"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

Pesquisar neste blog ou na Web

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

SEM RAZÃO PARA MUDAR ("Se fôssemos infinitos Tudo mudaria. Como somos finitos Muito permanece". Bertolt Brecht )


Crônica

SEM RAZÃO PARA MUDAR ("Se fôssemos infinitos Tudo mudaria. Como somos finitos, muito permanece". — Bertolt Brecht )

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            A certeza de que muita gente me lê, é a quantidade de inimigos que tenho, pois é como já disse Martin Luther King: "Para ter inimigos, não precisa declarar guerras, apenas diga o que pensa." Ainda que pensar e não falar atrofia o cérebro, prefiro as duas coisas: ora falo, ora calo! Vou continuar desenvolvendo minha capacidade de pensar, construindo ideias, sobretudo mostrando meu sofrimento,  pois quem dera eu seja capaz de transferir minha dor com a mesma força destruidora do medo, para que vocês sintam o limite da improdutividade, agora já clamando pela mudança. "Quando a dor de não estar vivendo for maior que o medo da mudança, a pessoa muda" (Sigmund Freud).
            Mas, a educação é tão completamente poética e inofensiva, e a poesia, tão escolarizada e sadomasoquista que a inércia educacional não opina por mudança alguma, apena sente e gosta de sentir as muitas possibilidades da possível mudança, mas fica apenas nisso. Essa riqueza, das muitas possibilidades, faz a existência virtualmente diversificada, ou melhor, faz o movimento sem sair do mesmo estado, estático e circular, apenas existe. Então cabe aqui o Fernando Pessoa:
"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração."
           O fingimento é a movimentação demolidora dos que impõem a mudança, desbancando os que mudam sem querer mudar, é quando os poderosos fingem a mudança como fingem a necessidade de mudança; motivados pela dor que gostam de sentir, ouve bajulações pelos que não veem outra saída. Por isso, é inútil mudar. Somente porque a dor que é de todo mundo, de repente é também de ninguém. Sem motivo real para mudança, finge-se  a mudança, brincando de mudar, sem sair do lugar.
           Só há uma mudança considerável: o desgaste provocado pelo tempo! "Não desloques os marcos antigos que limitam as propriedades e que foram colocados ali por teus antecedentes. Já observaste uma pessoa zelosa em seu trabalho? Pois será promovida ao serviço real; não trabalhará para gente obscura!" (Prov. 22:28,29).


Kllawdessy Ferreira

Comentários

Enviado por Kllawdessy Ferreira em 17/11/2015
Reeditado em 30/11/2015
Código do texto: T5451623
Classificação de conteúdo: seguro

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sábado, 21 de novembro de 2015

RELAÇÕES DE QUEM ENSINA ("⁠A tangibilidade do século XXI se manifesta na qualidade das relações humanas" — Vera Regina Meinhard (2015)





RELAÇÕES DE QUEM ENSINA ("A tangibilidade do século XXI se manifesta na qualidade das relações humanas" — Vera Regina Meinhard (2015)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Estava no oitavo ano do Ensino Fundamental, lecionando Língua Portuguesa, quando um aluno, sentado na primeira carteira, me fez um pedido peculiar. Ele queria que eu escrevesse no quadro com giz molhado. Alegava que a escrita ficava mais nítida e o ruído do giz seco na superfície polida era irritante. Sem hesitar, atendi ao seu pedido, sem imaginar as consequências que viriam.

No quinto horário daquela tarde, o professor de geografia entrou na sala e, ao ver o quadro, saiu imediatamente. No pátio, ele me abordou e, com um esforço visível para ser educado, pediu que eu nunca mais escrevesse no quadro com giz molhado. Acenei com a cabeça, mas por dentro, questionava suas motivações. Será que ele tinha preguiça de apagar o quadro com um pano molhado?

Refletindo mais profundamente, percebi que aquele aluno havia me usado contra o professor que ele não gostava. Ele havia encontrado o ponto fraco do professor e me colocou contra ele. Quando molhei o giz naquele momento, na verdade, estava molhando a língua do menino estrategista. Eu era o Lázaro do seio de Abraão de quem o Rico precisava de refrigério no inferno.

A escola, que deveria ser um ambiente de educação, tornou-se o celeiro das relações estragadas. E eu, magoado pela petulância do colega, me perguntava qual era a verdadeira intenção daquele aluno "lúcido". Porque a do tal professor, eu já sabia. Ele não repreendeu nenhum outro colega que escrevia com giz molhado e nunca se manifestou em nenhuma reunião pedagógica da escola. Esse professor é demais!

Depois de tantos anos apagando matéria escrita, deixadas no quadro, por colegas, encontrei alguém que me pressionou com tanta futilidade para facilitar seu trabalho, mesmo que isso dificultasse o meu. Entre nós, na educação, o que importa é eu me dar bem. Mas, no final das contas, o que realmente importa é a busca pela sabedoria, e não quem a detém. E essa é a lição que levo comigo: a escola pública é um campo de batalha, e cada um de nós é um soldado lutando com as armas que temos. E, às vezes, essas armas são apenas um pedaço de giz molhado.

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. A Intencionalidade por Trás do Pedido:

Qual a real intenção do aluno ao solicitar o uso do giz molhado?

Ele buscava melhores condições de aprendizado ou se aproveitou da situação para prejudicar o professor de geografia?

Explore diferentes interpretações para o pedido do aluno e suas motivações.

2. A Escola Pública como Campo de Batalha:

De que forma a metáfora da "escola pública como campo de batalha" se aplica à história narrada?

Que elementos do texto corroboram essa visão?

Quais os desafios enfrentados pelos profissionais da educação nesse contexto?

3. O Giz Molhado como Símbolo:

O que o "giz molhado" representa na narrativa?

Como ele pode ser interpretado como metáfora para diferentes aspectos da escola pública?

Analise as implicações simbólicas do giz molhado na relação entre os personagens e na dinâmica escolar.

4. A Busca pela Sabedoria em Meio aos Conflitos:

Apesar dos desafios, qual o papel da busca pela sabedoria na escola pública?

Como professores e alunos podem se engajar nesse processo em um ambiente conflituoso?

Quais estratégias podem ser utilizadas para promover o aprendizado e o desenvolvimento em meio às dificuldades?

5. Reflexões e Aprendizados para o Futuro:

Que lições podemos tirar da história do "giz molhado"?

Como podemos aplicar essas lições para melhorar a qualidade da educação pública?

Que ações podemos tomar para construir um ambiente escolar mais positivo e colaborativo?

Dicas para responder as questões:

Leia o texto com atenção e reflita sobre os temas abordados.

Utilize o texto como base para suas respostas, mas não se limite a ele.

Busque outras fontes de informação para enriquecer seus argumentos.

Seja criativo e original em suas respostas.

Apresente seus argumentos de forma clara e concisa.

Fundamente suas ideias com exemplos e dados concretos.

Lembre-se: A escola pública é um espaço de formação de cidadãos, mas também palco de diferentes desafios. Refletir sobre essas questões é fundamental para buscar soluções e construir um ambiente educacional mais justo e positivo para todos.