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domingo, 30 de maio de 2010

A EDUCAÇÃO É BELA ( "A beleza está nos olhos de quem a vê")














Crônica

A EDUCAÇÃO É BELA ( "A beleza está nos olhos de quem a vê")

domingo, 30 de maio de 2010
Por Claudeci Ferreira de Andrade
         Vários olhares opacos da vida têm destruído, de muito, completamente o entusiasmo frente à beleza. Agora, depois de duas facectomias bem sucedidas, já posso ver amplamente a beleza do espaço onde range as pessoas educadas e onde a lânguidamente a vida flui, t(ão)ambém vejo as flores vestindo cores berrantes! Falo de meu olhar físico, quem me dera fosse um transplante de espírito, operado pela influência do meio, veria auréola brilhante nos pecadores. Como é lindo o meu olhar! Preciso constantemente de relações motivadoras e sensibilizadoras ao belo. É extremamente necessária a destruição da normativa catarata: a cegueira branca da rotina, mesmo que para isso tenhamos de ser submetido a um transplante de mente! Então, fazendo do espírito as lentes do olhar, em todas as direções, ver-se-ão, de dentro para fora, de coração a coração!
           José Saramago já falou em seu romance: "Ensaio sobre a Cegueira", sobre a deterioração profunda de um povo cego. Uma cegueira leva a outra até o fim de tudo. A verdade é que temos de aprender a ver a beleza. Eu deveria já ter desenvolvido profunda dignidade, graças à majestade e exuberância condizente com a beleza do lugar onde trabalho e sirvo! Porém, estava no ponto cego do meu espírito, via mal! Como Francis Bacon: "Não há beleza perfeita que não contenha algo de estranho nas suas proporções."
           Um professor com uma boa visão física vive a vida na companhia da beleza plástica de muita gente boa. O quê poderia ainda mais usufruir se usasse sua "tridimensionalidade" da visão?! Mesmo em meio a todas as pressões da vida, o equilíbrio deve ser o ideal para alguém de vistas claras, ele tem mais segurança. Nem todos os professores são eruditos, ou artistas, porque a beleza da vida nem sempre está ao alcance deles da mesma forma, às vezes, os olhos não lha permitem.
           Um professor enxergando bem pode ser estimado por sua visão física, mesmo sendo rude e desgracioso com sua visão mental e/ou espiritual. O título já lhe basta! Mas, é muito incerto haver alguém desejoso de seu ponto de vista. A pureza de mente e coerência nas maneiras é dos mais visíveis aspectos da beleza. Certamente a beleza interior é muito mais importante e sobre qualquer aspecto exterior de alguém, sem omitir esta, pois precisamos evitar a aparência do mal. Sim, o produto de tudo deve ser mais do que boas maneiras. Inclui o sensível gosto pela virtude e pela essência do belo. Envolve bondade, seriedade, altruísmo e sinceridade. Por isso, não se pode ver virtudes com apenas olhares físicos!
           Existe a beleza repelente, a falsa, aquela da qual fala Honoré de Balzac : "Quando todo o mundo é corcunda, o belo porte torna-se a monstruosidade". Olhares nos flecham repetidamente com um brilho resplandecente até, à vista disto, muitas das vezes, nos pintam erroneamente, criando um ponto-de-vista incoerente. É possível enganar alguém com o olhar atravessado das maiorias! No entanto, a beleza da realidade nua e crua transfere ao professor visionário certas qualidades pessoais. Porém, requer dele justiça, lealdade, gentileza, cortesia, altruísmo e amabilidade, e isso pesa e cansa, então a rejeita, preferindo a igualdade com o povo comum. E assim fica feio! A beleza da vida não é um som, todavia quebra cristais. A diferença está, não só na aparência, entretanto no modo de ser. É o motivo maior do comportamento responsável. Que meus olhos multifocais e límpidos, agora, ajudem-me nisto, para eu não ficar tão deslumbrado com o exterior a ponto de não ver o interior. Isso só será possível através da educação!
           Eu já tinha lhe dito que gosto de mulher feia? Agora confirmo que gosto de gente educada porque é bonito. 
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 30/05/2010
Código do texto: T2288967

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

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domingo, 16 de maio de 2010

A ÉTICA DO PURGATÓRIO (Os pais são os maiores antiéticos, mentem fingindo acreditar na mentira da escola.)












Crônica

A ÉTICA DO PURGATÓRIO (Os pais são os maiores antiéticos, mentem fingindo acreditar na mentira da escola.)

domingo, 16 de maio de 2010
Por Claudeci Ferreira de Andrade
           
 Qualquer discussão sobre ética e profissionalismo deveria interessar a toda comunidade escolar (interna e externa), e em especial aos indivíduos mais esclarecidos, os que têm condições de confrontar os documentos tendenciosos vindos das instâncias maiores, porque são poderosos. Acreditar em citações infundadas é coisa de criança. Quando éramos crianças, tinha de ser dito o nosso dever, digo ao referente às boas maneiras. Havendo crescido num lar ético e educado, não é preciso que se no-lo diga novamente. O assunto em voga aqui é se nossa obediência constitui uma expressão da ética advinda do conhecimento de causa ou da mera subjugação ao poder. Pois, na educação é assim, é dito o conveniente, se é importante no momento! Vale tudo a salvação de quem tem poder, ignora-se o certo, e o desconhecimento do receptor favorece a subjugação. E por falar em conveniência, não podemos esquecer de que no atual sistema, os bons ficam ruins e os ruins nunca ficam bons. Para prevalecer me fiz ruim, acomodei-me, sim, apenas queria evitar indisposição com os que me cercavam. Eu nunca soube me importar com os orgulhosos demais, chamando-me de incompetente. Com o tempo, contaminar-se-ão também. Assim brincamos na gangorra profissional do professorado público sem a qualidade esperada. Às vezes, tenho me calado com um sufoco na garganta porque a maioria maltrata o inconveniente, ou melhor, conquista com unhas e dentes, violentamente, o favorável para si.
          Cá no corpo docente, quando alguém sai do meio dos amigos, é eleito para coordenador ou diretor, esse promove a si mesmo uma mudança de relacionamento. Circunda-se de uma nova atmosfera de recíprocas obrigações, pelo menos, em parte, deveria ser assim. Mas, a maioria dos diretores escolares eleitos torna-se corpo estranho na equipe. Alguns se tornam novas pessoas, porém desconhecidas, entram num novo tipo de vida, isto é, uma vida independente, sem preocupação com o bem-estar, com a segurança e com a integridade dos outros, outrora colegas íntimos.
          E mais para cá, no meio dos subalternos,  nossa relação com os líderes não deve ser assegurada num ambiente de desonestidade, perseguição, desordem, ódio e hostilidade. Isso não funciona nem mesmo no Purgatório!  Obediência em base legal é simplesmente a viabilização da ética...
           Agora compreendo por que algumas autoridades do meio educacional querem abolir a eleição direta para diretor escolar, pelo menos, se não for ético é coerente. Você prefere ser subjugado por um chefe, chefe imposto e indicado ou desconsiderado por um "amigo", alguém em quem votou porque confiava e depositava credibilidade? Não seria mais ético se  talvez tivéssemos diretores por formação e concursado ao cargo? Só assim, eles teriam tempo suficiente para aprender a trabalhar com mais ética. Apesar da fala do Albert Einstein: "Especialista é alguém que lhe diz uma coisa simples, de maneira confusa, de tal forma a fazer você pensar que a confusão é culpa sua". A maior tragédia de um professor comum eleito à direção contecerá depois do mandato, terá que voltar ao meio dos colegas “mortos e feridos”, no pós-guerra! Os sábios pensarão mais nesta frase do comentário de capa do filme "Detenção": "Dê a um homem um pouco de poder e ele comete coisas inesperadas. Tire de um homem seu orgulho e sua humanidade e ele acaba fazendo coisas piores!"
           A ética do purgatório é esta: Um aluno com onze anos de idade pode votar, escolhendo seu diretor escolar, mas não pode resolver sua vida estudantil na escola sozinho. E o pai vota no candidato à direção que o filho sugerir. O aluno de menor não podendo receber nem mesmo o seu próprio boletim, traz o pai desenformado,  e ele nem sabe qual é a série e a sala do filho, e também motivado por ele vota no candidato simpático a família! Os pais são os maiores antiéticos que já conheci no mundo da educação, mentem fingindo acreditar na mentira da escola. 
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 16/05/2010
Código do texto: T2259983

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31/08/2010 21:00 - Miralva Viana
Olá!Claudeko, Penso que o diretor não deveria agir assim. Entretanto, os colegas também se afastam, o cargo se torna um castigo. Perde-se a cumplicidade, o bate papo legal, os segredos e as risadas. Precisa-se mudar as mentalidades. O diretor precisa de parceria, apoio e ter jogo de cintura. Abraços!


16/05/2010 15:48 - RONALDO JOSÉ DE ALMEIDA
Muito bom, Claudeko! Gostei muito.


16/05/2010 09:20 - Mazé Carvalho
Caro senador, Ética, para muitos, é palavra riscada do vocabulário, demodê.Para tantos outros, palavra desconhecida.Todas as pessoas "deveriam" possuir senso ético para,assim, avaliar e julgar suas ações.A ética está relacionada a postura que cada um assume diante da vida. Deveria permear as relações dentro de um grupo como indicador de limites em relação as nossas responsabilidades e as nossas limitações. Cá pra nós, senso ético é algo que, definitivamente, não faz parte do cárater de muitos.Parabéns pelo texto. Bjs recheadinhos de carinho. Mazé

sábado, 8 de maio de 2010

MOTIVEMO-NOS UNS AOS OUTROS (Motivação profissional exemplar é a de uma prostituta; recebe um bom salário para gozar! )



Crônica

MOTIVEMO-NOS UNS AOS OUTROS (Motivação profissional exemplar é a de uma prostituta; recebe um bom salário para gozar! )

sábado, 8 de maio de 2010
Por Claudeci Ferreira de Andrade

            Sem motivação não podemos aumentar as atividades da Unidade Escolar. Sem motivação não podemos impressionar a comunidade com crescimento.
            Acho ideal nos motivarmos uns aos outros com a maravilhosa dádiva de um bom relacionamento, já que nossos líderes políticos não têm recursos motivadores, pois deviam tentar com promessas reais e menos oníricas. Motivar-nos como eles querem praticamente está muito além de nossas condições profissional e humana: exigem sempre horas extras não remuneradas. Depois, dizem: — "vocês não querem ser motivados". Quem não quer um bom motivo para ser útil? Nesse caso, louvado sejam as prostitutas ganhadoras de um bom salário, gozando na vida! Por isso, é o trabalho de maior expansão espacial e temporal. Disse Bruna Surfistinha: "Não há coisa melhor do que ganhar dinheiro para gozar."  (Pacheco, Raquel (Bruna Surfistinha); O que aprendi com Bruna Surfistinha - Lições de uma vida nada fácil; 1ª edição, editora Panda Books; 2006; Pág.182).
            A motivação vem de alguém motivado, não de atores com máscaras bonitas. Porque elas sempre caem! A motivação de um é sempre a fonte da motivação do outro. Mas, um precisa ser o primeiro! Temos a capacidade de motivar o outro, sim, até ao mesmo grau em que temos incentivos concretos e vantajosos nos permitindo verdadeiramente se motivar e motivar o outro, dividindo as vantagens.
            Para um funcionário público de muitos anos na educação, o seu melhor é apenas sua “obrigação”, ou o que ele tem prazer em fazer. Ele não pode fazer o excedente, o emocionalmente estressante, o de pouca atração e sem recompensa extra. Se o obrigarem, como disse, tudo isso estará praticamente além de suas forças. E, também, não adianta nossos chefes nos ordenarem isto ou aquilo, baseados apenas em normas e responsabilidades de todo mundo. No caso da escola, há coordenador pedagógico utilizando-se de direitos e imperativos, impondo-se, sobrecarregando sua equipe, obrigando assim os professores a trabalhar sem razão, produzindo uma papelada sem fim, dessa forma não sobra espaço para motivação, depois quando ele tenta se aproximar, querendo contar com a ajuda dos mesmos, eles se escoram, por não haver uma relação de confiança e cumplicidade, mas de "ferração": "cabo de guerra".   
           A lei do menor esforço é real e prática do ser humano em todos os setores, e só as vantagens e propinas podem quebrá-la. Não precisamos da ajuda de ninguém, se usamos um vestuário adequado, pois nossa aceitação pessoal depende da boa aparência. Não precisamos de motivação maior ao nos alimentarmos bem se temos a saúde como lucro.
            Qual espécie de influência e de quem a queremos se ninguém se importa com nossos problemas pessoais? Os problemas da vida nos motivam erroneamente à direção do alívio. Se os patrões entendessem isso se preocupariam mais com a boa motivação, aquela geradora de prosperidade tanto no líder, bem como no liderado. Do contrário, a má motivação tem a poderosa força da inércia como energia: estagnação.
            Como nos tornarmos funcionários produtivos e felizes  sem a sã motivação,  que, ainda, é dom de Deus? É fruto de um espírito altruísta! Sem falar da automotivação, esse veneno, ou melhor, o combustível daqueles de visão unilateral, focados no fim último. Não sei se é coerente, mas vou arriscar terminar esta crônica filosófica com o pensamento de  Paul Valéry: "Um homem sério tem poucas ideias. Um homem de ideias nunca é sério."  Por ventura, alguém vai me levar a sério! Se não, não precisarei dessa falsa motivação para ser um  grande professor.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 08/05/2010
Código do texto: T2244108

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domingo, 2 de maio de 2010

SEGURANÇA NO AMOR DE MÂE (Homenagem à minha mãe: Maria José Ferreira de Andrade)




Homenagem

SEGURANÇA NO AMOR DE MÂE (Homenagem à minha mãe: Maria José Ferreira de Andrade)


Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma tarde de maio, o aroma de bolinhos fritos pairava no ar, despertando lembranças adormecidas em meu coração. Sentado à mesa da cozinha, onde tantas vezes vi minha mãe preparar aquelas delícias, fui transportado no tempo, revivendo momentos que moldaram minha essência.

Maria José Ferreira de Andrade, minha mãe, carregava em seu nome a essência da Sagrada Família. Como seu nome predestinava, ela foi meu porto seguro, uma manjedoura acolhedora em meio às tempestades da vida. Seu amor era um fogo inextinguível, que aquecia minha alma mesmo nos dias mais frios de minha rebeldia juvenil.

Ainda menino, ela me ensinou as primeiras lições sobre trabalho e honestidade. Com seus bolinhos fritos, que eu vendia na porta da escola, aprendi o valor do esforço e da perseverança. Cada moeda que tilintava em minha mão era um testemunho silencioso de seu amor traduzido em atos concretos.

Seu amor me ofereceu não apenas uma segunda chance, mas inúmeras. Em seus olhos, eu era sempre aquele menininho que precisava de mais uma oportunidade para acertar. Mesmo quando minhas palavras a feriam ou meu comportamento me tornava indigno de seu afeto, ela permanecia firme, suas brasas de amor ardendo sobre minha cabeça rebelde.

Seus castigos e repreensões, que na época pareciam injustos, hoje entendo como expressões de um amor que desejava me ver trilhar o caminho do bem. Como um habilidoso ferreiro, ela usava o calor de seu amor e a firmeza de sua disciplina para moldar meu caráter, consertando com ferro e madeira as falhas de minha personalidade em formação.

Com o tempo, compreendi que ninguém, a não ser eu mesmo, poderia me separar do coração de minha mãe. Seu cheiro, seus cuidados, seu olhar - tudo isso era um chamado constante para que eu retornasse ao lar, como o filho pródigo que finalmente entende o valor do amor incondicional.

Num dia como qualquer outro, ela partiu. A despedida eterna que nunca aceitei completamente. Como poderia? Seu amor parecia tão vasto, tão eterno, que a ideia de sua ausência era inconcebível. Mas descobri que o amor de mãe transcende a presença física. Ele vive em mim, nas lembranças, nos ensinamentos, nas energias etéreas que sinto quando mais preciso de conforto.

Hoje, no segundo domingo de maio, dia oficialmente dedicado às mães desde 1932 por decreto de Getúlio Vargas, reflito sobre essa corrente viva de amor que nasce no íntimo de Deus e chega até nós. Penso em minha mãe e sei que, de alguma forma, ela também pensa em mim. Nosso elo é eterno, inesgotável, fluindo para sempre de onde quer que ela esteja.

Vivo cada dia tentando honrar seu legado, absorvendo suas energias e vivendo da maneira que sei que a faria sorrir. Pois entendi, finalmente, que o amor de mãe é uma força que nem mesmo a morte pode apagar. Ele continua, vivo e pulsante, em cada ato de bondade, em cada lembrança doce, em cada bolinho frito que ainda faço, mantendo viva a chama de seu amor eterno.

E você, caro leitor, como mantém viva a chama do amor de sua mãe? Pois saiba que, assim como em minha experiência, o amor dela por você é eterno, transcendendo tempo e espaço, sempre pronto para aquecer seu coração nos momentos em que mais precisar.

Duas questões discursivas sobre o texto:

1. O texto apresenta uma visão profunda sobre o amor materno. De acordo com o autor, quais são as características mais marcantes desse amor e como ele influencia a formação da identidade de um indivíduo?

Esta questão convida os alunos a refletirem sobre a complexidade do amor materno, suas diferentes manifestações e o impacto que ele exerce na construção da personalidade.

2. O autor utiliza diversas metáforas para descrever o amor materno. Analise essas metáforas e explique como elas contribuem para a compreensão da profundidade e complexidade desse sentimento.

Esta questão estimula os alunos a analisarem a linguagem figurada utilizada no texto e a refletirem sobre como as metáforas podem enriquecer a nossa compreensão de experiências emocionais complexas.

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sábado, 1 de maio de 2010

OS FEIOS SE AMAM IGUALMENTE ("Deixemos as mulheres bonitas aos homens sem imaginação." Marcel Proust .)






Crônica

OS FEIOS SE AMAM IGUALMENTE("Deixemos as mulheres bonitas aos homens sem imaginação."
Marcel Proust 
.)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Eu gosto de mulheres feias, pobres, baixinhas e magras; são rejeitadas e carentes, assim tenho ajudado quem precisa realmente de carinho e atenção. Se "pego" alguma "bonitona" é a gratidão de Deus sorrindo para mim, por eu motivar à vida aquelas de quem já lhe tiraram a esperança. Aliás, toda mulher deitada gozando é linda! As sábias sabem se deitar criativamente, elas não se vulgarizam, medindo cada benefício trocado. Aprendi com Charles Darwin que na história da humanidade (e dos animais também) aqueles que aprenderam a colaborar e improvisar foram os que prevaleceram. Por isso, acredito também em Marcel Proust quando diz: "Deixemos as mulheres bonitas aos homens sem imaginação". E digo também, ou aos que querem procriar, há quem pense em "Raça Ariana".
          As que se fazem feias vingam-se, ignorando os comuns. Querem homens bonitos também! Mas, recebem como consequência a concretização das palavras de Marcel Proust: "A mulher que amamos só poucas vezes satisfaz as nossas necessidades, pelo que lhe somos infiéis com a mulher que não amamos."
         Dói mais a "patada" de uma mulher feia do que a indiferença das beldades! Porque fere a alma, pois quando um homem comum se dirige a uma mulher feia, põe a alma na frente, com os mais nobres sentimentos. Essas pessoas com as quais a natureza foi cruel demais, sempre descontam em quem está próximo. Não basta uma feiura levar a outras formas de ser feio, querem pisar. Explicando melhor, não gosto da feiura, mas amo as portadoras de traços físicos não padronizados. Para mim importa mesmo é a saúde física, mental e espiritual. E a eficiência no proceder é  mais do que qualquer plástica! Eu quero simplesmente uma mulher com a compostura de Clarice Lispector: "A feiura é o meu estandarte de guerra. Eu amo o feio com um amor de igual para igual". A humildade ornamenta o interior de uma mulher: "A beleza de vocês não deve estar nos enfeites exteriores, como cabelos trançados e joias de ouro ou roupas finas. Ao contrário, esteja no ser interior, que não perece, beleza demonstrada num espírito dócil e tranquilo, o que é de grande valor para Deus." (I pd 3:3,4). 
          Ou seja, mulher feia, assim, é lindo, eu a quero! Ser feio não dói, pois não sofro tanto! Agora, tornar-se feio(a) é dolorido, nojento e fétido; abominável. É como disse o sábio Salomão: " Há quatro coisas que a terra não pode tolerar: (...)a mulher de mau gênio que arranja casamento; (...) (Pv. 30:21,23 NTLH).
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 16/03/2010
Código do texto: T2142417


Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

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09/04/2010 22:31 - ALEXANDRE MOHOR
realmente quebrar o sentido lógico buscando a lógica onde a multidão não acha é um meio de se adaptar com novas aptidões e, por isso, sobreviver... Charles tinha razão... e toda mulher deitada gozando é linda mesmo...


16/03/2010 21:28 - ZORA
Ola rapaz,gostei do seu texto dei umas risadinhas BEM LEGAL...Recordei de meu irmão que dizia: "Quando me ve com MULHER feia ,pode separar que é briga" Gostei também de saber que somos vizinhos! Goiania a Senador Canedo é um pulo ,AINDA MAIS QUANDO SE TRATA DE POeTAS e POETISAS..KIAKIAK Espero desde já nos tornarmos amigos...visite meu cantinho do pensar..Ficarei grata...