Coleção 57 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)
Por Claudeci Andrade
1 O salário do professor é a prova viva de uma ironia social: insuficiente para quem ensina, mas invejável para quem nada produz; um prêmio à resignação e um castigo à dignidade.
2 O lanche escolar, imposto no auge da aula, não alimentava o saber; apenas interrompia o pensamento e esfriava o espírito do aprendizado.
3 A vida desmente a ideia de que cada um paga por seus erros: a injustiça herda culpas, o amor falha em seus retornos e a justiça, quando chega, já perdeu a pureza.
4 A fama é um espelho que distorce: desperta amores e ódios, mas ambos alimentam sua luz; pois o invejoso é apenas um admirador frustrado, e o público, um espectador sedento pela queda de quem brilhou demais.
5 O aluno tornou-se o “termômetro” do professor; um instrumento de vigilância nas mãos das coordenadoras que fracassaram em ensinar. Amparadas em denúncias anônimas e num falso ar de onisciência, elas julgam saber tudo, como se a traição viesse sempre de alguém sentado à mesa da confiança do próprio mestre.
6 Prestar concurso é enfrentar a tempestade que revela o valor real do navegante; os diplomas, meros adornos da vaidade, impressionam os olhos, mas não sustentam o saber de quem os ostenta.
7 Quem é honesto consigo mesmo estuda com autenticidade e tem coragem de denunciar a corrupção educacional; já os que têm o “rabo preso” preferem o silêncio cúmplice, fingindo a justiça que não praticam.
8 A infelicidade não está na falta, mas no desejo insaciado; pois tanto o balde pequeno quanto o grande permanecem vazios quando o que contêm não basta à alma.
9 A pobreza nasce da ausência de sobras, igualando o rico pródigo ao pobre carente; a verdadeira riqueza está no autocontrole, mas quem acumula demais apenas junta tesouros para a ferrugem, a traça e os ladrões; que, ironicamente, levam apenas o que já era excesso.
10 Todo ganho traz em si uma perda, e nisso se revela a justiça divina: viemos do nada e a ele retornaremos, de modo que existir já é lucro; e ser feliz é a melhor forma de honrar o dom que não pedimos, mas nos foi dado.
11 A fusão entre a “Marcha das Vadias” e a “Parada Gay” simboliza o colapso dos gêneros puros: quando os semelhantes se unem, transformam-se mutuamente, e o “Dom” surge como síntese viva de identidades que já não cabem nos antigos códigos do DNA social.
12 O paradoxo do gênero revela-se no próprio nascimento: o homem é, antes de tudo, um corpo estranho gerado pela mulher, e sua maior jornada é o retorno simbólico a esse ventre; sair da mulher para, enfim, reencontrar nela a própria origem.
13 O ser humano é um universo que cria e se recria, sendo ao mesmo tempo seu próprio Deus e Demônio; a Bíblia vive não na letra, mas na experiência; cada vida é uma nova revelação, onde a Palavra de Deus se reescreve em primeira pessoa.
14 A reflexão expõe a ironia das leis que regulam o amor e dos que pretendem “curar” o desejo: enquanto os deuses do sexo reinam na volúpia dos corpos, seus fiéis rastejam na culpa; e os neutros, guardiões da linguagem, tentam ordenar o caos onde o humano e o divino se confundem.
15 O casamento entre pessoas do mesmo sexo desafia a suposta santidade divina: se a lei de Deus fosse absoluta, por que as práticas humanas persistem? Talvez os deuses nunca tenham se libertado das convenções e limitações terrenas.
16 A crítica revela a ironia de culpar o professor de Língua Portuguesa por ensinar resumos: enquanto colegas de outras disciplinas se beneficiam da “sopa de palavras” dos alunos, aceitando e pontuando a superficialidade, a prática é depois denunciada nas reuniões pedagógicas, evidenciando a cumplicidade e a má-fé generalizada.
17 Após três décadas de docência, o professor vê seu desejo de ensinar à sua maneira esmagado pela coordenadora: seus planos, mesmo inovadores, retornam crivados de correções de quem nunca deu aulas, gerando vergonha e um assédio moral velado; a culpa pelo caos educacional, contudo, é dos pedagogos que deturparam o sistema, não dele.
18 Na ausência do professor, os alunos permanecem em silêncio, mas esperam seu retorno para causar confusão; protegendo a imagem que o sistema vê, enquanto desprezam completamente a percepção de quem realmente os avalia.
19 A coordenadora observa o conselho de classe com impassibilidade aparente, usando a representante de turma como voz de suas críticas; porém, a falta de bom senso desta distorce tanto a intenção da coordenadora quanto a própria mensagem, comprometendo o objetivo do confronto.
20 O caos na educação pública surpreende diante de tantos professores qualificados; tal contradição leva à suspeita de que a falência do sistema não é acidental, mas estrutural, possivelmente resultado de um projeto intencional.
Por Claudeci Andrade
1 O salário do professor é a prova viva de uma ironia social: insuficiente para quem ensina, mas invejável para quem nada produz; um prêmio à resignação e um castigo à dignidade.
2 O lanche escolar, imposto no auge da aula, não alimentava o saber; apenas interrompia o pensamento e esfriava o espírito do aprendizado.
3 A vida desmente a ideia de que cada um paga por seus erros: a injustiça herda culpas, o amor falha em seus retornos e a justiça, quando chega, já perdeu a pureza.
4 A fama é um espelho que distorce: desperta amores e ódios, mas ambos alimentam sua luz; pois o invejoso é apenas um admirador frustrado, e o público, um espectador sedento pela queda de quem brilhou demais.
5 O aluno tornou-se o “termômetro” do professor; um instrumento de vigilância nas mãos das coordenadoras que fracassaram em ensinar. Amparadas em denúncias anônimas e num falso ar de onisciência, elas julgam saber tudo, como se a traição viesse sempre de alguém sentado à mesa da confiança do próprio mestre.
6 Prestar concurso é enfrentar a tempestade que revela o valor real do navegante; os diplomas, meros adornos da vaidade, impressionam os olhos, mas não sustentam o saber de quem os ostenta.
7 Quem é honesto consigo mesmo estuda com autenticidade e tem coragem de denunciar a corrupção educacional; já os que têm o “rabo preso” preferem o silêncio cúmplice, fingindo a justiça que não praticam.
8 A infelicidade não está na falta, mas no desejo insaciado; pois tanto o balde pequeno quanto o grande permanecem vazios quando o que contêm não basta à alma.
9 A pobreza nasce da ausência de sobras, igualando o rico pródigo ao pobre carente; a verdadeira riqueza está no autocontrole, mas quem acumula demais apenas junta tesouros para a ferrugem, a traça e os ladrões; que, ironicamente, levam apenas o que já era excesso.
10 Todo ganho traz em si uma perda, e nisso se revela a justiça divina: viemos do nada e a ele retornaremos, de modo que existir já é lucro; e ser feliz é a melhor forma de honrar o dom que não pedimos, mas nos foi dado.
11 A fusão entre a “Marcha das Vadias” e a “Parada Gay” simboliza o colapso dos gêneros puros: quando os semelhantes se unem, transformam-se mutuamente, e o “Dom” surge como síntese viva de identidades que já não cabem nos antigos códigos do DNA social.
12 O paradoxo do gênero revela-se no próprio nascimento: o homem é, antes de tudo, um corpo estranho gerado pela mulher, e sua maior jornada é o retorno simbólico a esse ventre; sair da mulher para, enfim, reencontrar nela a própria origem.
13 O ser humano é um universo que cria e se recria, sendo ao mesmo tempo seu próprio Deus e Demônio; a Bíblia vive não na letra, mas na experiência; cada vida é uma nova revelação, onde a Palavra de Deus se reescreve em primeira pessoa.
14 A reflexão expõe a ironia das leis que regulam o amor e dos que pretendem “curar” o desejo: enquanto os deuses do sexo reinam na volúpia dos corpos, seus fiéis rastejam na culpa; e os neutros, guardiões da linguagem, tentam ordenar o caos onde o humano e o divino se confundem.
15 O casamento entre pessoas do mesmo sexo desafia a suposta santidade divina: se a lei de Deus fosse absoluta, por que as práticas humanas persistem? Talvez os deuses nunca tenham se libertado das convenções e limitações terrenas.
16 A crítica revela a ironia de culpar o professor de Língua Portuguesa por ensinar resumos: enquanto colegas de outras disciplinas se beneficiam da “sopa de palavras” dos alunos, aceitando e pontuando a superficialidade, a prática é depois denunciada nas reuniões pedagógicas, evidenciando a cumplicidade e a má-fé generalizada.
17 Após três décadas de docência, o professor vê seu desejo de ensinar à sua maneira esmagado pela coordenadora: seus planos, mesmo inovadores, retornam crivados de correções de quem nunca deu aulas, gerando vergonha e um assédio moral velado; a culpa pelo caos educacional, contudo, é dos pedagogos que deturparam o sistema, não dele.
18 Na ausência do professor, os alunos permanecem em silêncio, mas esperam seu retorno para causar confusão; protegendo a imagem que o sistema vê, enquanto desprezam completamente a percepção de quem realmente os avalia.
19 A coordenadora observa o conselho de classe com impassibilidade aparente, usando a representante de turma como voz de suas críticas; porém, a falta de bom senso desta distorce tanto a intenção da coordenadora quanto a própria mensagem, comprometendo o objetivo do confronto.
20 O caos na educação pública surpreende diante de tantos professores qualificados; tal contradição leva à suspeita de que a falência do sistema não é acidental, mas estrutural, possivelmente resultado de um projeto intencional.


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