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MINHAS PÉROLAS

domingo, 9 de janeiro de 2022

Coleção 63 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

 


Coleção 63 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

Por Claudeci Andrade

1 Um ciclo disfuncional se repete: alunos fogem, professores cedem, coordenadores patrulham, e todos se culpam; enquanto o verdadeiro problema, a perda de sentido e autoridade na educação, permanece intacto.

2 Há escolas que vestem uniformes de virtude, mas apenas as que educam para a consciência e o saber despem a aparência e formam o essencial.

3 A escola fracassa quando perde o poder de inspirar, pois na era da informação o aluno busca sozinho o que o mestre deixou de ensinar.

4 A verdadeira divindade reside no mistério: um Deus incognoscível, sem emoções, cuja essência soberana contém tudo, e nada deixa existir fora de si.

5 A rebeldia dos impotentes é o disfarce do ressentimento: incapaz de agir, escandaliza para existir.

6 Quando o respeito cede lugar à intimidade, o vínculo pedagógico se corrompe: o elogio vira suspeita, e o mérito, motivo de ciúme.

7 Quem provoca o poder de que depende revela ignorância do próprio interesse: deseja proteção enquanto semeia o conflito que a nega.

8 Até o inimigo serve ao sábio: seus rumores alertam, suas falhas instruem, e sua hostilidade se converte em estratégia reversa.

9 A opressão se reflete: quem sofre a humilhação aprende a infligi-la, perpetuando o ciclo da dor.

10 A violência prolongada devora a consciência: quem luta sem fim torna-se predador de corpos e almas, reflexo sombrio da própria brutalidade.

11 Regras escolares vazias formam fraqueza, não aprendizado; enquanto coordenadores preservam cargos, os alunos pagam o preço da indiferença.

12 O tempo devora vitórias e inimigos, e nenhuma recompensa celestial resta ao que inevitavelmente perece.

13 A inatividade compulsória corrói a alma: mesmo diante de conquistas almejadas, a ausência de luta e o tempo inevitável tornam toda segurança ilusória.

14 Não lamento a falta de inimigos, mas a impotência da idade diante da juventude, onde o tempo torna a luta injusta e desleal.

15 Mesmo em paz, a alma anseia pelo combate; a felicidade exige adversários, mas a idade torna-os ausentes, deixando apenas a melancolia do desejo não saciado.

16 Aqueles que buscam intimidação em gestos fúteis, cumprimentar com aperto de mão com muita força, ignoram que o divino zela pelos seus, e a soberba se volta contra si mesma.

17 O tempo elimina adversários antes de envelhecerem, e a paz tardia deixa, em mim, apenas sonhos vazios onde o combate já não é possível.

18 Rogar pela queda dos inimigos torna-se inútil, quando o tempo cumpre seu papel, revelando que a minha própria senilidade é a punição mais irônica e desnecessária.

19 Dar nota máxima a um texto ilegível é a ironia suprema: supondo que talvez contenha sabedoria alienígena, e a culpa do incomunicável recai sobre o avaliador.

20 Enquanto uns perseguem ilusões, outros educam para a realidade; cada qual revela, em ação, a essência que carrega.

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