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sábado, 9 de outubro de 2010

CANSAÇO NÃO É PREGUIÇA (Para incentivo ao professorado, cota para analfabeto nas licenciaturas)


CRÔNICA

CANSAÇO NÃO É PREGUIÇA (Para incentivo ao professorado, cota para analfabeto nas licenciaturas)

Por Claudeci Ferreira de Andrade



          O veterano professor estatutário jamais entendeu o atento neófito forçando-se, em um comportamento forjado, para ganhar admiração: acompanha o chefe aonde quer que vá, sorri imitando-o mesmo sem graça, torna-se o eco dos movimentos de quem tem poder sobre ele. Mas, se esquece da observação dos colegas de língua afiada, pois eles podem destruir tudo, mostrando reprovação, pois o chefe também de modo algum quer parecer mal diante de toda a equipe. Liderando espertamente, tenta captar como está sua aceitação, e se rege pelas dicas da maioria. Um bom líder se envergonha pelos lambe-esporas ao seu derredor. Ele almeja por relações mais nobres, mais altas e mais puras com seus liderados. Segundo Tácito: "Os aduladores são a pior espécie de inimigos." 
          Não aconteceu assim também conosco quando éramos "pró-labore"? Lancemos um olhar retrospectivo sobre nosso período “probatório”, avaliados por uma comissão de cuja até aluno fazia parte (estranhos analistas), foi opressor mesmo! Não tinha como fugir da humilhação. Agora depois de tantas aprovações, já não somos tão santos assim, nem tão fiéis e nem tão bons. Tampouco valorizamos nossos avaliadores como amávamos então. Para que serve a avaliação no período probatório com tantos ainda inadequados!
          Mas, isso de forma nenhuma é necessariamente errado. A torrente emocional e o prazer dos primeiros dias deram lugar a uma consideração mais real: O sistema educacional é decepcionante. Agora, sentimos mais insegurança, e desconfiamos mais dos nossos lideres, colegas e alunos, de modo que tudo nos perturba. Jamais temos uma reunião e sequer na qual os professores não se mostrem insatisfeitos com o salário e as condições precárias de trabalho (o pagamento saiu?), todo ano tem greve de professores. Embora infrutíferas, diga-se de passagem.
          Todos sabemos o porquê de tudo que não temos feito, devíamos ter feito mais por nós mesmos. Já que sendo possível fazer mais para o bem do sistema educacional público brasileiro, pois de jeito nenhum temos sido o que podíamos ter sido, deixemos o cansaço de lado. Embora, nossa consciência de incompetência seja mais vívida hoje. Nunca compreendemos melhor a loucura de ser professor público do que quando libertados das fantasias academicistas. Não é a prior profissão social, mas precisamos nos achegarmos mais ao ideal promissor. Podemos está crescendo profissionalmente e rastejando ao passo que, no mesmo tempo, sentindo-nos preocupados com os desandos, e mais alertados sobre os falsos exemplos: os explorados mercenários.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 09/10/2010

Código do texto: T2546357


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