"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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quarta-feira, 19 de julho de 2023

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (75): Além das Evidências.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (75): Além das Evidências.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Os pergaminhos empoeirados da história revelam os leitores da Bíblia que, ao longo dos séculos, percorreram as mesmas páginas sagradas que temos diante de nós agora. Eles encontraram as mesmas evidências, as mesmas palavras sábias e inspiradoras que saltam dos versículos antigos. No entanto, algo os fez hesitar, enquanto nós, neste tempo presente, estamos repletos de confiança. Por que será?

Poderíamos buscar respostas além das páginas desgastadas, além dos limites de nosso próprio coração. Talvez a resposta esteja tão próxima que basta apenas um olhar mais atento, um desejo sincero de enxergar a verdade que se esconde nas entrelinhas da fé. E o que descobrimos é que nenhuma empresa religiosa, por mais grandiosa e organizada que pareça, pode oferecer um cuidado melhor do que aquele que Deus já ofereceu e continuará oferecendo.

Permitam-me ser ainda mais claro em minhas palavras. Os líderes mercenários de nossos tempos prometem riquezas materiais e indulgências sensuais de maneira tão sedutora, tanto em seus cultos pomposos quanto em suas práticas diárias, que superam todas as promessas feitas em qualquer outra época. E, no entanto, devemos questionar: essas promessas vazias realmente satisfazem os anseios mais profundos de nossa alma?

Olhemos para trás, para as histórias de homens e mulheres que percorreram o caminho da fé antes de nós. Eles enfrentaram adversidades, desafios e tentações, mas também experimentaram a paz e a alegria que só podem ser encontradas na presença divina. Eles compreenderam que não é nas comodidades mundanas que encontramos nossa verdadeira essência, mas sim na conexão íntima com o Criador de todas as coisas.

Enquanto caminhamos pela trilha sinuosa da vida, devemos discernir as vozes que clamam por nossa atenção. É fácil se perder nas promessas sedutoras daqueles que buscam enriquecer às custas de nossa fé. No entanto, se abrirmos nosso coração e mente para a verdadeira sabedoria, perceberemos que a única riqueza duradoura está na relação pessoal com Deus.

Portanto, desafio cada leitor a olhar além das aparências enganosas, além das tentações momentâneas que prometem felicidade efêmera. É hora de nos voltarmos para o Divino, de abraçar a verdade que transcende as ilusões do mundo material. Em nossas reflexões, descobriremos que a fé autêntica é aquela que nos liberta das correntes do engano e nos conduz à plenitude de uma vida verdadeiramente significativa.

Enquanto escrevo estas palavras, reflito sobre minha própria jornada de descoberta. Lembro-me das lutas e das vitórias, dos momentos de incerteza e dos lampejos de esperança. E, com gratidão no coração, compartilho essa mensagem impactante: somente em Deus encontramos o cuidado e conforto que ninguém mais pode oferecer.

terça-feira, 18 de julho de 2023

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (74): As Portas Abertas da Liberdade Divina.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (74): As Portas Abertas da Liberdade Divina.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Os dias passam velozes, mas não podemos permitir que a correria do cotidiano nos cegue para a realidade espiritual. A afirmação de que a Babilônia moderna oferece uma alternativa superior à liberdade de servir ao Senhor é equivocada. É importante lembrar as palavras do apóstolo João, quando escreveu: "Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele" (1 João 2:15).

Observando ao redor, vemos muitos que se deixam enganar pelas promessas vazias e prazeres passageiros do mundo. Eles são como cegos, que não conseguem enxergar as portas que Deus está constantemente abrindo à nossa frente. No entanto, a verdadeira plenitude e alegria estão ao alcance daqueles que se voltam para Deus e seguem Seus caminhos.

A felicidade genuína e a salvação eterna não estão nas armadilhas da Babilônia, mas sim nas mãos daquele que nos criou e nos ama incondicionalmente. Como disse Jesus em seu sermão do monte: "Buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas" (Mateus 6:33). Servir ao Senhor é uma dádiva incomparável, que nos permite descobrir o verdadeiro propósito divino para nossas vidas.

Ao despertar para essa verdade, compreendemos que as riquezas terrenas são passageiras e que as conquistas mundanas são meras ilusões. A verdadeira liberdade está em abrir mão das amarras do mundo, buscando uma existência significativa e alinhada com a vontade de Deus. Como disse o escritor C.S. Lewis: "A liberdade existe precisamente para que possamos andar em busca daquilo que nos fará realizados."

Nossa jornada de despertar nos enche de gratidão por termos encontrado a verdadeira fonte de alegria e paz em Deus. No entanto, também nos traz compaixão pelos que ainda estão presos nas ilusões da " Grande Babilônia". É nosso dever compartilhar o amor e a verdade com eles, mostrando que a grandiosidade do caminho com Deus supera em muito qualquer alternativa oferecida pelo mundo.

Portanto, convido cada leitor a abrir os olhos espirituais e perceber que a Babilônia moderna não pode satisfazer nossas necessidades mais profundas. Que possamos nos libertar das correntes invisíveis do mundo e abraçar a verdadeira liberdade e plenitude que só podem ser encontradas em uma vida dedicada ao Senhor.

Que nossa busca seja pela verdade eterna e pelo relacionamento íntimo com Deus, deixando para trás as ilusões fugazes da "Grande Babilônia".

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (73): A Chama da Generosidade.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (73): A Chama da Generosidade.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era um dia ensolarado quando me deparei com as palavras finais que ecoavam em meu coração. O tema da doação e da generosidade pairava sobre minha mente, despertando reflexões profundas sobre o que significa ser grato e como podemos ser instrumentos nas mãos de Deus para abençoar o próximo.

Deus, em sua infinita sabedoria, não deseja impor restrições ou regras rígidas sobre nossas ofertas. Ele nos concede a liberdade de decidir onde, como, quando, quanto e o quê doar. Essa é uma confirmação de gratidão, uma oportunidade de expressar nossa devoção e reconhecimento pela abundância que recebemos.

Ao olhar para o mundo à minha volta, sinto um apelo profundo para que cada um de nós dê uma chance a Deus para nos usar de maneira significativa na evangelização. É um chamado para confiar em sua provisão e acreditar que Ele multiplicará os bens que nos foram confiados. Jesus é o mestre da multiplicação, e Ele tornará nosso trabalho bem-sucedido quando nos entregarmos a Ele de coração aberto.

Recordo-me das palavras proferidas por Jesus: "Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou pais, ou irmãos, ou mulher, ou filhos, pelo reino de Deus, então receba muito mais neste mundo e no mundo vindouro a vida eterna". Essa promessa divina transcende qualquer organização terrena, qualquer estrutura religiosa ou instituição secular. Somente Jesus Cristo pode cumprir essa promessa, trazendo bênçãos além do que podemos imaginar.

Portanto, decido com firmeza que "eu e minha casa serviremos ao Senhor". Essa devoção vai além das obrigações formais, além das contribuições regulares. Trata-se de um compromisso pessoal de estender a mão ao próximo, de oferecer ajuda direta àqueles que mais necessitam. É um chamado para abraçar a generosidade como estilo de vida, como uma expressão tangível do amor de Deus em nossas vidas.

Ao refletir sobre essa jornada, percebo que a verdadeira gratidão se manifesta não apenas em palavras, mas em ações concretas. A chama da generosidade deve arder em nosso coração, levando-nos a compartilhar nossos recursos, nosso tempo e nossa compaixão com aqueles que estão ao nosso redor.

Que possamos despertar para a responsabilidade que temos como filhos de Deus. Que a chama da generosidade nunca se apague em nós. Que possamos ser uma fonte de bênçãos para o mundo, mostrando ao próximo o amor incondicional que recebemos.

Concluo, portanto, que a verdadeira doação vai além do cumprimento de um dever religioso. É uma resposta amorosa a um Deus que nos amou primeiro. É uma oportunidade de sermos canais de graça e instrumentos de mudança na vida daqueles que nos rodeiam.

Que a mensagem desta crônica ecoe em nosso coração, inspirando-nos a viver uma vida de generosidade, gratidão e amor ao próximo.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (72): A Igreja além dos Limites Terrenos.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (72): A Igreja além dos Limites Terrenos.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

As sombras da tarde se estendem sobre a cidade, despertando em mim uma inquietação diante das questões levantadas. Acreditar que a igreja não possui pecados é uma ilusão perigosa. A igreja é formada por indivíduos imperfeitos, suscetíveis ao pecado e às fraquezas humanas. No entanto, é justamente nesse contexto que a igreja tem a oportunidade de buscar a redenção e a transformação, guiados pela graça divina.

Ao confrontar a ideia de que a igreja não tem pecados, é importante lembrar as palavras do apóstolo Paulo: "Pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus" (Romanos 3:23). Reconhecer os pecados presentes na igreja não significa desvalorizá-la, mas sim compreender que ela é um espaço de restauração e crescimento espiritual.

Quanto ao benefício espiritual que a igreja oferece, é preciso considerar a importância da comunidade de fé. A igreja não é apenas um lugar onde as pessoas se reúnem para receber benefícios pessoais, mas um espaço onde os crentes são fortalecidos em sua jornada espiritual. A comunhão dos santos, a troca de experiências e a edificação mútua são aspectos fundamentais da vida em comunidade.

O apóstolo Paulo nos exorta a buscar a comunhão e o apoio mútuo na igreja, quando diz: "Pelo contrário, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Dele todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, à medida que cada parte realiza a sua função" (Efésios 4:15-16).

Portanto, a igreja oferece não apenas a comunhão com Deus, mas também a comunhão com os irmãos na fé, o que nos fortalece e nos desafia a crescer espiritualmente.

Ao refletir sobre essas questões, percebo que a igreja verdadeira não é isenta de pecados, mas é um lugar onde a graça de Deus opera na vida dos crentes. É um espaço onde encontramos apoio, encorajamento e a oportunidade de nos aproximarmos do divino. Devemos valorizar a importância da igreja como um meio de crescimento espiritual, ao mesmo tempo em que buscamos aprimorar seu testemunho e compromisso com a santidade.

Que possamos, então, enxergar além das imperfeições da igreja e buscar uma participação ativa em sua missão de proclamar o amor e a salvação de Deus ao mundo. Que estejamos dispostos a ser transformados pela graça divina, a fim de que a igreja possa cumprir seu papel na vida dos crentes e na sociedade em geral.

segunda-feira, 17 de julho de 2023

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (71): A Comunhão Espontânea - Além das Estruturas Institucionais.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (71): A Comunhão Espontânea - Além das Estruturas Institucionais.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

No silêncio do amanhecer, enquanto os primeiros raios de sol banhavam a cidade, eu me encontrava imerso em reflexões profundas sobre a natureza da fé. Aos poucos, fui descobrindo uma transformação sutil, um movimento silencioso que alterava as bases da igreja institucional visível.

A dispensação do Espírito, o Consolador, assumia gradualmente o protagonismo, envolvendo-nos em uma esfera divina onde a presença do divino se manifestava com intensidade. Era uma mudança sutil, mas poderosa, que trazia consigo uma nova compreensão. Agora, vivíamos no Espírito.

A antiga "igreja empresa", uma intermediadora do homem em questões espirituais, começava a perder sua importância. Pois cada ser humano encontrava em Cristo o único intercessor perante o Pai, e o Espírito Santo revelava o próprio Cristo em cada um de nós. A verdadeira comunhão espiritual se estabelecia além das estruturas humanas.

Nos encontros dedicados ao exame da Bíblia e à oração, percebíamos a importância de nos reunirmos como parte da Sociedade Espiritual de Cristo, transcendendo as meras formalidades de uma instituição terrena. Recebemos o Espírito Santo, uma presença viva que habita em nosso coração, nos capacitando a discernir o que é justo e verdadeiro. Não precisamos mais depender de outros para nos ensinarem o caminho, pois a Verdade está em nós e Cristo nos orienta a viver nele, a nunca nos afastarmos de sua essência.

Essa comunhão espontânea, livre de amarras e purezas, é a chave que favorece e viabiliza plenamente o plano de salvação do homem. É uma religião verdadeira, como diria São Tiago, um culto espiritual, como proclama Paulo. É a vivência genuína da fé, desprovida de máculas e artifícios, permeada pela entrega completa de nosso coração.

Imagino aquele grande dia final, em que os Anjos surgirão, vindos de todas as partes da terra, para reunir os fiéis e conduzi-los ao Céu. Nesse momento, essa sociedade espiritual será plenamente conhecida em sua totalidade. O rebanho será uno, sob a liderança de um único Pastor, e as distinções terrenas se dissiparão perante a grandeza divina.

Lembro-me das palavras inspiradoras que ecoam em meu ser: a hora da volta de Cristo será a hora de suprema honra e distinção para nós. Cada verdadeiro discípulo, mesmo que obscuro aos olhos do mundo, receberá um reconhecimento direto, uma homenagem pessoal de todo o Universo.

Que possamos, então, transcender as estruturas visíveis e nos conectar com a essência da fé. Que sejamos como vasos abertos, prontos para receber a dispensação do Espírito, vivendo na comunhão espontânea e plena com Cristo.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (70): A Dualidade da Igreja Visível.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (70): A Dualidade da Igreja Visível.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma manhã de domingo como qualquer outra. O sol brilhava no céu, espalhando seus raios dourados sobre a cidade adormecida. Enquanto caminhava pelas ruas tranquilas, minha mente vagava por pensamentos profundos, levando-me a refletir sobre a organização da Igreja visível e sua relação com a comunhão espiritual.

A importância atribuída à estrutura da Igreja era inegável. Era como um alicerce que sustentava uma construção majestosa, conferindo-lhe solidez e representatividade. No entanto, nem todos que faziam parte dessa organização eram crentes genuínos. Existiam indivíduos que carregavam o manto da fé apenas superficialmente, enquanto outros, com uma devoção sincera, não eram oficialmente reconhecidos como membros.

Essa dualidade, paradoxal como um enigma, desafiava as concepções preestabelecidas. A Igreja institucional visível, com sua estrutura aparente, não podia ser plenamente equiparada à verdadeira comunhão espiritual compartilhada pelos crentes autênticos.

À medida que o tempo avançava, pude testemunhar o florescer desse conflito interno. Por um lado, a Igreja visível desempenhava seu papel, unindo os fiéis em ritos e cerimônias, como um guarda-chuva que os protegia das intempéries da vida. Por outro lado, os verdadeiros crentes buscavam a conexão com algo maior, transcendendo as limitações físicas e formais, em busca da verdadeira comunhão de espíritos.

E assim, essa dicotomia persistia, deixando-me em um emaranhado de perguntas sem respostas fáceis. Como conciliar a estrutura organizacional da Igreja com a vivência autêntica da fé? Como transcender as barreiras visíveis para alcançar uma verdadeira comunhão espiritual?

À medida que meus passos continuavam a percorrer o caminho da vida, percebi que a resposta não se encontrava em definições estritas ou em conceitos estabelecidos. Ela residia na compreensão de que a Igreja visível e a comunhão espiritual são duas faces da mesma moeda, cada uma desempenhando um papel fundamental no tecido complexo da existência humana.

A mensagem impactante que transborda dessas reflexões é a necessidade de olhar além das estruturas institucionais e buscar a verdadeira essência da fé. É preciso reconhecer que, embora a organização da Igreja visível seja importante, ela não deve ser igualada à experiência espiritual profunda vivida por aqueles que verdadeiramente acreditam.

Que possamos caminhar nessa jornada de descoberta, abraçando a dualidade da Igreja e da fé, encontrando um equilíbrio entre a visibilidade e a espiritualidade, para que possamos experienciar plenamente a comunhão entre os crentes verdadeiros e a presença divina em nossa vida.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (69): A Sinfonia dos Direitos Silenciados.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (69): A Sinfonia dos Direitos Silenciados.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A cidade acordou mais uma vez sob o manto ensolarado da manhã. Nas ruas, a vida seguia seu curso, com cada um ocupado em suas tarefas diárias. Contudo, em meio a esse cenário aparentemente comum, um conflito silencioso pairava sobre os moradores, sussurrando sobre a ausência de direitos e o domínio de uma sinfonia indesejada.

E onde é que ficam os direitos dos moradores? Pergunto-me enquanto os dias se desenrolam, e a resposta parece perdida no eco vazio do silêncio. As autoridades, acionadas inúmeras vezes, permanecem inertes, sem tomar qualquer providência para fazer prevalecer o bom senso e restabelecer a convivência harmoniosa entre todos.

Aqueles que se sentem atingidos pelo barulho infernal, que invadem seus lares e perturbam sua paz, se veem desamparados, sem um refúgio onde possam encontrar sossego. A ideia de vender seus imóveis, abandonar suas moradas por qualquer preço e buscar um abrigo distante parece tentadora, mas é justa essa solução? Será que devemos simplesmente nos retirar quando nossos direitos são violados?

A questão se coloca diante de nós: trata-se apenas de um incômodo passageiro ou de uma questão de direito? Enquanto a dúvida paira no ar, observamos atentamente o desenrolar dos acontecimentos, enxergando além das aparências.

A igreja institucional, que deveria ser o pilar do espiritual, parece sobreviver em nome do social. Seu propósito, que deveria ser o de nutrir o crescimento tríplice do homem - corpo, mente e espírito -, é atrofiado por ações que privilegiam o coletivo em detrimento do indivíduo.

Enquanto isso, as notas discordantes dessa sinfonia silenciam vozes e sufocam a liberdade de cada cidadão. A convivência se torna um desafio, e o direito de desfrutar de um lar tranquilo e sereno é esquecido.

Refletindo sobre essa realidade, uma mensagem impactante surge como um eco em meu interior. É preciso resgatar os direitos silenciados, lutar por uma convivência harmoniosa e exigir que as autoridades cumpram seu papel de mediadoras e protetoras da comunidade.

Não podemos permitir que a sinfonia dos direitos negligenciados ecoe indefinidamente. Cabe a cada um de nós, como cidadãos conscientes, levantar a voz e reivindicar o respeito que nos é devido.

Que as notas do respeito, da empatia e da justiça se sobrepuseram às dissonâncias que se impõem. Que a sinfonia dos direitos restaurados se faça ouvir e que, juntos, possamos construir uma sociedade na qual cada cidadão encontre o seu lugar de paz e plenitude, onde o crescimento tríplice do ser humano seja valorizado e respeitado em sua totalidade.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (68): O Algodãozinho Divino e a Sinfonia do Silêncio.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (68): O Algodãozinho Divino e a Sinfonia do Silêncio.

Por Claudeci Ferreira de Andrade
 

Era um domingo desses de sol radiante, daqueles que convidam à preguiça e ao "dolce far niente". Enquanto a cidade se entregava ao merecido descanso, eu me via mergulhado em um mar de inquietação, acompanhado pela sinfonia infernal que ecoava pelos alto-falantes da igreja vizinha.

Nesse dia sagrado, eu esperava encontrar a paz e a serenidade que tanto ansiava, mas, para minha surpresa, era confrontado com uma torrente de palavras vazias e ensurdecedoras. A verborreia eletrônica, como um tsunami sonoro, invadia o ar e preenchia cada canto da vizinhança.

Olhando ao meu redor, eu percebia que não estava sozinho nessa batalha contra a poluição sonora. Os imóveis ao redor da igreja, outrora abrigos de tranquilidade, agora se viam desvalorizados por esse intruso ruído que se infiltrava pelas janelas e se enraizava nas paredes.

Contudo, enquanto meus ouvidos clamavam por um refúgio, uma ideia peculiar tomou conta de minha mente. Eu me peguei imaginando se Deus, em sua infinita paciência, não estaria usando um algodãozinho celestial para não ouvir tamanha cacofonia. Talvez ele também precisasse de um momento de silêncio em meio ao caos, assim como nós, meros mortais.

E ali, naquele instante, a sinfonia do silêncio se fez presente em meu coração. Enquanto a verborragia ecoava, eu me entregava ao encanto do silêncio, deixando-me levar por suas melodias sutis e reflexivas. Afinal, era no vazio dos sons que encontrávamos espaço para ouvir nossa própria voz interior, para refletir sobre nossas inquietações e buscar respostas para nossos questionamentos mais profundos.

Enquanto as palavras desprovidas de sentido se perdiam no ar, o silêncio se revelava como um portal para a conexão com a essência divina, uma ponte para a introspecção e a paz interior. Era ali, na ausência de barulho, que a verdadeira comunhão com o divino se estabelecia.

Olhando para trás, vejo o contraste entre a cacofonia e o silêncio, entre a poluição sonora e a serenidade que tanto buscamos. E transmito aos leitores esta mensagem impactante: não permitam que a voracidade dos ruídos obscureça a importância do silêncio, do espaço para a reflexão e para o encontro consigo mesmos.

Pois é no silêncio que encontramos nossa verdadeira voz, onde nossos pensamentos ecoam com clareza e onde a divindade se revela em cada suspiro. Que possamos valorizar a sinfonia do silêncio em meio a um mundo barulhento, pois é nesse espaço que a alma encontra seu verdadeiro refúgio e se conecta com o sagrado que habita em todos nós.