Uma Análise sobre a Responsabilidade da Leitura ("A questão não é escrever... é deixar escrito. " — Mc Marechal)
O único texto que Jesus escreveu foi na areia, e seus leitores mal leram e se retiraram em silêncio. Por que os discípulos não copiaram e colaram a mensagem para calar seus assassinos? Jesus não a editou, e ninguém voltou para conferir a compreensão, mas ela gerou o efeito esperado: todos abandonaram a ideia de apedrejar a mulher pega em adultério.
Diante disso, pergunto-me: por que quero vaidosamente que meus leitores curtam e comentem meus textos na internet? A leitura em si já basta. Se lerem e se retirarem em silêncio, a mensagem já justificou seu poder. Infelizmente, o tolo finge que entendeu para esconder sua falta de conhecimento e condena o autor por coisas que não foram ditas.
Um aluno meu, por exemplo, trouxe a mãe à escola para me ofender publicamente, porque entendeu que lhe chamei de "retardado" ao convidar os "retardatários" para terminar a prova em outra sala. Em outra ocasião, respondi a alunos que me chamavam de "velho feio": "Sou feio, mas não como você!". Os "aletrados" não perceberam que a palavra "como" ali era uma conjunção comparativa, não um verbo. "Sou responsável pelo que digo, porém não posso ser responsabilizado pelo que você entende, por sua falta de outras leituras." Ao outro chamei de "Cidão" o nome de um personagem indisciplinado da história do palestrante, o aluno doutrinado pela esquerda me acusou de racista, pois entendeu, tê-lo chamado de "tição".
Toda expressão é ambígua, e as pessoas tendem a ver o que querem. Foi o que aconteceu quando um professor me condenou por eu ter dito que "todo imbecil tem um carro". Eu me referia àqueles que não respeitam a faixa de pedestre, o semáforo e usam o carro apenas como instrumento de vaidade. Ora, eu não disse que todos que têm carro são imbecis!
Ainda me pergunto: por que tenho de editar meus textos por causa dos que não sabem ler, como se eles nunca estivessem prontos e acabados? Seria eu escravo do analfabetismo alheio, apesar de meus diplomas em Letras e Linguística? No caso bíblico, a mensagem foi entregue e não se sabe quem leu bem ou mal; importou o comportamento. O mundo está cheio de religiões baseadas em uma única Bíblia. No meu caso, a mensagem é entregue, e a reação do leitor cabe apenas a ele, motivada por seu próprio conhecimento ou desconhecimento de mundo. Você não pode ser eu, e nem eu posso ser você. A diversidade importa.
Compreendo que a necessidade de organizar melhor o que digo, sem perder a contundência. Há espaço para a análise bíblica, para as anedotas vividas em sala de aula e para a reflexão sobre o universo digital. Se o tom, por vezes, soa reativo, é porque a indignação pulsa. Mas sei que, ao dosar a raiva, torno o texto mais universal e capaz de provocar reflexão, não apenas reação. Afinal, a palavra, quando bem dirigida, não precisa de gritos para ser cortante: basta encontrar seu alvo com precisão.
"Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento e consciência estão contaminados" (Tito 1:15). "Os maus vigiam, planejam, rangem os dentes, e conspiram para matar os justos" (Sl 37:12,32).
Acredite, caro leitor, sou responsável pelo que escrevo, e você pelo que entende.
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O texto que acabamos de ler nos provoca a pensar sobre a comunicação na sociedade contemporânea e os problemas de interpretação que enfrentamos diariamente. Usando os conceitos de Sociologia, vamos discutir essas ideias. Respondam as questões abaixo, baseando-se no texto e em nosso conhecimento de sala de aula.
1- O autor utiliza a história de Jesus escrevendo na areia para defender que a mensagem, quando eficaz, não precisa de "curtidas" ou comentários para ter poder. Explique como essa analogia se aplica ao mundo das redes sociais e qual é o principal argumento do autor sobre o sucesso de uma mensagem.
2 - No texto, o professor se depara com a incompreensão de seus alunos e de outros adultos por causa de suas falas. Analise como o contexto social e o conhecimento de mundo influenciam a interpretação, utilizando como exemplos as frases "Sou feio, mas não como você!" e "todo imbecil tem um carro".
3 - O autor afirma: "Sou responsável pelo que digo, porém não posso ser responsabilizado pelo que você entende". Discuta essa ideia. Na sua opinião, qual é o limite da responsabilidade do emissor em uma comunicação, especialmente em um ambiente polarizado como o de hoje?
4 - O texto aborda o que o autor chama de "anal-fabetismo alheio" e a necessidade de "editar" seus textos. Relacione essa reflexão com a ideia de que a internet "deu voz aos idiotas". O que isso nos diz sobre a qualidade do debate público na era digital?
5 - O autor defende que a diversidade de interpretações é inevitável. Como a frase bíblica "Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados" se encaixa nesse argumento? Na sua visão, como a nossa "bagagem cultural" e nossos "pré-conceitos" influenciam a maneira como entendemos o mundo e as pessoas?
O único texto que Jesus escreveu foi na areia, e seus leitores mal leram e se retiraram em silêncio. Por que os discípulos não copiaram e colaram a mensagem para calar seus assassinos? Jesus não a editou, e ninguém voltou para conferir a compreensão, mas ela gerou o efeito esperado: todos abandonaram a ideia de apedrejar a mulher pega em adultério.
Diante disso, pergunto-me: por que quero vaidosamente que meus leitores curtam e comentem meus textos na internet? A leitura em si já basta. Se lerem e se retirarem em silêncio, a mensagem já justificou seu poder. Infelizmente, o tolo finge que entendeu para esconder sua falta de conhecimento e condena o autor por coisas que não foram ditas.
Um aluno meu, por exemplo, trouxe a mãe à escola para me ofender publicamente, porque entendeu que lhe chamei de "retardado" ao convidar os "retardatários" para terminar a prova em outra sala. Em outra ocasião, respondi a alunos que me chamavam de "velho feio": "Sou feio, mas não como você!". Os "aletrados" não perceberam que a palavra "como" ali era uma conjunção comparativa, não um verbo. "Sou responsável pelo que digo, porém não posso ser responsabilizado pelo que você entende, por sua falta de outras leituras." Ao outro chamei de "Cidão" o nome de um personagem indisciplinado da história do palestrante, o aluno doutrinado pela esquerda me acusou de racista, pois entendeu, tê-lo chamado de "tição".
Toda expressão é ambígua, e as pessoas tendem a ver o que querem. Foi o que aconteceu quando um professor me condenou por eu ter dito que "todo imbecil tem um carro". Eu me referia àqueles que não respeitam a faixa de pedestre, o semáforo e usam o carro apenas como instrumento de vaidade. Ora, eu não disse que todos que têm carro são imbecis!
Ainda me pergunto: por que tenho de editar meus textos por causa dos que não sabem ler, como se eles nunca estivessem prontos e acabados? Seria eu escravo do analfabetismo alheio, apesar de meus diplomas em Letras e Linguística? No caso bíblico, a mensagem foi entregue e não se sabe quem leu bem ou mal; importou o comportamento. O mundo está cheio de religiões baseadas em uma única Bíblia. No meu caso, a mensagem é entregue, e a reação do leitor cabe apenas a ele, motivada por seu próprio conhecimento ou desconhecimento de mundo. Você não pode ser eu, e nem eu posso ser você. A diversidade importa.
Compreendo que a necessidade de organizar melhor o que digo, sem perder a contundência. Há espaço para a análise bíblica, para as anedotas vividas em sala de aula e para a reflexão sobre o universo digital. Se o tom, por vezes, soa reativo, é porque a indignação pulsa. Mas sei que, ao dosar a raiva, torno o texto mais universal e capaz de provocar reflexão, não apenas reação. Afinal, a palavra, quando bem dirigida, não precisa de gritos para ser cortante: basta encontrar seu alvo com precisão.
"Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento e consciência estão contaminados" (Tito 1:15). "Os maus vigiam, planejam, rangem os dentes, e conspiram para matar os justos" (Sl 37:12,32).
Acredite, caro leitor, sou responsável pelo que escrevo, e você pelo que entende.
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O texto que acabamos de ler nos provoca a pensar sobre a comunicação na sociedade contemporânea e os problemas de interpretação que enfrentamos diariamente. Usando os conceitos de Sociologia, vamos discutir essas ideias. Respondam as questões abaixo, baseando-se no texto e em nosso conhecimento de sala de aula.
1- O autor utiliza a história de Jesus escrevendo na areia para defender que a mensagem, quando eficaz, não precisa de "curtidas" ou comentários para ter poder. Explique como essa analogia se aplica ao mundo das redes sociais e qual é o principal argumento do autor sobre o sucesso de uma mensagem.
2 - No texto, o professor se depara com a incompreensão de seus alunos e de outros adultos por causa de suas falas. Analise como o contexto social e o conhecimento de mundo influenciam a interpretação, utilizando como exemplos as frases "Sou feio, mas não como você!" e "todo imbecil tem um carro".
3 - O autor afirma: "Sou responsável pelo que digo, porém não posso ser responsabilizado pelo que você entende". Discuta essa ideia. Na sua opinião, qual é o limite da responsabilidade do emissor em uma comunicação, especialmente em um ambiente polarizado como o de hoje?
4 - O texto aborda o que o autor chama de "anal-fabetismo alheio" e a necessidade de "editar" seus textos. Relacione essa reflexão com a ideia de que a internet "deu voz aos idiotas". O que isso nos diz sobre a qualidade do debate público na era digital?
5 - O autor defende que a diversidade de interpretações é inevitável. Como a frase bíblica "Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados" se encaixa nesse argumento? Na sua visão, como a nossa "bagagem cultural" e nossos "pré-conceitos" influenciam a maneira como entendemos o mundo e as pessoas?
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