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segunda-feira, 4 de novembro de 2024

ANTIFARISEU — Ensaio Teológico VII(18) “A Evolução do Amor e da Sexualidade: Uma Perspectiva Contemporânea”

 

ANTIFARISEU — Ensaio Teológico VII(18) “A Evolução do Amor e da Sexualidade: Uma Perspectiva Contemporânea”

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A visão moralista e antiquada sobre o amor e o sexo, fundamentada em interpretações religiosas ultrapassadas, é questionada no texto. A necessidade de refletir sobre essa abordagem é evidente, considerando as mudanças sociais e culturais que ocorreram desde a formulação dessas ideias. Como Michel Foucault observou, "a sexualidade é uma construção social historicamente contingente" (FOUCAULT, 1976).

A ideia de que o sexo fora do casamento é pecaminoso e que o amor verdadeiro só pode existir dentro de um contexto matrimonial é limitada e descontextualizada. Hoje, entendemos que o amor e o sexo são experiências humanas complexas que podem existir em diferentes formas e contextos. Como está escrito em 1 Coríntios 13:4-7, "O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta."

Em vez de demonizar o sexo e a luxúria, deveríamos adotar uma "ética do prazer", como proposto por filósofos como Gilles Deleuze. Ele argumenta que "o prazer não é uma noção simples, mas um conceito a ser construído" (DELEUZE, 1983).

A abordagem dos religiosos fanáticos em relação às mulheres é problemática e sexista. As mulheres não devem ser culpabilizadas por expressarem sua sexualidade de maneira livre e autônoma. Como está escrito em Gálatas 3:28, "Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus." Mulher que veste minissaia está pedindo para ser estuprada?

Em vez de propagar o medo e a repressão sexual, devemos promover uma educação sexual aberta e inclusiva, que valorize o respeito mútuo, o consentimento e a igualdade de gênero.

O psicanalista Jacques Lacan desconstruiu a ideia de um "amor verdadeiro" transcendental, afirmando que "o amor é dar o que não se tem" (LACAN, 1977). Portanto, reduzir o amor a um compromisso de "propriedade" sobre o outro é uma falácia. Como Simone de Beauvoir escreveu, "ninguém é dono de ninguém" (BEAUVOIR, 1949) em um relacionamento saudável.

Portanto, é hora de deixarmos para trás os preconceitos e tabus em relação ao sexo e ao amor, e abraçarmos uma visão mais progressista e inclusiva, que respeite a diversidade e a individualidade de cada pessoa. O amor não é exclusivo do casamento, e o sexo não é uma fonte de pecado e ruína, mas sim uma expressão saudável e natural da experiência humana.


Com base no texto, proponho as seguintes questões para estimular a reflexão e o debate sobre o tema da sexualidade:


Qual a principal crítica do texto às visões tradicionais sobre a sexualidade, especialmente as baseadas em interpretações religiosas?


Essa questão incentiva os alunos a identificar os argumentos centrais do texto contra as perspectivas mais conservadoras e moralistas sobre a sexualidade.


Como o texto relaciona a construção social da sexualidade com as mudanças históricas e culturais?


A pergunta direciona os alunos a refletir sobre a influência do contexto social e histórico na forma como entendemos e vivenciamos a sexualidade.


De acordo com o texto, qual a importância de uma educação sexual que promova o respeito mútuo e o consentimento?


Essa questão leva os alunos a considerar o papel da educação sexual na construção de relações saudáveis e igualitárias.


Como os conceitos de amor e prazer são abordados no texto, e como eles se relacionam com a sexualidade?


A pergunta incentiva os alunos a pensar sobre a complexidade do amor e do prazer, e como esses conceitos são influenciados por fatores sociais e culturais.


Quais são os principais desafios para a construção de uma sociedade que valorize a diversidade sexual e promova relações saudáveis?


Essa questão abre espaço para uma discussão mais ampla sobre os obstáculos que impedem a construção de uma sociedade mais inclusiva e respeitosa em relação à sexualidade.

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