"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sábado, 19 de dezembro de 2015

CRITÉRIO DE APROVAÇÃO ESCOLAR ("Dominam-se mais facilmente os povos excitando as suas paixões do que cuidando dos seus interesses." - Gustave Le Bon)



Crônica

CRITÉRIO DE APROVAÇÃO ESCOLAR ("Dominam-se mais facilmente os povos excitando as suas paixões do que cuidando dos seus interesses." - Gustave Le Bon)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma vez, eu, um professor, em meio a um campo de batalha chamado sala de aula. Ali, um aluno ameaçador, com a audácia de um guerreiro, desafiava-me, denunciando-me ao diretor e causando um alvoroço. Ele lutava por uma nota, como se sua reputação fosse medida apenas pelo grito vitorioso de uma nota alta. No entanto, para o sistema, um aluno vale mais que dez professores. E se ele é bagunceiro, senta-se bem na frente, como um general liderando suas tropas.

A nota deveria ser um troféu merecido, o resultado justo do trabalho árduo, e nunca o despojo de brigas. Mas quem não quer cumprir suas obrigações deposita-as em alguém, dobrando a carga dos outros. Assim, os coordenadores me sobrecarregam com planilhas de dados inúteis. Então, a pessoa sobrecarregada abre mão de um dos fardos e foge da guerra. Mas, o fugir não seria do meu feitio.

Nunca vi um aluno pedir ao professor para baixar sua nota, por se achar indigno da tamanha vantagem. No entanto, já vi muitos chamarem o professor de injusto por tentar ser correto ao atribuir-lhes suas notas. Já vi também alunos injustamente favorecidos com boa nota e se sentindo perturbados intimamente. Estes brigam para que o professor aumente a nota dos demais da sala, aliviando seu peso de consciência. Porém jamais pedem uma avaliação realmente justa.

Já vi um aluno receber uma nota ajustada ao seu demérito. Todavia, por não ser tão boa, comparada com as dos colegas de quem colou, ele brigou e brigou, pressionou as autoridades escolares e conseguiu aumentar sua "credibilidade" (nota), jogando a culpa nas aulas ruins. No entanto, com o professor refém, o aluno sempre ganha, negociando as falhas dele. Visto isso, comprovo mais uma vez: "fezes quanto mais se mexe mais fede". Ao aluno interessado somente em nota, dá-se-lhe dez para amansá-lo, pois nota é a moeda do "inferno".

No outro caso, uma aluna faltou no dia marcado para fazer sua prova de Língua Portuguesa. No início, eu neguei-lhe a avaliação, mas lhe pedi que fosse procurar convencer a coordenadora. Então, veio a coordenadora explicar a justificativa fraca da tal aluna: — "não acordei na hora...". Sendo assim, abri a oportunidade a todos os outros, os quais também não fizeram aquela prova independente do motivo. Depois, a aluna ficou muito brava comigo porque foi ela sozinha a conquistadora do direito.

A nota adoece o aluno e as possibilidades da nota também, e o professor herda a maldição! No final do bimestre, o professor se isola, fechando nota no diário eletrônico até o dia marcado. Então, o mestre ajeita um ponto para cá, dá outros lá, jamais pode reprovar aluno, nem dificultar a vida dele. No município, deixei uns quinze de recuperação, logo a coordenadora me chamou a atenção. Também de jeito nenhum pode passar todo mundo, senão é taxado de frouxo, né! "Do espeto, cai nas brasas".

Depois de tudo, detesto anunciar as médias à classe, é responsabilidade da secretaria da escola. Ninguém fica satisfeito com sua nota, o pior é a maioria jogar a culpa no professor pela tal nota baixa. Quando entrego as provas aos alunos corrigidas, sempre aparece alguém, dizendo ter feito a prova e não a recebeu, logo o professor é acusado de ter perdido a prova do aluno. E ai do professor se propor para ele fazer outra prova! Termina sempre, doando nota gratuitamente a ele.

Assim, a batalha das notas continua, uma luta constante entre professores e alunos. Mas no final, o que realmente importa é o aprendizado, a jornada e não o destino. As notas são apenas números, mas o conhecimento adquirido é o verdadeiro troféu. E é isso que eu, como professor, tento transmitir aos meus alunos todos os dias.

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. A Nota como Símbolo de Status e Poder:

Como a busca incessante por notas altas pode ser interpretada como uma busca por status e reconhecimento social?

De que forma a obsessão pelas notas pode distorcer o verdadeiro propósito da educação?

Que alternativas podem ser utilizadas para avaliar o aprendizado de forma mais holística e significativa?

2. A Desigualdade na Atribuição de Notas:

Como o sistema de notas pode perpetuar desigualdades e injustiças sociais?

Que medidas podem ser tomadas para garantir que a avaliação seja justa e equitativa para todos os alunos?

Como podemos evitar que a comparação entre alunos seja utilizada como ferramenta de desmotivação e exclusão?

3. O Professor como Juiz Implacável:

Como a pressão por resultados e a cultura de culpa podem afetar a saúde mental e o bem-estar dos professores?

Que medidas podem ser tomadas para aliviar a carga de trabalho dos professores e promover uma cultura de colaboração e apoio mútuo?

Como podemos ressignificar o papel do professor, indo além da figura do "juiz" que distribui notas?

4. A Busca por Soluções Equilibradas:

Como encontrar um equilíbrio entre a necessidade de avaliação e a promoção da autonomia e do protagonismo dos alunos?

Que métodos de avaliação podem ser utilizados para estimular o aprendizado autônomo e a responsabilidade individual?

Como podemos criar um ambiente de aprendizagem mais positivo e colaborativo, onde o erro seja visto como oportunidade de crescimento?

5. O Valor Intrínseco do Aprendizado:

Como podemos resgatar o valor intrínseco do aprendizado e desviar o foco da obsessão por notas?

Que estratégias podem ser utilizadas para despertar a curiosidade, a criatividade e o interesse genuíno pelo conhecimento?

Como podemos incentivar os alunos a se tornarem aprendizes autônomos e apaixonados pelo saber?

Lembre-se: A educação é um processo complexo e multifacetado que vai além da mera obtenção de notas. A verdadeira riqueza reside no aprendizado, na jornada individual de cada aluno e na construção de um conhecimento significativo e transformador. As notas são apenas ferramentas, e não o objetivo final da educação.

Dicas para responder as questões:

Leia o texto com atenção e reflita sobre os temas abordados.

Utilize o texto como base para suas respostas, mas não se limite a ele.

Busque outras fontes de informação para enriquecer seus argumentos.

Seja criativo e original em suas respostas.

Apresente seus argumentos de forma clara e concisa.

Fundamente suas ideias com exemplos e dados concretos.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

SEM RAZÃO PARA MUDAR ("Se fôssemos infinitos Tudo mudaria. Como somos finitos Muito permanece". Bertolt Brecht )


Crônica

SEM RAZÃO PARA MUDAR ("Se fôssemos infinitos Tudo mudaria. Como somos finitos, muito permanece". — Bertolt Brecht )

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            A certeza de que muita gente me lê, é a quantidade de inimigos que tenho, pois é como já disse Martin Luther King: "Para ter inimigos, não precisa declarar guerras, apenas diga o que pensa." Ainda que pensar e não falar atrofia o cérebro, prefiro as duas coisas: ora falo, ora calo! Vou continuar desenvolvendo minha capacidade de pensar, construindo ideias, sobretudo mostrando meu sofrimento,  pois quem dera eu seja capaz de transferir minha dor com a mesma força destruidora do medo, para que vocês sintam o limite da improdutividade, agora já clamando pela mudança. "Quando a dor de não estar vivendo for maior que o medo da mudança, a pessoa muda" (Sigmund Freud).
            Mas, a educação é tão completamente poética e inofensiva, e a poesia, tão escolarizada e sadomasoquista que a inércia educacional não opina por mudança alguma, apena sente e gosta de sentir as muitas possibilidades da possível mudança, mas fica apenas nisso. Essa riqueza, das muitas possibilidades, faz a existência virtualmente diversificada, ou melhor, faz o movimento sem sair do mesmo estado, estático e circular, apenas existe. Então cabe aqui o Fernando Pessoa:
"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração."
           O fingimento é a movimentação demolidora dos que impõem a mudança, desbancando os que mudam sem querer mudar, é quando os poderosos fingem a mudança como fingem a necessidade de mudança; motivados pela dor que gostam de sentir, ouve bajulações pelos que não veem outra saída. Por isso, é inútil mudar. Somente porque a dor que é de todo mundo, de repente é também de ninguém. Sem motivo real para mudança, finge-se  a mudança, brincando de mudar, sem sair do lugar.
           Só há uma mudança considerável: o desgaste provocado pelo tempo! "Não desloques os marcos antigos que limitam as propriedades e que foram colocados ali por teus antecedentes. Já observaste uma pessoa zelosa em seu trabalho? Pois será promovida ao serviço real; não trabalhará para gente obscura!" (Prov. 22:28,29).


Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 17/11/2015
Reeditado em 30/11/2015
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Classificação de conteúdo: seguro

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sábado, 21 de novembro de 2015

RELAÇÕES DE QUEM ENSINA ("⁠A tangibilidade do século XXI se manifesta na qualidade das relações humanas" — Vera Regina Meinhard (2015)





RELAÇÕES DE QUEM ENSINA ("A tangibilidade do século XXI se manifesta na qualidade das relações humanas" — Vera Regina Meinhard (2015)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Estava no oitavo ano do Ensino Fundamental, lecionando Língua Portuguesa, quando um aluno, sentado na primeira carteira, me fez um pedido peculiar. Ele queria que eu escrevesse no quadro com giz molhado. Alegava que a escrita ficava mais nítida e o ruído do giz seco na superfície polida era irritante. Sem hesitar, atendi ao seu pedido, sem imaginar as consequências que viriam.

No quinto horário daquela tarde, o professor de geografia entrou na sala e, ao ver o quadro, saiu imediatamente. No pátio, ele me abordou e, com um esforço visível para ser educado, pediu que eu nunca mais escrevesse no quadro com giz molhado. Acenei com a cabeça, mas por dentro, questionava suas motivações. Será que ele tinha preguiça de apagar o quadro com um pano molhado?

Refletindo mais profundamente, percebi que aquele aluno havia me usado contra o professor que ele não gostava. Ele havia encontrado o ponto fraco do professor e me colocou contra ele. Quando molhei o giz naquele momento, na verdade, estava molhando a língua do menino estrategista. Eu era o Lázaro do seio de Abraão de quem o Rico precisava de refrigério no inferno.

A escola, que deveria ser um ambiente de educação, tornou-se o celeiro das relações estragadas. E eu, magoado pela petulância do colega, me perguntava qual era a verdadeira intenção daquele aluno "lúcido". Porque a do tal professor, eu já sabia. Ele não repreendeu nenhum outro colega que escrevia com giz molhado e nunca se manifestou em nenhuma reunião pedagógica da escola. Esse professor é demais!

Depois de tantos anos apagando matéria escrita, deixadas no quadro, por colegas, encontrei alguém que me pressionou com tanta futilidade para facilitar seu trabalho, mesmo que isso dificultasse o meu. Entre nós, na educação, o que importa é eu me dar bem. Mas, no final das contas, o que realmente importa é a busca pela sabedoria, e não quem a detém. E essa é a lição que levo comigo: a escola pública é um campo de batalha, e cada um de nós é um soldado lutando com as armas que temos. E, às vezes, essas armas são apenas um pedaço de giz molhado.

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. A Intencionalidade por Trás do Pedido:

Qual a real intenção do aluno ao solicitar o uso do giz molhado?

Ele buscava melhores condições de aprendizado ou se aproveitou da situação para prejudicar o professor de geografia?

Explore diferentes interpretações para o pedido do aluno e suas motivações.

2. A Escola Pública como Campo de Batalha:

De que forma a metáfora da "escola pública como campo de batalha" se aplica à história narrada?

Que elementos do texto corroboram essa visão?

Quais os desafios enfrentados pelos profissionais da educação nesse contexto?

3. O Giz Molhado como Símbolo:

O que o "giz molhado" representa na narrativa?

Como ele pode ser interpretado como metáfora para diferentes aspectos da escola pública?

Analise as implicações simbólicas do giz molhado na relação entre os personagens e na dinâmica escolar.

4. A Busca pela Sabedoria em Meio aos Conflitos:

Apesar dos desafios, qual o papel da busca pela sabedoria na escola pública?

Como professores e alunos podem se engajar nesse processo em um ambiente conflituoso?

Quais estratégias podem ser utilizadas para promover o aprendizado e o desenvolvimento em meio às dificuldades?

5. Reflexões e Aprendizados para o Futuro:

Que lições podemos tirar da história do "giz molhado"?

Como podemos aplicar essas lições para melhorar a qualidade da educação pública?

Que ações podemos tomar para construir um ambiente escolar mais positivo e colaborativo?

Dicas para responder as questões:

Leia o texto com atenção e reflita sobre os temas abordados.

Utilize o texto como base para suas respostas, mas não se limite a ele.

Busque outras fontes de informação para enriquecer seus argumentos.

Seja criativo e original em suas respostas.

Apresente seus argumentos de forma clara e concisa.

Fundamente suas ideias com exemplos e dados concretos.

Lembre-se: A escola pública é um espaço de formação de cidadãos, mas também palco de diferentes desafios. Refletir sobre essas questões é fundamental para buscar soluções e construir um ambiente educacional mais justo e positivo para todos.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

AO PROFESSOR, MERECIDA HOMENAGEM (Obrigado Professora Dey)


Crônica

AO PROFESSOR, MERECIDA HOMENAGEM (Obrigado Professora de educação física, Dey)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Não desmerecendo todas as tentativas oficiais de homenagear os professores em seu dia (15/10/2015), cá em meu ambiente de trabalho, posso destacar a mais justa comemoração. Vinda da coordenadora a divina ideia de oferecer-nos uma mesa cheia de variadas frutas, adquiridas sem o poder da vaquinha, diga-se de passagem. Por isso, tive de comer acima do bastante, exagerei e ainda foi-nos permitido carregar o que sobrou para casa. Assim, a comemoração durou mais, lembrava toda vez que abria a geladeira. Para mim, foi ainda mais significativo, pois além dos sabores das frutas, gozei uma suave sensação de lucro: a gratuidade! Antes de tudo, fomos levados para a sala de informática por causa do ar condicionado e então dispomos de colchonete, ali deitados em duplas, um fazendo massagem no outro, sob as orientações da professora de Educação Física. Pareceu-me que eu estava excluído, ninguém se aproximou de mim para formar o par. Porém, a professora, para não me ver sozinho, veio formar uma dupla comigo. Então, não dá para descrever aquela movimentação, com palavras normais, todavia depois de experimentar o toque revigorante de diversificados instrumentos profissionais de uso exclusivo da professora, eu, sobretudo, fui agraciado com seu jeito experiente de fazer. Nem me importei de não ter sobrado ninguém dos colegas para fazer dupla comigo, ela mesma me massageou: Privilégio em dobro. Nunca vou me esquecer de que professor também é gente que pode. Basta uns ajudar os outros. E a diversidade de formação completará o todo. Nossos coordenadores que pretendem nos motivar para uma educação melhor, não se engane, uma só isca jamais seduzirá todos os tipos de "peixes", motivem-se para nos motivar.
Um só dia para os professores será suficiente se forem reabastecidos de vez em quando, com massagens também no ego. O valor de um beneficiará o outro. Já disse, Antoine de Saint-Exupéry: "Amar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direção". E quem há de mostrar a direção correta?
Fizeram-me, primeiramente, experimentar uma leve discriminação, depois experienciei um momento de viver saudável, na referida aula de relaxamento, quando alguém viu que o professor em seu dia devia está voltado para os valores puros do contato e da interação, ao invés de salgadinhos, refrigerantes e muita hipocrisia, como se não bastassem outros tantos males que minha profissão me reserva, aquele dia fez a diferença. Uma direção foi nos mostrada, agora vou continuar com a saudosa imagem daquela sala e aquela promissora professora ajoelhada ao lado de um homem de costas para cima, cansado de trabalhar. Ela ensinava-me lições para o meu bem-estar, vibrando-me os ombros, que tinham musculatura rígida, com o motorzinho piscando raios infravermelhos. Sem imposição alguma ou segundas intenções, mas profissionalmente, ora se dirigia às outras duplas para orientá-las também, e nem me causava ciúmes, era para o bem comum! Assim me fez valer o dia do professor, com uma competentíssima "personal trainer".
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 15/10/2015
Reeditado em 17/11/2015
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sábado, 7 de novembro de 2015

A EDUCAÇÃO "DESMELHOROU"? ("A crise da educação no Brasil não é uma crise; é um projeto." — Darcy Ribeiro)


Crônica

A EDUCAÇÃO "DESMELHOROU"? ("A crise da educação no Brasil não é uma crise; é um projeto." — Darcy Ribeiro)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           É certo que o Estado de Goiás deve implantar O.S. (organizações sociais) na área da Educação aos moldes das "charter schools" americanas. "O Palácio das Esmeraldas tem como objetivo melhorar ainda mais a qualidade da rede estadual de ensino, apesar de a Educação em Goiás ficou em 1º lugar do País no ensino médio pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) para o ano de 2014". "Desmelhorou"? "O objetivo é repetir em outras unidades de educação o mesmo sucesso apresentado pelos colégios militares, cujo corpo administrativo é formado por oficiais e praças da Polícia Militar e o corpo docente é preenchido por quadros da Secretaria de Educação." E por que não já se converteram todas as unidades escolares públicas em regime militar? (http://www.jornalopcao.com.br/reportagens/estado-deve-implantar-oss-na-area-da-educacao-aos-moldes-das-charter-schools-americanas-2-25931/) - Acessado em 13/02/2021.
           Se os alunos estivessem preocupados com estudos, respeitavam mais seus professores e a escola. Com O.S. ou sem O.S., a escola, o ensino público vai continuar o mesmo. Mesmo que as escolas militares tenham  muita disciplina (rígido comportamento), será se têm reprovação zero? Quem faz a boa escola é o bom aluno! Visto que o aluno também vale a captação de verbas federal e estadual para a escola e até o lanche é por cabeça, então o aluno continua sendo o elemento mais importante da unidade escolar. Por isso, o que importa ultimamente para o sistema educacional é a quantidade e não a qualidade. Vou repetir: Acho que qualquer escola é boa quando se tem bons alunos, para isso é somente selecionar o alunado, e perseguir os objetivos essenciais!
           Refutou a aluna Nataliane Xablau Cherry em minha linha do tempo (Facebook): "Não só os alunos,  vamos combinar que a escola deve ser um conjunto de pessoas lutando pela mesma causa... alunos... professores... diretoria... e os ajudantes da escola... todos devem agir juntos... o grande problema não são os alunos deixando de estudar e sim esse joguinho de empurra tentando achar um culpado... que não existe... sendo a solução melhor organização das escolas e dinâmica nas salas de aula... desde que se inicie nas bases da educação... quando alguém aí decidir fazer isso, na minha opinião, tudo vai ficar mais fácil. E lembrem de me avisar ... valeu".(sic).
      Sim, Nataliane Xablau Cherry, você está cheia de razão quando se olha o todo, mas eu penso essa questão como penso em um carro, pode está tudo em ordem, mas se não tiver gasolina (combustível), ele não vai andar. O aluno é o combustível da educação! Qualquer elemento desses a que você se referiu é dispensável, menos o aluno (tudo na escola existe em função do aluno - se não existir aluno não existe escola!), porém se o aluno for autodidata, haverá uma boa escola debaixo de uma árvore ou em uma garagem qualquer com muitos livros e uma conexão de internet! Analisando melhor, o objetivo maior de quem estuda, creio ser a aprendizagem e não aprovação sem mérito. No atual modelo, conta-se mais o número de aluno que é abundante na escola para todos. Por que se priorizam as estatísticas bonitas, quando se sabe que a realidade não condiz! Fica claro então, para a administração, o que importa para o atual sistema é a quantidade e não a qualidade. Pois, muito aluno requer muito tudo... De graça!
            A escola precisa continuar sendo o cabide de emprego que é? O sistema está inchado de cargos inúteis! Todavia, nesse caso, como é necessária a sobrevivência de todo mundo, então, aceita-se o grande interesse pela quantidade de aluno, que são contados para credenciar as verbas para a escola. Se, quem sabe, deixassem de adotar todos os métodos de aprovação fácil para evitar evasão de alunos, parariam de sacrificar a qualidade pela quantidade? Você já viu salas de aula com 45 alunos que o professor passa o tempo da aula só tentando manter a ordem? Deixe-me desenhar: Meio copo com leite é leite puro, meio copo com água é água pura, porém se misturar perde a qualidade porque terá um copo cheio de um líquido que nem é leite e nem é água!  A solução é Selecionar. Mérito a quem mérito; honra quem honra. "A diferença entre a empresa privada e a empresa pública é que aquela é controlada pelo governo, e esta por ninguém." (Roberto Campos).
           Por que a escola se mostra mais interessada no sucesso do aluno que ele mesmo a valoriza? Espero ter ajudado com minha experiência.
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 01/11/2015
Reeditado em 07/11/2015
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domingo, 18 de outubro de 2015

EU NÃO SOU MINHA CALÇA XADREZ (Agostinho ou Chaves, eis a questão?)


Crônica


EU NÃO SOU MINHA CALÇA XADREZ (Agostinho ou Chaves, eis a questão?)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Sempre apreciei a estampa xadrez em minhas roupas. Há algo nela que me traz alegria. Mas agora, parece que preciso me vestir de palhaço para encarar as ironias do meu ambiente de trabalho. Apesar de ter sido uma criança que temia palhaços, hoje entendo a importância deles em trazer alegria para muitos, mesmo quando estão tristes. Por isso, quero trocar meu jaleco branco, camuflador de pó de giz, pela indumentária colorida de quem vive em um circo, assumindo assim a honra de ser um bom palhaço. Critico minha disposição em me adaptar ao comportamento enganoso que hoje alunos, pais, colegas e o governo exigem da escola e do professor.

Lembro-me das palavras de Cao Albuquerque, o figurinista responsável pelas roupas do elenco do amado seriado “A Grande Família”, da Rede Globo. Ele disse: "Eu pensei que ele tinha que ser anos 1970, porque ele é o cafajeste, enganador, tem uma coisa clown (palhaço, em inglês) e farsesca. (...) O Pedro Cardoso, que interpreta o Agostinho, diz que o figurino ficou próprio de um clown. Ele acha muito legal do ponto de vista de que o figurino ajuda a ninguém ficar com raiva do personagem, mesmo que o Agostinho cometa as maiores barbaridades". Seria tudo que preciso...!

No entanto, o professor é um profissional com uma nobre função: preparar os indivíduos para conviverem, servirem à sociedade e, quando necessário, transformá-la. Tarefas nada fáceis. Então, por que o professor é tão desacreditado por essa mesma sociedade que ele ajuda a formar? O professor é um instigador de ideais, mas ele também precisa sentir prazer com o que faz, ou então, estará sendo forçado a ser hipócrita, falando coisas em que não acredita, transmitindo emoções que não sente. E isso mata a educação. Ou talvez, que se mate a educação antes que eu me mate!

O lado bom de me fantasiar de palhaço não é apenas meu protesto contra os desencantos da escola, mas também contar com um poderoso recurso didático para socializar conteúdos da matriz curricular do Novo Ensino Médio. Alguns colegas já usam a fantasia de palhaço para facilitar suas aulas. O que vale, acima de tudo, é a sobrevivência. "Chegará um dia em que no lugar dos pastores alimentando as ovelhas haverá palhaços entretendo os bodes" - C. H. Spurgeon.

Os alunos precisam mesmo é de professor ou de palhaço? Que tal um pouco dos dois! Que graça tem um profissional agradar o cliente e continuar sendo o mesmo profissional? Vai desgastar! E, por incrível que pareça, o que eles querem verdadeiramente é um palhaço! "Para a aluna Evely Fernanda Damaceno, de 11 anos, a aula fica muito mais interessante e engraçada. “Acho muito legal todas as aulas do professor Júlio. Meu recado para ele é que continue assim”, finaliza a estudante.

Se no primário se acostumou com palhaçada, não se contentará com menos no Ensino Médio e na vida toda. Aqueles que zombam de mim, chamando-me de Agostinho, vestem-se de "pega-marreco": modelito do Chaves, faltando só o suspensório. Então, ninguém é sua calça! E, às vezes, estamos no circo errado! "É diferente, diferente eu também sou, um pouco d'água mata sede , e um calmante passa a dor..."

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. Alegria, Palhaços e Adaptação:

O texto inicia com a valorização da estampa xadrez e sua relação com a alegria. Como o autor conecta essa alegria com a figura do palhaço?

Por que o autor decide trocar seu jaleco branco por uma indumentária de palhaço? Quais as ironias que ele encontra no seu ambiente de trabalho?

Você acredita que a adaptação do professor a um comportamento "palhaço" é necessária para lidar com as expectativas dos alunos, pais, colegas e governo? Por quê?

2. Crítica e Engano:

O autor critica a necessidade de se adaptar a um comportamento "enganoso" no ambiente escolar. Qual a sua opinião sobre essa crítica?

De que forma a figura do Agostinho, da série "A Grande Família", representa essa ideia de "clown" e "farsesco"?

É possível conciliar a função crítica do professor com a necessidade de manter um ambiente positivo e engajador na sala de aula?

3. Função do Professor e Desacreditação:

O texto destaca a nobre função do professor em preparar indivíduos para a sociedade. Como o autor relaciona essa função com o descrédito que a profissão enfrenta?

Quais fatores contribuem para o descrédito do professor na sociedade?

É possível resgatar o valor da profissão docente e reverter essa percepção negativa?

4. Hipocrisia e Prazer no Trabalho:

O autor questiona a necessidade de o professor ser hipócrita para agradar os alunos, pais e governo. Você concorda com essa visão? Por quê?

Como conciliar o prazer no trabalho com a necessidade de lidar com as expectativas e demandas da profissão docente?

É possível ser um professor autêntico e engajado sem abrir mão do prazer em ensinar?

5. Palhaço como Recurso Didático:

O autor apresenta a ideia de usar a fantasia de palhaço como recurso didático. Quais as vantagens e desvantagens dessa abordagem?

Como utilizar a figura do palhaço para tornar as aulas mais interativas e engajadoras sem perder o foco no aprendizado?

Qual o papel do humor na educação e como ele pode ser utilizado de forma eficaz pelo professor?

Reflexão Adicional:

O texto apresenta uma visão crítica da profissão docente, mas também busca soluções criativas para os desafios enfrentados pelos professores. O que você considera mais importante: a crítica ou a busca por soluções?

Qual o papel do professor na formação de cidadãos críticos e engajados na sociedade?

Como podemos fortalecer a valorização da profissão docente e garantir melhores condições de trabalho para os professores?

sábado, 3 de outubro de 2015

MILITARIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO ("Onde se cria muita dificuldade, há sempre alguém vendendo facilidades.")


Crônica

MILITARIZAÇÃO ESCOLAR MODERADA ("Onde se cria muita dificuldade, há sempre alguém vendendo facilidades.")

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Eu sou a oportunidade automática, para eles cavarem suas consequências nefastas por que me maltratam. Porém, prefiro libertá-los, não cortando-lhes as asas, mas os direcionando no vou.  Lori Tansey disse apropriadamente: "Burocracia atrapalha. Onde se cria muita dificuldade, há sempre alguém vendendo facilidades." Os alunos respeitam (tem medo) mais o coordenador, todavia é do professor de onde flui aprendizado deles —Digamos sobre respeito e medo serem dois sentimentos diferentes.
            Estou presenciando a transformação de um colégio estadual comum em militar, mudou-se o diretor, mas os professores continuam os mesmos. Estranhei o fato dos logo serem transferidos para outra unidade escolar comum. E que o ranço acompanhem-nos. Pois o aluno é sempre aluno...  Ouço conversas sobre o sucesso, só por que andam bem uniformizados e debaixo de uma disciplina "rigorosa", fazendo jus ao prestígio de uma boa fama. A pedagogia da repressão nunca teve o respaldo de bons teóricos, porém os pais simpatizam, parece-lhes uma reposição dos cuidados inviabilizados em casa. Não sabendo eles que a escola não dá conta dos dois papéis, formadora técnica e educadora familiar, deixa de fazer um, o seu próprio. Então, continuarão processando a entidade por ela não poder facilitar em todos os aspectos. Se a troca de gestão fez toda diferença nesse caso, o problema das demais deve ser a falta dessa solução. 
           Em uma falta disciplina, na outra tem demais. Disciplina imposta de fora para dentro não é saudável. "obediência forçada não é virtude". Minha pergunta é: o colégio militarizado adotará a aprovação sem mérito para abrilhantar as estatísticas? Não sei! Pelo menos, já não faz mais um exame de seleção para matricular o aluno, agora é apenas um sorteio dos que aparecerem, pois chamaram isso de avanço. 
           Eu sempre pensei que a escola deve ser excludente, sim;  não por um conjunto de normas gerando consequência a quem não as obedecer; mas pelas circunstâncias favoráveis, aos bons princípios familiares. Certamente a seriedade e respeito criam critérios que forçam a evasão dos ruins: os amantes dos atalhos para os rincões do sistema pobre. A escola pouco ensinará quem não sabe ser aluno e não é obrigando sê-lo que o será. Nesse caso, quero uma educação "includente" sim, bem no jeito favorável aos autodidatas, esforçados, os desejosos por si só de melhorar para acompanhar, a evolução, não daquelas que só produzem na marra, sem nem saber o sentido da obediência. Só não estou entendendo o seguinte: Os colégios militares são também estaduais, e os professores estaduais estão mudando para os colégios não militarizados! Porém, o alunado procura os colégios militarizados! Quem está vomitando quem?   https://g1.globo.com/pr/parana/educacao/noticia/2020/11/12/professores-e-pesquisadores-criticam-modelo-civico-militar-para-escolas-estaduais-secretario-diz-que-proposta-atende-anseio-da-sociedade.ghtml - acessado em 13/12/2020.
          Aprovo moderadamente o tradicionalismo na forma de usufruir. A prática fica por conta do modernismo, já que o homem é vivo, ágio e não pode perder totalmente a rédea.  "Se você está fazendo alguma coisa da mesma maneira há dez nos, provavelmente está fazendo algo errado." (Charles Franklin Kettering).
           Além do mais, as pessoas devem ter a oportunidade de se autodisciplinarem, ninguém deve ser regra e consciência para ninguém! Pessoas manipuladas, quando têm a certeza que não estão sendo observadas, fazem coisas horríveis! Pois que é como afirma Rafael de Oliveira Leme: "A arbitrariedade enaltece a ignorância, lapida a jactância e solidifica a idiotia." E como eu não sou o carpinteiro do mundo, por isso vou me recolher aqui em minha insignificância e meu último alento é para citar Michel de Montaigne: "Não podendo regularizar os outros, regularizo-me a mim mesmo."
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 24/09/2015
Reeditado em 03/10/2015
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