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MINHAS PÉROLAS
domingo, 5 de julho de 2009
Sábado Letivo: A Trágica Comédia do Sábado Letivo ("O fraco rei faz fraca a forte gente." — Luís de Camões)
2 comentários:
- POETA ALMÁQUIO BASTOS disse...
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Professor amigo, a questão, por você colocada, em SÁBADO LETIVO OU LETAL? é apenas uma amostra (infelizmente) que como são tomadas as decisões nas áreas prioritárias da sociedade, isto é, saúde, educação e segurança. Reúnem-se em gabinetes e alheios, alheios, tomam decisões e cafés com a mesma seriedade, fazendo-dos engolir projetos-porcarias que não resolvem o problema. Hoje sou servidor público na área da Segurança (polícia Civil) onde ingressei através de concurso público, mas sou egresso da Secretária de Educação, cujo ingresso também foi via concurso público, por isso me arvoro em comentar seu artigo. Enquanto perdurar a cultura do faz-de-conta, resta-nos (a mim, a você e a muitos outros que resistem) continuar essa luta (aparentemente inglória) por meio das palavras. A tentativa de fazer a diferença em nosso nicho é uma nesga de luz que desafia o breu da caverna. Abraços e Boa sorte.
- 6 de julho de 2009 às 16:58
- Claudia Correa disse...
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Boa noite! adorei a sua postagem,esse sábado letal não acrescento em nada e é verdadeiro "enrolation" para contentar alguns e aborrecer a muitos!
- 26 de julho de 2009 às 20:55
Sábado Letivo: A Trágica Comédia do Sábado Letivo ("O fraco rei faz fraca a forte gente." — Luís de Camões)
O sábado deveria ser um dia sagrado de descanso. A Bíblia, em Exôdo 20:8-11, é clara: “Lembra-te do dia de sábado para santificá-lo. Trabalharás durante seis dias, e farás todas as tuas obras. O sétimo dia, porém, é o sábado de Iahweh, teu Deus”. No entanto, na realidade da educação pública, o sábado se transformou em mais uma extensão do trabalho, uma farsa do descanso merecido. Em vez de reflexão e pausa, somos arrastados de volta à escola, com mais um compromisso imposto sob o nome de reuniões pedagógicas, que pouco têm de pedagógicas, além da nomenclatura.
O que deveria ser um momento de renovação, acaba por ser um pretexto para cumprir formalidades. Essas reuniões, frequentemente chamadas de "parada pedagógica" ou "trabalho coletivo escolar", não passam de um teatro sem real contribuição para nossa formação ou para a qualidade do ensino. Discutem-se assuntos irrelevantes, trocam-se favores, e, por vezes, até se despejam frustrações pessoais, como se o sábado fosse o dia da "lavação de roupa suja". Pergunto-me: onde está a verdadeira educação nesse caos? Onde está o compromisso com o aprendizado e com a reflexão genuína que nos ajude a crescer como educadores?
Já não me surpreende que muitos de nós, professores, participemos dessas reuniões apenas para evitar o corte no salário. Faltar a uma delas é uma dor no bolso, e para quem não deseja enfrentar esse transtorno, até contratar um substituto se torna uma opção, mesmo sabendo que ele está completamente desconectado da realidade da escola. Mas que contribuição um substituto pode dar aos temas tratados ali? E, no final, quem realmente se beneficia dessa farsa? Quem ganha com essas discussões vazias que ocupam nosso sábado sem acrescentar nada de concreto?
Essas reuniões não são mais do que uma formalidade para que os gestores possam aparentar que estão fazendo algo, mesmo quando, na prática, nada está sendo feito para melhorar a educação. O mais triste é perceber que, ao invés de estarmos cada vez mais perto do que realmente importa — o desenvolvimento do aluno, a qualidade do ensino e a formação contínua do professor — estamos cada vez mais distantes. Em vez de gastar o sábado com reuniões que não agregam valor, por que não investir esse tempo em atividades que realmente tragam resultados, que nos fortaleçam intelectualmente e nos renovem para o trabalho? O sistema educacional parece mais preocupado com a quantidade de horas cumpridas do que com a qualidade do que é discutido nessas horas.
Pior ainda é perceber que, no final de um encontro desses, o que se perde é a vitalidade intelectual. O que poderíamos ter aprendido, o que poderíamos ter refletido sobre nossas práticas, se esvai em formalismos que apenas drenam nossa energia. Como disse Luís de Camões, "o fraco rei faz fraca a forte gente". O fraco sistema educacional enfraquece até os mais comprometidos, até aqueles que realmente se dedicam a ensinar.
Infelizmente, a realidade da educação pública hoje gira em torno de manter as aparências, e não de melhorar o ensino. O foco está na quantidade: mais reuniões, mais formalidades, mais metas a cumprir. Mas e a qualidade? Onde está a verdadeira formação, a verdadeira preparação para o trabalho de educar? O tempo que gastamos nessas reuniões poderia ser melhor aproveitado, investido em atividades que realmente nos preparassem para os desafios da sala de aula. A cada sábado desperdiçado, a cada reunião inútil, o desânimo aumenta, e os professores, longe de se sentirem renovados, se sentem cada vez mais desmotivados.
No fim das contas, quem paga o preço por essa farsa somos todos nós. Nós, professores, que dedicamos nossa vida à educação, e os alunos, que acabam pagando com a falta de uma educação de qualidade. O sistema educacional, ao insistir em manter as aparências, nos empurra para um abismo onde a educação verdadeira fica cada vez mais distante.
A verdadeira revolução na educação não passa por mais reuniões, mais exigências. Passa pelo respeito ao nosso tempo, ao nosso conhecimento e à nossa capacidade de ensinar com qualidade. Se, ao invés de perpetuarmos esse ciclo de farsa, investíssemos em formação contínua, em reflexão genuína, em tempo para estudar e nos renovar, talvez a realidade da educação fosse outra. Mas, por enquanto, seguimos nesse jogo de aparências, onde o sábado não é mais um dia de descanso, mas um fardo a ser carregado. O sistema precisa entender que educar vai além das formalidades.
Com base no texto apresentado, elaborei 5 questões que exploram diferentes aspectos da experiência do professor e da dinâmica escolar:
O texto critica as reuniões pedagógicas obrigatórias aos sábados. Quais as consequências dessas reuniões para a qualidade do ensino e para a vida pessoal dos professores?
Essa questão leva os alunos a refletir sobre a relação entre a quantidade de reuniões e a qualidade do ensino, além de analisar o impacto dessas reuniões na vida pessoal dos professores.
O autor argumenta que essas reuniões servem mais para cumprir formalidades do que para promover a melhoria do ensino. De que forma essa ênfase nas formalidades prejudica a educação?
A questão busca que os alunos compreendam a importância de focar na qualidade do ensino em vez de cumprir burocracias e como essa ênfase em formalidades pode impactar a aprendizagem dos alunos.
O texto menciona a falta de investimento em formação contínua dos professores. Como a falta de investimento em formação pode afetar a qualidade do ensino?
Essa questão incentiva os alunos a refletir sobre a importância da formação continuada dos professores e como ela pode contribuir para a melhoria do ensino.
O autor questiona a eficácia das reuniões pedagógicas obrigatórias aos sábados. Que tipo de atividades poderiam substituir essas reuniões para promover a melhoria da educação?
A questão leva os alunos a propor alternativas para as reuniões pedagógicas, buscando atividades que sejam mais significativas e contribuam para a melhoria do ensino.
O texto destaca a importância do tempo livre para os professores. Como o tempo livre pode contribuir para a qualidade do trabalho docente e para o bem-estar dos professores?
Essa questão estimula os alunos a refletir sobre a importância do equilíbrio entre vida pessoal e profissional e como isso pode impactar o desempenho dos professores.