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MINHAS PÉROLAS

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

O Dilema do Padrasto: Entre a Desconfiança e a Busca por Felicidade ("Não se iluda meu bem, nunca irá existir um padrasto bom, e nem madrasta". — Sther Cerulli)

 


O Dilema do Padrasto: Entre a Desconfiança e a Busca por Felicidade ("Não se iluda meu bem, nunca irá existir um padrasto bom, e nem madrasta". — Sther Cerulli)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Vida de padrasto é uma desgraça: — "você não é meu pai"! Como pode ser feliz com uma mulher que já é mãe dos filhos de outro? Se é carinhoso com os enteados, é suspeito de abusador; se é distante, é frio e não os ama. De toda forma, é passível de denúncia. Se a mãe faz vista grossa, está chantageando-o e/ou subornando com a filha menor de idade para ficar com ele. Qual das três categorias é mais digna da felicidade familiar? Enfim, não existe almoço de graça! Só permanece quem acha que está lucrando.

E, no entanto, há nessa vida de padrasto uma dualidade que não se resolve tão facilmente: entre a desconfiança que o cerca e os raros momentos de afeto genuíno que resistem ao peso do olhar acusador. O paradoxo é cruel: pedem que seja carinhoso sem jamais parecer suspeito, e que mantenha distância sem se tornar indiferente. Mas talvez a saída não seja desistir da busca pela felicidade, e sim encontrar um espaço de autenticidade, onde o padrasto não se define pelo julgamento externo, mas pela coragem de agir em favor do bem-estar da família que escolheu. É nesse ponto de frágil equilíbrio que ele pode, quem sabe, tocar uma forma discreta, mas real, de felicidade.

Não são raras as notícias de abusos por padrastos. Já chega a ser considerado comum a vigilância constante do comportamento deles para prevenir acidentes de percurso. Feliz os que não sabem os riscos que estão correndo, e continuam ficando em casa com as crianças para a esposa ir trabalhar. Já pensaram se ela acha um "chifre" por lá?


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O texto que acabamos de ler nos faz refletir sobre os complexos papéis sociais na família contemporânea. Vamos usar as ideias do autor para a nossa aula de Sociologia. Preparei 5 questões para vocês. Lembrem-se de usar suas próprias palavras e o que aprendemos em aula para responder.


1 - O texto descreve o padrasto em uma situação de "desgraça" e desconfiança. De acordo com o que estudamos sobre estruturas familiares, por que a figura do padrasto é frequentemente vista com suspeita na sociedade?

2 - O autor afirma que o padrasto está em um paradoxo: se ele é carinhoso, é suspeito; se é distante, é frio. Como a sociedade constrói essa "armadilha" de comportamento?

3 - O texto sugere que, para encontrar a felicidade, o padrasto deve buscar a autenticidade em vez de se preocupar com o julgamento externo. Em sua opinião, o que significa agir com autenticidade em um papel social tão carregado de expectativas e preconceitos?

4 - A frase "não existe almoço de graça! Só permanece quem acha que está lucrando" pode ser vista como uma crítica às relações baseadas em interesse. Relacione essa ideia com a forma como o autor descreve a dinâmica entre o padrasto e a mãe no texto.

5 - O texto termina com uma reflexão irônica sobre a felicidade daqueles que "não sabem os riscos" de ser padrasto. O que o autor quer dizer com isso? Como o medo e a vigilância social afetam as relações familiares hoje?

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