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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

INCLUSÃO ESCOLAR NÃO É SOCIAL ("O incentivo à leitura, além de ser uma importante ação cultural, promove também a inclusão social e o desenvolvimento de novas ideias."— Rozilda Euzebio Costa)




CRÔNICA


INCLUSÃO ESCOLAR NÃO É SOCIAL ("O incentivo à leitura, além de ser uma importante ação cultural, promove também a inclusão social e o desenvolvimento de novas ideias."— Rozilda Euzebio Costa)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Eles, talvez não tenham a capacidade motora dos outros, mas não são "deficientes", são, sim, "especiais"! O desvio semântico da palavra "especial" não cobre o prejuízo na autoestima do incluso frente a olhares torcidos e ruídos circulantes. E em uma sala de aula inadequada; mesmo sabendo que um desrespeito não justifica o outro, o que vale mesmo é a socialização pretendida, porém, esse grande objetivo esperado sempre fica a desejar. Mesmo com um professor de apoio em minha sala, não consigo, andamos paralelamente. E os colegas de classe do includente, sem respeito ao professor e sem interesse na aula, provavelmente não estão também interessados nessa relação proposta. Como os demais alunos se sentem em relação ao aluno especial, não sei ao certo! Só sei que ignoram-no e um ou outro implica, zomba, maltrata, tentamos coibir estas tendências maldosas, no entanto não temos métodos eficazes para sanar por completo o problema, pois o professor não tem mais voz. Cadê o Estatuto da pessoa com Deficiência? Talvez se fosse o Estatuto das pessoas com necessidades "especiais" seria um pouco diferente, não priorizaria só a socialização, mas também valorizava outras necessidades primordiais em detrimento do forçar uma aceitação apenas?
     Com frequência, tenho esta categoria de aluno em minhas classes do Ensino Fundamental e uma auxiliar ali que se esforça para ensinar alguma coisa, mas parece que objetivo é somente um descargo de consciência, para dormir direito. A suas metodologias para ministrar lições diferenciadas me incomodam e atrapalham, e a movimentação da classe toda também atrapalha ela, sem falar que hoje uma sala de aula de adolescentes, que vão atrás dos benefícios do governo e muitos deles estão ali só para lanchar não é um lugar sensível. Então uma socialização assim não cresce ninguém. Quem dera esses especialistas em necessidades especiais respeitassem as limitações dessas pessoas e trabalhassem profissionalmente com elas em um ambiente adequado para que, de fato, atendessem mesmo as necessidade especiais de quem precisa de uma sala de aula menos agressora e de modelos ideais de socialização. 
           Até quando, como e onde vai acontecer inclusão de verdade como disse a Presidente Dilma: "Nós somos a favor de educação inclusiva para valer. Somos também a favor das instituições especiais. Uma coisa não exclui a outra" http://g1.globo.com/politica/noticia/2012/12/dilma-e-vaiada-ao-falar-portador-de-deficiencia-durante-conferencia.html (acessado em 26/07/2022). 
           Enquanto isto não acontece, outras coisas ruins acontecem! Na escola é assim, os especiais são matriculados para socializar: desregradamente conversam, andam, enxergam, escutam, atrapalham a aula dos outros. “O direito de todos estarem juntos não é maior que o direito individual ao desenvolvimento”, apontou o MEC, em 2020.

Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 01/10/2009
Código do texto: T1842638

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