"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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MINHAS PÉROLAS

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

ÁGUA PRIVATIZADA ("A falta do saber e a falta de informações são os princípios da manipulação" — Diôgo Pantoja)

 


terça-feira, 13 de setembro de 2022

ALUNO NÃO É DISCÍPULO, PROFESSOR NÃO É MESTRE ("Miserável coisa é pensar ser mestre, quem nunca soube ser discípulo." — F. de Rosas)

 


ALUNO NÃO É DISCÍPULO, PROFESSOR NÃO É MESTRE ("Miserável coisa é pensar ser mestre, quem nunca soube ser discípulo." — F. de Rosas)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

"Mestre que não é amado pelos seus discípulos é um mau mestre." Ao me deparar com essa frase de Paolo Mantegazza, um sentimento de desespero tomou conta de mim. Será que a culpa pelo descaso que sofro nas escolas, e pela falta de respeito que percebo em minhas aulas, é inteiramente minha? A lembrança de um episódio com uma aluna do primeiro ano do Ensino Médio ressurgiu com força.

Eu a repreendi por me entregar um caderno com as atividades copiadas da colega, valendo nota. Questionada sobre como tinha todas as atividades, sendo que passava a aula inteira conversando, ela respondeu com uma franqueza brutal: "Não me interesso em suas aulas, porque não concordo com nada que você fala." Naquele instante, a frase "quem fala o que quer escuta o que não quer" ecoou em minha mente. Percebi que eu poderia ter me calado para dormir em paz naquela noite, mas a verdade havia sido dita, e o impacto foi avassalador.

Após um período de agonia e inquietação, encontrei algum conforto ao reconsiderar os papéis: eu tenho alunos, não discípulos. Essa nova perspectiva trouxe um alívio imediato, pois percebi que meus conceitos estavam equivocados. Aluno não é discípulo, e professor não é mestre. Com essa distinção, o peso da frase de Mantegazza se dissipou.

No entanto, o alívio não durou. Se meu papel não é o de guiar seguidores, mas o de abrir caminhos para caminhantes livres, novas contradições surgem. Paulo Freire dizia que "ninguém ensina ninguém, as pessoas aprendem". Mas o que fazer quando a resistência dos alunos não é um sinal de aprendizado libertador, e sim de uma tentativa de domesticar o professor? O sucesso parece estar reservado a quem diz o que os alunos querem ouvir, e não o que eles precisam ouvir.

Afinal, por que ainda existem a escola e a educação formal? Em meio a esse conflito, as palavras de Mantegazza e Confúcio se misturam. O amor e a proximidade não são títulos, mas sim resultado de um encontro real, algo que a escola parece não mais favorecer. Segundo Confúcio, "Por natureza, os homens são próximos; a educação é que os afasta."

Essa mudança de perspectiva não suaviza a dor, mas me impõe um novo desafio. Como posso ser um educador sem ser domesticado ou domesticador? A resposta talvez esteja em aceitar que, como professor, meu papel é o de um guia que mostra caminhos, sem ter a obrigação de ser seguido. É preciso encontrar a serenidade para lidar com a dor de não ser um mestre amado, e focar em ser um educador que inspira a jornada de seus alunos.


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Como um professor de sociologia do Ensino Médio, preparei cinco questões discursivas e simples para explorar as ideias do texto que compartilhei. O objetivo é que estas perguntas estimulem a reflexão e a discussão sobre os desafios da educação contemporânea e as diferentes perspectivas sobre o papel do professor e do aluno.


1 - Com base na frase de Paolo Mantegazza, "Mestre que não é amado pelos seus discípulos é um mau mestre," discuta a diferença entre ser um "mestre" e ser um "professor" no contexto da educação atual.

2 - De que maneira a experiência do autor com a aluna do Ensino Médio ilustra a contradição entre as ideias de Paulo Freire sobre o aprendizado libertador e a realidade escolar descrita no texto?

3 - O texto questiona a razão da existência da escola e da educação formal na sociedade de hoje. Utilize a frase de Confúcio, "Por natureza, os homens são próximos; a educação é que os afasta," para argumentar a favor ou contra a importância da educação formal.

4 - O autor menciona que "o sucesso parece estar reservado a quem diz o que os alunos querem ouvir, e não o que eles precisam ouvir." Analise essa afirmação, citando exemplos de como essa dinâmica pode afetar o processo de ensino e aprendizado.

5 - Refletindo sobre a dor do autor e o desafio de ser "um educador sem ser domesticado ou domesticador," proponha uma ou duas práticas que, em sua opinião, poderiam ajudar os professores a se conectar melhor com os alunos e a inspirá-los na jornada de aprendizado.

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segunda-feira, 12 de setembro de 2022

O Dilema do Padrasto: Entre a Desconfiança e a Busca por Felicidade ("Não se iluda meu bem, nunca irá existir um padrasto bom, e nem madrasta". — Sther Cerulli)

 


O Dilema do Padrasto: Entre a Desconfiança e a Busca por Felicidade ("Não se iluda meu bem, nunca irá existir um padrasto bom, e nem madrasta". — Sther Cerulli)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Vida de padrasto é uma desgraça: — "você não é meu pai"! Como pode ser feliz com uma mulher que já é mãe dos filhos de outro? Se é carinhoso com os enteados, é suspeito de abusador; se é distante, é frio e não os ama. De toda forma, é passível de denúncia. Se a mãe faz vista grossa, está chantageando-o e/ou subornando com a filha menor de idade para ficar com ele. Qual das três categorias é mais digna da felicidade familiar? Enfim, não existe almoço de graça! Só permanece quem acha que está lucrando.

E, no entanto, há nessa vida de padrasto uma dualidade que não se resolve tão facilmente: entre a desconfiança que o cerca e os raros momentos de afeto genuíno que resistem ao peso do olhar acusador. O paradoxo é cruel: pedem que seja carinhoso sem jamais parecer suspeito, e que mantenha distância sem se tornar indiferente. Mas talvez a saída não seja desistir da busca pela felicidade, e sim encontrar um espaço de autenticidade, onde o padrasto não se define pelo julgamento externo, mas pela coragem de agir em favor do bem-estar da família que escolheu. É nesse ponto de frágil equilíbrio que ele pode, quem sabe, tocar uma forma discreta, mas real, de felicidade.

Não são raras as notícias de abusos por padrastos. Já chega a ser considerado comum a vigilância constante do comportamento deles para prevenir acidentes de percurso. Feliz os que não sabem os riscos que estão correndo, e continuam ficando em casa com as crianças para a esposa ir trabalhar. Já pensaram se ela acha um "chifre" por lá?


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O texto que acabamos de ler nos faz refletir sobre os complexos papéis sociais na família contemporânea. Vamos usar as ideias do autor para a nossa aula de Sociologia. Preparei 5 questões para vocês. Lembrem-se de usar suas próprias palavras e o que aprendemos em aula para responder.


1 - O texto descreve o padrasto em uma situação de "desgraça" e desconfiança. De acordo com o que estudamos sobre estruturas familiares, por que a figura do padrasto é frequentemente vista com suspeita na sociedade?

2 - O autor afirma que o padrasto está em um paradoxo: se ele é carinhoso, é suspeito; se é distante, é frio. Como a sociedade constrói essa "armadilha" de comportamento?

3 - O texto sugere que, para encontrar a felicidade, o padrasto deve buscar a autenticidade em vez de se preocupar com o julgamento externo. Em sua opinião, o que significa agir com autenticidade em um papel social tão carregado de expectativas e preconceitos?

4 - A frase "não existe almoço de graça! Só permanece quem acha que está lucrando" pode ser vista como uma crítica às relações baseadas em interesse. Relacione essa ideia com a forma como o autor descreve a dinâmica entre o padrasto e a mãe no texto.

5 - O texto termina com uma reflexão irônica sobre a felicidade daqueles que "não sabem os riscos" de ser padrasto. O que o autor quer dizer com isso? Como o medo e a vigilância social afetam as relações familiares hoje?

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sábado, 10 de setembro de 2022

Uma Análise sobre a Responsabilidade da Leitura ("A questão não é escrever... é deixar escrito. " — Mc Marechal)

 


Uma Análise sobre a Responsabilidade da Leitura ("A questão não é escrever... é deixar escrito. " — Mc Marechal)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

O único texto que Jesus escreveu foi na areia, e seus leitores mal leram e se retiraram em silêncio. Por que os discípulos não copiaram e colaram a mensagem para calar seus assassinos? Jesus não a editou, e ninguém voltou para conferir a compreensão, mas ela gerou o efeito esperado: todos abandonaram a ideia de apedrejar a mulher pega em adultério.

Diante disso, pergunto-me: por que quero vaidosamente que meus leitores curtam e comentem meus textos na internet? A leitura em si já basta. Se lerem e se retirarem em silêncio, a mensagem já justificou seu poder. Infelizmente, o tolo finge que entendeu para esconder sua falta de conhecimento e condena o autor por coisas que não foram ditas.

Um aluno meu, por exemplo, trouxe a mãe à escola para me ofender publicamente, porque entendeu que lhe chamei de "retardado" ao convidar os "retardatários" para terminar a prova em outra sala. Em outra ocasião, respondi a alunos que me chamavam de "velho feio": "Sou feio, mas não como você!". Os "aletrados" não perceberam que a palavra "como" ali era uma conjunção comparativa, não um verbo. "Sou responsável pelo que digo, porém não posso ser responsabilizado pelo que você entende, por sua falta de outras leituras." Ao outro chamei de "Cidão" o nome de um personagem indisciplinado da história do palestrante, o aluno doutrinado pela esquerda me acusou de racista, pois entendeu, tê-lo chamado de "tição".

Toda expressão é ambígua, e as pessoas tendem a ver o que querem. Foi o que aconteceu quando um professor me condenou por eu ter dito que "todo imbecil tem um carro". Eu me referia àqueles que não respeitam a faixa de pedestre, o semáforo e usam o carro apenas como instrumento de vaidade. Ora, eu não disse que todos que têm carro são imbecis!

Ainda me pergunto: por que tenho de editar meus textos por causa dos que não sabem ler, como se eles nunca estivessem prontos e acabados? Seria eu escravo do analfabetismo alheio, apesar de meus diplomas em Letras e Linguística? No caso bíblico, a mensagem foi entregue e não se sabe quem leu bem ou mal; importou o comportamento. O mundo está cheio de religiões baseadas em uma única Bíblia. No meu caso, a mensagem é entregue, e a reação do leitor cabe apenas a ele, motivada por seu próprio conhecimento ou desconhecimento de mundo. Você não pode ser eu, e nem eu posso ser você. A diversidade importa.

Compreendo que a necessidade de organizar melhor o que digo, sem perder a contundência. Há espaço para a análise bíblica, para as anedotas vividas em sala de aula e para a reflexão sobre o universo digital. Se o tom, por vezes, soa reativo, é porque a indignação pulsa. Mas sei que, ao dosar a raiva, torno o texto mais universal e capaz de provocar reflexão, não apenas reação. Afinal, a palavra, quando bem dirigida, não precisa de gritos para ser cortante: basta encontrar seu alvo com precisão.

"Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento e consciência estão contaminados" (Tito 1:15). "Os maus vigiam, planejam, rangem os dentes, e conspiram para matar os justos" (Sl 37:12,32).

Acredite, caro leitor, sou responsável pelo que escrevo, e você pelo que entende.


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O texto que acabamos de ler nos provoca a pensar sobre a comunicação na sociedade contemporânea e os problemas de interpretação que enfrentamos diariamente. Usando os conceitos de Sociologia, vamos discutir essas ideias. Respondam as questões abaixo, baseando-se no texto e em nosso conhecimento de sala de aula.


1- O autor utiliza a história de Jesus escrevendo na areia para defender que a mensagem, quando eficaz, não precisa de "curtidas" ou comentários para ter poder. Explique como essa analogia se aplica ao mundo das redes sociais e qual é o principal argumento do autor sobre o sucesso de uma mensagem.

2 - No texto, o professor se depara com a incompreensão de seus alunos e de outros adultos por causa de suas falas. Analise como o contexto social e o conhecimento de mundo influenciam a interpretação, utilizando como exemplos as frases "Sou feio, mas não como você!" e "todo imbecil tem um carro".

3 - O autor afirma: "Sou responsável pelo que digo, porém não posso ser responsabilizado pelo que você entende". Discuta essa ideia. Na sua opinião, qual é o limite da responsabilidade do emissor em uma comunicação, especialmente em um ambiente polarizado como o de hoje?

4 - O texto aborda o que o autor chama de "anal-fabetismo alheio" e a necessidade de "editar" seus textos. Relacione essa reflexão com a ideia de que a internet "deu voz aos idiotas". O que isso nos diz sobre a qualidade do debate público na era digital?

5 - O autor defende que a diversidade de interpretações é inevitável. Como a frase bíblica "Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados" se encaixa nesse argumento? Na sua visão, como a nossa "bagagem cultural" e nossos "pré-conceitos" influenciam a maneira como entendemos o mundo e as pessoas?

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quinta-feira, 8 de setembro de 2022

POLÍTICA E RELIGIÃO MOLDAM O CARÁTER ("A política é a ciência da liberdade." — Pierre-Joseph Proudhon) — ("A religião é ótima para manter as pessoas caladas." — Napoleão Bonaparte)

 


POLÍTICA E RELIGIÃO MOLDAM O CARÁTER ("A política é a ciência da liberdade." — Pierre-Joseph Proudhon) — ("A religião é ótima para manter as pessoas caladas." — Napoleão Bonaparte)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era mais um dia na sala de aula, o quadro negro à minha frente, testemunha silenciosa de tantas batalhas travadas em nome do conhecimento. Eu, professor de filosofia há mais anos do que gostaria de admitir, me preparava para mais uma aula sobre Karl Marx e seus conceitos sobre trabalho. Mal sabia que aquele dia marcaria uma virada em minha carreira e em minha visão sobre o ensino.

O giz deslizava suavemente pelo quadro, deixando um rastro branco de ideias que eu esperava que frutificassem nas mentes jovens à minha frente. Foi quando mencionei, quase casualmente, que a prostituição poderia ser considerada uma forma de trabalho sob a ótica marxista. O silêncio que se seguiu foi quebrado por uma voz estridente: "Eu acho desnecessário!"

Aquelas palavras, vindas de um aluno conhecido por sua indisciplina, caíram como um raio em uma atmosfera até então serena. Senti o olhar de todos os outros estudantes sobre mim, alguns curiosos, outros chocados, poucos compreensivos. Naquele momento, percebi que estava pisando em ovos, como tantas vezes antes.

O velho clichê "política e religião não se discute" ecoou em minha mente. Quantas vezes eu havia lutado contra essa máxima, defendendo a necessidade de debatermos esses temas fundamentais para nossa sociedade? Sempre acreditei que discutir política e religião é não apenas necessário, mas vital para o crescimento intelectual e a melhora da sociedade. No entanto, percebi que nossa capacidade de diálogo foi, aos poucos, sendo atrofiada, transformando a sala de aula em um campo minado.

Engoli em seco, sentindo o gosto amargo da impotência. Como chegamos a este ponto? Em que momento os papéis se inverteram tão drasticamente, que agora são os alunos que ditam o que pode ou não ser discutido em sala de aula? Se nos afastamos dos temas que regem o mundo, aceitamos passivamente as decisões de líderes nem sempre bem-intencionados. Isso é, no mínimo, um perigo.

Lembrei-me de todas as vezes que ouvi pessoas falando sobre como ensinar, como se a educação fosse uma receita de bolo que qualquer um pudesse seguir. Mas quem ensina o aluno a aprender? Quem lhes mostra a importância de questionar, de buscar conhecimento além do confortável e do familiar? Hoje, todos querem ensinar o professor a ensinar, mas poucos se preocupam em ensinar o aluno a aprender. E é aí que mora o problema.

Olhei para aquele jovem, que agora sorria vitorioso para seus colegas, como se tivesse conquistado algum troféu imaginário. Percebi que ele era apenas um sintoma de um problema muito maior: o empoderamento excessivo dos alunos, transformados em clientes a serem agradados a qualquer custo. "Eles pagam nosso salário", dizem alguns. Bem pudera que fosse verdade, talvez assim valorizassem mais o que recebem. Mas a realidade é outra, muito mais complexa e desafiadora.

A verdade é que a qualidade da educação pública é muitas vezes comprometida por esse empoderamento exagerado dos alunos, que frequentemente desrespeitam o espaço do educador em busca de um suposto poder que acreditam possuir. Acreditam que, por serem parte do sistema, têm o direito de decidir sobre tudo, inclusive sobre o conteúdo das aulas.

Respirei fundo, decidindo que aquele não seria o fim da discussão, mas o começo de uma nova abordagem. Se eu não podia falar abertamente sobre certos temas, encontraria outras formas de estimular o pensamento crítico daqueles jovens. Saí da sala naquele dia com uma certeza: a educação pública precisa de uma revolução. Não uma revolução de métodos ou currículos, mas uma revolução de mentalidades. Precisamos resgatar o respeito pelo conhecimento, pela figura do educador e, principalmente, pelo poder transformador do debate livre e respeitoso.

Enquanto caminhava para casa, o peso do giz em meu bolso me lembrava que cada aula é uma oportunidade. Uma oportunidade de plantar sementes de curiosidade, de cultivar mentes questionadoras e de, quem sabe, formar cidadãos que não tenham medo de discutir política e religião, mas que saibam fazê-lo com sabedoria e respeito.

Termino essa reflexão com um chamado: que não deixemos o silêncio vencer. Discutir política, religião, filosofia ou qualquer outro tema relevante não é só direito, mas dever de todos que se preocupam com o futuro. Que tenhamos coragem de questionar, de aprender, e, sobretudo, de ensinar com a paixão que só a verdadeira educação pode proporcionar. Afinal, não é o silêncio que nos torna melhores, mas a capacidade de ouvir e ser ouvido, de ensinar e aprender, de questionar e crescer.

A luta continua, dia após dia, aula após aula. E eu, professor atrofiado mas não derrotado, sigo em frente, acreditando que um dia colheremos os frutos dessa árdua semeadura.

Questões para Reflexão e Discussão:

1. Qual a principal tensão apresentada no texto?

O texto apresenta uma tensão entre a liberdade de expressão e a necessidade de limites em sala de aula, colocando em xeque o papel do professor e do aluno na construção do conhecimento.

2. Como o autor vê a relação entre professor e aluno?

O autor demonstra uma visão tradicional do professor como autoridade e transmissor de conhecimento, mas também expressa a necessidade de uma relação mais dialógica e respeitosa com os alunos.

3. Quais são os desafios enfrentados pelo professor na atualidade, segundo o texto?

O texto aponta para diversos desafios, como a indisciplina dos alunos, a pressão por resultados, a falta de respeito pelo conhecimento e a dificuldade de abordar temas polêmicos.

4. Qual a importância do debate em sala de aula?

O debate é fundamental para o desenvolvimento do pensamento crítico, da capacidade de argumentação e da formação de cidadãos mais conscientes.

5. Como a escola pode contribuir para a formação de cidadãos mais críticos e engajados?

A escola pode contribuir para a formação de cidadãos mais críticos e engajados ao promover o debate, o questionamento, o respeito à diversidade de opiniões e o desenvolvimento do pensamento crítico.

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quarta-feira, 7 de setembro de 2022

O CONGREGAI DA BÍBLIA OU lockdown DA PANDEMIA? ("Descobri a causa do coronavírus: Deus SI cansou." — Sérgio Sant'Anna)

 


O CONGREGAI DA BÍBLIA OU lockdown DA PANDEMIA? ("Descobri a causa do coronavírus: Deus SI cansou." — Sérgio Sant'Anna)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Ontem, ao observar as ruas vazias de minha cidade pela janela, fui tomado por uma estranha sensação. O silêncio ensurdecedor, quebrado apenas pelo ocasional uivo de uma sirene distante, contava a história de uma guerra contra um inimigo invisível. Naquele momento, minha mente vagou por reflexões profundas enquanto o mundo ao redor parecia desmoronar.

Lembrei-me de uma conversa com meu amigo médico, Dr. Carlos. Com olhos cansados e voz embargada, ele me explicou sobre a batalha travada dentro dos corpos infectados. "É como um exército de pequenos soldados", disse, referindo-se aos leucócitos, "que se sacrificam para salvar o organismo". Essa imagem ficou gravada em minha mente: heróis microscópicos lutando uma missão suicida pela saúde do todo.

Que ironia, refleti, combater o mal com o mal, pagar o bem com o bem. A natureza nos ensinava uma lição de equilíbrio em meio ao caos. As notícias diárias nos bombardeavam com estatísticas frias que representavam vidas perdidas. Cada dígito a mais nas contagens me fazia questionar: será que Deus ama mais o parasita que o hospedeiro? Que missão específica poderia justificar tanto sofrimento?

Via o desespero daqueles que lutavam para sobreviver, dispostos a fazer qualquer coisa para se salvar. "Salve-se quem puder", diziam alguns. Mas essa mentalidade não se alinhava com os ensinamentos sobre amar ao próximo como a si mesmo. O Opositor, a personificação do mal, parecia nos ensinar a matar para nos salvar, fazendo o que agrada apenas a nós mesmos.

A contradição entre a necessidade de isolamento e o chamado bíblico para congregar-se me intrigava. Como conciliar a fé com a ciência em tempos tão turbulentos? Seria o vírus uma provação divina ou um capricho da natureza? Lembrei-me das palavras de minha avó: "O mal é a possibilidade de usar erradamente o que é bom". Talvez a verdadeira lição desta pandemia seja sobre como usamos nossa liberdade, nossa ciência, nossa fé.

A pandemia trouxe à tona não apenas uma crise de saúde, mas uma crise de fé e de valores. Ao final, talvez a lição mais importante seja aprender a discernir entre o essencial e o supérfluo, valorizar a vida em todas as suas formas e buscar sempre o bem, mesmo em tempos sombrios.

Olhando novamente pela janela, vi um casal de idosos caminhando de mãos dadas, ambos usando máscaras. Naquele momento, entendi que o verdadeiro antídoto para o medo e a incerteza é o amor e a solidariedade. A vida continua, e cabe a nós encontrar sentido e propósito em meio ao caos.

Querido leitor, em tempos de coronavírus, talvez nossa maior missão seja lembrar que, apesar da distância física, estamos todos conectados nesta dança invisível da vida. Que possamos emergir desta crise não apenas mais fortes, mas também mais compassivos e unidos. Afinal, o verdadeiro milagre não é sobreviver à tempestade, mas aprender a dançar na chuva, carregando as lições aprendidas e as cicatrizes deixadas pela pandemia. É na adversidade que encontramos a verdadeira essência do que significa ser humano. CiFA

Questões Discursivas:

1. O texto apresenta reflexões sobre a pandemia de COVID-19, explorando temas como fé, ciência, amor e sofrimento. Com base na perspectiva do autor, quais são as principais lições que podemos aprender com essa crise global e como podemos usá-las para construir um futuro melhor?

2. O autor utiliza diversas figuras de linguagem para ilustrar suas ideias, como a metáfora do "exército de pequenos soldados" para os leucócitos e a personificação do "Opositor" para o mal. Explique como essas figuras de linguagem contribuem para a construção da mensagem central do texto e para a reflexão sobre a pandemia.

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