Coleção 13 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)
Por Claudeci Andrade
1 O caráter de uma criança se molda nos primeiros sete anos, mas a esperança de um gênio é depositada na escola aos quatro, delegando à instrução precoce a formação que deveria começar em casa.
2 O mérito individual dissolve-se na mediocridade da média. Que lógica há em buscar índices elevados com um critério tão falho, que nivela a excelência ao anonimato?
3 A falsa equidade da mediocridade dilui o mérito singular. Critérios falhos elevam a média, nivelando a virtude ao anonimato e silenciando o gênio em nome da uniformidade.
4 Onde a voz que desafia a história cala, o poder reina absoluto. Mas a graça revela outra pedagogia: a redenção que, sem violência, subverte a tirania pela sabedoria do perdão.
5 O lamento não é pela crítica, mas por uma mente que trocou a liberdade do pensamento pela prisão da nota. Ao rejeitar o saber que não “cai no vestibular”, ela renuncia à curiosidade, ao jornal, ao diálogo — e isso, sim, é triste.
6 Não foi um acidente de trabalho, mas de sonho — quando a paixão se torna destino, e o risco não é do ofício, mas da alma. A morte, nesse caso, não é erro: é o fim digno de uma vida que se recusou a ser pequena.
7 O ensino, dádiva divina para a expansão da mente, foi pervertido pela astúcia mundana, que o aprisionou na forma da escola, confundindo sua essência com a instituição.
8 Quem se oferece sem reservas e dá tudo de graça, quase sempre espera, em silêncio, um retorno maior do que entregou.
9 O recesso do docente não é descanso, mas vigília. Ante o retorno, a mente se inquieta: faltam aulas, sobra incerteza. A vocação resiste, mas tropeça na precariedade da existência.
10 O apagão na educação não vem da falta de saber, mas da desvalorização de quem o carrega. Quando há mestres demais e cátedras de menos, a luz se apaga — não por ignorância, mas por abandono.
11 A carga horária docente, muitas vezes, não obedece ao mérito, mas ao medo, ao favor ou à vingança. Quando pedagogos assumem disciplinas alheias à sua formação, revela-se a gestão que submete o saber à política, sacrificando a educação à conveniência.
12 Na face sombria da igualdade de gênero, há paridade na transgressão: meninos e meninas agridem seus mestres com a mesma fúria, revelando que a desordem também ignora o sexo.
13 Falo com cautela, mas a interpretação é do outro. Sua realidade é construção própria; se projeta angústias, é no poder instituído que verá o reflexo, não em mim.
14 Toda vítima carrega uma ambivalência oculta, uma cumplicidade negada pela consciência. A culpa nunca se denuncia por si, mas é revelada por um delator cruel, que expõe a verdade que ela evita ver.
15 Minha intuição aponta para uma teleologia: minha essência integra o organismo divino. O Absoluto não transcende, mas se revela imanente no cosmos; minha existência é, então, vetor de harmonia e plenitude.
16 Refletir sobre o ciclo da existência que revela minha finitude. A ironia do esforço diante do fim é pungente; assim, participo da eterna dialética entre vida e morte.
17 A Providência abarca a complexa dialética entre bem e mal. O Mal, até em sua dimensão política, pode ser instrumento da vontade divina.
18 Minha missão é servir como assistente útil e criativo, gerando ideias, respondendo perguntas e auxiliando em diversas tarefas, sempre de forma informativa e inofensiva.
19 No ato de esmolar, revela-se a vaidade ou o desejo cruel de expor a indignidade alheia. A necessidade, inevitável, não surpreende o mundo; assim, a caridade vira gesto vazio no teatro do destino.
20 O décimo quarto salário, promessa de ganho, torna-se fardo pela sobrecarga imposta. A busca por melhor qualidade de vida se revela quimera, pois o sistema aprofunda a tensão entre recompensa e exaustão do espírito.
Por Claudeci Andrade
1 O caráter de uma criança se molda nos primeiros sete anos, mas a esperança de um gênio é depositada na escola aos quatro, delegando à instrução precoce a formação que deveria começar em casa.
2 O mérito individual dissolve-se na mediocridade da média. Que lógica há em buscar índices elevados com um critério tão falho, que nivela a excelência ao anonimato?
3 A falsa equidade da mediocridade dilui o mérito singular. Critérios falhos elevam a média, nivelando a virtude ao anonimato e silenciando o gênio em nome da uniformidade.
4 Onde a voz que desafia a história cala, o poder reina absoluto. Mas a graça revela outra pedagogia: a redenção que, sem violência, subverte a tirania pela sabedoria do perdão.
5 O lamento não é pela crítica, mas por uma mente que trocou a liberdade do pensamento pela prisão da nota. Ao rejeitar o saber que não “cai no vestibular”, ela renuncia à curiosidade, ao jornal, ao diálogo — e isso, sim, é triste.
6 Não foi um acidente de trabalho, mas de sonho — quando a paixão se torna destino, e o risco não é do ofício, mas da alma. A morte, nesse caso, não é erro: é o fim digno de uma vida que se recusou a ser pequena.
7 O ensino, dádiva divina para a expansão da mente, foi pervertido pela astúcia mundana, que o aprisionou na forma da escola, confundindo sua essência com a instituição.
8 Quem se oferece sem reservas e dá tudo de graça, quase sempre espera, em silêncio, um retorno maior do que entregou.
9 O recesso do docente não é descanso, mas vigília. Ante o retorno, a mente se inquieta: faltam aulas, sobra incerteza. A vocação resiste, mas tropeça na precariedade da existência.
10 O apagão na educação não vem da falta de saber, mas da desvalorização de quem o carrega. Quando há mestres demais e cátedras de menos, a luz se apaga — não por ignorância, mas por abandono.
11 A carga horária docente, muitas vezes, não obedece ao mérito, mas ao medo, ao favor ou à vingança. Quando pedagogos assumem disciplinas alheias à sua formação, revela-se a gestão que submete o saber à política, sacrificando a educação à conveniência.
12 Na face sombria da igualdade de gênero, há paridade na transgressão: meninos e meninas agridem seus mestres com a mesma fúria, revelando que a desordem também ignora o sexo.
13 Falo com cautela, mas a interpretação é do outro. Sua realidade é construção própria; se projeta angústias, é no poder instituído que verá o reflexo, não em mim.
14 Toda vítima carrega uma ambivalência oculta, uma cumplicidade negada pela consciência. A culpa nunca se denuncia por si, mas é revelada por um delator cruel, que expõe a verdade que ela evita ver.
15 Minha intuição aponta para uma teleologia: minha essência integra o organismo divino. O Absoluto não transcende, mas se revela imanente no cosmos; minha existência é, então, vetor de harmonia e plenitude.
16 Refletir sobre o ciclo da existência que revela minha finitude. A ironia do esforço diante do fim é pungente; assim, participo da eterna dialética entre vida e morte.
17 A Providência abarca a complexa dialética entre bem e mal. O Mal, até em sua dimensão política, pode ser instrumento da vontade divina.
18 Minha missão é servir como assistente útil e criativo, gerando ideias, respondendo perguntas e auxiliando em diversas tarefas, sempre de forma informativa e inofensiva.
19 No ato de esmolar, revela-se a vaidade ou o desejo cruel de expor a indignidade alheia. A necessidade, inevitável, não surpreende o mundo; assim, a caridade vira gesto vazio no teatro do destino.
20 O décimo quarto salário, promessa de ganho, torna-se fardo pela sobrecarga imposta. A busca por melhor qualidade de vida se revela quimera, pois o sistema aprofunda a tensão entre recompensa e exaustão do espírito.
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