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quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Enfrentando a Violência: Educação como Pilar da Segurança (“A educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo.” — Paulo Freire)

 

Enfrentando a Violência: Educação como Pilar da Segurança (“A educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo.” — Paulo Freire)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A tragédia em Alexânia ecoou em meus ouvidos como um sino fúnebre, e a imagem do jovem, vítima da violência, me perseguiu por dias. A pergunta que não quer calar ecoava em minha mente: até quando teremos que conviver com essa barbárie? A defesa pessoal, tema tão debatido, ganhou contornos ainda mais nítidos diante desse cenário de horror.

As discussões acaloradas sobre o porte de armas por civis e a proposta de armar professores geraram debates intensos. De um lado, os defensores da liberdade individual e do direito de autodefesa argumentavam que "um cidadão armado seria capaz de deter um criminoso e salvar vidas". Do outro, os defensores dos direitos humanos alertavam para os riscos de "uma sociedade mais violenta, onde qualquer desentendimento poderia culminar em tragédia".

No entanto, a questão vai além da simples posse de armas. Ela nos leva a refletir sobre o papel da escola na formação do cidadão. A educação, para ser completa, precisa ir além da transmissão de conteúdos. Ela deve desenvolver nos alunos habilidades como o pensamento crítico, a resolução de problemas e a capacidade de tomar decisões. Além disso, ela deve fomentar o respeito à vida e aos direitos humanos.

Armar professores não é a solução para o problema da violência. A verdadeira segurança está na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, onde todos tenham oportunidades e onde a vida seja valorizada. A educação deve preparar o aluno para o mundo, incentivando o esforço, o mérito e a responsabilidade, em vez de criar uma realidade de condescendência e conformismo.

A crítica, aqui, não é ao acolhimento, mas à falta de exigência de responsabilidade. Dar algo a alguém sem pedir esforço em troca não fortalece, apenas acomoda. Em vez de incutir no aluno a noção de dignidade e responsabilidade, cria-se uma realidade onde se recebe sem mérito, se exige sem entrega. Essa distorção, em última análise, mina o verdadeiro papel da educação.

A educação que transforma é aquela que ensina o aluno a enfrentar o mundo, não a depender dele. Não se trata de armar escolas ou de criar cidadãos "blindados", mas de garantir que todos – alunos e professores – tenham o direito de viver e crescer com dignidade e segurança. É um equilíbrio delicado, e a cada dia, nesse teatro cotidiano que é a sala de aula, vamos ensaiando as respostas, entre erros e acertos.


Com base na profunda reflexão do autor sobre a educação e a violência, proponho as seguintes questões para estimular um debate rico e crítico:


Qual a principal relação estabelecida pelo autor entre a questão da defesa pessoal e o papel da educação?

Essa questão direciona os alunos a identificar a conexão entre a segurança individual e a formação do cidadão.


Quais os argumentos apresentados pelo autor a favor e contra a proposta de armar professores?

A pergunta incentiva os alunos a analisar os prós e contras dessa medida e a construir sua própria opinião.


Qual o papel da escola na formação de cidadãos conscientes e responsáveis?

Essa questão leva os alunos a refletir sobre a função da educação na sociedade e os valores que devem ser transmitidos.


Como a ideia de "dar sem exigir" pode influenciar o desenvolvimento dos alunos?

A pergunta incentiva os alunos a pensar sobre as consequências de uma educação que não exige esforço e responsabilidade.


Quais os desafios para construir uma educação que prepare os alunos para enfrentar os desafios da vida e contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária?

Essa questão abre espaço para uma discussão mais ampla sobre o futuro da educação e os caminhos para uma sociedade mais segura.


Observações:

Abordagem interdisciplinar: As questões incentivam os alunos a relacionar os conceitos sociológicos com conhecimentos de outras áreas, como filosofia, psicologia e política.

Crítica e reflexão: As perguntas estimulam os alunos a pensar criticamente sobre as informações apresentadas no texto e a construir suas próprias opiniões sobre o tema.

Diálogo e debate: As questões podem ser utilizadas como ponto de partida para debates em sala de aula, promovendo o respeito às diferentes perspectivas e a construção de um conhecimento coletivo.

Ao trabalhar com essas questões, é importante que o professor crie um ambiente seguro e acolhedor para que os alunos possam expressar suas ideias e opiniões de forma livre e respeitosa. A partir desse debate, é possível aprofundar a reflexão sobre temas como violência, educação, cidadania e os desafios da sociedade contemporânea. https://globoplay.globo.com/v/12397187/

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