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segunda-feira, 10 de julho de 2023

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (34): A Compra da Salvação: O Papel do Dízimo na Igreja.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (34): A Compra da Salvação: O Papel do Dízimo na Igreja.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Dar o dízimo é uma prática que muitos encaram como uma forma de entregar a própria vida. Afinal, o dinheiro se torna a representação simbólica da nossa existência. Partindo desse princípio, somos tentados a trocar a doação genuína de nossa vida pelo simples ato de dar o dízimo, pois é mais fácil e conveniente. Imaginem como é simples para aqueles que têm muito dinheiro entregar uma quantia considerável, ao invés de sair em missões de campo para o trabalho missionário! Assim, o homem se coloca como o seu próprio salvador, escolhendo onde e como empregar seus recursos.

Jesus desejava ardentemente salvar o "Jovem rico", mas esse jovem já tinha o seu próprio salvador: suas riquezas. O Mestre deixou bem claro o quão ineficaz era esse salvador material, quando recomendou que vendesse tudo o que tinha, doasse aos pobres e o acompanhasse em seu trabalho. É curioso observar que Jesus não o instruiu a doar sua fortuna à sua igreja. Será que Ele não acreditava que os benefícios chegariam aos necessitados por meio desse canal? Ou talvez o Mestre visse na descentralização a maneira ideal de lidar com a questão. Afinal, algo estava errado com o sistema religioso da época, pois, se não houvesse, Jesus teria fortalecido os cofres das igrejas daquela comunidade. E as igrejas de hoje...?

Talvez possamos fazer uma analogia com o sistema religioso atual, onde a cada esquina encontramos igrejas imponentes, com pastores bem nutridos e uma realidade mundial marcada pela miséria em todas as suas formas. Agora temos a certeza de que, no incidente do "Jovem rico", Jesus propôs a descentralização econômica. No entanto, até hoje, não compreendemos por que persiste a prática de centralizar os recursos financeiros nas igrejas, em benefício dos intermediários que negociam a "salvação" e a honra dos fiéis em nome de Deus. É espantoso como eles conduzem suas modernas igrejas em uma disputa para mostrar quem é o melhor na arrecadação! Até mesmo os apóstolos se envergonhariam se lessem um texto opressor como o que se encontra no manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia (mencionei esta denominação porque a conheço bem, de lá saí) .

Segundo esse manual, os trabalhadores da Associação ou Missão, os anciãos e outros oficiais da igreja, bem como os diretores das instituições, devem reconhecer a importância de dar um bom exemplo ao entregar o dízimo. Qualquer pessoa que não esteja de acordo com essa norma da igreja não deve ser mantida em seu cargo, seja como oficial local ou como membro da organização. Mais adiante, nas páginas 200 e 201 desse mesmo manual, nos deparamos com uma abominação semelhante, fruto da sagacidade de Lúcifer. Diz o texto: "Nenhum membro deve ser excluído do rol da igreja por incapacidade de contribuir financeiramente para qualquer uma das causas da igreja, ou por deixar de fazê-lo...". Sim, os membros inadimplente com os dízimos não são excluídos, mas apenas destituídos dos cargos de liderança.

Meu caro leitor, se a igreja leva ao céu, o dízimo compra a salvação!

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