (Cadê a Literatura?). Como se vê, conheço perfeitamente os males dessa divisão: a incoerência predomina. 
           Este ano, estou lecionando gramática, e o colega do ensino de redação limitou o meu uso do livro didático adotado pela secretaria de educação, alegando que tais e tais partes eram de uso exclusivo dele. Testei em sala, e os alunos reclamaram quando propus ler um texto do livro. Qual seria o mal se um mesmo texto fosse abordado de diversos ângulos, por profissionais de outras disciplinas até!? Quem lhe ensinou que o ensino da gramática deveria ser descontextualizado e solitário? E quem o ensinou a jogar os alunos contra  o colega de trabalho, prejudicando o aprendizado deles? Ingênuos! Que a escola pague, como um todo, os pecados de seus próprios elementos; assim dividindo, a dor é menor. E a situação se agravou tanto que só nos restou uma conclusão: É mais fácil tolerar alunos carentes de atenção do que professor carente de poder!
           No final, o que acontecerá se os alunos ficarem com nota baixa em gramática, e as notas forem boas em redação ou vice-versa? Apenas mais uma tremenda contradição! Será que os mercenários politiqueiros da educação não se importam com o que os outros veem em seus feitos? Ou suas intenções não são mesmo oferecer o crescimento intelectual e formação completa? Ou será ainda se eles acham que todos nós somos otários! Idiota para mim, é todo aquele que faz idiotice!
           Tive conhecimento do diário eletrônico do tal professor de redação, e ele lançara os mesmos conteúdos da matriz curricular única como matéria dada, assim também fizera eu, registrando os mesmo conteúdos. A secretaria não nos dá outra opção, o currículo mínimo é mínimo mesmo. Quem fragmentou o ensino da Língua Portuguesa, não se atentou para ajustar, ampliar e diferenciar o tal currículo (como se pudesse).
           Agora estou me virando como posso; um texto aqui, outro acolá e recortes de jornais e revistas abundantemente. E posso contar com a denúncia do oponente, que já me criticou juntamente com a secretária da unidade escolar pelo meu muito usar o material do jornal "daqui", pois é barato e acessível. E outra, além da concorrência dos professores pelo livro didático, não sei como se trabalha a Língua Portuguesa em sala de aula sem que todos os alunos tenham o livro ou o texto utilizado em comum.

Kllawdessy Ferreira


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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 08/03/2016

Reeditado em 12/03/2016

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sábado, 5 de março de 2016

OUTRO NEPOTISMO: O ESCOLAR! ("'Panela' só é ruim para quem está do lado de fora." — Deodato Júnior)



Crônica

OUTRO NEPOTISMO: O ESCOLAR! ("'Panela' só é ruim para quem está do lado de fora." — Deodato Júnior) 

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Eu não sabia o tamanho dos males recorrentes quando um filho de professor da rede pública estuda na escola e no turno de trabalho do pai, eu não entendia o porquê isso era tão prejudicial para ambos e terceiros. Pensei que tivesse a ver com a baixa qualidade do ensino, apesar do esforço do pai e/ou da mãe para serem bons professores, mas não tem! Tudo tem implicações de ordem ética e moral ou a falta destas.
            Aconteceu na unidade escolar na qual leciono que um menino pegara de mau jeito no braço da filha de um professor da mesma unidade de ensino, de forma desrespeitosa (ao olhos do pai), e ele não gostou, portanto quase virou caso de polícia, se o pai do aluno não fosse humilde... Os adolescentes filhos de qualquer pessoa tocam-se de qualquer jeito e não se agrava tanto. Mas, o professor, sendo uma autoridade na escola, recorreu a todas as instâncias, e tinha por que tinha de se respeitar a filha dele. Porém nem tinha acontecido nada grave!  Agora vi um dos males desse tipo de nepotismo: a proteção desleal.
           Em outra ocasião, fui vítima de uma das doenças desse nepotismo esculachado: autorrepressão! Pois, o filho de um colega maltratou-me na sala de aula, e eu temi encaminhar quaisquer medidas repressivas para evitar problema de ordem profissional e pessoal com o colega, já conhecido muito bem, através de suas opiniões sobre os filhos dos outros e bravatas preconizando violência quando se achava prejudicado. Meteu-me medo, pois andou me insultando! Essa não foi a primeira vez, já me calei até para o filho da professora substituta, quando disse que eu não sabia dar aula. Tudo nessa direção torna-se caso pessoal. E a maioria dos filhos de professor continua sendo os piores exemplos da unidade escolar apoiados pelos pais e colegas (outros intimidados) de profissão.
           Aconteceu-me também no ensino fundamental: a aluna indisciplinada e desobediente, eu a ameacei de tirar sua nota para mantê-la calma naquelas aulas de português, qual não foi no dia da entrega do boletim, ela com nota baixa, não que eu havia tirado, de fato sua nota, diga se de passagem, era fraca mesmo, mas a mãe se apresentou a mim, dizendo ser professora também, e professor não pode tirar a nota de aluno. Transtorno maior foi porque a filha fazia caras e bicos ao nosso lado, ouvindo e comemorando os males do tal nepotismo educacional. Assim não se educa... O professor é o marginal da história toda. 
          Todavia agora, a coerência me diz que deve ser proibido ao filho de professor estudar na mesma unidade e turno de trabalho de seus pais. Bem como é proibido todas as formas de nepotismo, para preservar as amizades e o "profissionalismo" funcional. "Apesar de o nepotismo ser expressamente proibido desde 1996, inclusive com o STF aprovando uma Súmula Vinculante que impede esta prática, porém, muito dos nossos gestores insistem em criar subterfúgios que possibilitem nomear para os cargos de confiança e ou assessorias, esposas, irmãos, filhos, sogras, tios, primos e outros parentes, sem que nada de punição lhes sejam impostas. http://palavradesa.blogspot.com.br/2012/03/nepotismo-um-exemplo-de-falta-de.html - (acessado em 10/06/2021).
           Já recebi ameaças circunstanciais de uma mãe trabalhadora na secretaria da escola, se eu não assinasse a ficha de aprovação do seu filho já reprovado comigo, ia se ver com ela! Eu assinei para não comprometer a nossa relação "amistosa", sobretudo estou disposto a dividir as consequências por essa omissão irresponsável. E agora, faço a pergunta que me fiz naquele dia: O nepotismo escolar é uma demonstração de amor a seu ente querido ou o academicismo desleal que não merece nosso respeito? Sem falar sobre o filho de professor vigiar os colegas de seus pais para controlarem o conteúdo ministrado em classe. Por isso aliviamos consideravelmente o lado dele para ele nos compensar com um bom relatório.
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 27/02/2016
Reeditado em 05/03/2016
Código do texto: T5556762
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sábado, 20 de fevereiro de 2016

ATRÁS DA CULTURA ( “Proíbo-te que chegues a outras conclusões que não sejam as já achadas por outros. Foge a tudo que possa cheirar a reflexão, originalidade..." — Machado de Assis)



Texto

ATRÁS DA CULTURA ( “Proíbo-te que chegues a outras conclusões que não sejam as já achadas por outros. Foge a tudo que possa cheirar a reflexão, originalidade..." — Machado de Assis

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            Foi planejada uma visita ao Centro Cultural Oscar Niemeyer. E lá fomos nós! Os alunos e a coordenadora estavam bem acomodados em um ônibus velho de cinco reais a passagem, logo atrás, estávamos, eu e uma colega no carro dela, era um carro seminovo, com uma potência considerável, seguindo o ônibus, pois não sabíamos como chegar ao tal espaço cultural. A gente via que ele podia ir mais rápido, mas não andava. Devíamos ter paciência com a velocidade para não nos perdermos.
           Nesse momento de angústia, tomei a viagem como uma metáfora completamente representativa da nossa relação com o sistema educacional. É assim que estamos atrás da cultura e nos conduzimos nas aulas, guiados a passos de tartaruga. Mas, por não sabermos aonde chegar e como chegar, o único jeito: seguirmos a "trenheira" toda. Por vezes, pensei nas inovações como antítipo do sair detrás do ônibus velho. Porém, as supostas consequências assustavam-me: o andar sem rumo e perdermos o alvo.
             Finalmente, já  avistando os edifícios do Centro Cultural. A colega se atreveu, e ultrapassamos o nosso guia, então ela acelerou e andamos rápido, achando que íamos chegar primeiro, qual não foi nossa frustração, depois de rodarmos por lugares não favoráveis. E finalmente no pátio cultural, avistamos o ônibus já estacionado, rodeado de aluno esticando as pernas: Provou-nos ser o melhor! Todavia, nessas ocasiões, quase sempre, alguns alunos ficam para trás, os que fogem da tripulação do veículo, representam os evadidos que o sistema procura até achá-los e os beneficia, com presentes e lanches gostosos. Por isso, alguns chamam-na, a aula de campo, de apenas passeio, um feitiço a mais, para agregar outros conteúdos aos da matriz curricular.
             Contudo, entendi que é muito difícil ser inovador e ousado nessa trajetória de vida. Não aceitar ser conduzido por marcos antigos é quase certo que levará desvantagem — Provérbios 22.28, onde lemos: “Não removas os marcos antigos que puseram teus pais” (ARA). Tudo na educação é tão imbricado e, sendo assim, é desestimulante o cair fora da fila e deixar de ficar olhando a nuca do outro. O sistema sempre vence. A ordem é devagar e sempre. Não fiquei sabendo o nome do motorista da "nave", porém para mim, ele é Marcos, aquele que tem os pontos certos e experimentados, conhece todos os atalhos e prefere nos conduzir por caminhos costumeiros. Não é pedagogo, suponho, contudo é didático. Assim, estamos nós nas unidades escolares sem sair do "caixote".              
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 17/02/2016
Reeditado em 19/02/2016
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sábado, 6 de fevereiro de 2016

CHOVE MAIS FORA OU DENTRO? ("Eu perdi o meu medo, meu medo, meu medo da chuva/ Pois a chuva voltando pra terra / Traz coisas do ar..." — Raul Seixas)




Crônica

CHOVE MAIS FORA OU DENTRO? ("Eu perdi o meu medo, meu medo, meu medo da chuva/ Pois a chuva voltando pra terra / Traz coisas do ar..." — Raul Seixas)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Era uma atividade simples, mas era uma responsabilidade deles, passei-a em todas as turmas: fazer uma charge sobre comportamentos ecologicamente corretos. No início do ano letivo, faço assim para recepção, todavia dessa vez, a aluna me perguntou: - "Você dá isso em todas as salas?" Pareceu-me que alguém estava desestimulando-os quanto à minha atividade simples de desenhar para socialização inicial. A aula de português já estava pela metade, e muitos não estavam interessados, valendo-se das brechas das normas, pedindo para sair: - "Cadê o crachá para eu ir no banheiro, professor?" Foi então que o céu nublado derreteu-se em chuva, correram quase todos para a porta e não adiantava pedir para saírem de lá, ver a água cair era mais importante do que minha verbosidade, eles resistiram minhas ordens até quando alguém me denunciou à coordenadora, quando a viram vindo, voltaram correndo para os seus lugares, causando o maior reboliço. Que posso fazer além de falar educadamente, senão aguardar em silêncio a boa vontade deles.
           Se os repreendo veemente, acusam-me na hora dos informes, de xingá-los que é pior perante à comunidade, então é menos mau que me chame de desleixado e deixar que o destino lhes pague, porque ele já tem sido cruel demais comigo. No entanto, outros professores agem de forma diferente, e alguns contam com dons naturais (beleza e juventude), Deus os favoreceu. Mas, os alunos não mudam rapidamente só com o fetiche do momento, o trabalho eficaz é do tempo, demora, pois as pancadas do tempo esperam eles baterem primeiro em alguém.
           Penso que minha responsabilidade como profissional da educação, licenciado e pós-graduado em minha área de atuação, deveria limitar-se na transmissão do conteúdo que é de direito e lhes dar um bom exemplo de vida, porém fazê-los me ouvir e mantê-los sentados, deveria ser educação de casa e consciência deles, não se ensina rebeldes. E nem o professor é culpado por desajustes psicológicos de adolescentes malcriados. Sobretudo, se se pretender forçá-los, não fará nem uma coisa, nem a outra! E os fracos pais e superiores jogam suas culpas nos indefesos mestres.
           Se o trabalho do professor se encerra só em manter os alunos sentados fazendo qualquer coisa de porta fechada, então quem ensina não precisa de faculdade, apenas de ensino médio por correspondência. Basta uma conexão na internet e o equipamento de polícia. E a chuva vai demorar passar, se é que passará um dia! Não antes que eu morra!  

       
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 04/02/2016
Reeditado em 06/02/2016
Código do texto: T5533251
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