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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Professor: procura-se


Enviado em 14/11/2013 às 21h14

Professor: procura-se

DIÁRIO DA MANHÃ

JULIANO SILVESTRE
Na semana passada, a Universidade Federal de Goiás (UFG) realizou a 1ª fase do seu vestibular 2014 com mais de 30 mil inscritos. Talvez, o fato mais importante a ser analisado, e que passou despercebido para muitos são as concorrências dos cursos de bacharelado e licenciatura.
Medicina e Engenharia Civil mais uma vez seguem no topo da lista como os mais concorridos, e na “lanterna” da tabela encontra-se os cursos de licenciatura. Por que isso acontece?
Já se foi o tempo, em que os cursos de licenciatura geravam mais entusiasmo por parte dos vestibulandos. Com a degradação do nosso ensino, os jovens vão ficando mais longe da carreira acadêmica, dedicando-se aos cursos onde poderá conseguir “status e dinheiro”.
Como falar para um desses jovens se aventurarem na carreira de licenciatura, preparando-se para dar aula na educação básica, se os noticiários que vemos na TV são de dar “arrepios” em qualquer pretensão para se dedicar à docência.
Cursos como Matemática, Física e Química, que junto com o Português formam um quarteto de disciplinas que mais pesam na hora do vestibular, não conseguiram alcançar mais do que três candidatos por vaga. Como os futuros médicos, engenheiros e advogados exercerão suas profissões, se os cursos de licenciatura estão “morrendo”? È um verdadeiro paradoxo essa situação, pois o certo seria a valorização dos cursos de licenciatura para que no futuro não faltem médicos e engenheiros no mercado.
Além da baixa remuneração a qual os professores estão sendo submetidos, encontram-se ainda outros fatores para o desencanto dessa profissão: a falta de autonomia do docente perante aos alunos, a delegação por parte dos pais em querer que a escola eduque seus filhos, as escolas que não possuem nenhuma estrutura, tanto física como material para prender a atenção do alunado, e principalmente a desmotivação do professor, que não vê ânimo para se qualificar e nem melhorar suas práticas pedagógicas.
Com esses fatores chegamos à conclusão que infelizmente, se nada for mudado nesse país continuaremos a sofrer com a falta de professores. O vestibulando só conseguirá ser competitivo se houver ótimos professores na educação básica.
Aquela velha história, de que quase toda a pessoa lembra-se de sua primeira professora, poderá daqui a alguns anos virar “lenda urbana”. Precisamos todos os dias exigir dos nossos políticos que os professores sejam respeitados e valorizados desde o ensino fundamental até a graduação. Pois senão teremos que buscar além de médicos, engenheiros e advogados de outros países. Pois aqui não haverá nenhum professor que queira ensinar o aluno a “pegar no lápis” e a explicar as primeiras operações matemáticas.
Tudo bem que a tecnologia desempenha um papel que antes cabia ao professor, mas até hoje não inventaram um programa que saiba transferir lições de ética, companheirismo e civilidade aos alunos.
(Juliano Silvestre, administrador de empresas com MBA em Marketing e professor do Curso Superior de Produção Cênica no Centro de Educação Profissional em Artes Basileu França – E-mail: ju.castrosilvestre@gmail.com) http://www.dm.com.br/jornal/#!/view?e=20131115&p=20

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