"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

Pesquisar neste blog ou na Web

MINHAS PÉROLAS

sábado, 24 de junho de 2023

AOS MASSACRANTES DE ESCOLA ("Quem sabe o que é correto age corretamente (...) O verdadeiro conhecimento leva a agir corretamente." — O Mundo de Sofia)

 


AOS MASSACRANTES DE ESCOLA ("Quem sabe o que é correto age corretamente (...) O verdadeiro conhecimento leva a agir corretamente." — O Mundo de Sofia)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma vez, em um mundo onde as vozes daqueles que fracassaram ecoavam com acusações implacáveis, questionava-se se os ex-alunos fracassados seriam capazes de destruir as próprias escolas que um dia frequentaram. Um olhar além das aparências revela que são eles os responsáveis pelos trágicos massacres de estudantes? Nessa teia de incertezas, emergem os desafios ocultos que os ex-alunos enfrentam, desafios não previstos pelas instituições de ensino. Cada indivíduo traz consigo uma jornada singular, carregada de experiências ímpares. No entanto, é inegável que a busca por bodes expiatórios prevalece quando o fracasso se instaura.

As escolas, pilares fundamentais que fornecem educação e oportunidades para o crescimento e desenvolvimento dos alunos, não possuem poderes miraculosos. A responsabilidade do sucesso ou fracasso individual não pode ser imputada diretamente ao sistema educacional como um todo. E então, surge o questionamento: devemos permitir que aqueles que não desejam trilhar o caminho do conhecimento escapem impunes?

A resposta reside na união e no fortalecimento mútuo. Reconhecer que o sucesso ou fracasso de ex-alunos não pode ser atribuído exclusivamente às escolas é fundamental. Cada um é protagonista de suas próprias escolhas e ações na trajetória da vida. As escolas têm um papel importante na formação dos alunos, porém, não podem ser culpadas por todos os desafios enfrentados pelos ex-alunos. Em vez de buscar culpados, é essencial trabalhar em conjunto para aprimorar e fortalecer nossas instituições de ensino, criando um ambiente de aprendizado positivo e inclusivo. A mudança só será alcançada por meio de soluções construtivas.

Que essa reflexão nos inspire a encarar os obstáculos com coragem e responsabilidade, enxergando além das aparências e buscando a transformação coletiva. Somente juntos poderemos construir um futuro onde as escolas sejam verdadeiros refúgios de crescimento e sabedoria, abrindo caminhos para um mundo melhor.

sexta-feira, 23 de junho de 2023

OS DONS E AS RESPONSABILIDADES FAZEM OS HOMENS DIFERENCIADOS ("Os Homens são precisamente diferenciados conforme as realizações de suas necessidades básicas". — Marcos Costa)

 


OS DONS E AS RESPONSABILIDADES FAZEM OS HOMENS DIFERENCIADOS ("Os Homens são precisamente diferenciados conforme as realizações de suas necessidades básicas". — Marcos Costa)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Eu sempre gostei de ensinar, mas confesso que nem sempre foi fácil. Hoje mesmo, tive um episódio que me deixou bastante chateado e pensativo. Um aluno me questionou, impondo-me suas leis e dizendo que do professor deveria ser exigido o uso do uniforme, já que eles são obrigados a usá-lo (se o professor pode eu também posso...), transferindo as obrigações deles para mim. Querem copiar minhas fraquezas para se defenderem das suas, porém não veem minhas virtudes para norteá-los.

Eu fiquei surpreso com a audácia dele e tentei explicar-lhe com calma a diferença entre os papéis de aluno e professor, e a importância de respeitar a autoridade de quem tem mais experiência e conhecimento. Mas ele não quis me ouvir e continuou a desafiar-me com argumentos falaciosos e insolentes. Então lhe respondi com a seguinte parábola:

Se todo motorista habilitado não pode estacionar nas calçadas e nem furar o sinal vermelho, mas ao policial, com sua viatura, é permitido. Porque ele tem o selo da infalibilidade, pois está revestido de poder em sua missão. O aluno tem sua missão; sobretudo, o professor tem outra de maior responsabilidade e comprometimento. Ninguém é igual em seu papel. Essa ideologia "comunista" de papéis IGUALADOS é satânica. O Lúcifer ensinou para a Eva que poderia ser igual a Deus, nivelando o Criador às suas criaturas. E até hoje, ele trabalha, através de seus instrumentos, para fazer o homem crer que é portador de livre-arbítrio, construtor de seu próprio futuro. O espírito de rebeldia cega os filhos da perdição para não ver a autoridade de quem foi posto para ensinar e ser exemplo. "A autoridade nesta terra é imperfeita. Nenhum marido, pai, professor ou rei é perfeito. Eles cometem erros e muitos. Mas, isto não importa, pois a posição dele exige temor, obediência, reverência e confiança. Esta é a lei de Deus. E qualquer pessoa que questioná-la é um animal bruto precisando ser abatido" (IIPe 2:10-12; Jd 1:8-10; Rm 13:1-7).

O aluno ficou em silêncio por alguns segundos e depois saiu da sala sem dizer uma palavra. Eu não sei se ele entendeu a lição ou se ficou ainda mais revoltado. Mas eu espero que um dia ele perceba que eu só quis ajudá-lo a crescer como pessoa e como cidadão. Eu sei que minha missão é difícil e às vezes ingrata, mas eu não desisto dela. Porque eu amo o que faço e sei que estou cumprindo um propósito maior do que eu mesmo.

quinta-feira, 22 de junho de 2023

O NOVO ENSINO MÉDIO: UM LABIRINTO DE DESAFIOS E DESCONTENTAMENTO ("Não adianta enfeitar o cocô com florzinha, a merda já está feita". — Michely Deotti)

 


O NOVO ENSINO MÉDIO: UM LABIRINTO DE DESAFIOS E DESCONTENTAMENTO ("Não adianta enfeitar o cocô com florzinha, a merda já está feita". — Michely Deotti)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma vez, em um país distante, uma escola onde algo estranho acontecia. Os alunos eram aprovados sem mérito algum. Parecia que o viver era gratuito, sem esforço ou luta. A gratuidade enfraquecia a vontade de lutar, anulava a dignidade. Todos eram nivelados por baixo, sem diferenciação. Mas eu acreditava que a generosidade trazia prestígio. Aqueles que davam, que tinham algo a oferecer, eram valorizados. A abundância, o excesso, a facilidade, roubavam a laboriosidade das pessoas, tiravam o valor das coisas e dos eventos. O que é raro e especial é que tem valor.

No entanto, o governo oferecia o estudo gratuito, mas parecia fugir dessa mesma gratuidade. Isso desencorajava os desconfiados, afinal, qualquer pessoa desconfia quando algo é grande e anunciado aos quatro cantos. A dificuldade, por outro lado, desenvolve o caráter e fortalece a vontade de estudar. Mas agora, com o Novo Ensino Médio, as coisas se complicaram ainda mais. A reforma permitia que qualquer pessoa com "notório saber" pudesse dar aula, mesmo sem ter cursado a universidade e obtido um diploma. Isso explicava por que eu tive dificuldade em me encaixar na escola onde trabalho há anos. Ah, Novo Ensino Médio, como você me desafia!

O "mais educação" virou PIA, e agora são as "trilhas". Excessos de um lado, falta de outros. As modalidades se condensavam, privando os jovens da paciência e treinando-os para a impaciência. O Novo Ensino Médio, essa criança mimada e sem definição, nasceu morto.

A vida é dura, o mercado de trabalho é implacável. Como disse o Frei Anselmo Fracasso: "Acariciar para depois castigar é o mesmo que enfeitar os condenados antes de levá-los à forca". Precisamos estar preparados, enfrentar os desafios com coragem e determinação, sabendo que a vida pode ser difícil, mas é nesse enfrentamento que crescemos e nos tornamos pessoas melhores.

Que possamos valorizar o esforço, o estudo, a busca pelo conhecimento. Que não nos acomodemos na gratuidade, mas busquemos a excelência e a superação. A vida nos cobra, e devemos estar prontos para enfrentar as adversidades. Assim, podemos construir um futuro de realizações e conquistas, com a certeza de que nosso esforço será recompensado.

quarta-feira, 21 de junho de 2023

A COMPATIBILIZAÇÃO DOS EVENTOS DA VIDA ("O que é distinto não o pode ser por sí só, só o é por meio da distinção". — Isaac da Conceição)

 


A COMPATIBILIZAÇÃO DOS EVENTOS DA VIDA ("O que é distinto não o pode ser por sí só, só o é por meio da distinção". — Isaac da Conceição)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

No meio das complexidades da existência, percebo que não há dois caminhos à nossa frente, mas um só, e nossa escolha consiste em um estado de espírito: o da vida e o da morte. É como se o céu se revelasse quando estou bem e vivo o inferno quando estou mal. Embora pareçam se bifurcar, na verdade são interligados pelas circunstâncias que nos cercam. É como se o diabo, com suas artimanhas, criasse a ilusão de que esses caminhos são paralelos, mas, na verdade, eles se entrelaçam num jogo manipulado por Deus.

Cada momento vivido contém um pouco de vida e um pouco de morte, como uma dança entre essas duas realidades. É uma composição dual onde nada é em vão. Assim como uma semente de caju destinada a se tornar um cajueiro, há também em seu âmago a possibilidade de alimentar um mamoeiro. É a reutilização das substâncias da natureza, um ciclo contínuo e interligado.

A vida e a morte não são caminhos paralelos, assim como a luz e as trevas, o profano e o sagrado. Nada é absolutamente puro ou absoluto. Sempre há um pouco de luz nas trevas e um pouco de pecado na pureza. A vida traz consigo um resquício de morte, e a morte, por sua vez, traz consigo a promessa de um novo ciclo de vida. Tudo se entrelaça e se mistura, não existe uma totalidade.

Percebo que meu batismo é o da compatibilidade, pois as substâncias são compatíveis dependendo da dosagem. Existe um ponto de fusão entre esses dois mundos, onde as influências divinas agem, dando sentido a essa complexa teia da existência.

Ao refletir sobre essa experiência, compreendo a importância de aceitar as dualidades da vida e encontrar equilíbrio em meio a elas. Nada é simplesmente bom ou ruim, certo ou errado. Tudo possui nuances e é essencial enxergar além das aparências. Aprendo a valorizar cada momento da vida, sabendo que a morte está presente, e a enfrentar a morte com coragem, sabendo que a vida continua em outros ciclos.

Que possamos compreender a interconexão de tudo ao nosso redor e encontrar paz em meio às incertezas e contradições da existência. É nesse entendimento que reside a verdadeira sabedoria.

terça-feira, 20 de junho de 2023

SEM LIMITE ("Justiça extrema é injustiça." — Cícero)

 


SEM LIMITE ("Justiça extrema é injustiça." — Cícero)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Imagine uma doença tão terrível que deseja se apossar não apenas do seu corpo, mas também da sua mente. Essa doença é o exagero, um mal que permeia todos os lugares e está sempre à espreita. Ela consome sua carne em um banquete macabro. É uma presença indesejável, porém persistente. Manifesta-se nos excessos permitidos. Em questão de minutos, pode transformar uma pessoa perfeita em um ser debilitado. Se alguém, aos 50 anos, afirmar estar completamente saudável, vou dizer prontamente que essa pessoa está mentindo e caminhando para um destino infernal. Para conquistar um pouco de saúde, precisamos lutar como se estivéssemos em uma guerra.

No fim das contas, Deus cria o ser humano, permite que ele adoeça e, por fim, o leva à morte. Somente Ele, em Sua infinita misericórdia, pode trazer a cura. Nenhum remédio é eficaz se Ele não estender Sua mão. Ah, vida misteriosa e imprevisível! "Quem teme ao Senhor desfruta de uma vida longa (mesmo com doenças), mas os ímpios morrem antes do tempo (doenças agravadas)." (Provérbios 10:17).

Nessa reflexão, percebo a importância de encontrar o equilíbrio em todas as nossas ações. O exagero nos conduz por caminhos perigosos, minando nossa saúde e bem-estar. Devemos aprender a valorizar a moderação, evitando os excessos que nos levam a sofrimentos e consequências indesejáveis. Cuidar do nosso corpo e da nossa mente é uma batalha diária, mas uma batalha que vale a pena ser travada.

Portanto, meu estimado leitor, convido-o a refletir sobre os seus próprios exageros. Busque o equilíbrio em todas as áreas da vida e valorize a saúde como um tesouro precioso. Lembre-se de que apenas a moderação nos conduz a uma vida plena e duradoura. Não permita que o exagero o aprisione, mas escolha a liberdade de viver com sabedoria e discernimento. Afinal, a vida é um dom precioso que deve ser cuidado e apreciado em toda a sua magnificência. CiFA

segunda-feira, 19 de junho de 2023

TRANSTORNO DE ACUMULAÇÃO NÃO É DOENÇA, É APEGO! ("Não somos acumuladores, somos o fluxo da vida. Por mais forte que seja o nosso desejo de posse, já somos o passado dos nossos descendentes." — William Eduardo Marques)

 


TRANSTORNO DE ACUMULAÇÃO NÃO É DOENÇA, É APEGO! ("Não somos acumuladores, somos o fluxo da vida. Por mais forte que seja o nosso desejo de posse, já somos o passado dos nossos descendentes." — William Eduardo Marques)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Havia uma pessoa especial, um acumulador, que possuía um olhar único sobre o mundo. Era eu, imerso em um universo repleto de objetos aparentemente desprezíveis aos olhos dos demais. Mas para mim, cada coisa tinha um valor inestimável.

Certo dia, enquanto vasculhava minhas coleções, refleti sobre o que me fazia enxergar beleza onde muitos só viam insignificância. Percebi que, ao valorizar o que é desprezado, também evitava menosprezar as pessoas que são marginalizadas, que não se encaixam nos padrões estabelecidos. A vida me ensinou que cada pessoa, por mais desprezada que pareça, carrega em si algo especial. Todos têm histórias, talentos e experiências únicas que podem iluminar o mundo de maneiras imprevisíveis.

Lembranças de meu avô ecoaram em minha mente, suas palavras sábias preenchendo meu coração: "quem guarda o que não quer, tem o que precisa". A mensagem por trás dessas palavras parecia ganhar vida em cada objeto que eu acumulava.

Através do meu olhar apreciativo, descobri que a verdadeira riqueza está na capacidade de reconhecer o valor nas coisas e nas pessoas, mesmo quando outros não conseguem enxergar. Afinal, é nessa diversidade que reside a beleza do mundo.

Em minha jornada de acumulação, percebi ainda que o que guardamos pode ter uma utilidade surpreendente, tanto para nós mesmos quanto para os outros. Um simples item, que para muitos seria descartado, poderia se tornar um tesouro valioso nas mãos de alguém que o necessitasse.

Portanto, convido você, leitor, a refletir sobre como podemos encontrar tesouros escondidos nas situações e nas pessoas que muitas vezes são ignoradas. Abrace a singularidade de cada indivíduo e valorize aquilo que é considerado desprezível. Pois, ao fazer isso, descobriremos um universo repleto de possibilidades e uma conexão genuína com o que nos cerca.