"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

Pesquisar neste blog ou na Web

sábado, 6 de setembro de 2014

AS RELAÇÕES EXTRACLASSES (A céu aberto, Deus era testemunha.)



Crônica

AS RELAÇÕES EXTRACLASSES (A céu aberto, Deus era testemunha.)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Eu, lecionando à Sócrates, ainda que na "Praça Criativa", arrodeado de jovens num debate profícuo, girando em torno e permeando vários viés dentro dos temas filosóficos do cotidiano: tipo a existência de Deus etc. Assuntos sérios foram tratados, mesmo num momento descontraído, voltando de minha caminhada da tarde, ainda nos trajes esportivos, foi assim, pude contar com as observações pertinentes dos adolescentes: Rodrigo Carvalho, Nádila Aquino, Lucas Azevedo, karlos Henrique, Josué, Marcos Antonio e Eduardo Nunes; frutífero momento multissérie. Alunos de grande potencial, mas sempre sufocados e nivelados por baixo em respeito aos trinta e tantos outros de suas salas, pois muitos fraquentadores de escola não têm propósitos educacionais. Agora nas férias de julho/2014, nesse encontro informal e desprovido de qualquer autoritarismo, eles me tomaram para intermediar o diálogo de três horas consecutivas, isto é, quando me apercebi do tempo, já tinham passado três horas. O mais considerável neste fato é a certeza da voluntariedade, foram chegando e se entrosando, de forma a compor um círculo falando tão alto e empolgadamente, que nem se observavam os transeuntes diminuindo a passada e virando o pescoço, querendo entender o a reunião.
            Um dos conceitos discutidos, no qual estou pensando até hoje, foi quando Rodrigo se disse ateu, e alguém ali o refutou, dizendo sobre ele nem saber o que estava, na verdade, dizendo, pois é impossível não acreditar na existência de Deus. Então, através do raciocínio rápido,  ele concluiu: "Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar um sinal de Deus, mas infelizmente nunca o encontro." E finalizou sua justificativa democraticamente: "...eu busco o conhecimento para conseguir entender os dois lados". Outra posição ideológica forte, no assunto: "pecado", foi quando disseram de um homem que se relaciona ativamente com outro homem ser gay também, o contra-argumento do grupo foi formulado na pergunta: e quem faz sexo em uma cabra é bode também? Um conceito teve sentido ali sobre isso: o homossexualismo vai além do simples relacionamento sexual, físico, é mental. Nesse caso, todos somos gays por tabela quando fazemos sexo com a mulher do próximo; por extensão, estamos fazendo sexo com o seu marido, dando-lhe uma forte razão para justificar o seu ciúme. E terceiro ponto digno desta crônica foi a veracidade da  Bíblia e seus relatos contraditórios, no tema fé: A arca de Noé de forma alguma tem a benção da ciência por não ter lógica, considerando a diversidade dos animais existente hoje e as condições de preservação deles no dilúvio universal jamais se entende. Então me fez pensar apuradamente o fato do Noé, um senhor de idade, poder descer o monte Ararate, já que aos alpinistas profissionais e jovens é difícil escalá-lo. Sim, os adolescentes têm a mente muito fértil! Disseram-me que para descer todo santo ajuda.
           Com esta feita, provo que quem faz a escola é o aluno, tivemos uma boa aula de filosofia, diria ainda, interdisciplinar, sem nem um recurso didático, daqueles requeridos por professores tecnicamente profissionais, mas quase nunca convencem ninguém da importância de seu trabalho robotizado vencido pela indisciplina do público alvo. Então, queimem-se aqui todos os caderninhos de  plano, e abominem os olhares estranhos de coordenador pedagógico; nem precisei de técnica de domino de classe algum, ou melhor, bastou-me apenas o domínio de minha matéria de estudo, pois  não é complicado ser um bom professor, apenas fui um intermediador do conhecimento e o método era o de Sócrates: os questionamentos. E este é meu relatório de boa nota aos meus alunos referidos, maiores comprovações pergunte a eles! Por isso, fiz questão de citá-los aqui seu nomes verdadeiros, com autorização dos mesmos, diga-se de passagem.
           Se a escola pretende preparar os jovens para a vida tem que trabalhá-los no tempo da vida, no espaço da vida, com conteúdos da vida, e vida gera vida. Ninguém estava ali obrigado! E desta vez, lecionei a quem queria aprender. Então não houve nenhum desrespeito, imperavam-se ali as leis da vida. A céu aberto, Deus era testemunha.
Claudeko Ferreira

Comentários

Enviado por Claudeko Ferreira em 25/07/2014
Reeditado em 04/09/2014
Código do texto: T4895807
Classificação de conteúdo: seguro

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sábado, 23 de agosto de 2014

RESSURGINDO DOS ESCOMBROS (Fazendo das tripas coração, também funciona!)



Crônica

RESSURGINDO DOS ESCOMBROS (Fazendo das tripas coração, também funciona!)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

             No final de cada semestre, os coordenadores ficam em cima dos professores, pedindo o fechamento das notas dos alunos para entregarem-nas à secretaria. Precisamos logo de férias! Aí, mora um grande problema: Os professores se apressam a entregar o fechamento, faltando ainda duas semanas para o último dia letivo do semestre, depois têm de embromar os alunos, dizendo que as atividades de agora em diante vão somar ao outro bimestre. Os alunos também querem férias e não estão nem aí mais com aulas e atividades em classe, é final de semestre. Então, os professores artistas viram milagreiros a fim de segurar o aluno na escola nas últimas semanas "letivas" de junho. A direção vigia e espreita fazendo o clima correr normal, mas "sem mover uma palha".
           Neste ano, fui impressionado sobre uma jogada criativa da professora de educação física, com a qual tenho a honra de trabalhar esses dois anos. Ela criou um campeonato contendo jogos diversificados. Como me diverti muito, torcendo pela a equipe a qual fiquei responsável, uniformizado de verde! Sem a escola ter fornecido, cada aluno veio vestido da peça de roupa que tinha em casa, contanto fosse da cor de formação da sua equipe. Observei o material didático da professora, quase nada, só algumas tiras de tecido e cordão! Ela prometeu prêmios para os vencedores, alguns bombons, comprados com as inscrições dos próprios participantes, R$ 1,00 de cada. A maioria dos alunos veio participar destas aulas de superação física e cidadania. Bravos!!!
           O que seria de nós, veteranos na educação, já calejados da mesmice padronizada, sem mais condições para chamar a atenção da comunidade escolar interna e externas? A educação precisa de uma injeção de sangue novo, mas quem se prontifica a doar o sangue por uma causa coletiva (ou de ninguém)? Todavia, e ainda bem, é o caso da professora "personal trainer" dos carentes, começando assim. Será se daqui a alguns anos, terá ela a mesma disposição ao fazer das tripas coração, transformando uma semana de improdutividade em aulas inesquecíveis ao ar livre com todos os nossos alunos?
          O tradicional interclasse de futebol já não reúne as didáticas esperadas, isto promove mais a violência do que saudáveis relações, como não foi o caso, quando se faz gincanas e forma equipes mistas independendo da séria dos alunos. Assim, eles se superam para si mesmos sem se preocupara em provar nada à classe rival. Eu estava ali, na verdade, torcendo por todo mundo. Prova disso, estou escrevendo esta crônica, torcendo pela professora ressurgida dos escombros de um semestre de tudo já cansado: as nossas aulas, a gente nem sabe mais ornamentar. O evento foi assim, igual a um embrião de qualquer semente, o qual sai com força do húmus velho. É claro que colaboramos! Mas...
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 24/06/2014
Reeditado em 23/08/2014
Código do texto: T4857284
Classificação de conteúdo: seguro

Comentários

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sábado, 16 de agosto de 2014

CRIANDO COBRA ("Manda quem pode e obedece quem tem contas a pagar")



Crônica

CRIANDO COBRA ("Manda quem pode e obedece quem tem contas a pagar")

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Em tempos atuais, o professor não se reconhece em sua própria classe! Vejam, é normal o professor chegar à sala para a sua primeira aula e se sentar à sua mesa fazendo a chamada ou fazer alguns apontamentos iniciais. Mas, desta vez, não tinha a cadeira do professor, não estava no lugar certo. Tomei posse de uma qualquer, largada fora da fila, a fim de assentar-me, e qual não foi a minha decepcionante surpresa, quando uma aluna, aparecendo do nada, daquelas que não cede o banco a idoso algum, manifestou-se arrogantemente solicitando a cadeira, dizendo ser dela. Então, eu lhe disse que pegasse uma outra, pois tinham muitas sobrando ali, peguei aquela por que estava mais próximo e fora da ordem. Porém, ela queria exatamente aquela. Chega de lenga-lenga, por último, permiti sua retomada,  pois dou minha aula em pé. E ela não satisfeita com minha humildade me ordenou, obrigando-me devolver a cadeira no mesmo lugar que a achei. Mas, como? A cadeira estava bloqueando o corredor entre as duas fileira iniciais!
           À tarde, completando aquele meu dia de trabalho "promissor", quarta feira, véspera do primeiro jogo do Brasil na copa 2014, à outra escola, cheguei cedo, como sempre, para fazer alguns preparativos assim ia começar bem o turno vespertino. Quando entra, de supetão, a gestora na sala dos professores, bem no início de tudo, e começa uma reunião extraordinária: — vão fechar duas salas! – esbofou-se e, complementando o comunicado da secretaria, continua –  por falta de aluno. Eu não entendi, lembrei-me da notícia lida no portal de notícias - G1: "De acordo com a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2012 e divulgada em setembro de 2013, a taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais foi estimada em 8,7%, o que corresponde a 13,2 milhões de analfabetos no país." E ainda, estão querendo fechar sala de aula?! E, por que não dividir o lucro das superlotadas com as unidades de poucos alunos?{http://g1.globo.com/educacao/noticia/2014/01/brasil-e-o-8-pais-com-mais-analfabetos-adultos-diz-unesco.html} (acessado em 09/02/2020). 
           Perguntar não ofende: O dinheiro poupado vindo do fechamento das salas, aqui em nosso caso, com menos de 15 alunos vai ser investido para melhorar os incentivos ao professor?

           Contemplando a tristeza dos professores presentes, tendo medo de perder as turmas e ter prejuízo no salário, entristeci-me também. Então a reunião termina nestas palavras: "Pois é, quando eu lhes peço aulas atrativas e com qualidade, vocês me acham chata".

           A culpa é do professor: Se o aluno não aprende, a culpa é do professor; se os pais não vão às reuniões da escola é porque os professores falam mal de seus filhos; se não têm bastantes eventos festivos na unidade escolar é porque os professores não colaboram;  se há brigas na escola, e alunos se machucam, é culpa dos professores que não separaram; se 20% da classe tem nota abaixo da média, não se questiona se aluno está interessado em estudar ou não, é culpa do professor; Se o professor adoecer e precisa faltar às suas aulas, quando voltar, será acusado de transtornador da escola toda, os seus alunos, sem professor na sala, bagunçaram nos corredores o período todo; se o aluno evade-se, é contado como índice de reprovação, também responsabilizando o professor; enfim, se a escola fracassa a culpa é do professor.  “O professor é a expressão da escola na qual ele está inserido”. (Thelma Torrecilha). Portanto, ainda, é o professor que ganha menos, ganha somente pelas "aulinhas" ministrada sem gratificação alguma. É essa a visão da sociedade sobre o professorado e assim nos recompensa...! As ameaças nos motivam a atender os seus apelos, também, esdrúxulos. Para tanto, voga o lugar comum: "Manda quem pode e obedece quem tem juízo": A Máxima da Educação. Do outro lado, o coordenador pedagógico ainda insiste em perguntar por que o professor tem medo do aluno!!!
Claudeko Ferreira

Comentários

Enviado por Claudeko Ferreira em 12/06/2014
Reeditado em 16/08/2014
Código do texto: T4842128
Classificação de conteúdo: seguro

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sábado, 9 de agosto de 2014

A PEDAGOGIA DE DEUS (Aquele a quem a palavra não educar, também o pau não educará. (Sócrates))



Crônica

A PEDAGOGIA DE DEUS (Aquele a quem a palavra não educar, também o pau não educará. (Sócrates))

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           A pedagogia de Deus fracassou! Jesus, o Messias dos outros e não de Israel. o Mestre dos mestres deu o seu melhor, porém só conseguiu provocar a ira de seus alunos, ou melhor, da maioria deles. "Mesmo em sua própria terra e entre seu próprio povo, os judeus, Ele não foi aceito. Só uns poucos O acolheram e receberam-No como o Messias. Mas, a todos que O receberam, Ele deu o direito de se tornarem filhos de Deus. Tudo o que eles precisavam fazer era confiar nEle como Salvador" (Jo 1: 11,12 BV). Uma prova do fracasso do PPP (Projeto Político Pedagógico) Divino é o fracasso das igrejas da atualidade. O linchamento de Jesus foi feito pela igreja da época, será se ela se redimiu ou a maldade dos seguidores da igreja de agora traz ranço do passado? Já não é nem o Messias dos outros!
            Agora, os filhos de lares fracassados abarrotam o sistema educacional público sucateado. E eles são acolhido, como foram os judeus amparados nas câmaras de gás pelos nazistas nos campos de concentração na segunda guerra mundial, dando o último suspiro. Eu, quando reprovo o aluno, personifico um dos judeus carrasco dos outros judeus, mas não por muito tempo, logo sirvo como o bode emissário, Azazel, prefigurando Satanás, da mesma forma de muitos ali, chicoteados, prontamente punidos por quem quer se ver livre dos que não dava mais conta de produzir, para o qual era transferido todos os pecados do povo, que se encontravam registrados no livro arquivado no santuário, e o tal animal depositário era desterrado ao isolamento, onde permanecia em estado de inominável sofrimento até a morte por seus próprios crimes e pelos delitos dos justos pelos quais o seu antítipo é diretamente responsável. 
           Eu sou um intercessor também fracassado, porque não é só você que pode ser. E como não ser, se sou o antítipo de tudo que nunca teve significado para os meus discípulos incrédulos nesse sistema falido?

           Nada na atual pedagogia nos leva para os reais objetivos  do PPP da vida, assim como antes. Ninguém morre de graça, mas o massacre igualitário ainda está por vir, quando os pecadores descobrirem a ineficácia do linchamento ritualístico do professor, então as vítimas se vingarão dos  atuais imoladores. "Não existe nenhuma expiação pelo sangue derramado, senão o sangue de quem o derramou" (Núm. 35:33).

           Deus ensina, utilizando-Se dos fenômenos compreensíveis às pessoas livres, porém, como os homens nunca sabem lidar com a liberdade, entregam-se à manipulação limitante, isto é, aos vícios eximindo-se da responsabilidade no domínio do pequeno espaço que lhes dão. Dou liberdade a meus alunos, e eles se perdem na imensidão das possibilidades. "Pode fazer-se tudo, salvo fazer sofrer os outros: eis a minha moral" (Gustave Flaubert). Então fazem muito barulho nas minhas aulas evitando minha voz já muito rouca, mas, ainda, o suficiente para apontar todas as direções que eu conheço! E eles,  não querendo nem mesmo o eco, portanto crucificam-me debaixo de seu próprio nariz, falando mal até de meu forte perfume ativador de ações cerebrais. Jamais quero ser o limite deles, não tenho o dom de "tropeiro", apenas faço questão de ser mais um convite ao imenso mundo sem porteira. Ou pelo contrário, tem razão a filosofia Branchuísta: "Onde cacete e dinheiro não resolver, é porque foi pouco." Qual dos métodos eles querem?!





Comentários


Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 15/05/2014
Reeditado em 09/08/2014
Código do texto: T4807900
Classificação de conteúdo: seguro

sábado, 2 de agosto de 2014

MENDIGOS DA GRAÇA E TRANSGRESSORES DA LEI ( O que você acha da justiça que mata um inocente em lugar de um criminoso?)



Crônica

MENDIGOS DA GRAÇA E TRANSGRESSORES DA LEI ( O que você acha da justiça que mata um inocente em lugar de um criminoso?)

Por Claudeci Ferreira de Andrade          

           Aqui, na terra, no meio dos meus, já não tenho dignidade alguma, um idoso já tão perto da morte não goza dos dotes do jovem que fui, e a igreja me ensina sobre quem vai ao céu, vai sem mérito próprio, então jamais quero ir para lá. Continuarei sem dignidade do mesmo jeito, pois se alguém vive de graça e misericórdia de forma alguma possui dignidade. Assim, por isso, desejo ir ao inferno, pois pelo menos irei para lá por méritos próprios, e estarei eternamente com a consciência limpa de que fiz por merecer algo: A justiça cruel é para mim confortadora ao mesmo tempo. A essa altura do tempo, o bom de uma vida infernal é nem ter mais como piorar significativamente. E o melhor ainda é a inexistência de ex-demônios, ruminando os fatos de antes da sua conversão. Os gostos se alteraram permanentemente, e a fonte de prazer tornou-se outra. Porque, daqui do mundo, onde o trabalho é castigo e o amor é pecado, é  quase impensável que no inferno não há prazer! A busca exagerada do prazer aqui na terra é o viver de Graça e por Graça, porque abusar dos méritos dos outros. A graça é um atalho, e todo atalho é uma transgressão e, por conseguinte, quem propõe-se a procurar atalhos é desonesto.
            Conversando com um amigo pastor evangélico, ele me disse: "o homem precisa da graça porque jamais consegue obedecer a lei". Porém, parece-me que Jesus provou, como homem, ser possível ao homem natural obedecer as leis de Deus, ou vai me dizer sobre Cristo ter precisado de graça, atalhos e misericórdia para cumprir sua missão?! Também vai me dizer que Ele fez isso no meu lugar?! Tampouco vamos confundir Sua missão de dar exemplo, cometendo a irresponsabilidade de torná-lo meu substituto ou "gambireiro de almas". Se Jesus me substituiu na cruz, também me substituirá no Paraíso. Por isso, eu de jeito nenhum preciso morrer para ir ao céu. Um substituto (Jesus) já está no céu em meu lugar.
           É muita ingenuidade ou malandragem dos líderes escolares, religiosos e familiares ordenarem a Deus atribuir consequências a quem desobedecer as regras criadas por eles mesmos para continuar legislando em causa própria. A religião contaminou todos os segmentos da sociedade com uma angústia existencial tremenda, impondo a realidade da morte como consequência do que o homem faz ou deixa de fazer e a posse do paraíso na mesma condição. E ainda chama isso de paz em Cristo, eu o chamo de conturbação pela culpa, levando à depressão. Se não curou, a culpa é do moribundo, porque não tem fé!
             Estar debaixo da graça é o mesmo que viver dos méritos de Cristo ou de outra divindade qualquer? Será se essa tal graça não está deturpando a "graça" ideal? Sempre achei estar na graça a intenção da anulação das consequências desconfortáveis já reservadas para os transgressores das leis. E a misericórdia seria o incentivo a desobedecê-las mais ainda. Então, a verdadeira graça vem depois, seria o resultado, ou pagamento, ou ainda a consequência óbvia da correta obediência as leis de Deus.
             Quem vive de graça e misericórdia sem preço não tem dignidade!!!! Um Cristo abusado, também é abusador. A Leis Divinas nunca admitem abusos, e se Deus atribui consequências por alguma transgressão não tem graça alguma e sim Justiça! Uns arrastam os tolos por medo, outros por culpa, muitos pela ganância e os pregadores da graça, por gratidão. A igreja fecha todas as portas e ainda diz que o cristão é livre! Somos livres sim, mas quando obedecemos as leis de Deus. Graça sem o mérito é morta, assim como a fé sem as obras é morta também! 
           Há justiça quando se mata um inocente em lugar de um criminoso? Jorge de Lima nos ajuda a responder: "Violência... Cultuamos um deus carniceiro que se compraz com sangue, açoitamos, sangramos, imolamos o filho de Deus e o crucificamos. Bebemos seu sangue e comemos sua carne validando a antropofagia dos agraciados." http://www.dm.com.br/texto/176100
             Que graça é esta, custando a vida dos outros para me dar bem? Essa é a graça conquistada pelos linchadores de plantão? Os que fazem sua justiça com as próprias mãos? Certamente!!! 
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 21/04/2014
Reeditado em 02/08/2014
Código do texto: T4777514
Classificação de conteúdo: seguro
Comentários

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

domingo, 27 de julho de 2014

ABRAÇANDO A SUBCULTURA, TAMANDUÁ! (Diga-me quem são seus grandes pensadores que direi quem você é!)



Crônica

ABRAÇANDO A SUBCULTURA, TAMANDUÁ! (Diga-me quem são seus grandes pensadores que direi quem você é!)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Será que não existe o submundo (em grego: transl. káto kósmos) onde reina a violência, a droga, o crime e o desrespeito?  Existe submundo, e não existe subcultura? Manipulação pela mídia de péssimo nível ou não; criação das letras musicais sem dizeres proveitosos; fazendo pessoas famosas gratuitamente e sem mal terminarem o ensino fundamental; contendo políticos mau leitores, maculando o discurso de um autor profissional, saciando seus ouvintes inescrupulosos e pouco exigentes. Então, nem é de admirar a existência de professores lecionando em um sistema de "Promoção automática" desconhecedores da arte de selecionar bem seus grandes pensadores. Afirmo também a exigência da "progressão automática" obrigando  o afrouxamento do juízo de valor do avaliador e promovendo a subcultura, nivelando por baixo o conhecimento e as relações com ele, ressuscitando e valorizando somente a moda sem sentido! Se está difícil manter o nível, imagina elevá-lo. Brigam comigo, porque os iguais se protegem!!! São tantas as forças tentando me arrastar, mas é esta coisa que não quero. Porque disse Paulo Coelho: "Quando alguém evolui, evolui tudo que está a sua volta." Este pensamento também é válido para a regressão!
           Quanta capacidade exercem os fomentadores da cultura, discriminando os grandes pensadores da filosofia tecnicamente tradicional? Também é cultura a variedade linguística informal, gírias e todos os vícios de linguagem. Há quem defenda sua tese de mestrado ou doutorado se utilizando da variedade linguística desprivilegiada. A cultura, na maioria das vezes, está na pichação e também nas telas a óleo das grandes galerias. A cultura se manifesta nos "rolezinhos" forçando a elite ao acolhimento dos excluídos por eles mesmo. A cultura substituiu os verdadeiros símbolos por paralelos: a páscoa original por coelho e ovo de chocolate; deturpou outras festas sagradas e fez do carnaval um comercio do ano todo. Temos que discriminar para valorizar. O raro é caro. Se todos pensassem igual ninguém pensava grande, é claro. 
       Quero me desculpar com o dadaísmo de nossa época, por ter me deixado enganar sobre ter um saber superior, pois frequentei uma academia de filosofia e por nem me considerar um pensador a altura dos filósofos tradicionais e também ter uma inveja santa do sucesso de outras pessoas, que longe da lapidação pelos saberes oficiais, são reconhecidas pensadoras. Mas, aprendi muito bem a respeitar a opinião dos outros, vivo  examinando  tudo para escolher somente o bom. Querendo ou não, estou Intrometido nas culturas e elas me fazem refletir em todas as direções. Comportamento esse de quem almeja uma cultura homogênea!
      Uma pessoa honesta também se utiliza da ironia, porém é sempre verdadeira sobre os seus afazeres, e o verdadeiro amor (agapê) de forma alguma se recente do mal. Portanto não é de meu feitio, diminuir cultural qualquer que seja, porém aqui quero apenas ser a coruja gabadora do toco de morada e expressar minha gratidão ao outro imponente. Agora sou responsável pelo que digo, e você pelo que entende: Tudo é influência. 
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 18/04/2014
Reeditado em 27/07/2014
Código do texto: T4773514
Classificação de conteúdo: seguro
Comentários

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

domingo, 20 de julho de 2014

A PEDAGOGIA DO DESPERDÍCIO ("Tudo bem... Ao seu dispor se for por amor às causas perdidas...")



Crônica

A PEDAGOGIA DO DESPERDÍCIO ("Tudo bem... Ao seu dispor se for por amor às causas perdidas..." — Engenheiros do Havaí)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           O que leva você a pronunciar desaforos condenatórios quando visualiza a imagem de um cavalo puro sangue puxando uma carroça? Como diz a canção do grupo musical - Engenheiros do Havaí; Dom Quixote. Eu penso, auxiliado pela expressão da bela letra da canção: sobre o sistema educacional ser a carroça, ou melhor, o belo paraíso do desperdício de talento. Existe a mesma desvalorização quando um professor doutor em artes visuais, lecionando religião no ensino fundamental para um alunado nada conhecedor da importância material e nem do papel do professor e, pior de tudo, não quer conhecê-lo; despreza-o como faz comigo que sou só "lato sensu". 
           Em outra ocasião, o ex-secretário de educação municipal, já por sinal foi bem sucedido em sua gestão, também pós-graduado em docência, lotado aqui numa escola de ensino fundamental, sem ser compreendido pela sala de aula, os alunos o negligenciaram. Por que a Secretaria de Educação remunera o professor em licença, fazendo um mestrado ou um doutorado e depois o trancafia e mantem-no em sala de aula de ensino fundamental enquanto deveria estar orientando aos colegas de menor formação acadêmica? Mas, nessa política atual, os maiores graduados na academia de forma alguma funcionam bem como Secretário de Educação municipal. Enfim, doutores, mestres estão nas salas de aula, engessados por leis e normas de uma cúpula de políticos atrofiadores da academia.
           O que um pastor evangélico com boa formação em teologia faz dando aulas de filosofia numa escola de estado laico? 
           Outras incongruências: o MEC dá os livros aos alunos e eles nem os levam à sala de aula e quando lhes emprestamos outro volume, para não deixá-los sem fazer a atividade, eles armazenam mais um em sua casa, ainda acham que o colega vai emprestar o dele! "Tudo bem... Ao seu dispor se for por amor às causas perdidas..." O colega leva o livro para o outro estudar!
           Olhe na direção dos que nunca precisaram e jamais precisarão da escolaridade para ser alguém na vida. E muitos ainda patrocinando a escola pública, e compare com o interesse dos abarrotadores das salas de aula em busca de futuro! É esse o conteúdo da música: "o amor às causas perdidas". A aprovação automática enche o país de diplomados semianalfabetos! Sou professor, mas "meu nome é otário", ensinando os que não querem aprender e forçando os a uma obediência desvirtuada de qualidade, quando os coloco sentados escutando-me, enquanto querem manipular o Smartphone.  
            Sem falar sobre a frequência dos pais bem instruídos ou não; bem intencionados ou não, vêm meter medo no grupo gestor da unidade escolar com bravatas desaforadas. Todos nós trabalhamos aqui com o terror dos falatórios. Sem autonomia de atuação, na escola, somos obedientes à comunidade. Sem que muitos deles, nem mesmo tenha frequentado uma faculdade, e a maioria de suas exigências são destituídas de pedagogia alguma, somente egoístas. E o professor tem e terá sempre de ceder nas demandas dos alunos e quando tenta se impor é levado à coordenadora cercado dos curiosos sorridentes, aqueles do mesmo espirito da plateia nas arenas da velha Roma para ver os gladiadores lutarem até morrer. "Por amor às causas perdidas", assim com eles, o professor estará na peleja para o lazer da sociedade, desapoiado mesmo tendo razão. Enquanto deveria ser respeitado e reverenciado mesmo estando "errado", devendo-se consideração a  boa intenção regente do seu profissionalismo e a importância merecida. Sádicos, leiam as atas de reunião da escola sem chorar, depois me digam sobre os meus avisos: "as nuvem não eram de algodão".
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 16/04/2014
Reeditado em 20/07/2014
Código do texto: T4771635
Classificação de conteúdo: seguro
Comentários

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.