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quarta-feira, 12 de julho de 2023

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (45): O Peso da Consciência.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (45): O Peso da Consciência.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Caro leitor, permita-me questioná-lo: você daria esmola em dinheiro a um pedinte viciado, sabendo que essa doação seria trocada por bebida alcoólica ou outras drogas? Essa indagação, por mais desconfortável que seja, nos remete a uma reflexão profunda. O apóstolo Paulo, em sua Carta aos Romanos, nos adverte sobre a responsabilidade não apenas daqueles que praticam o mal, mas também daqueles que o aplaudem ou contribuem para que ele aconteça. É um pecado grave, um ato de conivência com a maldade.

"Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem" (Rm 1:32 BVN). Infelizmente, muitos membros da igreja estão caindo nessa armadilha e cometendo um pecado tão grandioso! É surpreendente como pessoas "inteligentes" continuam levando seus dízimos e ofertas, alimentando seus líderes religiosos, e ainda dizem: "Eu fiz a minha parte, se eles fazem mau uso, terão que responder perante Deus!" É alarmante constatar como encontram respaldo em livros de autores de personalidade duvidosa, que, ao desconsiderarem outras citações que contradizem sua posição, incentivam esse erro da conivência irresponsável.

É preciso questionar: não temos nós, como indivíduos responsáveis, o dever de avaliar o destino de nossas contribuições? Não devemos nós nos preocupar com a forma como os fundos da casa do Senhor estão sendo utilizados? Acreditar que não temos qualquer responsabilidade a menos que sejamos encarregados diretos do cuidado desses recursos é, no mínimo, um equívoco. É negar nossa função como membros ativos da comunidade de fé, é ignorar o papel que nos é confiado de zelar pelos princípios que regem nossa religiosidade.

Caro leitor, convido-o a refletir sobre as consequências de nossas ações, ou da falta delas, nesse contexto. Não podemos nos eximir de nossa responsabilidade ao alimentar o vício daqueles que já se aproveitam do poder para gastar os recursos da igreja, das "vaquinhas", bingos e rifas beneficentes do jeito que bem intenderam. Devemos buscar maneiras alternativas de ajudar, de direcionar nossa generosidade de forma a verdadeiramente auxiliar na transformação da vida daqueles que realmente precisam. A doação precisa chegar integralmente ao seu objetivo.

É hora de deixarmos de lado a passividade, a mera justificativa de que fizemos nossa parte. Devemos agir com discernimento, buscando compreender as reais necessidades e anseios daqueles que recebem nossa ajuda e a intenção do intermediário, aliás este último é desnecessário completamente. Somente assim poderemos transmitir uma mensagem de amor e cuidado verdadeiros.

Que possamos despertar para a nossa responsabilidade, querido leitor. Que possamos enxergar além das aparências e dos estereótipos, e compreender que cada gesto de bondade deve ser guiado não somente pelo coração, mas sobretudo pela sabedoria.

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