A autocrítica de um professor
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RIDICULARIZAR PARA APERFEIÇOAR: NINGUÉM PODE IMPEDIR QUE EU CONTE O QUE CONTECEU COMIGO, APENAS TENHA CUIDADO PARA NÃO TROPEÇAR NAS COVAS profundas DE MINHAS "PISADAS". O QUE SERIA ASSÉDIO MORAL? É a exposição dos trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras, de um ou mais chefes desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho. “Eu sou um castigo de Deus. E se você não cometeu grandes pecados, Deus não teria enviado um castigo como eu.” ―Gengis Khan
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. |
Era uma vez, eu, um professor, em meio a um campo de batalha chamado sala de aula. Ali, um aluno ameaçador, com a audácia de um guerreiro, desafiava-me, denunciando-me ao diretor e causando um alvoroço. Ele lutava por uma nota, como se sua reputação fosse medida apenas pelo grito vitorioso de uma nota alta. No entanto, para o sistema, um aluno vale mais que dez professores. E se ele é bagunceiro, senta-se bem na frente, como um general liderando suas tropas.
A nota deveria ser um troféu merecido, o resultado justo do trabalho árduo, e nunca o despojo de brigas. Mas quem não quer cumprir suas obrigações deposita-as em alguém, dobrando a carga dos outros. Assim, os coordenadores me sobrecarregam com planilhas de dados inúteis. Então, a pessoa sobrecarregada abre mão de um dos fardos e foge da guerra. Mas, o fugir não seria do meu feitio.
Nunca vi um aluno pedir ao professor para baixar sua nota, por se achar indigno da tamanha vantagem. No entanto, já vi muitos chamarem o professor de injusto por tentar ser correto ao atribuir-lhes suas notas. Já vi também alunos injustamente favorecidos com boa nota e se sentindo perturbados intimamente. Estes brigam para que o professor aumente a nota dos demais da sala, aliviando seu peso de consciência. Porém jamais pedem uma avaliação realmente justa.
Já vi um aluno receber uma nota ajustada ao seu demérito. Todavia, por não ser tão boa, comparada com as dos colegas de quem colou, ele brigou e brigou, pressionou as autoridades escolares e conseguiu aumentar sua "credibilidade" (nota), jogando a culpa nas aulas ruins. No entanto, com o professor refém, o aluno sempre ganha, negociando as falhas dele. Visto isso, comprovo mais uma vez: "fezes quanto mais se mexe mais fede". Ao aluno interessado somente em nota, dá-se-lhe dez para amansá-lo, pois nota é a moeda do "inferno".
No outro caso, uma aluna faltou no dia marcado para fazer sua prova de Língua Portuguesa. No início, eu neguei-lhe a avaliação, mas lhe pedi que fosse procurar convencer a coordenadora. Então, veio a coordenadora explicar a justificativa fraca da tal aluna: — "não acordei na hora...". Sendo assim, abri a oportunidade a todos os outros, os quais também não fizeram aquela prova independente do motivo. Depois, a aluna ficou muito brava comigo porque foi ela sozinha a conquistadora do direito.
A nota adoece o aluno e as possibilidades da nota também, e o professor herda a maldição! No final do bimestre, o professor se isola, fechando nota no diário eletrônico até o dia marcado. Então, o mestre ajeita um ponto para cá, dá outros lá, jamais pode reprovar aluno, nem dificultar a vida dele. No município, deixei uns quinze de recuperação, logo a coordenadora me chamou a atenção. Também de jeito nenhum pode passar todo mundo, senão é taxado de frouxo, né! "Do espeto, cai nas brasas".
Depois de tudo, detesto anunciar as médias à classe, é responsabilidade da secretaria da escola. Ninguém fica satisfeito com sua nota, o pior é a maioria jogar a culpa no professor pela tal nota baixa. Quando entrego as provas aos alunos corrigidas, sempre aparece alguém, dizendo ter feito a prova e não a recebeu, logo o professor é acusado de ter perdido a prova do aluno. E ai do professor se propor para ele fazer outra prova! Termina sempre, doando nota gratuitamente a ele.
Assim, a batalha das notas continua, uma luta constante entre professores e alunos. Mas no final, o que realmente importa é o aprendizado, a jornada e não o destino. As notas são apenas números, mas o conhecimento adquirido é o verdadeiro troféu. E é isso que eu, como professor, tento transmitir aos meus alunos todos os dias.
ALINHAMENTO CONSTRUTIVO
1. A Nota como Símbolo de Status e Poder:
Como a busca incessante por notas altas pode ser interpretada como uma busca por status e reconhecimento social?
De que forma a obsessão pelas notas pode distorcer o verdadeiro propósito da educação?
Que alternativas podem ser utilizadas para avaliar o aprendizado de forma mais holística e significativa?
2. A Desigualdade na Atribuição de Notas:
Como o sistema de notas pode perpetuar desigualdades e injustiças sociais?
Que medidas podem ser tomadas para garantir que a avaliação seja justa e equitativa para todos os alunos?
Como podemos evitar que a comparação entre alunos seja utilizada como ferramenta de desmotivação e exclusão?
3. O Professor como Juiz Implacável:
Como a pressão por resultados e a cultura de culpa podem afetar a saúde mental e o bem-estar dos professores?
Que medidas podem ser tomadas para aliviar a carga de trabalho dos professores e promover uma cultura de colaboração e apoio mútuo?
Como podemos ressignificar o papel do professor, indo além da figura do "juiz" que distribui notas?
4. A Busca por Soluções Equilibradas:
Como encontrar um equilíbrio entre a necessidade de avaliação e a promoção da autonomia e do protagonismo dos alunos?
Que métodos de avaliação podem ser utilizados para estimular o aprendizado autônomo e a responsabilidade individual?
Como podemos criar um ambiente de aprendizagem mais positivo e colaborativo, onde o erro seja visto como oportunidade de crescimento?
5. O Valor Intrínseco do Aprendizado:
Como podemos resgatar o valor intrínseco do aprendizado e desviar o foco da obsessão por notas?
Que estratégias podem ser utilizadas para despertar a curiosidade, a criatividade e o interesse genuíno pelo conhecimento?
Como podemos incentivar os alunos a se tornarem aprendizes autônomos e apaixonados pelo saber?
Lembre-se: A educação é um processo complexo e multifacetado que vai além da mera obtenção de notas. A verdadeira riqueza reside no aprendizado, na jornada individual de cada aluno e na construção de um conhecimento significativo e transformador. As notas são apenas ferramentas, e não o objetivo final da educação.
Dicas para responder as questões:
Leia o texto com atenção e reflita sobre os temas abordados.
Utilize o texto como base para suas respostas, mas não se limite a ele.
Busque outras fontes de informação para enriquecer seus argumentos.
Seja criativo e original em suas respostas.
Apresente seus argumentos de forma clara e concisa.
Fundamente suas ideias com exemplos e dados concretos.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. |
Estava no oitavo ano do Ensino Fundamental, lecionando Língua Portuguesa, quando um aluno, sentado na primeira carteira, me fez um pedido peculiar. Ele queria que eu escrevesse no quadro com giz molhado. Alegava que a escrita ficava mais nítida e o ruído do giz seco na superfície polida era irritante. Sem hesitar, atendi ao seu pedido, sem imaginar as consequências que viriam.
No quinto horário daquela tarde, o professor de geografia entrou na sala e, ao ver o quadro, saiu imediatamente. No pátio, ele me abordou e, com um esforço visível para ser educado, pediu que eu nunca mais escrevesse no quadro com giz molhado. Acenei com a cabeça, mas por dentro, questionava suas motivações. Será que ele tinha preguiça de apagar o quadro com um pano molhado?
Refletindo mais profundamente, percebi que aquele aluno havia me usado contra o professor que ele não gostava. Ele havia encontrado o ponto fraco do professor e me colocou contra ele. Quando molhei o giz naquele momento, na verdade, estava molhando a língua do menino estrategista. Eu era o Lázaro do seio de Abraão de quem o Rico precisava de refrigério no inferno.
A escola, que deveria ser um ambiente de educação, tornou-se o celeiro das relações estragadas. E eu, magoado pela petulância do colega, me perguntava qual era a verdadeira intenção daquele aluno "lúcido". Porque a do tal professor, eu já sabia. Ele não repreendeu nenhum outro colega que escrevia com giz molhado e nunca se manifestou em nenhuma reunião pedagógica da escola. Esse professor é demais!
Depois de tantos anos apagando matéria escrita, deixadas no quadro, por colegas, encontrei alguém que me pressionou com tanta futilidade para facilitar seu trabalho, mesmo que isso dificultasse o meu. Entre nós, na educação, o que importa é eu me dar bem. Mas, no final das contas, o que realmente importa é a busca pela sabedoria, e não quem a detém. E essa é a lição que levo comigo: a escola pública é um campo de batalha, e cada um de nós é um soldado lutando com as armas que temos. E, às vezes, essas armas são apenas um pedaço de giz molhado.
ALINHAMENTO CONSTRUTIVO
1. A Intencionalidade por Trás do Pedido:
Qual a real intenção do aluno ao solicitar o uso do giz molhado?
Ele buscava melhores condições de aprendizado ou se aproveitou da situação para prejudicar o professor de geografia?
Explore diferentes interpretações para o pedido do aluno e suas motivações.
2. A Escola Pública como Campo de Batalha:
De que forma a metáfora da "escola pública como campo de batalha" se aplica à história narrada?
Que elementos do texto corroboram essa visão?
Quais os desafios enfrentados pelos profissionais da educação nesse contexto?
3. O Giz Molhado como Símbolo:
O que o "giz molhado" representa na narrativa?
Como ele pode ser interpretado como metáfora para diferentes aspectos da escola pública?
Analise as implicações simbólicas do giz molhado na relação entre os personagens e na dinâmica escolar.
4. A Busca pela Sabedoria em Meio aos Conflitos:
Apesar dos desafios, qual o papel da busca pela sabedoria na escola pública?
Como professores e alunos podem se engajar nesse processo em um ambiente conflituoso?
Quais estratégias podem ser utilizadas para promover o aprendizado e o desenvolvimento em meio às dificuldades?
5. Reflexões e Aprendizados para o Futuro:
Que lições podemos tirar da história do "giz molhado"?
Como podemos aplicar essas lições para melhorar a qualidade da educação pública?
Que ações podemos tomar para construir um ambiente escolar mais positivo e colaborativo?
Dicas para responder as questões:
Leia o texto com atenção e reflita sobre os temas abordados.
Utilize o texto como base para suas respostas, mas não se limite a ele.
Busque outras fontes de informação para enriquecer seus argumentos.
Seja criativo e original em suas respostas.
Apresente seus argumentos de forma clara e concisa.
Fundamente suas ideias com exemplos e dados concretos.
Lembre-se: A escola pública é um espaço de formação de cidadãos, mas também palco de diferentes desafios. Refletir sobre essas questões é fundamental para buscar soluções e construir um ambiente educacional mais justo e positivo para todos.
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