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domingo, 3 de dezembro de 2017

CONFRATERNIZAÇÃO versus FUNERAL ("Civilização é, antes de mais nada, vontade de convivência." — José Ortega y Gasset)


Crônica

CONFRATERNIZAÇÃO versus FUNERAL ("Civilização é, antes de mais nada, vontade de convivência." — José Ortega y Gasset)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            Por volta do mês de Dezembro, precisamente no final do quarto bimestre escolar, fazem-nos uma festa de despedida. Então, não gosto dessas confraternizações de professores. Como sempre, sou um tanto intransigente com as pessoas que fazem parte de meus relacionamentos trabalhistas. Na verdade, eu não gosto mesmo é do que elas gostam: comer carne (são vulneráveis à picanha), beber cerveja, ouvir música de corno alta e das "vaquinhas", isto é, ter que levar carne para o churrasco, jamais! Não é atitude de diplomado. Conviver com as pessoas de forma ideal é uma arte que poucos sabem desempenhar, e eu também preciso aprender... Não é minha intenção exigir carinho e compreensão das pessoas que me cercam, elas me servem do jeito que são. E peço apenas que me respeite do jeito que sou. Na verdade, faço o possível para melhor socialização sem demonstrar cara feia.
           Apesar de tudo, olhando outros aspectos sociológicos, já participei de muitos momentos festivos na escola, deveria estar treinado; porém, ainda não me parece um momento ideal para estar ali com meus colegas de trabalho, fora da responsabilidade de aula; contudo, contando histórias do passado, e choramingando as durezas da vida escolar, terminamos com a consciência pesada por ter falada demais. Há esse risco! "Sempre me interessei pelas pessoas, mas nunca gostei delas." (W. Somerset Maugham). Eu apenas as respeito.
           Como quem tem razão, ainda é de se considerar o que diz Ecl. 7:2: "Mais vale ir a uma casa em luto do que ir a uma casa em festa, porquanto este é o fim de todo ser humano; e deste modo, os vivos terão uma grande oportunidade para refletir." Por isso, recuso-me a emoções desequilibradas; porém, não há como evitá-las nesses ambientes, afinal é festa! E desequilibrado é o indivíduo que pensa que pode mais do que realmente pode. Pois, recebendo elogios, sinto-me empoderado demais. Duro é conciliar os impulsos da razão com os instintos. Maldito é o meu anjo farrista que me guia em busca do desregramento interior. Então, Salomão ainda tem razão, é melhor um funeral, contanto que não seja o de mim mesmo!        
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 03/11/2016

Reeditado em 03/12/2017

Código do texto: T5812212 

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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

domingo, 26 de novembro de 2017

OU SEJA, OU MELHOR, ENCCEJA NELES! (A pior forma de desigualdade é tentar fazer duas coisas diferentes iguais. — Aristóteles)






Crônica

OU SEJA, OU MELHOR, ENCCEJA NELES! (A pior forma de desigualdade é tentar fazer duas coisas diferentes iguais. — Aristóteles)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           

Crônica

OU SEJA, OU MELHOR, ENCCEJA NELES! (A pior forma de desigualdade é tentar fazer duas coisas diferentes iguais. — Aristóteles)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           O ENCCEJA promete chuva de diploma, com méritos rasos, habilitando, para o Enem, quem não estudou de forma suficiente e supervalorizando o atalho. "Um reino dividido não subsistirá". Com que ânimo, os outros jovens frequentarão paulatinamente a modalidade regular? 
            E a Educação, cada vez mais, merecendo o respeito que a sua injustiça conquistou! "Para fazer o Encceja é preciso ter pelo menos 15 anos (para quem precisa do certificado de ensino fundamental) e 18 anos (para certificação de ensino médio). Essas são idades mínimas para que estudantes que eventualmente estejam em ensino regular não tentem fazer o exame para 'adiantar' diplomas". 
           Porém, há um forte incentivo à irresponsabilidade pedagógica de todas as partes. Os jovens vão atrapalhar as aulas ainda mais até chegar a idade recomendada, então ENCCEJA neles, depois o diploma os perseguirá. E a inscrição grátis no Enem é um direito conquistado sem prestígios. Justifica Mendonça Filho: – "O Enem não servirá como instrumento de certificação e conclusão de ensino médio, e sim como instrumento de acesso ao ensino superior, pois termina exigindo de um jovem ou adulto que queira a certificação no ensino médio mais do que seria necessário, é uma imposição de um ônus, de ter que ter um conhecimento a mais, para aqueles que só querem ter uma certificação no ensino médio". ( Como se fosse ruim exigir que os brasileiros tivessem "um conhecimento a mais"). 
           Então, vamos nos contentar com o diploma sem o conhecimento correspondente! Os inocentes que parecem querer somente um certificado, poderão fazer o Encceja quantas vezes forem necessárias até conseguir, e o Enem estará garantido com nota acima de "zero" na redação. — "Todos aqueles que tenham realizado o Encceja Nacional em anos anteriores e não obtiveram média para aprovação na área de conhecimento, poderão inscrever-se novamente no Exame para eliminação do componente curricular desejado, caso tenham interesse."
           Nesse caso, os iguais agravam a desigualdade! Esses favorecidos de notas mínimas, "Sisurados" para os cursos de licenciatura de baixa procura são eles mesmos os professores do futuro, e a qualidade de nosso sistema educacional de mau a pior. Na verdade, estes acobertados pela Portaria Ministerial nº 3.415, de 21 de outubro de 2004, são os protagonistas da distorção série idade não porque não tiveram oportunidade, foi porque não as aproveitaram, são os refugos do ensino regular. O governo maternal mantém-nos supridos de tudo: Desde quando me entendo por gente, há ensino público e gratuito, com livros, e uniforme, e lanche até transporte escolar. Os que querem só as benécias deixam-se reprovar, para desfrutar por mais tempo. Até que cheguem ao ensejo da idade mínima permitida para a diplomação fácil. Pois, a certeza das misericórdias lhes descansa. A repescagem é um esforço que vale dinheiro. Refiro-me ao credenciamento de verbas para a unidade escolar a partir da quantidade de alunos matriculados, sem se importar com a qualidade.
            É assim que se valoriza o professor?
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 19/11/2017
Reeditado em 26/11/2017
Código do texto: T6176127 
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