"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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MINHAS PÉROLAS

sábado, 26 de maio de 2012

VERGONHA DE MÃE (Lágrimas poderosas, as de crocodilo)



Crônica

VERGONHA DE MÃE (Lágrimas poderosas, as de crocodilo)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Que tipo de escola muda o aluno indisciplinado de sua sala, para uma turma de bom comportamento; ou, de lugar, pondo os bons no fundão e os dispersos nos primeiros lugares, na tentativa de conter a baderna? Qual é o foco dela, senão contaminar as outras "células" ou nivelar todo mundo por baixo?!
          Naquela reunião, aquela mãe confessou passar por tamanha humilhação, tendo de ir à escola reivindicar o retorno de seu filho à sala anterior, considerando questões didáticas-pedagógicas superiores da família, jamais consideradas pelos pedagogos provocadores da mudança, e, diga-se de passagem, essa mãe era professora também. Quais critérios, na relação custo benefício, levaram em conta a maioria dos professores? Como eles votaram e concluíram sobre o tal aluno não poder ficar nessa ou naquela sala? Que pedagogia "OVINI" é essa cujos bons alunos da outra sala, a suposta anfitriã comportada, são ignorados para opinar? Alguns deles quiseram até sair de lá, quando ficaram sabendo do indivíduo indisciplinado que iria ser seu novo colega de sala!
          Pois é, aquela mãe e seu filho saíram da sala dos professores aos pulos, valeram as "lágrimas de crocodilo". Eu nem queria estar na pele do coordenador e dos professores donos da causa naquele momento faustoso para ela. E posso apenas imaginar as implicações morais na vida da escola com uma certa satisfação também, por ter votado pela não discriminação do dito aluno, e não ter sido ouvido. Minha máxima é: Nunca se resolve problemas relacionais e de indisciplina, mudando o desordeiro de lugar, sem que o mude primeiramente de caráter. Ninguém merece! Só se  deve promover alguém por mérito ou um motivo verdadeiramente nobre.
          O que passou pela mente daquele aluno, de comportamento contrário às regras, quando recebeu a ordem de mudança de sala? Desconheço, mas tampouco foram bons pensamentos para dar no que deu! Quais foram os motivos reais da mudança dele no espaço físico? Será se não foi apenas um teste de poder? Agora sabemos quem pode mais na escola!
         O que ainda de forma alguma compreendi, foi o fato de um aluno ser indisciplinado com um professor e com outro não, e isso tornar-se motivo de um manejo para uma sala de comportamento melhor, fazendo-o de "semente de iogurte", azedando a porção maior! Assim, também, tiraram a voz da minoria dos professores dele, os quais de jeito nenhum concordaram com a mudança. Porque se o for improdutivo com todos, a escola deve expulsá-lo de vez considerando o bem dele e dos outros. Aqui cabe o lugar-comum: "uma fruta podre estraga outras". E o pensamento de Henry Thoreau: "A massa nunca se eleva ao padrão do seu melhor membro; pelo contrário, degrada-se ao nível do pior."
          Nós professores andamos como quem pisa em ovos! Iludidos que estamos podendo, fingimos ditar regras, mas na verdade essas regras são sempre ajustadas por baixo, os manda-chuvas mesmo são os pais e alunos, e as demais autoridades os protegem. O empregado bem sucedido diz: "o cliente sempre tem razão". E eu digo: "ita fiat"!
Claudeko
Enviado por Claudeko em 04/02/2012
Reeditado em 26/05/2012
Código do texto: T3479564


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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sábado, 19 de maio de 2012

AOS MEUS DISCÍPULOS (Se sou um deus ou uma besta, só o tempo revelará)



Crônica

AOS MEUS DISCÍPULOS (Se sou um deus ou uma besta, só o tempo revelará)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Quem quiser saber o caminho certo, encontre-me num cruzamento qualquer desta vida, estarei trilhando por ele. Se quiser seguir meus passos não os achará. O caminhar do homem criativo é solitário e não linear. Embora dissesse Aristóteles: "O homem solitário é uma besta ou um deus." Creio ser meio solitário e meio deus, sim, não só por interferir no meio, mas, muito mais, por filtrar o meio para beber do naturalismo sadio!
          No ano passado, ficaram retidos, para repetir a série, alguns pouquíssimos alunos, e um, em especial,  chamou-me muito bem a atenção, este é o motivo maior desta crônica. Lembrando da maioria de meus alunos declarados evangélicos, os quais certamente nem leem ou leem pouco os Evangelhos; são arrogantes, prepotentes, subestimadores e autossuficientes, querem nos convencer que são melhores seres humanos que nós todos juntos. Mas, conseguem senão evidenciar e exaltar a mesquinhez de sua existência e de seu testemunho viciado, diminuindo o Cristo de quem eles se dizem seguidores!
          Por isso, estou cobrando mais do aluno reprovado, pois é o objeto de minhas observações de então, até porque sempre se ofereceu a mim como modelo ideal de "Filho de Deus". Os filhos louvam o Pai todos os dias com um cântico novo, que seja assim, porém sem esquecerem nunca de cumprir suas outras obrigações!
          É tão fácil ser promovido nos estudos, ainda mais nos colégios públicos da atualidade por causa das estatísticas midiáticas. E, alguns crentes ainda conseguem ser reprovados, isso é inadmissível. O tal aluno, um músico da igreja, trazia o seu violão à sala de aula todos os dias e, nos intervalos, exibia seus talentos, rodeado das menininhas evangélicas, cantavam dezenas de músicas gospel. No final do ano, herdou a reprovação, provando que só o louvor a Deus não é o suficiente para se ter uma carreira acadêmica promissora, também importam as preocupações da vida material. Ou os professores que o reprovaram são do Lúcifer?! Eu não duvido sobre alguns terem pacto com ele, suportando os algozes da profissão, cada dia mais difícil. E talvez seja o caso aqui, porque os professores geralmente avaliam apenas os conhecimentos mundanos! Ou ainda o testemunho cristão e trabalho missionário do mancebo não foram suficientes na quela etapa dos seus estudos, pois seria o mais provável, talvez Deus estivesse usando os professores para retê-lo, obrigando-o a repetir aquela série, repetindo também a sua influência ali? Digo obrigou, porque creio de todo coração, ele queria ir adiante, apenas exerceu demais a sua fé, esta desvinculada das obras não fanáticas, isto está na epístola de Tiago, o que ele não sabia ou ignorou! "Fé sem as obras é morta" (Tg 2:26). 
           Finalmente, os cantores abandonaram seu violonista, findaram-se as rodinhas da música santificadora e sobrou apenas o batidão "fanquista" do receio, no terceiro ano é assim, depois de formados, todos somem. O poeta já tinha lhe advertindo que cada coisa ter o seu lugar apropriado: "É diferente, diferente eu também sou, um  pouco d'água mata a sede, e um calmante passa a dor". Se sou um deus ou uma besta, só o tempo confirmará, como o fez ao nosso protagonista.
Claudeko
Enviado por Claudeko em 21/01/2012
Reeditado em 19/05/2012
Código do texto: T3453981


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sábado, 12 de maio de 2012

MODULAÇÃO TEMPORÃ ("Quando não encontramos o repouso em nós próprios, é inútil ir procurá-lo noutro lado". François La Rochefoucauld)



Crônica

MODULAÇÃO TEMPORÃ ("Quando não encontramos o repouso em nós próprios, é inútil ir procurá-lo noutro lado". François La Rochefoucauld)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

No limiar de cada ano letivo, sou testemunha e vítima de um espetáculo que se desenrola nos colégios estaduais, uma espécie de ringue onde os professores travam uma batalha silenciosa e ora estridente, garantindo sua carga de aula, que, mais do que uma mera estatística, representa a luta pela manutenção do padrão de vida. Em meu retorno do recesso do final de ano, vejo esses atores profissionais e concursados se embrenhando na disputa pelo número mágico de aulas — seja ele 20, 30, ou 40 —, tudo em busca do tão desejado salário. E se preferir carga mínima, terá que justificar com documentos mil.

Nessa encenação da vida real, percebo que os critérios para a distribuição de aulas variam a cada ano, envoltos na teia complexa da política do grupo gestor, em que apadrinhamento, vinganças e o medo de denúncias delineiam as regras do jogo. Na ciranda de aulas voláteis, até mesmo os "veteranos de casa" se submetem a ministrar disciplinas que pouco se alinham com sua formação original. Pedagogos, por exemplo, se aventuram no Ensino Médio, lecionando desde Filosofia até Sociologia, enquanto encaram a difícil tarefa de administrar 32 diários de classe.

A ironia da situação revela-se na chamada "Pré-Modulação", um processo que se inicia em janeiro, perdura ao longo do ano, e colhe os frutos amargos das decisões precipitadas. O que deveria ser um período de descanso para os professores, no entanto, transforma-se em um interregno tenso e incerto. Enquanto outros trabalhadores de outras profissões se afastam para suas férias com a certeza de um retorno seguro ao mesmo posto, os educadores, em seu recesso, são assombrados por uma pergunta perturbadora: "O que será da minha vida quando eu voltar ao trabalho?"

Assim, o recesso docente de final de ano letivo e férias se tornam uma espécie de suspense angustiante, no qual os professores, ainda em seus dias de descanso, ligam para a secretaria da escola, buscando desesperadamente suas aulas. Este ritual força uma pré-modulação, uma distribuição de aulas fora de época que, inevitavelmente, será refeita devido à imprecisão. Eu, porém, vejo esse processo como um desperdício remunerado de esforços, provando que o fruto forçado a amadurecer cedo demais inevitavelmente apodrece antes do tempo.

Por que deveríamos acreditar em um apagão na educação se há professor demais e aula de menos? A resposta não reside na escassez de professores, mas na precariedade de um sistema que desperdiça talentos, submete educadores a um jogo desgastante e, no final, compromete a qualidade do ensino. O ciclo se repete, e a dança anual pela carga horária revela-se não apenas como uma questão de números, mas como um reflexo mais amplo das mazelas de um sistema educacional em descompasso. A verdade é que, enquanto alguns lutam por suas aulinhas, a educação como um todo corre o risco de se perder nos descaminhos de uma pré-modulação desgastante e desencontrada para atender as preferências por conveniência dos privilegiados.

Por isso que não quis pegar aula. Formei-me em Letras, por paixão. Pretendo fazer uma Pós de Literatura e Crítica Literária. Acho mais minha cara. Sou apaixonado pelas palavras, letras, literatura. Mas não para ficar dessa forma. Um ótimo texto! O pior é que tem professor demais - talvez -, porém, o governo e prefeito sempre abre vagas para substituto e nunca conseguem preenchê-las pois muitos desistem no meio do caminho. Abraço do Gonçalves.


sábado, 5 de maio de 2012

POMBOS DE RUA (Crianças aprendem o que querem aprender)



Crônica

POMBOS DE RUA (Crianças aprendem o que querem aprender)

          Por Claudeci Ferreira de Andrade


         Na ferragem trançada, sustentadora da cobertura do auditório, na Praça Criativa, em Senador Canedo, os pombos se empoleiram a fim de dormir, rotina de todos os dias. Aquela noite, seria mais uma de tolerância, sobreviventes das ruas dormirão mais tarde. Fazendo coisa útil? Sim! Assistindo a uma palestra educativa, intitulada: "Alunos Que Não Aprendem". Observei-os por uma semana nas diversas palestras do Encontro Municipal de Educação, percebi neles, àquela noite especialmente, estavam mais inquietos, se empurravam, batendo asas, consequentemente acordavam alguns cochilantes cá em baixo. Estes, meio envergonhados, se consertavam na cadeira, olhavam ao alto e disfarçavam muito bem. Os pombos, eu os relacionei aos meus alunos. Por que eles nunca aprendem? É lógico; de forma alguma querem aprender, querem só diversão. Lá de cima, escolhiam o intruso de baixo com a finalidade de adubar a cabeça. Mira invejável! Quatrocentos cursistas para duas ou três dezenas de atiradores cloacais. Era como um jogo lúdico de revesamento, ou melhor, de "roleta russa". Muitas figurinhas foram carimbadas. Os vilões empenados brincavam à noite na aula, e muito cedo, pela manhã, comiam as opulentas migalhas restantes do "Coffee Break" dos figurões.
           Pombos, símbolo da paz, representação do Espírito Santo, empreendedores de Missão Divina, inocência; agora, os de rua são espertos, aprendem sim! Seria muita maldade acusar essas benfazejas criaturas de distribuírem piolhos, porém vi professores ali, coçando a cabeça. Eu também cocei a minha, mas só expressando incerteza, quando o palestrante disse sobre as crianças que escrevem: "COMUOG", querendo dizer: "como hoje". Estarreci-me com a frouxidão nos critérios do ensino acadêmico nas mãos desses pedagogos Show. Justificou ele : - aprenderam sim, do ponto de vista fonológico! Então, conclui que todos aprendem, tanto pombos, quanto crianças e fica afirmado sobre nós: só aprendermos se quisermos aprender, ou seja, o extremamente necessário para viver melhor; lição pombal. O problema do Sistema Educacional é a imposição sem razão. E por cima ainda, nos venderam os livros receituários.
         
Claudeko
Enviado por Claudeko em 11/01/2012
Reeditado em 17/01/2012
Código do texto: T3435020

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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sábado, 28 de abril de 2012

CRITÉRIO A SEU FAVOR: A Filosofia Cínica da "Cornalidade" (Todo "corno" é criterioso ou valente)



Crônica humorística

CRITÉRIO A SEU FAVOR: A Filosofia Cínica da "Cornalidade" (Todo "corno" é criterioso ou valente)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Eu escolhi minha parceira pela estrutura óssea — firme, bela, proporcional. É uma preferência que, embora pareça estranha, tem sua lógica: quando a carne macia se oferece aos lobos famintos, ainda me restarão ossos de qualidade, bem dispostos e resistentes. Afinal, se não se come os ossos, pelo menos se rói. Assim, aprendi a lidar com as ironias da vida conjugal com o humor de quem sabe rir de si mesmo. Ser traído, neste contexto, não é apenas derrota, mas um retrato honesto da imperfeição humana — uma curiosa forma de fidelidade a si, ainda que à custa de alguma humilhação.

Todo “corno” que se preza é criterioso e discreto. Ele cuida bem da esposa, sobretudo na frente dos amigos, pois o orgulho ferido também sabe se disfarçar com elegância. Viver essa condição é um espetáculo silencioso: o homem sorri, conversa e segue o ritual da boa aparência, enquanto equilibra sobre a cabeça uma coroa invisível — a “cabeça florida”, que faz sombra sobre todos. No fundo, há uma sabedoria escondida nessa resignação: o traído aprende a rir da própria dor e a transformar o vexame em filosofia de vida.

Se a “cornalidade” é o prêmio de quem ama demais, o traidor sexual, talvez, não passe de um tolo que confunde prazer com glória. Entre ser o traído ou o traidor, há quem prefira o primeiro — este, ao menos, não precisa sustentar a culpa de enganar. Afinal, é difícil encontrar alguém que permaneça conosco em todas as circunstâncias: “na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapé”. Melhor, então, é saborear o "filé mignon" com os amigos do que roer ossos em solidão. Como disse o professor Osmar Fernandes: “Todo boi sonso, quando mostra seus chifres, fere de morte” — uma sentença que traduz a força oculta do homem que, mesmo ferido, preserva a própria dignidade.

No fim, o verdadeiro "corno" não é apenas o traído, mas quem vive envenenado pela posse e pela desconfiança. A infidelidade da carne é apenas reflexo da fragilidade humana, e quem entende isso se liberta do rancor.

Urubus não desaparecem eliminando-se uns aos outros — só se afastam quando não há mais carniça. Assim também é o amor: enquanto houver o odor da sedução e da vaidade, haverá sempre quem queira partilhar o que não lhe pertence. A sabedoria está em se afastar da podridão, preservar o que é sólido — e, no fim das contas, reconhecer que, sob a pele do "corno platônico", talvez habite apenas um homem que aprendeu a rir da vida e a respeitar suas leis naturais.


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Como professor de Sociologia, vejo neste texto uma análise rica e cínica sobre a instituição do casamento, a possessividade e a gestão do estigma social na vida contemporânea. Abaixo estão 5 questões discursivas, simples e objetivas, formuladas para alunos do Ensino Médio, com foco nos temas sociológicos e na filosofia social abordados em meu texto:

1. Desempenho Social e Estigma

O texto descreve que o homem traído ("corno") age com "disfarce", "cuidado" e mantém a "boa aparência" na frente dos amigos. Usando a teoria de Erving Goffman (Dramaturgia), explique como o indivíduo tenta gerenciar o estigma social da traição por meio de um "espetáculo silencioso" na vida cotidiana, separando a "fachada" pública da realidade privada.

2. A Escolha Cínica e a Crítica à Instituição

O autor ironiza a escolha da parceira pela "estrutura óssea" (solidez/resistência) em vez da "carne macia" (fragilidade/prazer), aceitando a infidelidade como "imperfeição humana". Analise como essa visão cínica critica o ideal romântico do casamento moderno e discuta como o texto propõe que o realismo (aceitação da imperfeição) é uma forma de resistência contra as expectativas sociais inatingíveis.

3. Possessividade e a Liberação do Rancor

O texto distingue o "verdadeiro corno" como aquele que vive "envenenado pela posse e pela desconfiança". Analise a crítica à possessividade nas relações. De que forma o abandono da visão do parceiro como propriedade (rejeição à posse) é proposto como um caminho para a libertação do rancor e para a aceitação da "fragilidade humana" que é a infidelidade?

4. O Medo da Solidão e a Qualidade dos Vínculos

Diante da dificuldade de manter um parceiro fiel em todas as circunstâncias, o texto sugere que "é melhor mal acompanhar a estar só". Discuta como o medo da solidão (um fenômeno comum na sociedade individualizada) influencia as escolhas dos indivíduos, levando-os a manter vínculos sociais imperfeitos (como a "cornalidade" resignada) em vez de enfrentar o isolamento.

5. Metáfora da Carniça e Crítica à Vaidade

A metáfora dos urubus e da "carniça" critica o fato de que a infidelidade se mantém enquanto houver o "odor da sedução e da vaidade". Explique como a vaidade excessiva (a "carniça") no relacionamento funciona como um convite para a intrusão externa e o desrespeito. Como a "sabedoria" mencionada no final é um apelo à humildade e à essência, em oposição à superficialidade que atrai os "urubus"?

Caro parceiro...brilhante...duro é roer o osso,né?