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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

A farsa do sistema educacional brasileiro


A farsa do sistema educacional brasileiro
A educação no Brasil se tornou uma grande prisão

POR DIEGO QUIXABEIRA
2/02/2016

Vivemos em um país – com p minúsculo – idiotizado. Nunca permiti que minha escolaridade exercesse influência em minha educação. É estarrecedor saber que apenas 8% da população brasileira é, de fato, alfabetizada. A maioria esmagadora dos cidadãos é analfabeto funcional e sabem o que isso significa? Isso quer dizer que as tais leis cidadãs não possuem utilidade prática alguma. Um povo mantido na ignorância que não consegue ler um livro por ano não tem a mínima condição de pleitear por seus direitos. É extremamente lucrativo, do ponto de vista do vilipêndio da coisa pública e das políticas inescrupulosas, que as massas mantenham sua qualidade incapacitante e limitada de conhecimento, contentando-se com migalhas de cidadania e respeito. O racismo, o sexismo, o totalitarismo e outros tantos ismos só estão em alta no Brasil devido ao baixíssimo nível intelectual das pessoas. Os preconceitos e autoritarismo são dignos das mentes pequenas. Um povo esclarecido não se deixa dominar. Partidos políticos vão e vem sem que a realidade educacional do país avance. Estamos chafurdados na lama da ignorância, idolatrando BBB, destruindo nosso cérebro com redes sociais, homenageando Wesley Safadão e o nos orgulhando do gol de Wendel, tudo isso enquanto nossas escolas são tomadas por uma letargia intelectual e por um retrocesso de aprendizagem sem precedentes. O Brasil está afundando e ninguém está percebendo isso.
Se o conhecimento liberta, então a educação no Brasil se tornou uma grande prisão.
Graças a Deus que existe a Tunísia para não permitir que o Brasil seja o pior sistema educacional do mundo no ranking do Pisa. Ninguém disse nada sobre o Brasil ter ficado em 57º no ranking, mas todos choraram e quase entraram em depressão quando ele perdeu na Copa Mundial para Alemanha. Meu sonho é que ele tivesse o mesmo nível em educação do que a Alemanha. Vivemos um ciclo vicioso onde os professores fingem que ensinam, os alunos fingem que aprendem e os pais dos alunos fingem que acreditam que alguma coisa de útil foi colocada no bestunto de sua prole.
Como é possível uma instituição de ensino se gabar de que uma ínfima porcentagem de seus alunos passaram no exame de Ordem? O néscio ficou cinco anos frequentando o curso de Direito pra quê? Onde ele estava enquanto seu corpo jazia nos bancos acadêmicos? O mesmo acontece com Medicina, Pedagogia, Engenharia…
Precisar de cursinho para passar no exame da OAB – e a maioria precisa – é assinar o atestado de incompetência tanto dos alunos quanto do corpo docente. Será que irão cobrar receitas da culinária vegana numa prova da OAB ou matéria concernente ao curso de Direito? Curso este que o “sem luz” (tradução etimológica da palavra aluno) ficou cinco anos e não aprendeu nada. Tanto não aprendeu que precisou de cursinho!
Nada contra os cursinhos. Eles são apenas um sintoma muito claro de que o modelo educacional propugnado pelo MEC não funciona. É inoperante! A educação no Brasil é uma farsa! Sofremos de estagnação cognitiva crônica. Conheço dezenas de alunos que estudam para se sair bem nas provas. São os alunos de boutique. Adultos que já passaram a dezena dos 30 anos, fazendo cola mºinutos antes da avaliação. O aluno no Brasil não é ensinado a aprender a matéria. Ele é ensinado a passar na prova daquela matéria e assim que concluir a avaliação, já está salvaguardado, portanto, pode esquecer tudo o que aprendeu durante o semestre.
Esse cenário pode ser visto do ensino básico até a graduação e pós-graduação. Os alunos não sabem pensar por si mesmos e são moldados segundo os parâmetros incoerentes do MEC, com suas avaliações periódicas, seu currículo antiquado e suas vistas grossas diante das inúmeras Uni-esquinas que se constituem todos os dias no país. Falar em construtivismo em um país onde os alunos não sabem fazer cálculos primários ou ler um texto simples é uma contradição em termos. Mutatis mutandis, estamos debatendo sobre qual música deve ser tocada na sala nobre do Titanic, enquanto o casco do navio já se chocou com um iceberg. De que adianta a aquisição de um diploma se o aluno sai da universidade sem saber interpretar um texto com profundidade ou mesmo sem ter adquirido as competências e habilidades mínimas para o exercício de sua profissão.
São esses mesmos alunos que atenderão você inválida, quando não estiver conseguindo seu benefício na previdência. São eles que irão propor uma ação em seu favor, senhor motorista de ônibus, quando precisar receber indenização por danos morais. São os mesmos que irão cuidar do patrimônio da sua família e auxiliar na resolução de qualquer imbróglio jurídico que daí sobrevier. É esse engenheiro que deixará o prédio desabar por ter feito os cálculos errados. É esse médico que esquecerá a tesoura e o bisturi em seu estômago durante as intervenções cirúrgicas. Cuidado moça, o doutor poderá te assassinar enquanto você estiver colocando silicone nos seios ou melhorando a anatomia do seu nariz.
O Brasil falhou em educação e não serão os investimentos do pré-sal que vão extinguir a situação pré-histórica em que nos encontramos. Não precisamos de mais investimento em educação. Precisamos de uma mudança estrutural na maneira como se ensina. É preciso incentivar a leitura prazerosa, o senso crítico. Dar abertura aos alunos para arguirem sem o medo de serem avacalhados pela turma ou pelo corpo docente. É imprescindível dar um fim no modelo de avaliação que o aluno será submetido, para que ele não pense que aquela nota reflete sua aprendizagem. A aprendizagem se constrói com aulas dadas, mas principalmente com aulas estudadas. Será que esse é o destino do nosso País? A vida de gado, povo marcado e povo “feliz”?
(Diego Quixabeira e Souza, graduando em Direito – Cambury Adm. Empresa – Objetivo/Cepss)
http://www.dm.com.br/opiniao/2016/02/a-farsa-do-sistema-educacional-brasileiro.html

sábado, 30 de janeiro de 2016

FALAR A MESMA LÍNGUA É O QUÊ? ("Fazendo a mesma coisa dia após dia, não há de se esperar resultados diferentes." — Albert Einstein)


             Em quase todas as reuniões de professor se fala de salário, e uma outra expressão que não pode faltar é: "Devemos falar a mesma língua". Todo fracasso de qualquer projeto pedagógico aconteceu por que não falaram a mesma língua. Se na unidade escolar, há dois professores completamente diferentes na forma de trabalhar, quem vai falar a língua de quem para a coisa funcionar? Mas, se um desses é a coordenadora, então tem-se de falar a linguagem dela. Contudo, os colegas insistem em não falar a mesma língua! A coordenadora diz simpaticamente que o professor tem total autonomia em sua classe, é autoridade máxima ali, logo em seguida, determina semana de prova; dia de avaliação, que devem ser vistoriadas, e determina a quantidade de nota a ser lançada por quantidade de aula; e se é média, ou soma, ou a divisão; data de entrega de plano de curso e mais plano de aula de acordo com o currículo; projeto carnaval e outros, para anexar ao plano de aula; preenchimento orientado da ficha de avaliação processual e contínua da disciplina. Nesse caso, falar a mesma língua é abandonar a alegria de sua liberdade profissional para se submeter às normas da denominação.
          O que é falar a mesma língua na escola, então? Seria não revelar as injustiças e incoerências do sistema e continuar liderando graças a ignorância do aluno? Ah, seria unir-se à maioria para fazer valer o objetivo dos que mandam. Então, falar a mesma língua se parece mesmo com abuso de poder!!! É uma farsa, ninguém pensa igual, só se esforça para fazer igual sob ameaça ou quando o feito é maravilho, digno de repetição. "A lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua, já que nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos." (Mahatma Gandhi).
           Falar a mesma língua na escola se parece também com incoerência: um professor falta e, para fechar a boca dos alunos, manda-se outro, que "está de janela" no horário, para assumir aquela aula, cumprindo a aula que ele não deu na semana passada. Aí o governo paga duas vezes a mesma aula. Quem faltou está recebendo por aquela aula amparado por um atestado médico, e quem tapou o buraco também ganhará por ela, pois está devendo por falta não justificada. Mas, ninguém vai dizer nada por não cortar o ponto de ninguém, e temos que falar a mesma língua.
           Falar a mesma língua na escola é parceria em qualquer direção, então como será falar a mesma língua com quem professa fé religiosa diferente, quando se quer fazer uma oração ou rezar antes das atividades pedagógicas do dia? "Ora, duas pessoas poderão caminhar lado a lado se não estiverem de acordo?" (Am 3:3). "Jamais vos coloqueis em jugo desigual com os descrentes. Pois, o que há de comum entre a justiça e a injustiça? Ou que comunhão pode ter a luz com as trevas? … II Cor 6:14-16). Por isso, querem-nos no mesmo caminho que lhes leve para o inferno!
            Não sei que língua é falada quando a diretora interrompe minha aula para recados, assim se expondo por pouca coisa e estimulando os alunos que não gostam de mim, que geralmente são os que têm nota baixa em minhas disciplinas,  a falarem mal de mim, por que lhes foi feito a pergunta: "como estão suas aulas e seus professores?" Desde quando o aluno (cliente) fala a mesma língua do professor? Ética é falar a mesma língua: "Pois é mais fácil controlar os subjugados se todos falam uma só língua–melhor ainda se for a do dominador."  (Renan C. Ferreira).
          Nós nos sentamos juntos porque falamos a mesma língua ou porque falamos a mesma língua sentamo-nos juntos? É como diz a Edna Frigato: "Quer mesmo saber o que é falar a mesma língua? É se manter de boca fechada, e engolir toda essa podridão gestada no ambiente escolar, que nos é enfiada goela abaixo todo dia." Assim como engole em seco o professor das últimas aulas do período, pois são aulas menores causando-lhe o prejuízo no andamento de sua matéria. Mas, ele quer economizar esforço! Então, reclamar por quê? Eis professor e aluno falando a mesma língua! Só o medo e a ditadura nos fazem falar a mesma língua. 
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 22/01/2016
Reeditado em 30/01/2016
Código do texto: T5519648
Classificação de conteúdo: seguro

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