"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

Pesquisar neste blog ou na Web

MINHAS PÉROLAS

sábado, 26 de junho de 2021

Coleção 44 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

 



Pensamentos

Coleção 44 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

Por Claudeci Andrade

1 “O bajulador é o espelho do patrão: seu olhar denuncia o que se diz às escondidas e transforma a hostilidade em aviso silencioso de que o visitante não é bem-vindo.”

2 “Quando ninguém acredita, a verdade se torna inútil; resta então dizê-la como quem mente, pois neste mundo a mentira virou lazer.”

3 “A mentira pode ser repetida mil vezes, mas jamais se torna verdade: é um artifício obsoleto, condenado a fracassar diante da consciência que não se deixa enganar.”

4 “Ensinar é bênção aos dignos; negar o saber é maldição aos indignos; o mestre, ao instruir ou calar, julga.”

5 “Quando os alunos da escola pública boicotam as provas, revelam não apenas ignorância ou manipulação ideológica, mas sobretudo a ausência de gratidão; virtude mínima diante dos benefícios que recebem.”

6 “O professor deixou de ensinar para gerir desordem: diante de alunos-foliões que tomaram a rédea, sua autoridade pedagógica se dissolve na tarefa inútil de contê-los.”

7 “O desrespeito dos alunos reflete o que aprendem em casa: quem se impõe sem autoridade, conquista aprovação não pelo respeito, mas pela cumplicidade na transgressão.”

8 “O respeito ao próximo encontra seu limite no respeito aos pais: quem não honra a própria família ergue barreiras invisíveis à consideração por todos os demais.”

9 “O pecado não está na consequência que a natureza impõe, mas na maldade e na ira com que se executa a vingança; o retorno é inevitável, mas a intenção revela a transgressão.”

10 “A não reeleição de corruptos não é justiça, mas ilusão; o eleitorado, cego e conformado, perpetua o ciclo que diz repudiar.”

11 “Quem semeia destruição nos outros acaba por semear em si mesmo; a maldade se aniquila pela própria raiz.”

12 “A maldade é sua própria punição: quem destrói os outros, inevitavelmente se destrói, pois a fonte do mal corrói a si mesma.”

13 “O medo da morte se dissolve na infância e na velhice: para a criança, pela ignorância; para o idoso, pela aceitação — e nela se revela o clímax sublime da vida, impossível de retornar ou relatar.”

14 “O estágio probatório tornou-se um tormento não pelas exigências do cargo, mas pela injustiça de quem deveria avaliar, transformando a prova de mérito em obstáculo pessoal.”

15 “A inveja busca apenas a felicidade alheia, ignorando o esforço que a gerou; a vida devolve a cada um o que semeia, tornando a cobiça fútil diante da justiça inevitável das ações.”

16 “Diante da intromissão alheia, a tolerância passiva é a virtude: suportar em silêncio é resistir sem confronto, esperando que o fedor se dissipe por si.”

17 “Cada personalidade revela seu padrão diante da vida: os fracos fogem, os covardes denunciam, os fortes agem; a essência de cada um define seu papel e sua reação aos desafios.”

18 “Os insultos de cunho sexual dos alunos não são aleatórios; refletem a frustração e a confusão de identidade deles diante de uma heterossexualidade que ainda não compreendem.”

19 “Diante do choque entre doutrina e diversidade escolar, o professor vê valores simulados substituírem a moral essencial, transformando a escola em palco de experimentações que confundem e desafiam sua autoridade.”

20 “Dizer ‘Deus me livre!’ diante da homossexualidade revela mais do que desaprovação: é a própria essência do preconceito, a rejeição automática do que se considera inconveniente.”

Comentários

quarta-feira, 23 de junho de 2021

Coleção 43 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

 



Pensamento

Por Claudeci Andrade

1 O gesto obsceno ao livro não nega o saber; é o grito silencioso de quem, impotente para dominá-lo por inteiro, implora por uma sabedoria que transcenda o conteúdo.

2 A ironia do professor não é rendição, mas estratégia: ao coroar o mais bagunceiro como líder, finge ceder poder enquanto transforma a própria conivência em tática de sobrevivência e controle sutil.

3 O “aluno de sucesso” não é fruto do saber, mas da encenação: sua aparência carregada de símbolos de inteligência e preparo esconde o vazio de conteúdo, revelando que sua popularidade nasce mais do estilo do que do conhecimento.

4 A arrogância do aluno que diz “se o professor pode, eu também posso” não é ambição, mas desculpa: transforma os erros do mestre em justificativa para sua própria mediocridade, nivelando por baixo o que deveria inspirar pela experiência.

5 O chamado “aluno de sucesso” é apenas a máscara de uma farsa: sustenta-se em mentiras, intimidações e vitimizações calculadas, sacrificando a ética para esconder a própria irresponsabilidade e transformar a manipulação em triunfo aparente.

6 O “aluno de sucesso” que clama por “porrada” disfarça-se de espectador inocente: cria o caos, manipula o relato e transforma sua própria culpa em narrativa de triunfo, provando que sua astúcia vale mais que sua integridade.

7 O sucesso do palhaço, exaltado pela mídia e pelo riso, revela a contradição entre fama superficial e mérito intelectual: brincar pode abrir holofotes, mas não garante preparo para desafios reais, e a vida não oferece vagas ilimitadas para quem depende apenas do humor.

8 O “aluno de sucesso” emerge de uma educação parcial: aprende a exigir direitos, mas ignora os deveres que lhes dão sentido, transformando seu triunfo em conquista superficial e egoísta.

9 A língua é como uma arma de fogo sem porte legal: poderosa e destrutiva, capaz de ferir e até matar, como um dragão que cospe fogo, lembrando-nos da responsabilidade inerente às palavras que proferimos.

10 A frustração do professor surge da impotência diante da avaliação coletiva: seu conhecimento deveria bastar para julgar, mas o Conselho de Classe impõe notas alheias, injustas e ridículas, despertando nele o desejo de que “os deuses acelerem o processo de reação”, lembrando que a prerrogativa de avaliar pertence, em essência, ao professor titular.

11 Viver é morrer a cada dia, e morrer é um processo gradual; impulsionados pelo medo do novo, giramos na roda viva da existência, até o “fim da picada”, apenas para recomeçar amanhã, reiniciando o ciclo inexorável da vida e da morte.

12 A morte, marcada pela hora em que o pó retorna ao pó, revela o fim da razão e da fé sem sentido; paradoxalmente, é o risco de morrer que intensifica a vida, transformando o temor do fim no prazer supremo de existir.

13 A vida é uma besta que nos faz cair para que outros, em nome de Deus, se vangloriem de ajudar, revelando que a caridade muitas vezes encobre vaidade e superioridade moral, e não amor genuíno.

14 A perversão da autoridade parental transforma respeito em medo: ao proteger o filho das consequências, a família subverte a educação, permitindo indisciplina e notas imerecidas, enquanto o professor se vê forçado a ceder para evitar confrontos.

15 A fusão de mãe e professora expõe o filho às “sujeiras da educação”, misturando desilusões profissionais com intimidade pessoal, e assim transforma a proximidade em contaminação que prejudica seu aprendizado.

16 Que a mídia, em vez de propagar crises como o mosquito da dengue ou vírus que tiram o fôlego, criasse pragas que nos tornassem mais inteligentes e críticos, promovendo saber, saúde e alegria em vez de pânico e paralisia.

17 As doenças não seguem a medicina, mas a política: ao reduzir padrões e manipular estatísticas, o governo “pedala” a realidade, transformando crises de saúde em números controlados e ilusórios.

18 A mídia só valoriza crises quando atingem os ricos: dengue e seca passam despercebidas até que afetem as piscinas do Sudeste, enquanto a culpa recai sobre os pobres, forçados a economizar para sustentar os privilégios alheios.

19 O Zika é o vilão de muitos desvios: a mídia distorce a ciência, transformando absurdos em explicações populares, enquanto doenças tratáveis, como HIV ou coronavírus, podem ser usadas da mesma forma para alimentar politicagem.

20 Ampliar o vocabulário é ginástica para a mente: cada palavra nova é um remédio preventivo contra o empobrecimento cognitivo, fortalecendo a memória e preservando a agudeza mental.

Comentários

domingo, 13 de junho de 2021

Coleção 42 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

 



Pensamentos

Coleção 42 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

Por Claudeci Andrade

1 "Se aqueles que dizem servir ao céu recorrem à violência para defender seu Deus, não seria sinal de que a fé perdeu sua hierarquia, e que, no lugar do adorado, é o adorador quem assume o trono?"

2 "Assim como os leucócitos que se sacrificam pelo organismo, a luta contra o bullying só é vencida por aqueles dispostos ao sacrifício coletivo e a caminhar além do mínimo, pois é na segunda milha que nasce a verdadeira vitória."

3 "Assim como a igreja que sacrifica a fé genuína em nome de estatísticas de batismo, a escola também se perde quando troca a qualidade do ensino por números de matrícula, revelando que toda instituição corrompe seu propósito quando submete sua essência à lógica das metas."

4 "Ao insultarem o professor enquanto escreviam sobre decência e ordem social, os alunos revelaram que sua maior lição foi a própria incoerência, pois o que afirmavam no papel era desmentido pela conduta, tornando seus trabalhos uma bobagem diante da realidade."

5 "Assim como a noite encobre ou revela a verdadeira índole, o anonimato da internet expõe a essência ou mascara a virtude, mostrando que, no escuro, cada um decide se revela quem é ou encena quem gostaria de ser."

6 "A escuridão, que desperta o grito do medo e oferece abrigo aos agressores, também revela a serenidade oculta nas vítimas, mostrando que o escuro não apenas esconde, mas expõe a essência que a luz não alcança."

7 "O perfil falso na internet é como a síndrome da ema: esconde a cabeça para crer-se imune, mas esquece que a mesma máquina que lhe dá anonimato registra seus passos, tornando inevitável sua exposição diante da polícia digital."

8 "O julgamento alheio não mede minha incapacidade, mas a insegurança de quem o faz, que ao rebaixar-me busca elevar-se, arrastando-me para o mesmo vazio que tenta mascarar."

9 "Ser visto como sexualmente desinteressante é minha defesa: a autodiscriminação se torna um ‘pecado necessário’ para resistir aos abusos, transformando a desvalorização de si mesmo em estratégia de sobrevivência na escola pública."

10 "Para não quebrar meu princípio de não discriminação, volto o julgamento para mim mesmo, escolhendo a autodiscriminação como preço para preservar minha coerência ética diante do obscuro."

11 "E interpreto a atração lésbica como algo natural e inconsciente, enquanto vejo a homossexualidade masculina como esforço consciente, construindo uma teoria determinista que reduz a complexidade da psicanálise a premissas biológicas já que uma mulher nasce do ventre da outra."

12 "O suicida em sua oração, não distingue se implora à morte ou à vida; o que busca é apenas o alívio do sofrimento, e imagina que, se tivesse fé, essas forças unidas agiriam juntas para derrotar seu único inimigo: a dor."

13 "Na minha lógica cruel, a violência é medida pelo custo: o jovem, desperdiça futuro; o idoso, desperdiça munição; o calejado, suporta o golpe e fortalece-se."

14 "Vejo na juventude e na aceitação de atalhos externos uma desvalorização do que é intrínseco; recusar reconhecer a própria vitalidade ou competência é negar o potencial que já existe dentro de cada um."

15 "A expressão 'qualidade de vida' para os idosos é um eufemismo: disfarça a gestão da morte, transformando a velhice não em vida, mas em um período embalado para o fim."

16 "Prefiro colher os frutos da minha própria terra a vagar como águia em espaço alheio; como a criança que nasce intrusa, pertenço ao mundo aprendendo com os mais velhos, e não pela impetuosidade da juventude."

17 "Enquanto os pobres vendem o essencial para sobreviver e os ricos consomem sem limites, a crise ambiental revela a impunidade dos poderosos e a ironia amarga de quem, em vez de viver da terra, acaba 'comendo dinheiro'."

18 "A diligência verdadeira nasce da convicção: sem opinião própria, o trabalho é apenas movimento vazio, desprovido de substância e significado."

19 "Se as leis ambientais não contêm a voracidade dos ricos, extrair apenas o necessário seria a lógica; e, diante da hipocrisia ambientalista que culpa a população sem tocar na desigualdade, o verdadeiro problema permanece intocado."

20 "Na era digital, escrever muito não basta; só escrever certo garante aprendizado, pois a qualidade supera a quantidade na construção da verdadeira competência."

Comentários

domingo, 6 de junho de 2021

Coleção 41 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

 



Pensamentos

Coleção 41 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

Por Claudeci Andrade

1 "O elogio, como a esmola, só tem valor quando dado a quem merece; fora disso, em vez de elevar, apenas alimenta o vício e enfraquece o mérito."

2 "Na inversão de valores que marca a sociedade, os que se elevam são atacados pelos que temem sua altura, e até o elogio a quem merece torna-se perigoso, pois a cultura do rebaixamento transforma a admiração em suspeita."

3 "Na vida do professor, o reconhecimento quase nunca chega; quem colhe bons frutos silencia, enquanto os que falham correm a acusá-lo, transformando o diálogo em desequilíbrio onde a gratidão se ausenta e a culpa é sempre lançada sobre ele."

4 "Em muitos ambientes de aprendizado, o mérito desperta mais inveja que inspiração; ao elogiar quem se dedica, não se promove a vontade de crescer, mas o impulso de rebaixar quem se eleva."

5 "Na escola, o bom aluno converte-se em problema: invejado pelos colegas, incômodo para o professor e alvo da hostilidade dos que, incapazes de se elevar, preferem tentar eliminar a fonte de sua humilhação."

6 "Há um paradoxo na caridade: encontro minha felicidade em fazer o outro feliz, ainda que isso exija negar a minha própria, se é essa a palavra que ele precisa ouvir."

7 "A greve não é um ato isolado, mas o prenúncio de um ciclo: como o canto do galo anuncia o dia, ela revela o que já pulsa em silêncio na operação tartaruga, mostrando apenas a ponta de um movimento contínuo."

8 "As melhores ideias para a educação nascem na escola, mas não florescem: o sistema aperta o cabresto sobre mandíbulas fracas, sufocando a autonomia e impondo o peso de um controle autoritário."

9 "A reposição de aulas não busca o aprendizado do aluno, mas pune o professor como devedor; assim, a greve não favorece ninguém, apenas evidencia um sistema que prioriza a penalização sobre a educação."

10 "A desatenção dos alunos às provas reflete desinteresse, ausência de parceria com a escola ou expectativa de recompensa; diante dessa banalização do ensino, resta ao professor apenas a ironia e os analgésicos."

11 "O sistema educacional público foca na aprovação garantida e não no ensino; sua burocracia; planilhas, tabelas, relatórios e mapas de nota; cria apenas a ilusão de trabalho, mascarando a ausência de mérito e propósito."

12 "Quando as notas internas são altas, mas a média da escola no Ideb é baixa, revela-se a ilusão do sucesso: o desempenho inflado mascara a fragilidade real do ensino."

13 "O PIA foca no aluno como culpado, mas se a culpa fosse do professor, deveria intensificar o ensino; em vez disso, capacita o docente a assumir fracassos alheios, oferecendo aumento salarial apenas para ampliar sua carga e responsabilidade."

14 "Quando o aluno cola, a arte de ensinar perde para a arte de fraudar; ironicamente, o verdadeiro mestre torna-se quem domina a desonestidade, tornando a prova uma ilusão."

15 "Desperdiço em frauda(r)! A criatividade da trapaça supera a necessidade: uma aluna usa até as nádegas do filho para colar, lembrando que a fraude, embora risível, revela a seriedade do descuido com a educação."

16 "Vencidos pela cola, professores a legalizam como 'prova de pesquisa'; assim, em vez de educar, transformam o aluno em parasita, e quem frauda a si mesmo ou aos outros merece maldição."

17 "O que começou como uma cola inocente no Ensino Fundamental tornou-se fraude sofisticada: a lógica digital de 'Selecionar, Copiar e Colar' naturalizou o engano, transformando a trapaça em problema sério para a educação e a sociedade."

18 "Não discrimino quem não discrimina, pois cada um sabe o que lhe convém; mas até onde vai a tolerância diante do obscuro e do moralmente inaceitável?"

19 "A visão falha mostra menos do mundo, enquanto a audição falha adiciona o que não existe; assim, enxergamos limites e ouvimos distorções, cada sentido traindo a percepção de forma distinta."

20 "Se uma tarefa merece ser feita, merece também ser delegada; o ato de confiar a outro é, em si, uma forma legítima de realizar o trabalho."

Comentários

sábado, 29 de maio de 2021

Coleção 40 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

 



Pensamentos

Coleção 40 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

Por Claudeci Andrade

1 “Reduzir a maioridade penal não é punir adolescentes, mas proteger adultos, pois muitos jovens já possuem maturidade e força comparáveis às de adultos e, ao cometer crimes, não podem ser tratados como ‘menores’ sem que a lei traia a própria realidade e fragilize a segurança da sociedade.”

2 Punir apenas o consumidor adulto e proteger o menor é uma hipocrisia; a lei deveria reconhecer responsabilidade também nos adolescentes envolvidos em profissões do lazer e, acima de tudo, priorizar a prevenção em vez da punição unilateral.

3 “A violência é sempre inaceitável, mas o sexo consensual, como escolha livre, não é agressão, e sim um exercício de aprendizado e liberdade; afinal, o que cada um decide sobre corpo, alimento ou bebida pertence apenas à esfera íntima do consentimento e da privacidade.”

4 “Ao sustentar que a orientação sexual pode ser vivida sem limites de idade, a sociedade abre uma brecha perigosa, pois a legitimação indiscriminada das identidades corre o risco de confundir diversidade com a defesa velada da pedofilia.”

5 “É um modernismo paradoxal conceder aos menores autonomia para escolher sua orientação sexual, mas negar-lhes o direito ao ato consensual, quando a lógica mais coerente seria proteger os adultos da iniciativa precoce dos jovens por dinheiro.”

6 “Se a sociedade afirma que a homossexualidade não é patologia e reconhece a autonomia do adolescente em outras esferas da vida, torna-se paradoxal criminalizar sua escolha sexual; afinal, quem é realmente o vulnerável que precisa de proteção?”

7 “A escola que condena o decoreba esquece até de fixar a própria regra contra a memorização, revelando na memória curta do brasileiro o reflexo de um ensino que prega o que não pratica.”

8 “Com a ascensão da internet, a família se afastou da escola e a igreja perdeu seus valores, deixando a sociedade sem as antigas barreiras morais; talvez seja por isso que o casamento já não simbolize mais a ideia de família.”

9 “Convivência entre desiguais não nivela, apenas aprofunda a disparidade; e, no meu caso, sinto-me mais parte do desequilíbrio do que de sua solução.”

10 “A fragilidade da educação nasce tanto dos novos professores aprovados com notas mínimas quanto dos antigos que os favoreceram, revelando um sistema que perpetua sua própria decadência.”

11 “Se o Enem falha em certificar o ensino, o Encceja repete o mesmo erro, transformando diplomas em ilusão; afinal, igualar os iguais não é o mesmo que igualar os diferentes.”

12 “Ao oferecer um caminho fácil para o diploma, o Encceja desestimula a frequência regular e mina o respeito pela educação formal, revelando a injustiça de um sistema que valoriza certificados mais que aprendizado.”

13 “No ambiente escolar, a proximidade do professor com os alunos é sempre arriscada: fofocas, ciúmes e a erotização midiática dos adolescentes podem transformar amizade em denúncia, expondo um sistema em que a interpretação distorcida substitui a verdade.”

14 “Sou odiado por exigir aprendizado, vítima de meus próprios bons propósitos, enquanto os que não se dedicam perpetuam seus maus hábitos; muitos professores cedem para acalmar a classe, mas assim reforçam a bagunça que, ironicamente, prejudica mais os alunos do que a minha exigência os afeta.”

15 “Com a educação noturna, a inocência da noite se perdeu: aquilo que era criança tornou-se sala de aula, cheia de desafios e responsabilidades que roubam sua leveza.”

16 “O poder mal usado se autodestrói: a feminista que mina seu casamento, o machista que critica e perde a própria honra; quem zomba da fraqueza alheia perde compaixão quando precisa, e eu, desejando ser um ‘velho pra frente’, aceito, com autoironia, minha condição de velho gagá.”

17 “Chamar alguém de ‘gagá’ diante de si é ironia que fere: a empatia exige medir a palavra, lembrando que respeito e sensibilidade são a base da comunicação, especialmente com os mais vulneráveis.”

18 “Entregar-se sem medida ao próprio sofrimento é um egoísmo disfarçado de dor, pois coloca a experiência pessoal acima da vida e cega para a perspectiva mais ampla da existência.”

19 “Não se assuste com a intensidade da minha paixão: meu amor é direto, urgente e vulnerável, e só peço que aceite a sinceridade crua daquilo que sinto.”

20 “A maior desgraça do professor não é a pobreza ou a indisciplina, mas o desinteresse do aluno, pois sem vontade de aprender, todo ensino se torna inútil e a dedicação, em vão.”

Comentários

sábado, 22 de maio de 2021

Coleção 39 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)


 


Pensamentos

Coleção 39 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

Por Claudeci Andrade

1 A morte dá sentido à vida porque, ao cessar a consciência, tudo o que resta é um ciclo sem memória de si; afinal, se ninguém se reconhece antes de nascer, por que temer deixar de se reconhecer ao morrer?

2 A verdadeira angústia não está em minha incapacidade de mentir para ser feliz, mas no peso de viver entre aqueles que celebram a máscara da alegria como se fosse a própria essência da vida.

3 Como aceitar a si mesmo quando o próprio valor depende do olhar alheio, e a vida se reduz a um escambo desigual, em que trocamos rugas, cicatrizes e cansaços por migalhas de beleza, visão e amor?

4 Quero romper o casulo que me oprime, mas como a borboleta frágil, temo o voo incerto, pois não sei se há outra vida à espera, nem sequer de onde vim para encontrar a coragem de partir.

5 Se minha vida não importa a ninguém, por que tantos insistem em erguer barreiras no caminho que já conquistei com esforço solitário?

6 O sucesso do jovem nasce da confiança em Deus, em si mesmo e na escola, mas quem desrespeita seus mestres corta a própria fonte de saber e carrega a maldição abençoada de colher apenas o fruto de sua ingratidão.

7 A juventude é breve, e a forma como alguém trabalha revela onde repousa seu coração; mas, se assim é no labor, onde está o coração de quem estuda?

8 Frequentar a escola apenas pelo lanche ou pela bolsa é alisar assentos sem aprender, perpetuando a dependência em vez de despertar a transformação.

9 O professor se alegra com o sucesso dos alunos e se entristece com seu fracasso, pois cada olhar que se afasta parece refletir sua própria eficácia ou impotência.

10 O sucesso dos ex-alunos retorna ao professor como prova de seu esforço, e os que fracassaram se afastam; que assim seja, pois a lembrança do insucesso só pesa sobre o meu coração.

11 Os “mimos” do governo não são generosidade, mas barganha: benefícios como moeda de silêncio ou pretexto para exigir mais trabalho da população.

12 Acusados injustamente pelo fracasso alheio, os professores lutam contra moinhos de vento, realizando um antitrabalho que os rasga e despedaça, sem saber até quando suportarão essa batalha.

13 Ao atacar seus professores como Dom Quixote luta contra moinhos, o aluno se torna o anti-herói da educação, travando uma batalha imaginária contra aqueles que deveriam ser seus aliados.

14 O bom professor de hoje não se mede apenas pelo saber ensinar, mas pela astúcia com que sobrevive, navegando na escola como quem diz: “salve-se quem puder”.

15 No sistema escolar, basta que os alunos boicotem para que o professor carregue o fracasso alheio, refazendo provas e esforços em vão.

16 Quando o fracasso é do aluno, quem sofre é o professor, pressionado a mudar métodos; seria mais fácil se ele não ensinasse nada, apenas lançasse notas que o estudante aceitasse.

17 Não é a ação em si, mas a intenção que define sua natureza; assim como o exame de próstata não é sexual, a nudez artística diante de crianças permanece arte, não pedofilia, porque a finalidade é o que justifica o meio.

18 Prefiro a falsidade que se mostra clara à imprecisão que engana e paralisa, pois é a clareza, não a verdade, que permite compreender e agir.

19 Não vence quem corre mais rápido, mas quem avança sem cessar, mesmo que devagar, recusando-se a desistir.

20 A esperança sem ação é vazia; só o esforço transforma desejo em sobrevivência e evita a fome do fracasso.

Comentários