"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sábado, 21 de maio de 2016

A INTEMPERANÇA ALIMENTAR E A INDISCIPLINA ESCOLAR ("O meio ambiente apropriado, ações corretas e uma dieta adequada proporcionam saúde mental". — Ellen G. White)


A INTEMPERANÇA ALIMENTAR E A INDISCIPLINA ESCOLAR ("O meio ambiente apropriado, ações corretas e uma dieta adequada proporcionam saúde mental". — Ellen G. White)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Eu nunca imaginei que um simples lanche na escola pudesse me fazer questionar tantas coisas sobre a educação, a família e a sociedade. Mas foi o que aconteceu em uma manhã comum, quando me deparei com uma cena que me intrigou: alunos comendo arroz, carne e macarrão na sala de aula, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Eu, que sou professor há muitos anos, fiquei curioso para saber o que levava aqueles jovens a preferirem se alimentar na hora da aula, em vez de aproveitarem o intervalo ou o recreio. Será que eles não tinham fome em casa? Será que eles não se importavam com o aprendizado? Será que eles não percebiam que estavam prejudicando sua saúde física e mental?

Resolvi conversar com alguns deles, para tentar entender melhor a situação. Uma aluna do segundo ano do Ensino Médio me disse que estava ali pelos dois motivos: para comer e aprender. Mas ela colocou o comer em primeiro lugar, como se fosse mais importante do que o aprender. Outra aluna, que ouvia nossa conversa, me interpelou: “O senhor não é a favor do lanche na escola, porque quando estudou não tinha isso”. Eu respondi que eu era do tempo em que não se dava lanche na hora da aula, e a “educação” era melhor. Argumentei ainda que quando comemos, sentimos uma sonolência terrível, indispondo-nos às atividades intelectuais. Então, lembrei-me das palavras de Jesus, que recomendou o jejum temporário para melhorar a clareza mental. O estômago vazio intencionalmente não atrapalha estudar. O que atrapalha é a fome, mais precisamente, a certeza das impossibilidades de adquirir a alimentação.

Foi então que eu percebi que a escola que oferece conhecimento atrai intelectos, mas a que oferece comida atrai estômagos. E que muitos daqueles alunos estavam ali não por amor ao saber, mas por necessidade de sobreviver. E que a escola, ao oferecer comida, também assumia o papel das famílias: educar e alimentar suas crianças. Isso permitia que os pais fugissem de suas obrigações, depositando seus filhos na escola. Mas, a escola não pode substituir o lar. As famílias devem educar e alimentar suas crianças, e a escola, por sua vez, deve intelectualizá-las com conhecimentos técnicos e seculares.

No final daquele periodo, percebi que a escola é um microcosmo da sociedade. Vi exemplos de ações intemperantes na escola. Um exemplo de meio ambiente intemperante, repito: na sala de aula, comem todos os dias na hora da aula, porque na escola tem “lanche”. Ali, os parceiros comensalistas têm uma relação interespecífica, com benefício para um deles (alunado), mas sem prejuízo para a outro (escola); inquilinismo. Se todos por aqui dão seu “Jeitinho brasileiro”, eu também sou “Macunaíma”. Pois, ninguém pretende o “Triste Fim de Policarpo Quaresma”. Agora os alunos e seus pais ameaçam tratar de quaisquer assuntos mínimos com a direção, porque de cima para baixo flui melhor. No terreno de “nervosinhos”, o equilíbrio mental é prejudicado com a falta de clareza. Ellen G. White defendeu que o meio ambiente apropriado, ações corretas e uma ‘dieta adequada’ proporcionam saúde mental. "Quando ela usou o termo ‘saúde mental’, associou-o à ‘clareza mental, nervos calmos, sossego, espírito pacífico como de Jesus’”. Poderíamos até pensar positivamente que achamos a solução para a indisciplina nas escolas, se não, pelo menos, uma aliada que ajudará bastante a combatê-la.

Mas eu não me iludo. Sei que o problema é mais profundo e complexo do que parece. Sei que o lanche na escola é apenas um sintoma de uma sociedade desigual, injusta e deseducada. Sei que o que falta mesmo é amor. Amor pela vida, pelo próximo, pelo conhecimento, pela verdade. Amor que se traduz em ação, em compromisso, em responsabilidade, em respeito. Amor que se alimenta de valores, de princípios, de ideais, de sonhos. Amor que se nutre de esperança, de fé, de coragem, de paz.

Eu ainda sonho com uma escola que ofereça mais do que comida. Que ofereça sentido, propósito, dignidade, felicidade. Que ofereça amor. E que esse amor seja o alimento mais saboroso e nutritivo para os nossos alunos. E para nós, professores. E para o mundo.

A INTEMPERANÇA ALIMENTAR E A INDISCIPLINA ESCOLAR ("O meio ambiente apropriado, ações corretas e uma dieta adequada proporcionam saúde mental". — Ellen G. White)

Eu nunca imaginei que um simples lanche na escola pudesse me fazer questionar tantas coisas sobre a educação, a família e a sociedade. Mas foi o que aconteceu em uma manhã comum, quando me deparei com uma cena que me intrigou: alunos comendo arroz, carne e macarrão na sala de aula, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Eu, que sou professor há muitos anos, fiquei curioso para saber o que levava aqueles jovens a preferirem se alimentar na hora da aula, em vez de aproveitarem o intervalo ou o recreio. Será que eles não tinham fome em casa? Será que eles não se importavam com o aprendizado? Será que eles não percebiam que estavam prejudicando sua saúde física e mental?

Resolvi conversar com alguns deles, para tentar entender melhor a situação. Uma aluna do segundo ano do Ensino Médio me disse que estava ali pelos dois motivos: para comer e aprender. Mas ela colocou o comer em primeiro lugar, como se fosse mais importante do que o aprender. Outra aluna, que ouvia nossa conversa, me interpelou: “O senhor não é a favor do lanche na escola, porque quando estudou não tinha isso”. Eu respondi que eu era do tempo em que não se dava lanche na hora da aula, e a “educação” era melhor. Argumentei ainda que quando comemos, sentimos uma sonolência terrível, indispondo-nos às atividades intelectuais. Então, lembrei-me das palavras de Jesus, que recomendou o jejum temporário para melhorar a clareza mental. O estômago vazio intencionalmente não atrapalha estudar. O que atrapalha é a fome, mais precisamente, a certeza das impossibilidades de adquirir a alimentação.

Foi então que eu percebi que a escola que oferece conhecimento atrai intelectos, mas a que oferece comida atrai estômagos. E que muitos daqueles alunos estavam ali não por amor ao saber, mas por necessidade de sobreviver. E que a escola, ao oferecer comida, também assumia o papel das famílias: educar e alimentar suas crianças. Isso permitia que os pais fugissem de suas obrigações, depositando seus filhos na escola. Mas, a escola não pode substituir o lar. As famílias devem educar e alimentar suas crianças, e a escola, por sua vez, deve intelectualizá-las com conhecimentos técnicos e seculares.

No final daquele periodo, percebi que a escola é um microcosmo da sociedade. Vi exemplos de ações intemperantes na escola. Um exemplo de meio ambiente intemperante, repito: na sala de aula, comem todos os dias na hora da aula, porque na escola tem “lanche”. Ali, os parceiros comensalistas têm uma relação interespecífica, com benefício para um deles (alunado), mas sem prejuízo para a outro (escola); inquilinismo. Se todos por aqui dão seu “Jeitinho brasileiro”, eu também sou “Macunaíma”. Pois, ninguém pretende o “Triste Fim de Policarpo Quaresma”. Agora os alunos e seus pais ameaçam tratar de quaisquer assuntos mínimos com a direção, porque de cima para baixo flui melhor. No terreno de “nervosinhos”, o equilíbrio mental é prejudicado com a falta de clareza. Ellen G. White defendeu que o meio ambiente apropriado, ações corretas e uma ‘dieta adequada’ proporcionam saúde mental. "Quando ela usou o termo ‘saúde mental’, associou-o à ‘clareza mental, nervos calmos, sossego, espírito pacífico como de Jesus’”. Poderíamos até pensar positivamente que achamos a solução para a indisciplina nas escolas, se não, pelo menos, uma aliada que ajudará bastante a combatê-la.

Mas eu não me iludo. Sei que o problema é mais profundo e complexo do que parece. Sei que o lanche na escola é apenas um sintoma de uma sociedade desigual, injusta e deseducada. Sei que o que falta mesmo é amor. Amor pela vida, pelo próximo, pelo conhecimento, pela verdade. Amor que se traduz em ação, em compromisso, em responsabilidade, em respeito. Amor que se alimenta de valores, de princípios, de ideais, de sonhos. Amor que se nutre de esperança, de fé, de coragem, de paz.

Eu ainda sonho com uma escola que ofereça mais do que comida. Que ofereça sentido, propósito, dignidade, felicidade. Que ofereça amor. E que esse amor seja o alimento mais saboroso e nutritivo para os nossos alunos. E para nós, professores. E para o mundo.

sábado, 14 de maio de 2016

O ALUNO MUITO FREQUENTE ( "E o tempo segue displicente, embrulhando as horas sem pressa alguma na poesia do dia-a-dia." —Edna Frigato)



         

Crônica

O ALUNO MUITO FREQUENTE ( "E o tempo segue displicente, embrulhando as horas sem pressa alguma na poesia do dia-a-dia." —Edna Frigato)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            O adolescente acordou muito cedo, nesse dia! Foi ao banheiro, fez suas necessidades fisiológicas, banhou-se, depois tomou seu desjejum, escovou os dentes, arrumou-se, pegou seu material escolar e saiu para o colégio. Andou devagar, e as ruas estavam vazias.
— Deve ser porque ainda está muito cedo! – pensou ele em voz alta.
Continuou a caminhar e finalmente chegou ao colégio, mas não havia ninguém ali, todavia lhe nasceu uma esperança, descobrindo a fresta do portão semiaberto. Então, empurrou-o um pouquinho mais e avistou o guarda assentado na área de dentro. Com isso, gritou entusiasmado:
— Seu guarda, hoje não tem aula, não?
— Hoje é sábado, meu filho! kkkkk!
           Nos informa Lucas Martins: "A maconha, cujo nome científico é Cannabis sativa, é uma das drogas mais usadas no Brasil, por ser barata e de fácil acesso nos grandes centros urbanos. O modo mais utilizado para usá-la é fumando enrolado em um papel, ou então utilizando um cachimbo. O que traz os efeitos é uma substância muito poderosa chamada tetrahidrocanabinol (THC), que varia de quantidade, dependendo da forma como a maconha é produzida ou fumada.
           Os efeitos, logo após fumar o cigarro de maconha, são (podem ser diferentes dependendo da quantidade de THC): euforia, sonolência, sentimento de felicidade, risos espontâneos, sem motivo algum, perda de noção do tempo, espaço, etc. perda de coordenação motora, equilíbrio, fala, etc. aceleramento do coração (taquicardia), perda temporária de inteligência, fome, olhos vermelhos, e outras características.
           O tempo do efeito depende do modo como a maconha é utilizada. Se for fumada, o THC vai rapidamente para o cérebro, e o efeito dura aproximadamente 5 horas. Se for ingerido, o efeito demora pra vir (cerca de 1 hora) mas dura aproximadamente 12 horas. Quando a quantidade de THC for mais alta, podem-se somar os efeitos: alucinações, ilusões, ansiedade, angústia, pânico, impotência sexual.
           Os efeitos a longo prazo são muito mais danosos: maior chance de desenvolver câncer de pulmão, bronquites, sistema imunológico fragilizado, tosse crônica, arritmia cardíaca. Outros nomes da maconha: baseado, erva, marola, camarão, taba, fumo, beck, bagana, bagulho, cachimbo da paz, capim seco, erva maldita, etc." (sic). http://www.infoescola.com/drogas/maconha/
           E tem alunos que vendem no banheiro da escola. Eu não sei o que fazem na escola os alunos que não faltam um dia sequer, bagunçam as aulas, atrapalhando os que querem estudar, não tem nada escrito em seu caderno e todas as notas estão abaixo da média, tem fome demais pelo o lanche. E eu maconheiro por tabela, de vez em quando, explico minhas aulas respirando o cheiro de maconha. Digo que maconha e escola não combinam, já disse Mário Sérgio Cortella: "Usar a maconha não faz de você  um intelectual, mas sim, maconheiro".
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 04/05/2016
Reeditado em 14/05/2016
Código do texto: T5625434
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sábado, 7 de maio de 2016

CONVERSÃO É FARSA, REEDUCAÇÃO É ILUSÃO ("Assim também podereis vós fazer o bem, estando tão habituados à prática do mal?" — Jr 13:23)


Crônica

CONVERSÃO É FARSA, REEDUCAÇÃO É ILUSÃO ("Assim também podereis vós fazer o bem, estando tão habituados à prática do mal?" — Jr 13:23)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Um homem não pode enganar a si mesmo, senão seria admitir a bipolaridade do seu eu ou a presença de duplo caráter. O lado mais esperto enganaria o atrofiado! Uma essência única é necessária como princípio, do início, do meio e fim do ser. Numa formatação de dualidade não há indivíduo, perde-se a identidade. O que quer dizer Provérbio 22:6? "Ensina a criança no Caminho em que deve andar, e mesmo quando for idoso não se desviará dele!" Isso me fala da imutabilidade e unidade do ser.
           Mudança de comportamento não significa mudança de caráter e sim de dramatização; mas uma confirmação do comportamento conveniente do caráter, aquele que se permite os desejos de quem quer tirar proveito em tudo, é próprio do "jeitinho brasileiro". Não existe "Herói sem caráter": Macunaíma é uma farsa.
             Como entender Jer. 13:23? "Pode o etíope mudar a sua pele? Pode o leopardo alterar as suas pintas? Assim também podereis vós fazer o bem, estando tão habituados à prática do mal? Como vimos, a educação é só uma motivação do direcionamento comportamental com a distinção do indivíduo, que ainda vai reagir com os moldes exclusivos do seu caráter. A transformação que se vê nas pessoas é superficial, é só aparente, e dura enquanto o indivíduo acredita ser seu melhor a fazer: conveniência.
          O que pretendem as instituições como: escola, igreja, presídios sem a Bíblia? "Mesmo que você espanque o perverso, como grãos num pilão, a sua insensatez não se separa dele! (Pv 27:22). "Mesmo nesse tempo em que passou por várias provações, o rei Acaz não mudou de atitude, pelo contrário, tornou-se ainda mais infiel a Yahweh, o SENHOR.…"(2 Crônicas 28:22,23). "Mas Senhor, não é fidelidade que os teus olhos buscam? Tu já os feriste, mas eles não compreenderam nada, nem sentiram a dor da correção; tu os deixaste extenuados, mas recusaram aceitar a lição. Ao contrário, empederniram e fecharam o rosto mais do que um rochedo, e negaram arrepender-se."(Jeremias 5:3).
           Parece-me que alguém tomado por um comportamento radical dificulta a demonstração de si mesmo. "E dirás: 'Feriram-me, mas eu nada senti! Bateram em mim, contudo eu nada percebi! Quando despertarei para que possa voltar a beber?'” (Provérbios 23:35). "Como um cão que torna ao seu vômito é o insensato que repete suas tolices." (Provérbios 26:11).
          Chego a pensar que quando educamos adultos, estamos apenas forçando-os a um comportamento que nos agrada; às vezes, eles respondem hipocritamente! Existe uma entidade última e imutável, constituinte do homem já maduro, essa é sua identidade, nessa estão todas as informações, os traços moldados pela forma original da individualidade. Se duas crianças gêmeas, criadas juntas, recebendo a mesma educação, ainda assim; elas amam diferente, porque a energia do realizar vem de dentro com a distinção do eu original de cada uma.  "Pois é Deus quem produz em vós tanto o querer como o realizar, de acordo com sua boa vontade. Ninguém faz nada igual ao outro". (Fl 2:13). "Porquanto, pela graça que me foi concedida, exorto a cada um dentre vós que não considere a si mesmos além do que convém; mas, ao contrário, tenha uma autoimagem equilibrada, de acordo com a medida da fé que Deus lhe proporcionou." (Romanos 12:3). "E, em seu amor, nos predestinou para sermos adotados como filhos, por intermédio de Jesus Cristo, segundo a benevolência da sua vontade." (Efésios 1:5).
           Há uma consciência universal que também toma os moldes da individualidade quando perpassa o íntimo do homem. "E há diversas maneiras de atuação, mas é o mesmo Deus quem efetua tudo em todos." (1 Coríntios 12:6). O verdadeiro educador motiva ao educando um comportamento mais ou menos na direção das tendências sociais do momento. É um erro grosseiro dizer que o professor é um formador de opinião, como se todos seguissem o que o professor dita, a menos que ninguém tenha um "filtro". Então, todo trabalho da educação é motivar, e não forçar, fazendo com que o indivíduo acione sua individualidade na direção que esperamos dele. E viva a espontaneidade.
           A quem pretende ensinar alguma coisa: "É por isso que se mandam as crianças à escola: não tanto para que aprendam alguma coisa, mas para que se habituem a estar calmas e sentadas e a cumprir escrupulosamente o que se lhes ordena, de modo que depois não pensem mesmo que têm de pôr em prática as suas ideias." (Immanuel Kant). "Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo." (Paulo Freire ).
           Com certeza, num futuro bem próximo, teremos computadores mais perceptivos que humanos! Programa-se eles, pois não têm individualidade e sim uma consciência universalizada conforme a tecnologia aplicada. É assim também nos humanos adultos, quando se conduz à escola, pretende-se anular sua individualidade, mas em vão! Não será possível, para confirmar que "toda generalização é burra." E reforço com o que disse Nelson Rodrigues: "Toda unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar."
            Por isso, deve-se repensar os objetivos da escola e dos presídios, quando usar o termo "reeducando". O caráter essencial não muda, ninguém pode perder sua individualidade, senão tornar-se-á coisa passíveis de conceitos e não se reconhecerá. Só permanecerá a instituição educadora se respeitar a individualidade da criança. Educação nada mais é do que direcionar o comportamento, e há modelos de ensinamento que pretendem podar as manifestações originais do caráter: apologia à hipocrisia geradora da "harmonia" social!
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 30/04/2016
Reeditado em 06/05/2016
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sexta-feira, 22 de abril de 2016

É PRECISO ILUDIR PARA DESINLUDIR! ("Pior que ser iludido, é iludir-se, sozinho" - A.Q.)



Crônica

É PRECISO ILUDIR PARA DESINLUDIR! ("Pior que ser iludido, é iludir-se, sozinho" - A.Q.)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Meus coordenadores pedagógicos sempre me acusaram de professor preguiçoso e "enrolão", e o Mario Sergio Cortella, professor de muitos anos, considera o velho funcionário público da educação como um câncer: "afaste-se de funcionário velho, aproxime-se de funcionário idoso". Que paradoxal, um funcionário velho será sempre um idoso! (https://www.youtube.com/watch?v=3rzvOqrtWIc) - acessado em 13/04/2016.
           Por isso, perdi a admiração por esses professores aposentados que se fazem palestrantes para não morrer de tédio. Mais uma desilusão que me abriu o entendimento. Quem faz as incoerências do atual sistema educacional, os velhos funcionários acostumados obedecer cegamente aos discursos de controle ou novos funcionários, recém concursados, ativistas, sedentos para aparecer?
           Em busca do equilíbrio, os superiores ordenam-nos a premiar o alunado relapso: Aos alunos infrequentes e não fazedores das atividades ministradas em classe, substâncias da avaliação contínua, dar-se nota três para não lhes tirar a chance de recuperação. Por outro lado, aplica-se às regras rígidas do Enem, quando aplica-se em um simulado, iludindo-os, como se quisesse reprovar todos ou salvar só os dignos. Quem visse isso, também veria aquilo! Então, ouçamos o Ludwig Borne: "Perder uma ilusão torna-nos mais sábios do que encontrar uma verdade." Completamos a lição com o pensamento de Luiselza Pinto: "A realidade fortalece o sonhador e enfraquece o iludido." Entre verdade e realidade, sem querer, com as quais, a escola educa-nos mais desiludindo e acordando-nos do berço esplêndido, ainda mais do que simplesmente mentindo com as ilusões! Porém, não sei o que é preciso, iludir para desiludir ou desiludir para iludir!
           Na verdade, eu não sei se dói mais, acreditar em uma ilusão ou acreditar em uma verdade que desfaz essa doce ilusão! Seria a felicidade a constatação do vazio reparador de uma ilusão, depois de ter conhecido a verdade instigante! Desilusão, talvez seja somente estar com a verdade presente, mas esta não suplanta satisfatoriamente o vácuo da ilusão perdida! É verdade, tenho preguiça de rever minhas desilusões, aquelas substituídas por verdades, as quais, logo também, olhando para trás, já não são mais verdadeiras, pois rapidamente se transformaram em mentiras ao confrontá-las com as inovações. Tudo está no círculo vicioso em nome dos desejos infindáveis que fazem de mim um demônio de mim mesmo.
           E por aqui vou continuar, assistindo ao espetáculo de quem tem prazer em se mostrar, em detrimento do objetivo principal; ESTUDAR. O absurdo é alunos fazedores de cambalhota na sala de aula, enganando a muitos que estão estudando, porém se entretendo irresponsavelmente e me fazendo acreditar que existe felicidade nos desrespeitadores dos limites do respeito.  Isso também é ilusão.
Kllawdessy Ferreira


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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 13/04/2016

Reeditado em 22/04/2016

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sábado, 9 de abril de 2016

Computadores serão professores, diz Wozniak

Computadores serão professores, diz Wozniak

http://preparandoredacao.blogspot.com.br/2011/05/computadores-serao-professores-diz.html


Para Wozniak, a escola restringe a criatividade; computadores podem permitir que aluno dite seu próprio ritmo


O cofundador da Apple, Steve Wozniak, tem uma ideia que pode ajudar a melhorar o sistema de educação pública dos Estados Unidos: computadores, é claro.
A tecnologia está chegando a um ponto em que os aparelhos feitos hoje em dia têm todos os sensores presentes em seres humanos --movimentos, visão e audição, embora ainda estejam longe de substituir pessoas e professores, disse.
"Estamos próximos a um ponto em que se poderá fazer aparelhos que se tornam amigos e não apenas um livro de textos digitalizado", afirmou a engenheiros em um evento no Vale do Silício nesta terça-feira.
Frente a cortes no orçamento, estados norte-americanos e escolas podem ter que fazer cortes que afetam o tamanho das classes, currículos e salários de professores. Já que escolas públicas são, em grande parte, financiadas pelos Estados, elas tipicamente sofrem com os cortes.
Wozniak, que fundou a Apple Computer em 1976 com Steve Jobs e Ronald Wayne, afirmou que os sistemas educacionais não se adaptaram às necessidades das crianças, com escolas aderindo a filosofias de ensino de cima para baixo.
"Se você tivesse 30 professores em uma classe com 30 alunos, todos teriam atenção individual e seguiriam seu próprio ritmo", disse Wozniak. "Então acho que, algum dia, um computador pode ser um professor".
Wozniak mencionou ter ensinado no ensino fundamental por oito anos.
"A escola, em si, é uma força muito restritiva sobre a criatividade", disse. "Quanto você vem às aulas, faz as exatas mesmas páginas no livro, gasta as mesmas horas que todos os outros. Não vai no seu próprio ritmo".
Popularmente conhecido como "Woz", ele obteve a maior parte de seus conhecimentos de engenharia com seu pai e consertando computadores tarde da noite em seu quarto. "Nunca usei um livro escolar para isso", disse.

Fonte: http://info.abril.com.br/noticias/tecnologia-pessoal/computadores-serao-professores-diz-wosniak-04052011-5.shl

sábado, 2 de abril de 2016

O RESPEITO COM RESPEITO ("Os homens não têm muito respeito pelos outros porque têm pouco até por si próprios." -Leon Trotsky)


O RESPEITO COM RESPEITO ("Os homens não têm muito respeito pelos outros porque têm pouco até por si próprios." -Leon Trotsky)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Aqui estou eu, refletindo sobre a importância do respeito mútuo na educação. A sala de aula, um microcosmo da sociedade, deve ser um ambiente onde o respeito é uma via de mão dupla. Não é uma questão de tolerância, mas de aprendizado colaborativo e positivo.

Não quero impor o respeito, nem poderia, se nem mesmo os pais dos alunos conseguem. A educação escolar não substitui a familiar. O céu, afinal, não é composto de respeitados, mas de respeitadores. Respeito as pessoas não pelo que elas são, mas pelo que eu sou. Caso contrário, não respeitaria um mendigo, uma prostituta, um ladrão, um animal, ou mesmo um homossexual.

Lúcifer, mesmo consciente do tremendo poder de Deus, não pôde respeitá-lo, pois tem um caráter demoníaco. Respeitar alguém é um dom divino, pois o Criador de todas as coisas respeita suas criaturas. Por isso, posso contar com o respeito de Deus. Isso me interessa, pois essa relação conhecida e vivida faz de mim um respeitador também. Como disse Joseph Joubert: "Ser capaz de respeito é hoje em dia quase tão raro como ser digno de respeito."

Já me disseram que quem respeita merece respeito! Mas, de que forma querem meu respeito? À moda Drummondiana? "O professor disserta sobre ponto difícil do programa. Um aluno dorme, cansado das canseiras desta vida. O professor vai sacudi-lo? Vai repreendê-lo? Não. O professor baixa a voz, com medo de acordá-lo."

O respeito prejudicial é aquele que beneficia o outro pela negligência do demagogo. Como disse Raul Brandão: "O respeito pelos pais só resiste enquanto os pais respeitem o interesse dos filhos." Então a culpa é dos pais: "Como é que, sendo as crianças tão inteligentes, a maior parte dos homens é tão estúpida? Deve ser fruto da educação." (Alexandre Dumas).

No final das contas, o respeito é uma questão de caráter, não de merecimento. E é nesse espírito que encerro minha reflexão, na esperança de que possamos todos nos tornar respeitadores, independentemente de quem esteja do outro lado.


domingo, 27 de março de 2016

JUSTIFICATIVAS DOS INJUSTIFICÁVEIS, PORÉM DIGNOS! (Então, se assim for, que a avacalhação tome de conta.)


Crônica

JUSTIFICATIVAS DOS INJUSTIFICÁVEIS, PORÉM DIGNOS! ("Os fins justificam os meios quando eles (os fins) forem injustificáveis." — Danilo Gandin)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Final de bimestre na escola é um antro de problemas. Parece-me que no Ensino Fundamental é pior. Então, apliquei minha prova, Língua Portuguesa, na data já marcada pela coordenação. Mas, sempre têm os desleixados com seus (des)compromissos, esses não comparecem nem mesmo para oferecer-lhes lanche caprichado. Alguns não fizeram a avaliação. Para tanto, no dia seguinte, pus-me a analisar as justificativas, tentando ser justo com os que se esforçaram para estarem pontuais, eu pretendia dar outra oportunidade a quem merecesse. 
           Uma aluna do sétimo ano veio com a mãe barraqueira. E me explicou que não veio fazer a prova, porque sua avó estava na UTI. Ironizei perguntando-lhe se ela era médica! Pois, visitas na UTI é muito restrito. Não mostrou nem um atestado de acompanhante. Insatisfeita a senhora saiu pisando duro e dizendo que eu merecia uma "mãozada" na cara. Constatação de um péssimo exemplo e a explicação do comportamento agressivo da filha. Encaminhei, e elas foram importunar também a diretora.
           O outro do nono ano justificou-se explicando-me que tinha de acompanhar a mãe ao banco, pois ela tinha lhe prometido um presente, e ele queria escolhê-lo. Não seria o melhor presente a valorização do seu compromisso escolar? Mas, a mãe não o ajudou!
           Outro do sétimo ano, também hilariante, foi o único que trouxe um atestado médico provando que foi ao dentista  dois dias anteriores à prova.
            Mais um do sétimo que preferiu faltar à prova, justificou-se dizendo que estava com dengue, porém não foi ao médico! Como ele sabia que estava com dengue? Se no outro dia ele compareceu para reivindicar a oportunidade de fazer a prova, que dengue é essa com sintomas de um dia!
            Não preciso citar aqui todos os onze que perderam a prova desse primeiro bimestre, para chamar a atenção ao fato de que todas essas "baboseiras" só confirmam a falta de "seriedade" a que tratam a escola burocrática das estatísticas. Sem falar dos que "matam" a família inteira para ter credibilidade na desculpa, justificando ausências normais. As afrontas já me bastam!
            E a direção me obrigou dar-lhes outra prova para evitar maiores transtornos. Por isso, descubro-me um péssimo professor, como me dizem as mães deles. E sem prestígio profissional, ofereço o que o cliente, de todo mundo, quer: produto barato. Assim, concluí que a escola só tenta ensinar e só tenta avaliar, porém sempre os credencia favoravelmente, por medo das afrontas dos que tomam à força. Família e escola não se comungam: "Poderão dois andar juntos se o objetivo não for comum?" Os pais não sabem quando é a semana de provas na escola, apesar dos comunicados oficiais da direção e coordenação, e revisão de conteúdo por professores sinalizadores. Aliás, esse tipo de aluno, mesmo lhe dando outra chance, ainda acusa os professores de não ter ensinado a matéria que colocou na prova. Eles querem apenas desafiar a rigidez do sistema pelo prazer de avacalhar. Então, se assim for, que a avacalhação tome de conta e pague a conta toda.   
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 24/03/2016

Reeditado em 27/03/2016

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