"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sábado, 5 de março de 2016

OUTRO NEPOTISMO: O ESCOLAR! ("'Panela' só é ruim para quem está do lado de fora." — Deodato Júnior)



Crônica

OUTRO NEPOTISMO: O ESCOLAR! ("'Panela' só é ruim para quem está do lado de fora." — Deodato Júnior) 

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Eu não sabia o tamanho dos males recorrentes quando um filho de professor da rede pública estuda na escola e no turno de trabalho do pai, eu não entendia o porquê isso era tão prejudicial para ambos e terceiros. Pensei que tivesse a ver com a baixa qualidade do ensino, apesar do esforço do pai e/ou da mãe para serem bons professores, mas não tem! Tudo tem implicações de ordem ética e moral ou a falta destas.
            Aconteceu na unidade escolar na qual leciono que um menino pegara de mau jeito no braço da filha de um professor da mesma unidade de ensino, de forma desrespeitosa (ao olhos do pai), e ele não gostou, portanto quase virou caso de polícia, se o pai do aluno não fosse humilde... Os adolescentes filhos de qualquer pessoa tocam-se de qualquer jeito e não se agrava tanto. Mas, o professor, sendo uma autoridade na escola, recorreu a todas as instâncias, e tinha por que tinha de se respeitar a filha dele. Porém nem tinha acontecido nada grave!  Agora vi um dos males desse tipo de nepotismo: a proteção desleal.
           Em outra ocasião, fui vítima de uma das doenças desse nepotismo esculachado: autorrepressão! Pois, o filho de um colega maltratou-me na sala de aula, e eu temi encaminhar quaisquer medidas repressivas para evitar problema de ordem profissional e pessoal com o colega, já conhecido muito bem, através de suas opiniões sobre os filhos dos outros e bravatas preconizando violência quando se achava prejudicado. Meteu-me medo, pois andou me insultando! Essa não foi a primeira vez, já me calei até para o filho da professora substituta, quando disse que eu não sabia dar aula. Tudo nessa direção torna-se caso pessoal. E a maioria dos filhos de professor continua sendo os piores exemplos da unidade escolar apoiados pelos pais e colegas (outros intimidados) de profissão.
           Aconteceu-me também no ensino fundamental: a aluna indisciplinada e desobediente, eu a ameacei de tirar sua nota para mantê-la calma naquelas aulas de português, qual não foi no dia da entrega do boletim, ela com nota baixa, não que eu havia tirado, de fato sua nota, diga se de passagem, era fraca mesmo, mas a mãe se apresentou a mim, dizendo ser professora também, e professor não pode tirar a nota de aluno. Transtorno maior foi porque a filha fazia caras e bicos ao nosso lado, ouvindo e comemorando os males do tal nepotismo educacional. Assim não se educa... O professor é o marginal da história toda. 
          Todavia agora, a coerência me diz que deve ser proibido ao filho de professor estudar na mesma unidade e turno de trabalho de seus pais. Bem como é proibido todas as formas de nepotismo, para preservar as amizades e o "profissionalismo" funcional. "Apesar de o nepotismo ser expressamente proibido desde 1996, inclusive com o STF aprovando uma Súmula Vinculante que impede esta prática, porém, muito dos nossos gestores insistem em criar subterfúgios que possibilitem nomear para os cargos de confiança e ou assessorias, esposas, irmãos, filhos, sogras, tios, primos e outros parentes, sem que nada de punição lhes sejam impostas. http://palavradesa.blogspot.com.br/2012/03/nepotismo-um-exemplo-de-falta-de.html - (acessado em 10/06/2021).
           Já recebi ameaças circunstanciais de uma mãe trabalhadora na secretaria da escola, se eu não assinasse a ficha de aprovação do seu filho já reprovado comigo, ia se ver com ela! Eu assinei para não comprometer a nossa relação "amistosa", sobretudo estou disposto a dividir as consequências por essa omissão irresponsável. E agora, faço a pergunta que me fiz naquele dia: O nepotismo escolar é uma demonstração de amor a seu ente querido ou o academicismo desleal que não merece nosso respeito? Sem falar sobre o filho de professor vigiar os colegas de seus pais para controlarem o conteúdo ministrado em classe. Por isso aliviamos consideravelmente o lado dele para ele nos compensar com um bom relatório.
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 27/02/2016
Reeditado em 05/03/2016
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sábado, 20 de fevereiro de 2016

ATRÁS DA CULTURA ( “Proíbo-te que chegues a outras conclusões que não sejam as já achadas por outros. Foge a tudo que possa cheirar a reflexão, originalidade..." — Machado de Assis)



Texto

ATRÁS DA CULTURA ( “Proíbo-te que chegues a outras conclusões que não sejam as já achadas por outros. Foge a tudo que possa cheirar a reflexão, originalidade..." — Machado de Assis

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            Foi planejada uma visita ao Centro Cultural Oscar Niemeyer. E lá fomos nós! Os alunos e a coordenadora estavam bem acomodados em um ônibus velho de cinco reais a passagem, logo atrás, estávamos, eu e uma colega no carro dela, era um carro seminovo, com uma potência considerável, seguindo o ônibus, pois não sabíamos como chegar ao tal espaço cultural. A gente via que ele podia ir mais rápido, mas não andava. Devíamos ter paciência com a velocidade para não nos perdermos.
           Nesse momento de angústia, tomei a viagem como uma metáfora completamente representativa da nossa relação com o sistema educacional. É assim que estamos atrás da cultura e nos conduzimos nas aulas, guiados a passos de tartaruga. Mas, por não sabermos aonde chegar e como chegar, o único jeito: seguirmos a "trenheira" toda. Por vezes, pensei nas inovações como antítipo do sair detrás do ônibus velho. Porém, as supostas consequências assustavam-me: o andar sem rumo e perdermos o alvo.
             Finalmente, já  avistando os edifícios do Centro Cultural. A colega se atreveu, e ultrapassamos o nosso guia, então ela acelerou e andamos rápido, achando que íamos chegar primeiro, qual não foi nossa frustração, depois de rodarmos por lugares não favoráveis. E finalmente no pátio cultural, avistamos o ônibus já estacionado, rodeado de aluno esticando as pernas: Provou-nos ser o melhor! Todavia, nessas ocasiões, quase sempre, alguns alunos ficam para trás, os que fogem da tripulação do veículo, representam os evadidos que o sistema procura até achá-los e os beneficia, com presentes e lanches gostosos. Por isso, alguns chamam-na, a aula de campo, de apenas passeio, um feitiço a mais, para agregar outros conteúdos aos da matriz curricular.
             Contudo, entendi que é muito difícil ser inovador e ousado nessa trajetória de vida. Não aceitar ser conduzido por marcos antigos é quase certo que levará desvantagem — Provérbios 22.28, onde lemos: “Não removas os marcos antigos que puseram teus pais” (ARA). Tudo na educação é tão imbricado e, sendo assim, é desestimulante o cair fora da fila e deixar de ficar olhando a nuca do outro. O sistema sempre vence. A ordem é devagar e sempre. Não fiquei sabendo o nome do motorista da "nave", porém para mim, ele é Marcos, aquele que tem os pontos certos e experimentados, conhece todos os atalhos e prefere nos conduzir por caminhos costumeiros. Não é pedagogo, suponho, contudo é didático. Assim, estamos nós nas unidades escolares sem sair do "caixote".              
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 17/02/2016
Reeditado em 19/02/2016
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sábado, 6 de fevereiro de 2016

CHOVE MAIS FORA OU DENTRO? ("Eu perdi o meu medo, meu medo, meu medo da chuva/ Pois a chuva voltando pra terra / Traz coisas do ar..." — Raul Seixas)




Crônica

CHOVE MAIS FORA OU DENTRO? ("Eu perdi o meu medo, meu medo, meu medo da chuva/ Pois a chuva voltando pra terra / Traz coisas do ar..." — Raul Seixas)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Era uma atividade simples, mas era uma responsabilidade deles, passei-a em todas as turmas: fazer uma charge sobre comportamentos ecologicamente corretos. No início do ano letivo, faço assim para recepção, todavia dessa vez, a aluna me perguntou: - "Você dá isso em todas as salas?" Pareceu-me que alguém estava desestimulando-os quanto à minha atividade simples de desenhar para socialização inicial. A aula de português já estava pela metade, e muitos não estavam interessados, valendo-se das brechas das normas, pedindo para sair: - "Cadê o crachá para eu ir no banheiro, professor?" Foi então que o céu nublado derreteu-se em chuva, correram quase todos para a porta e não adiantava pedir para saírem de lá, ver a água cair era mais importante do que minha verbosidade, eles resistiram minhas ordens até quando alguém me denunciou à coordenadora, quando a viram vindo, voltaram correndo para os seus lugares, causando o maior reboliço. Que posso fazer além de falar educadamente, senão aguardar em silêncio a boa vontade deles.
           Se os repreendo veemente, acusam-me na hora dos informes, de xingá-los que é pior perante à comunidade, então é menos mau que me chame de desleixado e deixar que o destino lhes pague, porque ele já tem sido cruel demais comigo. No entanto, outros professores agem de forma diferente, e alguns contam com dons naturais (beleza e juventude), Deus os favoreceu. Mas, os alunos não mudam rapidamente só com o fetiche do momento, o trabalho eficaz é do tempo, demora, pois as pancadas do tempo esperam eles baterem primeiro em alguém.
           Penso que minha responsabilidade como profissional da educação, licenciado e pós-graduado em minha área de atuação, deveria limitar-se na transmissão do conteúdo que é de direito e lhes dar um bom exemplo de vida, porém fazê-los me ouvir e mantê-los sentados, deveria ser educação de casa e consciência deles, não se ensina rebeldes. E nem o professor é culpado por desajustes psicológicos de adolescentes malcriados. Sobretudo, se se pretender forçá-los, não fará nem uma coisa, nem a outra! E os fracos pais e superiores jogam suas culpas nos indefesos mestres.
           Se o trabalho do professor se encerra só em manter os alunos sentados fazendo qualquer coisa de porta fechada, então quem ensina não precisa de faculdade, apenas de ensino médio por correspondência. Basta uma conexão na internet e o equipamento de polícia. E a chuva vai demorar passar, se é que passará um dia! Não antes que eu morra!  

       
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 04/02/2016
Reeditado em 06/02/2016
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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

A farsa do sistema educacional brasileiro


A farsa do sistema educacional brasileiro
A educação no Brasil se tornou uma grande prisão

POR DIEGO QUIXABEIRA
2/02/2016

Vivemos em um país – com p minúsculo – idiotizado. Nunca permiti que minha escolaridade exercesse influência em minha educação. É estarrecedor saber que apenas 8% da população brasileira é, de fato, alfabetizada. A maioria esmagadora dos cidadãos é analfabeto funcional e sabem o que isso significa? Isso quer dizer que as tais leis cidadãs não possuem utilidade prática alguma. Um povo mantido na ignorância que não consegue ler um livro por ano não tem a mínima condição de pleitear por seus direitos. É extremamente lucrativo, do ponto de vista do vilipêndio da coisa pública e das políticas inescrupulosas, que as massas mantenham sua qualidade incapacitante e limitada de conhecimento, contentando-se com migalhas de cidadania e respeito. O racismo, o sexismo, o totalitarismo e outros tantos ismos só estão em alta no Brasil devido ao baixíssimo nível intelectual das pessoas. Os preconceitos e autoritarismo são dignos das mentes pequenas. Um povo esclarecido não se deixa dominar. Partidos políticos vão e vem sem que a realidade educacional do país avance. Estamos chafurdados na lama da ignorância, idolatrando BBB, destruindo nosso cérebro com redes sociais, homenageando Wesley Safadão e o nos orgulhando do gol de Wendel, tudo isso enquanto nossas escolas são tomadas por uma letargia intelectual e por um retrocesso de aprendizagem sem precedentes. O Brasil está afundando e ninguém está percebendo isso.
Se o conhecimento liberta, então a educação no Brasil se tornou uma grande prisão.
Graças a Deus que existe a Tunísia para não permitir que o Brasil seja o pior sistema educacional do mundo no ranking do Pisa. Ninguém disse nada sobre o Brasil ter ficado em 57º no ranking, mas todos choraram e quase entraram em depressão quando ele perdeu na Copa Mundial para Alemanha. Meu sonho é que ele tivesse o mesmo nível em educação do que a Alemanha. Vivemos um ciclo vicioso onde os professores fingem que ensinam, os alunos fingem que aprendem e os pais dos alunos fingem que acreditam que alguma coisa de útil foi colocada no bestunto de sua prole.
Como é possível uma instituição de ensino se gabar de que uma ínfima porcentagem de seus alunos passaram no exame de Ordem? O néscio ficou cinco anos frequentando o curso de Direito pra quê? Onde ele estava enquanto seu corpo jazia nos bancos acadêmicos? O mesmo acontece com Medicina, Pedagogia, Engenharia…
Precisar de cursinho para passar no exame da OAB – e a maioria precisa – é assinar o atestado de incompetência tanto dos alunos quanto do corpo docente. Será que irão cobrar receitas da culinária vegana numa prova da OAB ou matéria concernente ao curso de Direito? Curso este que o “sem luz” (tradução etimológica da palavra aluno) ficou cinco anos e não aprendeu nada. Tanto não aprendeu que precisou de cursinho!
Nada contra os cursinhos. Eles são apenas um sintoma muito claro de que o modelo educacional propugnado pelo MEC não funciona. É inoperante! A educação no Brasil é uma farsa! Sofremos de estagnação cognitiva crônica. Conheço dezenas de alunos que estudam para se sair bem nas provas. São os alunos de boutique. Adultos que já passaram a dezena dos 30 anos, fazendo cola mºinutos antes da avaliação. O aluno no Brasil não é ensinado a aprender a matéria. Ele é ensinado a passar na prova daquela matéria e assim que concluir a avaliação, já está salvaguardado, portanto, pode esquecer tudo o que aprendeu durante o semestre.
Esse cenário pode ser visto do ensino básico até a graduação e pós-graduação. Os alunos não sabem pensar por si mesmos e são moldados segundo os parâmetros incoerentes do MEC, com suas avaliações periódicas, seu currículo antiquado e suas vistas grossas diante das inúmeras Uni-esquinas que se constituem todos os dias no país. Falar em construtivismo em um país onde os alunos não sabem fazer cálculos primários ou ler um texto simples é uma contradição em termos. Mutatis mutandis, estamos debatendo sobre qual música deve ser tocada na sala nobre do Titanic, enquanto o casco do navio já se chocou com um iceberg. De que adianta a aquisição de um diploma se o aluno sai da universidade sem saber interpretar um texto com profundidade ou mesmo sem ter adquirido as competências e habilidades mínimas para o exercício de sua profissão.
São esses mesmos alunos que atenderão você inválida, quando não estiver conseguindo seu benefício na previdência. São eles que irão propor uma ação em seu favor, senhor motorista de ônibus, quando precisar receber indenização por danos morais. São os mesmos que irão cuidar do patrimônio da sua família e auxiliar na resolução de qualquer imbróglio jurídico que daí sobrevier. É esse engenheiro que deixará o prédio desabar por ter feito os cálculos errados. É esse médico que esquecerá a tesoura e o bisturi em seu estômago durante as intervenções cirúrgicas. Cuidado moça, o doutor poderá te assassinar enquanto você estiver colocando silicone nos seios ou melhorando a anatomia do seu nariz.
O Brasil falhou em educação e não serão os investimentos do pré-sal que vão extinguir a situação pré-histórica em que nos encontramos. Não precisamos de mais investimento em educação. Precisamos de uma mudança estrutural na maneira como se ensina. É preciso incentivar a leitura prazerosa, o senso crítico. Dar abertura aos alunos para arguirem sem o medo de serem avacalhados pela turma ou pelo corpo docente. É imprescindível dar um fim no modelo de avaliação que o aluno será submetido, para que ele não pense que aquela nota reflete sua aprendizagem. A aprendizagem se constrói com aulas dadas, mas principalmente com aulas estudadas. Será que esse é o destino do nosso País? A vida de gado, povo marcado e povo “feliz”?
(Diego Quixabeira e Souza, graduando em Direito – Cambury Adm. Empresa – Objetivo/Cepss)
http://www.dm.com.br/opiniao/2016/02/a-farsa-do-sistema-educacional-brasileiro.html

sábado, 30 de janeiro de 2016

FALAR A MESMA LÍNGUA É O QUÊ? ("Fazendo a mesma coisa dia após dia, não há de se esperar resultados diferentes." — Albert Einstein)


             Em quase todas as reuniões de professor se fala de salário, e uma outra expressão que não pode faltar é: "Devemos falar a mesma língua". Todo fracasso de qualquer projeto pedagógico aconteceu por que não falaram a mesma língua. Se na unidade escolar, há dois professores completamente diferentes na forma de trabalhar, quem vai falar a língua de quem para a coisa funcionar? Mas, se um desses é a coordenadora, então tem-se de falar a linguagem dela. Contudo, os colegas insistem em não falar a mesma língua! A coordenadora diz simpaticamente que o professor tem total autonomia em sua classe, é autoridade máxima ali, logo em seguida, determina semana de prova; dia de avaliação, que devem ser vistoriadas, e determina a quantidade de nota a ser lançada por quantidade de aula; e se é média, ou soma, ou a divisão; data de entrega de plano de curso e mais plano de aula de acordo com o currículo; projeto carnaval e outros, para anexar ao plano de aula; preenchimento orientado da ficha de avaliação processual e contínua da disciplina. Nesse caso, falar a mesma língua é abandonar a alegria de sua liberdade profissional para se submeter às normas da denominação.
          O que é falar a mesma língua na escola, então? Seria não revelar as injustiças e incoerências do sistema e continuar liderando graças a ignorância do aluno? Ah, seria unir-se à maioria para fazer valer o objetivo dos que mandam. Então, falar a mesma língua se parece mesmo com abuso de poder!!! É uma farsa, ninguém pensa igual, só se esforça para fazer igual sob ameaça ou quando o feito é maravilho, digno de repetição. "A lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua, já que nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos." (Mahatma Gandhi).
           Falar a mesma língua na escola se parece também com incoerência: um professor falta e, para fechar a boca dos alunos, manda-se outro, que "está de janela" no horário, para assumir aquela aula, cumprindo a aula que ele não deu na semana passada. Aí o governo paga duas vezes a mesma aula. Quem faltou está recebendo por aquela aula amparado por um atestado médico, e quem tapou o buraco também ganhará por ela, pois está devendo por falta não justificada. Mas, ninguém vai dizer nada por não cortar o ponto de ninguém, e temos que falar a mesma língua.
           Falar a mesma língua na escola é parceria em qualquer direção, então como será falar a mesma língua com quem professa fé religiosa diferente, quando se quer fazer uma oração ou rezar antes das atividades pedagógicas do dia? "Ora, duas pessoas poderão caminhar lado a lado se não estiverem de acordo?" (Am 3:3). "Jamais vos coloqueis em jugo desigual com os descrentes. Pois, o que há de comum entre a justiça e a injustiça? Ou que comunhão pode ter a luz com as trevas? … II Cor 6:14-16). Por isso, querem-nos no mesmo caminho que lhes leve para o inferno!
            Não sei que língua é falada quando a diretora interrompe minha aula para recados, assim se expondo por pouca coisa e estimulando os alunos que não gostam de mim, que geralmente são os que têm nota baixa em minhas disciplinas,  a falarem mal de mim, por que lhes foi feito a pergunta: "como estão suas aulas e seus professores?" Desde quando o aluno (cliente) fala a mesma língua do professor? Ética é falar a mesma língua: "Pois é mais fácil controlar os subjugados se todos falam uma só língua–melhor ainda se for a do dominador."  (Renan C. Ferreira).
          Nós nos sentamos juntos porque falamos a mesma língua ou porque falamos a mesma língua sentamo-nos juntos? É como diz a Edna Frigato: "Quer mesmo saber o que é falar a mesma língua? É se manter de boca fechada, e engolir toda essa podridão gestada no ambiente escolar, que nos é enfiada goela abaixo todo dia." Assim como engole em seco o professor das últimas aulas do período, pois são aulas menores causando-lhe o prejuízo no andamento de sua matéria. Mas, ele quer economizar esforço! Então, reclamar por quê? Eis professor e aluno falando a mesma língua! Só o medo e a ditadura nos fazem falar a mesma língua. 
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 22/01/2016
Reeditado em 30/01/2016
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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

GRUPO DE TRABALHO NO WHATSAPP ("Esses idiotas da tecnologia se julgam mais livres porque trabalham pelo WhatsApp em casa no domingo." — Luiz Felipe Pondé)



Crônica

GRUPO DE TRABALHO NO WHATSAPP ("Esses idiotas da tecnologia se julgam mais livres porque trabalham pelo WhatsApp em casa no domingo." — Luiz Felipe Pondé)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            Na escola que proibia o telemóvel, existiam professores que se proibiam às tecnologias. Agora, estão sofrendo mais que galinha para largar o choco! E force-lhes a muitas aulas síncronas e assíncronas. Quando voltarem às aulas presenciais, continuarão tomando os celulares dos alunos em nome da disciplina? Certamente, os alunos nunca mais estragarão os equipamentos pedagógicos, porque o professor, analfabeto digitalmente, solicitou-lhes para ligar a TV. A inteligência está para a beleza, assim como o luxo para a pobreza. EM TEMPO DE DESESPERO, a inteligência é uma deformidade, e a beleza uma pobreza, vale até a inversão de valores, testa-se tudo! A maioria continuará vencendo até a morte chegar para todos, mais cedo ou mais tarde...! E salve a COVID-19 que "penetra somente em corpos incompatíveis com a vibração do amor ao próximo", como disse  Melissa Tobias, autora do livro A Realidade de Madhu.
           Hoje ouvi uma expressão interessante de uma professora na hora da reunião pedagógica, a primeira desse ano, diga-se de passagem: — "O aparelho celular para o aluno é uma extensão de si mesmo". Apesar de tudo, após a pandemia da Covid-19, alguns professores incoerentes continuarão proibindo o uso de aparelho celular em sala de aula! Isto é, se as aulas voltarem a ser totalmente presenciais um dia. Então, o outro pulou acolá, dizendo: —"É proibido pelo regimento". Todavia, eu continuo achando que o problema não é o aparelho celular e nem do regimento antigo e desatualizado, mas sim a imprudência das pessoas, fazendo mau uso da ferramenta e, no momento impróprio. Agora que o uso é obrigatório para a escola virtualizada, será que já aprenderam a fazer um bom uso?
           Alguns professores também não abrem mão de sua extensão intelectual - o celular -  afinal há muitos aplicativos atraentes, interessantes e úteis. Então, toda escola em que trabalho tem um grupo oficial no Whatsapp (agora tem um para cada classe), com a proposta de agilizar os trabalhos. Porém, a rigidez proibitória implantada ao aluno, sobre o uso do aparelho, não é aplicada à distribuição das postagens ali. Não há hora e nem conteúdo discriminado, faz-se de tudo: Dão-se aulas e vendem-se bolsas, batom, frutas; evangelizam-se os colegas; esbaldam-se em bom dia, boa tarde e boa noite; tiram-se as diferenças com ameaças e tudo. Meia noite, ouço o sinal; Chegou mais uma mensagem! Esforço-me para ler logo, pois pode ser um comunicado da direção, assim talvez trabalho melhor! Nada, é só mais um "kkkkk" incentivando a discórdia sobre "modulação". O valor que tinha o Whatsapp foi levado à escola e vice-versa. É notório... Os aplicativos deveriam ser só o meio não o professor.
            Aí, morre a mãe ou o pai do coordenador; a família do professor tal sofre um acidente, está muito ferida; já o outro está passando mal em casa mesmo. Então, os solidários enchem a conta de afetuosas condolências: "sinto muito pela perda", "vai dar tudo certo", "Deus te abençoe e conforte" e "tenha fé". Todavia, a ala dos insensíveis e festeiros está postando, ao mesmo tempo e no mesmo local, fotos de alta resolução de bolos, salgadinhos, frutas e refrigerantes, tudo junto e misturado, mostrando ao grupo sua felicidade, pois à reunião que os moribundos não puderam ir foi bem gratificante. Não sei por que as pessoas gostam de se mostrar sorridentes, especialmente os que usam aparelho odontológico para consertar os dentes! Por aqui se vê até idosos com sorriso metálico, como adolescentes. Especialmente os professores gostam de se fotografar na beira de um córrego ou praia e ostentam nas redes sociais. Ou se sentam à porta da rua, na calçada, com uma lata de cerveja na mão, mostrando-se estufados de prazer, mas tudo isso não bastará se não fizerem uma "selfie".
          Aqui só estou sentido falta da pornografia, até porque a violência já aparece abundantemente nas noticias "linkadas", ainda bem, não tem aluno adicionado no grupo da coordenação. Entretanto é possível uma invasão dum filho de algum componente descuidado do grupo entrar e fazer a tal traquinagem! Talvez, dirá como eu: — "faltam só as pornografias comuns nessas mídias de relacionamento para o grupo 'bombar'". Ah! desculpe-me, eu esqueci que se trata de um grupo oficial de trabalho criptografado.
           Eu também criei um grupo no whatsapp com alunos da equipe de teatro da escola, com o intuito de desenvolver melhor os trabalhos, mas tornou-se uma "brigaiada" e banalização de tudo, por final, "grilei" e o excluí. Porém, tem de funcionar, se quiser conviver com o que pressupõe ser o distanciamento da repressão. Por isso, não sei até quando as tecnologias deixarão de ser problema para as entidades educativas  tradicionais!? Já dizia o Mário Quintana: "Sempre me senti isolado nessas reuniões sociais: o excesso de gente impede de ver as pessoas..." Eu diria que essas pessoas virtuais não gostam de mostrar a sua intelectualidade.
           Você invade minha liberdade, e eu, a sua privacidade. Pois é, e não reclame de falta de privacidade nas redes sociais. Se ali tem todas as suas informações, foi você quem lá postou. Portanto, deixe de se fazer de vítima. Depois de tudo, vou fechando aqui com as palavras de Alexandre Dumas Filho, escritor francês: "A felicidade aparente é a que nos procura mais inimigos".
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 19/01/2016
Reeditado em 21/01/2016
Código do texto: T5516221
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sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

A autocrítica de um professor ( É assim também no Ensino Médio - que nem eu, Prof. Piero!)



Texto

A autocrítica de um professor


Por Piero Sbraggia em 29/12/2015 na edição 883

   
            Antes de se matricular em um curso de graduação em Jornalismo, o estudante necessariamente se coloca em questionamento: por que estou escolhendo uma profissão cujo diploma não é obrigatório para o exercício da atividade profissional? O debate sobre a regulamentação da profissão de jornalista no Brasil e a consequente exigência do diploma costura os primeiros anos deste século.
            Entre os que defendem a obrigatoriedade do diploma parece consenso que a formação acadêmica garante, ou deveria garantir, um nível mínimo de qualidade e eficiência profissional. Um jornalista diplomado não é um técnico, e tampouco um operador de sistemas tecnológicos. Um jornalista com diploma debaixo do braço é um questionador, um profissional que pensa, que reflete, um formador de opinião. Certa vez, Umberto Eco disse que o principal instrumento de trabalho de um jornalista é o seu próprio cérebro.
           E como equilibrar então essa função social e política do profissional de jornalismo com os parâmetros comerciais que norteiam boa parte das universidades no Brasil? A mercantilização do ensino transformou o aluno em cliente. Compartilho e concordo com a ideia do professor Eugênio Bucci de que “a escola virou uma instituição de adestramento para o capital”.
           Como formar, então, jornalistas cidadãos, com princípios e valores humanistas e com capacidade de reflexão sobre a realidade? A faculdade de Jornalismo deveria ser uma estrada para a emancipação do futuro profissional. Nós, professores, deveríamos valorizar o aluno que questiona, que propõe a mudança, que sai do lugar comum, que ousa, que voa. Mas não, nós, professores, temos preguiça de ensinar. Muitas vezes, ao olhar para o calendário, pensamos que é melhor aprovar a turma toda de uma só vez para não termos trabalho de aplicar exame, provas substitutivas e todo aquele processo que envolve um aluno que tira uma nota abaixo da média.
          O MEC exige provas individuais. Se as formularmos no padrão Enade, ótimo. Tive em sala de aula excelentes resultados e avaliações ao propor uma prova diferente, que fizesse o aluno utilizar o conteúdo debatido em sala de aula como ferramenta para um novo conteúdo, dele mesmo, autoral, sem decoreba. O currículo de um curso de Jornalismo é vivo, mutável, se transforma ao longo de um semestre, de um mês, de uma semana e até, quem sabe, de um dia. Mas nós, professores, com a tradicional preguiça de Macunaíma, preferimos aplicar uma prova em grupo. Claro que escondemos da coordenação. Pensando bem, dá até para aplicar uma prova via e-mail. O professor manda para o aluno em um dia e ele entrega respondida no dia seguinte, pessoalmente, claro. E ainda assina a ata de prova, como se tivesse feito dentro da universidade.

Os alunos são a mudança!

Mas não podemos esquecer que fora da sala de aula o aluno ainda é visto como um cliente. O ensino universitário é um filão de mercado. O curso de Jornalismo precisa ser “sustentável”, a palavra da moda entre alguns burocratas que coordenam cursos sem nunca sequer terem tido uma experiência jornalística verdadeira, sem nunca terem pisado em uma redação. Ser “sustentável”, no jargão acadêmico, significa dar lucro. Cobrir os custos da universidade e, ainda assim, proporcionar aquela gordurinha extra, uns pedaços de bacon para engordar a ceia de final de ano.
           A mercantilização do ensino de jornalismo no Brasil é um reflexo do mercado de notícias. Bom jornalismo é aquele que dá audiência na TV ou no rádio, que vende jornal ou revista, que extrapola as page views na internet. Bom jornalismo não é mais aquele que reflete, que faz pensar, que traduz a informação para o receptor/espectador/ouvinte/leitor. Formar um aluno que pensa é perigoso! Para que a universidade quer ter um cliente questionador? O aluno domesticado é valorizado. O professor também. Alguns colegas, domesticados, claro, trabalham até de graça. Olha só que bacana! É menos custo para a empresa.
           Quando uma universidade decreta um plano de demissão em massa de professores como presente de Natal, eu não fico triste por mim ou pelos colegas demitidos. Eu fico triste pelos alunos! Uma frase do escritor Herman Melville me fez entender melhor a relação entre professor e aluno: “Não podemos viver apenas para nós mesmos. Mil fibras nos conectam com outras pessoas; e por essas fibras nossas ações vão como causas e voltam pra nós como efeitos.” O autor de Moby Dick certamente não conheceu Paulo Freire, o grande educador brasileiro que acreditava que a prática didática estaria conectada com a realidade, e não mais fundamentada no que ele chamou de educação bancária, tecnicista e alienante. Aquele tipo de relação professor/aluno em que um é o detentor do saber e o outro o ignorante que busca conhecimento.
           Há três anos sou professor universitário em cursos de Jornalismo. Há três anos aprendo mais com meus alunos do que eles comigo. Aliás, até com os burocratas eu aprendo. E eles nem imaginam quanto! Há poucos meses ouvi de um desses que gostam de assinar e carimbar que “se o futuro da educação no Brasil está caminhando para a internet, por que manter ainda um professor em sala de aula?” Essa lição, aprendi! Aprendi que está errada! O ensino é uma prática que pressupõe uma relação humana, uma relação de troca.
            Chego todos os dias em casa com a sensação de dever cumprido. Como jornalista e professor universitário, faço a minha parte. Tento fazer a diferença na vida de cada um dos meus alunos. Tento provocar a mudança, tento encontrar neles o caminho para a mudança. E os alunos são a mudança! Não acredito nos burocratas de carimbos e canetas. Mas acredito nos alunos, nos estudantes de jornalismo! (grifo meu)

Fonte: http://observatoriodaimprensa.com.br/ensino-do-jornalismo/a-autocritica-de-um-professor/

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Piero Sbragia é jornalista, documentarista e professor universitário
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 01/01/2016
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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

ANO NOVO É CADA DIA — Até terminar 2017



Mensagem

ANO NOVO É CADA DIA — Até terminar 2017

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           DESEJO-LHE UM DIA DE CADA VEZ EM 2017 e que o tempo passe mais lento para os entediados! Se quiser valorizar, e planejar o ano novo, e profetizar, tomara que seja tempo perdido, a fim de que o tédio o faça longo e cansativo. Maldito todos os dia de uma só vez . É portanto um valor que eles não querem ver: o dia da vez. "Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver." (Dalai Lama)
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 28/12/2015
Reeditado em 29/12/2015
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