Educação pífia
DIÁRIO DA MANHÃ
GÊNIO EURÍPEDES
Todos os formadores de opinião que leio sempre foram unânimes em acreditar que um País se salva primeiro pela educação. A educação foi bandeira do PT para se chegar ao poder. A maioria dos professores e dirigentes educacionais apostou fichas e sonhos na alavancagem da educação brasileira, e isso não aconteceu satisfatoriamente nestes 12 anos de governo petista. A educação desanda.
O gasto com o setor até que tem sido razoável, o que vale dizer: dinheiro a mais e gestão correta de menos. Assim, o primoroso texto de Hélio Schwartsmam, da Folha de S.Paulo, me chamou a atenção, apesar do título forte e, de certa forma, exagerado, porém não muito diferente ao que dou nesta abertura. Título do Hélio: “Desastre educacional”.
Portanto, peço, data venia, que seja colocado neste noticioso para análise de quem de direito. Estamos mal na foto, como admitiu o doutor Mercadante. Que saudade do Cristovam Buarque e do Paulo Renato!
“Saiu mais um Pisa, o teste internacional que avalia alunos de 15 e 16 anos em várias áreas, e o Brasil segue na rabeira. Os países que participam do exame são 65. Ficamos na 55ª posição em leitura, 58º em matemática e 59ª em ciência.
É verdade que melhoramos em matemática, mas estamos falando de um avanço da ordem de 10% em quase uma década. Nesse ritmo, levaríamos 26 anos para atingir a média dos países ricos e 57 para alcançar os chineses. Isso, é claro, no falso pressuposto de que os outros ficarão parados. Em leitura e ciência, a evolução foi ainda mais modesta.
Infelizmente, não será muito fácil mudar o quadro. O governo acena com os recursos do pré-sal como salvação da lavoura. É claro que mais dinheiro ajuda, mas está longe de ser uma garantia de sucesso. Na verdade, nosso sistema é hoje tão pouco funcional que jogar mais verbas nele será, acima de tudo, uma ótima maneira de desperdiçá-las.
Sem um plano coerente de como aplicar os recursos, os avanços tendem a ser mínimos. Um de nossos principais problemas é que não conseguimos recrutar bons professores – os países campeões do Pisa selecionam seus mestres entre os melhores alunos das faculdades; nós nos contentamos com os piores.
Mesmo que, numa rápida e improvável inversão de rumo, passássemos a contratar a elite, levaria um bom tempo até que o efeito se espalhasse pela rede, que conta hoje com mais de 2 milhões de docentes.
Isso significa que precisamos encontrar um meio de progredir com o que temos. Minha impressão é a de que o caminho passa por estabelecer um currículo detalhado e ensinar o professor exatamente o que ele deve dizer em cada aula aos alunos. Sim, estamos falando de sistemas massificados, daqueles que inibem a criatividade e outras coisas de que os pedagogos não gostam, mas não vejo muita alternativa. Afinal, estamos há muito tempo fracassando no básico”.
(Gênio Eurípedes, professor,advogado, escritor e vereador pelo PSDB de Jataí)
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