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terça-feira, 15 de outubro de 2024

ANTIFARISEU — Ensaio Teológico VII(7) "A queda do jovem diante da tentação"

 

ANTIFARISEU — Ensaio Teológico VII(7) "A queda do jovem diante da tentação"

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A religião, embora sábia em suas advertências, muitas vezes se baseia em narrativas antiquadas que não refletem a complexidade da natureza humana e das relações interpessoais na sociedade moderna. Como Provérbios 22:6 diz: "Ensina a criança no Caminho em que deve andar, e mesmo quando for idoso, não se desviará dele". Isso sugere a necessidade de uma abordagem educacional mais abrangente, em vez de simplesmente culpar o indivíduo.

A figura do "jovem estúpido" é muitas vezes uma vítima não apenas de sua própria tolice, mas também das pressões e influências externas. Como o filósofo francês Michel Foucault observou, o poder é exercido dentro das redes sociais e é parte integrante de nossas interações diárias. Portanto, em vez de culpar o jovem por sua falta de discernimento, devemos questionar as falhas do nosso sistema social e educacional.

A juventude não é um período de pura frivolidade, mas uma fase crucial de desenvolvimento cognitivo e emocional. Como Paulo escreveu em 1 Coríntios 13:11, "Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de criança". Isso ressalta a necessidade de orientação e apoio adequados durante a adolescência.

A abordagem punitiva sugerida pela igreja não é eficaz nem ética. Como o filósofo alemão Immanuel Kant argumentou, os seres humanos devem ser tratados como fins em si mesmos, e não como meios para um fim. Portanto, em vez de recorrer a métodos antiquados de disciplina, devemos buscar estratégias baseadas no diálogo, no respeito mútuo e no apoio emocional.

Em suma, a narrativa tradicional sobre a queda do jovem diante da tentação simplifica demais uma questão complexa e multifacetada. Como afirmou o psicólogo Abraham Maslow, "se a única ferramenta que você tem é um martelo, você tende a tratar tudo como se fosse um prego". Portanto, devemos trabalhar juntos para criar um ambiente que promova o crescimento e o bem-estar de todos os jovens.


Questões para reflexão:


  • A importância da educação emocional: Como podemos integrar a educação emocional no currículo escolar para ajudar os jovens a desenvolver habilidades como empatia, autocontrole e resolução de conflitos?
  • O papel da família e da comunidade: Quais são os papéis da família e da comunidade na formação moral dos jovens? Como podemos fortalecer esses laços e promover uma educação mais colaborativa?
  • O impacto das mídias sociais: Como as mídias sociais influenciam a formação moral dos jovens? Quais são os desafios e as oportunidades que essa nova realidade apresenta para a educação?
  • A construção de uma sociedade mais justa: Como podemos criar um ambiente social mais justo e equitativo, onde todos os jovens tenham as mesmas oportunidades de desenvolvimento?
  • A importância da ética na pesquisa: Como podemos garantir que as pesquisas sobre desenvolvimento humano e moralidade sejam conduzidas de forma ética e respeitosa?

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