"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sexta-feira, 14 de julho de 2023

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (57): Espiritualidade Autêntica: Alicerces Invisíveis.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (57): Espiritualidade Autêntica: Alicerces Invisíveis.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Entre as páginas embaçadas do tempo, um mistério ancestral se desvela diante de nós: quando e como surgiu a primeira igreja? A resposta, por mais complexa que seja, pode ser encontrada nas entrelinhas da história. Alguns acreditam que o ponto de partida para a organização da primeira igreja ocorreu quando Jesus chamou os doze discípulos para segui-Lo. É um fato incontestável, mas a partir desse momento, algo se bifurcou. Sim, eles não possuíam edifícios grandiosos ou instituições pomposas. No entanto, ali se delineavam dois caminhos distintos: a igreja invisível e a igreja institucional e denominacional, uma dirigida por Cristo e a outra pelos homens, respectivamente.

A partir de agora, desvencilhemo-nos do termo "igreja" para descrever a comunhão universal dos fiéis. Abracemos, então, o conceito de Sociedade Espiritual de Cristo, cujos membros se destacam e se manifestam nos mais diversos cantos do mundo. Eles se reúnem sob as sombras de árvores centenárias, à beira de rios cristalinos ou nos aconchegantes lares daqueles que os acolhem. Pois, como disse Jesus: "Pois onde dois ou três se reunirem porque são meus, Eu estarei ali mesmo entre eles" (Mt 18:20 BV).

Esses remanescentes, alvo de Sua ternura e cuidado incessantes, não foram abandonados à deriva. Jesus, em Sua sabedoria e amor inesgotáveis, tornou-Se o único pastor, entregando-Se por eles e por nós. Sua promessa ressoa eternamente em nossos corações: "Eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo" (Mt 28:20 BSEP).

Vivi esses acontecimentos descritos como um espectador privilegiado, testemunha da dualidade que permeia a espiritualidade. De um lado, a grandiosidade das estruturas e a influência dos homens; do outro, a simplicidade dos encontros íntimos, nos quais a presença divina se faz tangível. E é nesse contraste que percebo a importância de refletirmos sobre nossa jornada espiritual.

Nessa reflexão, uma mensagem impactante emerge: não devemos permitir que as estruturas humanas se sobreponham à essência da fé. A Sociedade Espiritual de Cristo, formada pelos indivíduos sinceros e devotos, transcende qualquer construção física. É um convite para nos reunirmos em comunhão, sem amarras institucionais ou denominações que nos dividem.

Que possamos resgatar a essência da nossa fé, encontrando a verdadeira união espiritual que transcende barreiras e diferenças. Que possamos enxergar, além das paredes frias das igrejas, a chama que arde no íntimo de cada um de nós, mantendo viva a conexão com o divino. E que, ao trilharmos esse caminho de autenticidade e simplicidade seja o elo.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (56): Sobre a Transparência nas Instituições Religiosas.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (56): Sobre a Transparência nas Instituições Religiosas.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Desvendar os mistérios que se ocultam por trás dos rituais sagrados é um caminho repleto de questionamentos e inquietações. Encontro-me, agora, diante de uma questão que permeia os pensamentos dos fiéis: se os dízimos e ofertas são empregados de forma correta, por que então os membros da igreja são compelidos a adquirir, por conta própria, todo o material missionário, até mesmo um singelo folheto, das Associações, Federações e escritórios superiores?

A cada passo dado nessa jornada de fé, somos confrontados com um paradoxo desconcertante. Afinal, quando se trata de reformar um templo ou erguer novos santuários, somos convocados, em cada culto, a contribuir com ofertas extras. Isso não passa de uma imposição, uma circunstância forçada que incita os irmãos a darem além de suas possibilidades. É um pecado, sem sombra de dúvida.

Os versos sagrados ecoam em minha mente, ressoando com clareza inegável: "Levados pela cobiça, eles, pastores avarentos, vos explorarão com palavras artificiosas" (II Pd 2:3 BSV). O impacto dessas palavras é avassalador, revelando a trama que se desenrola nos bastidores das instituições religiosas. Uma dança perigosa, em que o sagrado se mistura com o interesse pessoal e o discurso se reveste de astúcia.

Vivendo os acontecimentos descritos, sou levado a refletir sobre a transparência que se faz necessária nesse contexto. Como podemos construir a confiança saudável entre os membros da igreja e seus líderes? Como podemos reverter essa situação em que a responsabilidade financeira é transferida para os ombros, daqueles que creem, já sobrecarregados?

É chegada a hora de exigirmos a verdade, de cobrarmos a prestação de contas que tanto anseia por respostas. Cada centavo doado, cada gesto de generosidade, deve ser honrado com integridade e respeito. Não podemos mais permitir que o sagrado seja vilipendiado e que a fé seja explorada por palavras sedutoras e manobras astuciosas.

Que a mensagem ecoe com força em nosso coração e mente, como um chamado à reflexão e à ação. Façamos valer nossa voz e exijamos a transparência que nos é de direito. Somente assim poderemos resgatar a verdadeira essência da religião, construindo uma comunidade em que a generosidade seja sinônimo de confiança e o compromisso com o divino esteja acima de qualquer interesse pessoal.

É hora de dançar uma nova melodia, em que a harmonia entre fé e justiça seja a coreografia que guia nossos passos.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (55): O Peso dos Projetos Fantasmas.

 


  • Crônicas
  • ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (55): O Peso dos Projetos Fantasmas.

    Por Claudeci Ferreira de Andrade

    Nas dobras do tempo, onde a fé e a busca por um propósito maior se entrelaçam, uma pergunta inquietante emerge: até que ponto estamos verdadeiramente cumprindo a obra de Deus na terra? As referências bíblicas, especialmente aquelas encontradas no Novo Testamento, ecoam como sussurros de sabedoria, revelando um caminho claro e inequívoco. Descubro, então, que esta jornada é uma trajetória pessoal, um chamado individual que clama por ação e comprometimento.

    Contudo, vejo com desalento os desvios que ocorrem em meio a essa busca espiritual. Os projetos fantasmas, alimentados por causas avarentas, se multiplicam como turvação que obscurecem a luz divina. É doloroso constatar que a tesouraria "sagrada" e aqueles que se autointitulam "profissionais da religião" se tornam peças-chave nesse cenário, abraçando um erro que tem atrasado o tão aguardado segundo advento de Cristo. A responsabilidade, que deveria ser assumida por cada um de nós, é transferida para outrem ou depositada em uma entidade abstrata, uma organização que se torna intermediária entre o indivíduo e sua relação com o Divino.

    Nessa teia de equívocos, vejo o desolador reflexo do nosso tempo. Observo, com uma mistura de perplexidade e tristeza, o "dinheiro de Deus" permanecer inerte, de braços cruzados, enquanto poderia ser transformado em auxílio para os pobres e necessitados. Em vez disso, testemunho sua má utilização, alimentando salários astronômicos e benefícios honorários concedidos a pastores e funcionários que, aos olhos de Jesus, se enquadram na categoria de mercenários. Como não perceber a desolação dessas palavras divinas: "O empregado foge porque trabalha somente por dinheiro e não se importa com as ovelhas" (Jo 10:13 BLH)?

    É chegada a hora de nos perguntarmos: onde reside a verdadeira essência da fé? Como podemos resgatar a pureza de nossos propósitos e a responsabilidade que nos é inerente? Cabe a cada um de nós assumir a tarefa árdua, porém essencial, de refletir sobre nossas próprias ações e escolhas. Não podemos mais delegar a outros aquilo que é nossa obrigação sagrada.

    Nesta crônica vivida, como quem caminha pelos eventos do passado, faço um apelo sincero a todos os leitores. Ergamos um olhar crítico para o sistema que nos rodeia, questionemos a validade de projetos que se desvanecem como miragens. Encontremos em nosso íntimo a coragem necessária para romper com os paradigmas estabelecidos e, assim, reconstruir a verdadeira relação entre o Divino e o humano.

    Que possamos, em nossas ações e escolhas, manifestar a luz da compaixão e da justiça. Somente então poderemos resgatar o verdadeiro sentido da fé, deixando para trás as máscaras de "santarrão.

    ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (54): Aos Olhos da Fé.

     


    ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (54): Aos Olhos da Fé. 

    Por Claudeci Ferreira de Andrade. 

    Na imensidão das igrejas, onde as vozes se elevam em cânticos fervorosos, paira um mistério obscuro que envolve os esquemas administrativos. Como um intrincado labirinto, essas estruturas se entrelaçam em disposições e inter-relações que, à primeira vista, parecem singulares. Porém, a realidade por trás das cortinas revela um cenário complexo, onde sacos de dinheiro são arrecadados e gastos em projetos grandiosos, de desígnio quimérico e ridiculamente vistosos.

    Olhando de fora, pode-se admirar a pompa e a extravagância dessas empreitadas, com seus nomes habilmente escolhidos para ressoar na mente dos fiéis. Mas, no silêncio das almas, surge uma pergunta inquietante: para onde estão indo, afinal, as doações generosas dos irmãos contribuintes? Uma incerteza paira sobre o coração desses devotos, que se sentem ausentes, desprovidos do conhecimento sobre o destino final de suas ofertas.

    Diante dessa incerteza, alguns corajosos decidem buscar respostas. Eles se aproximam de seus confessores, pastores dirigentes em quem depositam sua confiança, buscando elucidar o mistério que permeia suas doações. No entanto, o que recebem são explicações evasivas, impregnadas de emoção contida. "Nada do que pertence à Associação ou Missão deve entrar em qualquer cogitação, mesmo por empréstimo de alguns dias" (PINHO, 1980, p106). Dizem eles, em um tom que mescla sutileza e obscuridade.

    É nesse momento que as máscaras começam a cair, revelando uma realidade desconcertante. Por trás das cortinas, há um jogo de interesses em movimento, uma teia tecida por aqueles que deveriam ser guardiões da fé e da generosidade. Os projetos grandiosos, por mais esplendorosos que sejam, se tornam veículos para a projeção pessoal e o benefício individual de alguns líderes. As palavras sagradas, que deveriam guiar os passos dos fiéis, se perdem em meio a jogos de poder e manipulação.

    Nesse emaranhado de desilusões, o irmão contribuinte se vê perdido, desviado de seu propósito inicial. Afinal, ele não buscou ver as "janelas do céu se abrirem" apenas para enxergar seus recursos desvanecerem em meio a intrigas e interesses pessoais. Sua fé clama por transparência, por uma resposta que lhe traga paz de espírito e a certeza de que suas doações estão sendo verdadeiramente destinadas àqueles que necessitam.

    Ao refletir sobre esses eventos, vividos como quem testemunha a fragilidade humana, somos desafiados a questionar nossos próprios valores e a nos tornarmos agentes de transformação. A mensagem impactante que ecoa em cada linha dessa crônica é clara: é necessário resgatar a verdadeira essência da fé, onde a caridade é o aperfeiçoamento.

    ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (53): Paulo, o Apóstolo da Compaixão.

     


    ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (53): Paulo, o Apóstolo da Compaixão.

    Por Claudeci Ferreira de Andrade

    Era uma manhã ensolarada, o céu azul se estendia como um imenso manto sobre a cidade. Entre as vielas e ruelas, onde a rotina agitada se desenrolava, havia algo além do comum. Uma energia, um chamado que ecoava pelos corações sensíveis e tocava profundamente as almas daqueles que tinham ouvidos para ouvir.

    A Teologia da Sã Consciência, uma dádiva divina para a humanidade, revelava-se como uma medida providencial de Deus para o exercício da caridade. Em meio a essa sinfonia celestial, ressoavam as palavras do Profeta Malaquias, que em seu zelo pela casa do Senhor proclamou: "... a fim de que haja mantimento em minha casa..." (Ml 3:10 BJ). O cuidado com a sustentação do templo sagrado revelava a importância de se manter acesa a chama da generosidade e do apoio mútuo.

    A narrativa se desenrola e, como um fio condutor, segue os passos do apóstolo Paulo, cujo coração transbordava de compaixão pelos irmãos da Judéia. Ele sabia que a caridade não se limitava às quatro paredes da igreja, mas se estendia além, abraçando vidas e aliviando sofrimentos. O apóstolo não hesitou em estender a mão e proclamar: "... socorro aos irmãos que moravam na Judéia" (At 11:19 BRT). Suas ações exemplares ecoaram através dos séculos, inspirando gerações a seguirem seu nobre exemplo.

    Era notável como todos os contribuintes, conscientes da relevância de suas ofertas, entregavam-nas aos discípulos com confiança. Essa consciência aguçada permitia que as dádivas fossem direcionadas com sabedoria, garantindo que cada recurso fosse bem empregado. Afinal, não se tratava apenas de doar por doar, mas de desencadear uma corrente de transformação capaz de alcançar horizontes inimagináveis.

    A caridade fervilhava nas veias da comunidade, manifestando-se de maneira grandiosa e frutífera. O Evangelho, proclamado a todas as criaturas debaixo do céu, fluía como um rio impetuoso, inundando corações e reacendendo a chama da esperança. O impacto desse movimento era avassalador, transformando vidas, fortalecendo laços e construindo um caminho de redenção e amor.

    Ao refletir sobre essa jornada repleta de desafios e vitórias, sou levado a um profundo questionamento. Será que compreendemos verdadeiramente a importância do exercício da caridade? Será que percebemos o poder transformador que cada gesto, cada doação, cada ato de amor pode ter na vida daqueles que estão ao nosso redor?

    Que possamos, hoje e sempre, despertar para a grandiosidade da Teologia da Sã Consciência, abraçando-a como um farol que indica os rumos do paraíso.

    quinta-feira, 13 de julho de 2023

    ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (52): A Importância da Destinação da Doação.

     


    ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (52): A Importância da Destinação da Doação.

    Por Claudeci Ferreira de Andrade

    É curioso como a atenção divina, no intricado plano da Salvação, se volta para os "pequeninos" de nossa sociedade. A voz do Altíssimo ecoa com poderosas palavras: "... 'Em verdade vos digo: cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes'" (Mt 25:40 BJ). Essa revelação desperta em nós uma reflexão profunda sobre a importância de direcionarmos nossos esforços e recursos às necessidades dos humildes e desamparados que atravessam nosso caminho.

    A Bíblia, em sua sabedoria milenar, nos apresenta um panorama desses indivíduos carentes: órfãos, viúvas, vítimas e aqueles que compartilham de uma simplicidade comum. Esses são os agraciados pela palavra de Deus, e é por meio de meios viáveis e circunstâncias propícias que nossa missão ganha forma. A religião verdadeira, como Tiago nos revela, encontra seu propósito na ajuda aos órfãos e às viúvas em suas aflições, enquanto se mantém incólume diante das forças corruptoras deste mundo (Tg 1:27 BLH).

    Paulo, em sua magnificência, expande ainda mais o alcance dessa religião genuína ao afirmar: "... Mas Deus me demonstrou que a nenhum homem considerasse comum ou imundo" (At 18:28 BVN). Essa revelação divina nos convoca a ampliar nossa responsabilidade para com aqueles que sofrem e estão desfavorecidos ao nosso redor. É um chamado irrefutável para que nosso coração generoso estenda suas mãos aos necessitados, reconhecendo a divindade presente em cada ser humano, independentemente de sua condição ou circunstância.

    Ao refletirmos sobre o destino de nossas doações, uma pergunta crucial surge em nossa consciência: é importante, de fato, para o doador, saber para onde seus recursos são direcionados? A resposta ressoa com força e clareza: sim, é de vital importância. Cada centavo doado carrega consigo o poder de mudar vidas e oferecer esperança àqueles que mais precisam. É nosso dever assegurar que nossas contribuições sejam encaminhadas com responsabilidade, transparência e dedicação, para que alcancem seu objetivo último: proporcionar alívio, amparo e transformação.

    Nessa jornada de generosidade, que nos conduz a um entendimento mais profundo do propósito de nossa existência, que possamos nos tornar mordomos diligentes, zelosos pelo bem-estar dos nossos irmãos e irmãs mais necessitados. Que cada ato de doação seja permeado por uma consciência amorosa, capaz de enxergar a face de Deus naqueles que atravessam nosso caminho.

    Não se trata apenas de entregar recursos materiais, mas de compartilhar uma parte de nossa própria humanidade, de criar uma rede de solidariedade que transcende as barreiras do tempo e do espaço. Pois, ao darmos aos pequeninho, estamos emprestando a Deus.

    ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (51): A Teologia da Sã Consciência.

     


    ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (51): A Teologia da Sã Consciência.

    Por Claudeci Ferreira de Andrade

    Embarquei nesta jornada espiritual, um caminho que cada um de nós, irmãos na fé, trilha como um núcleo autônomo na vastidão do divino. Uma teologia da sã consciência, repleta de responsabilidades divinas, ressoa em meu coração, guiando-me numa jornada única. Como mordomos de Deus, somos selados e liberados para participar ativamente da grandiosa Economia Divina, uma doutrina que se estende desde Gênesis até o Apocalipse.

    Ao longo deste caminho, uma máxima se impõe: nunca comprar ou vender o que recebemos de graça. As palavras de Cristo ecoam em minha consciência: "... Recebestes de graça, dai de graça!" (Mt 10:8 BSV). A cada um de nós foi confiada a sagrada responsabilidade de compartilhar as Boas Novas da Salvação com o mundo, não para vendê-las, mas para oferecê-las livremente, como presentes divinos.

    Uma advertência ressoa em meu ser: aqueles que servem a Deus por dinheiro, acabarão por servir ao Diabo em busca de um salário melhor. A verdadeira dedicação a uma causa consagrada requer um plano divino, desprovido de interesses materiais. Não podemos permitir que a motivação financeira obscureça nossa visão da essência da fé.

    Recordo-me vividamente das palavras do apóstolo Paulo aos irmãos de Tessalônica: "Certamente vos lembrais, irmãos, do nosso trabalho e fadigas, trabalhando de noite e de dia para não sermos pesados a nenhum de vós, pregamos entre vós o Evangelho de Deus" (I Ts 2:9 BSEP). Esta passagem ressoa como um poderoso lembrete de que nossa missão transcende os limites do tempo e do espaço, exigindo de nós uma entrega incansável, mesmo nas horas mais sombrias.

    E assim, como alguém que vivenciou essa jornada, trago uma reflexão profunda aos leitores: cada um de nós é um mordomo divino, encarregado de uma tarefa sagrada. O verdadeiro valor de nossa contribuição está na generosidade de nosso espírito e na vontade de compartilhar o amor de Deus, sem buscar recompensas terrenas. Que possamos nos desprender dos apegos materiais e abraçar a grandiosidade da obra divina.

    Em um mundo que muitas vezes se perde na voracidade do lucro e da ambição desmedida, nossa mensagem ressoa com força e clareza: o verdadeiro propósito do serviço a Deus é desinteressado e transcendental. Que possamos, cada vez mais, honrar essa teologia da sã consciência, tornando-nos mordomos exemplares, fiéis à sublime missão que nos foi confiada. Que a graça que recebemos se transforme em uma corrente de amor e compartilhamento, para que o mundo possa encontrar a verdadeira redenção em suas sendas. E assim, encerro esta crônica com uma mensagem impactante: a verdadeira redenção reside na capacidade de amar e compartilhar, livre de amarras materiais. Que possamos todos encontrar essa verdade em nossas sendas.