"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

Pesquisar neste blog ou na Web

MINHAS PÉROLAS

sábado, 20 de outubro de 2018

SÁBIA DIVERSIDADE ("Uma escola que não respeita a diversidade de seus funcionários, jamais respeitará a diferença de suas crianças." — Rafael de Oliveira Leme)




SÁBIA DIVERSIDADE: Convivência e Evolução Social ("Uma escola que não respeita a diversidade de seus funcionários, jamais respeitará a diferença de suas crianças." — Rafael de Oliveira Leme)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Em meio a uma semana de contrastes exaustivos, a chegada da noite intensifica a busca por um plano capaz de conter a sucessão de acontecimentos que desgastam a mente e o ânimo. O refúgio parece residir na compreensão do comportamento humano, sustentada pela ideia de que a confusão nasce de nossa percepção fragmentada da realidade. Como lembrava Gandhi, a "lei de ouro" é a tolerância mútua, pois jamais alcançaremos a verdade absoluta, apenas seus ângulos possíveis. Reconhecer essa parcialidade — no olhar alheio e no próprio — torna-se ferramenta fundamental para preservar a lucidez em meio à turbulência.

Nesse cenário, a vida clama por recomposição. Para conter o sofrimento que ameaça transbordar, é necessário revisar vínculos e, se preciso, romper relações que se transformaram em focos de esgotamento. Essa travessia exige assumir responsabilidades, e não simplesmente transferir culpas. Somente ao reconhecer a própria participação nos acontecimentos é possível abrir espaço para oportunidades mais coerentes e saudáveis, garantindo que as escolhas futuras se baseiem em decisões conscientes, e não em reações impulsivas.

O isolamento, porém, não se mostra resposta adequada. Embora a ideia de afastamento surja em momentos de saturação, nossa natureza, como observou Lya Luft, "pede diálogo e afeto". Por isso, o esforço é permanecer próximo das pessoas, mesmo quando nossos ideais divergem. A diversidade de perspectivas constitui a essência do convívio e não uma ameaça à harmonia. Rechaçá-la seria empobrecer artificialmente a experiência coletiva. É justamente na tensão entre o “eu” e o “outro” que a vida se renova e impede a estagnação.

Daí a importância de valorizar interlocutores que oferecem ângulos distintos, reconhecendo, à luz de Saramago, que "o certo e o errado são muitas vezes apenas modos diferentes de entender nossa relação com os outros". Até mesmo discussões filosóficas tidas como “desagradáveis”, quando conduzidas com equilíbrio, servem para ampliar horizontes, revisar limites e fortalecer a compreensão de nós mesmos. Conflitos abordados com colaboração deixam de ser obstáculos e se transformam em motores de crescimento.

Assim, o percurso da vida revela-se um aprendizado contínuo. Cada experiência, mesmo as mais severas, oferece ferramentas indispensáveis para a maturação interior. A soma desses enfrentamentos — dolorosos ou necessários — é o que molda nossa trajetória e, no fim, determina aquilo que realmente importa: a capacidade de evoluir, de compreender o outro e de fortalecer a própria consciência.


-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/


Como seu professor de Sociologia, preparei cinco questões discursivas baseadas nos conceitos de convivência, tolerância e responsabilidade abordados no texto. Lembrem-se de usar uma linguagem clara e de fundamentar suas respostas nas ideias sociológicas e nas citações apresentadas.

1. Tolerância Mútua e Percepção da Realidade

O texto cita a reflexão de Mahatma Gandhi de que a "lei de ouro" é a tolerância mútua, pois só alcançamos "ângulos possíveis" da verdade. Explique, com base no texto e em seus conhecimentos sociológicos, por que a parcialidade da percepção individual exige a prática da tolerância mútua para a manutenção da convivência social.

2. Individualismo vs. Vínculos Sociais

O isolamento é descartado pelo texto como resposta adequada aos momentos de saturação, sendo reforçada a ideia de que nossa natureza "pede diálogo e afeto" (Lya Luft). Discorra sobre a importância do diálogo e dos vínculos afetivos na construção da identidade e na maturação do indivíduo, contrapondo essa ideia à tentação do afastamento mencionada no texto.

3. Conflito e Evolução Pessoal

O texto afirma que conflitos e discussões "desagradáveis", quando abordados com colaboração e equilíbrio, transformam-se em motores de crescimento e servem para revisar limites. Analise a ideia de que a diversidade de perspectivas e a tensão entre o "eu" e o "outro" podem ser elementos essenciais para a evolução e a não estagnação da experiência coletiva.

4. Ética e Relativismo nas Relações

A ideia de Saramago, de que "o certo e o errado são muitas vezes apenas modos diferentes de entender nossa relação com os outros", toca em conceitos de ética e moralidade social. Relacione a citação de Saramago com o tema da responsabilidade pessoal (assumir responsabilidades em vez de transferir culpas) e explique como essa visão ajuda a moldar a trajetória e as escolhas conscientes do indivíduo.

5. Recomposição e Escolhas Conscientes

O texto aborda a necessidade de recomposição e a exigência de que as escolhas futuras se baseiem em decisões conscientes, e não em reações impulsivas. Defina o que o texto entende por "recomposição" no contexto das relações sociais e pessoais. Em seguida, argumente sobre a importância da lucidez e da consciência na revisão de vínculos e na busca por um convívio mais saudável e coerente.

Comentários

Nenhum comentário: