"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sábado, 16 de fevereiro de 2019

A CRÔNICA DO PRESENTE INVISÍVEL ("Quanto mais inteligente um homem é, mais originalidade encontra nos outros. Os medíocres acham que todos são iguais." — Blaise Pascal)



Crônica

A CRÔNICA DO PRESENTE INVISÍVEL ("Quanto mais inteligente um homem é, mais originalidade encontra nos outros. Os medíocres acham que todos são iguais." — Blaise Pascal)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

O ar tinha gosto de sábado quando entrei na sala de professores naquele primeiro dia do calendário letivo. Embora já trabalhasse ali por vários anos, senti-me como Clarice Lispector descreveu certa vez: raro, não fazendo parte das mil pessoas que andavam pelas ruas. Mas ali, naquele ambiente supostamente familiar, eu era mais que raro - era invisível.

A equipe gestora havia preparado uma dinâmica de recepção chamada "O Presente". O pacote colorido passava de mão em mão, cada um elogiando uma qualidade do colega escolhido. "Para o mais alegre", "para o mais inteligente", "para quem transmite paz". Os sorrisos e aplausos preenchiam a sala, enquanto eu observava, meu coração afundando a cada vez que o presente mudava de mãos sem chegar até mim.

Pensei em Einstein e sua certeza sobre a singularidade do indivíduo. Pensei em Martin Luther King e como declarar o que se pensa pode criar inimigos. Ali estava eu, o homem que falava "muito", diluído em muitas vertentes, aparentemente sem um ponto forte para ser notado.

O presente já havia passado por todos. Todos, exceto eu. A funcionária da limpeza, com quem eu mal trocava palavras, fez menção de me entregar o pacote, mas foi interrompida pela dirigente. "Para quem você acha que é artista", ela ordenou. Finalmente, pude tocar o presente.

Quando chegou minha vez de passar adiante, a dirigente pediu que eu escolhesse quem tinha mais fé. Sem um termômetro para medir a fé alheia, baseei-me na amizade. Foi então que compreendi: não se vê qualidade em quem não se gosta.

Saí daquela sala com uma nova perspectiva. A discriminação que valoriza as diferenças, que reconhece a preciosidade humana no olhar, nos valores, nos pensamentos - essa é a discriminação saudável pela qual ansiamos. Ser raro, ser único, aumenta nosso valor. Como disse Eduardo Marinho, "a preciosidade humana se revela no caráter".

Naquele dia, aprendi que ser globalizado, ser diluído em muitas vertentes, não me torna inútil. Torna-me complexo, multifacetado, um enigma a ser decifrado por aqueles que se importam em olhar além da superfície.

E você, caro leitor, já se sentiu invisível em um mar de rostos familiares? Lembre-se: sua raridade é sua força. Reconheça-se, e os outros eventualmente o reconhecerão também. Afinal, como dizia Einstein, a única certeza que temos é a singularidade do indivíduo.

Questões Discursivas:

1. Como as dinâmicas de grupo em ambientes profissionais podem, inadvertidamente, reforçar sentimentos de exclusão e invisibilidade social? Discuta as implicações sociológicas desse fenômeno.

2. De que forma a valorização da singularidade individual, conforme mencionada no texto, pode contribuir para combater a discriminação negativa e promover uma sociedade mais inclusiva? Analise criticamente essa perspectiva.

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sábado, 9 de fevereiro de 2019

DESISTÊNCIA PRODUTIVA OU SIMPLESMENTE "EVADIDO" ("A suspensão, remoção ou cessão de um grave mal são reputados pelo paciente como um grande bem: deixar de sofrer é também gozar."— Marquês de Maricá)



Crônica

DESISTÊNCIA PRODUTIVA OU SIMPLESMENTE "EVADIDO" ("A suspensão, remoção ou cessão de um grave mal são reputados pelo paciente como um grande bem: deixar de sofrer é também gozar."— Marquês de Maricá)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

"Evadidos", alcunha usada para humilhar aqueles que, com sabedoria, decidem desistir. Mas por que tal atitude gera tamanha reprovação? Por que a força da escolha e o domínio próprio, qualidades intrínsecas ao ato de desistir, não são reconhecidos e celebrados? Desde cedo, fui ensinado a valorizar a determinação e a perseverança acima de tudo. "Nunca desista dos seus sonhos!", diziam-me os mais velhos, como se essa máxima fosse um dogma incontestável. No entanto, com o passar dos anos e as experiências acumuladas, percebi que essa visão, embora nobre, carece de nuances.

Lembro-me vividamente de um episódio ocorrido em minha sala de aula, quando lecionava para uma turma particularmente desafiadora. Alguns alunos, por mais que eu me esforçasse, simplesmente não demonstravam o mínimo interesse pelos estudos. Seus olhares vidrados e mentes dispersas me diziam claramente: "Professor, este não é o meu caminho." Foi então que compreendi uma verdade profunda: nem todos fomos talhados para a mesma jornada. Enquanto alguns de nós encontramos genuína realização nos bancos escolares, outros têm seus talentos e vocações em searas diferentes. E, por mais doloroso que possa parecer, a desistência, em certas circunstâncias, pode ser um ato de sabedoria e autoconhecimento.

Em minhas aulas, sempre digo aos meus alunos que é melhor desistir do que fracassar. Fracassar é vergonhoso, enquanto desistir demonstra apenas o cansaço, a necessidade de reavaliar e redirecionar os esforços. Ao desistir, a vaga é liberada para outro que realmente deseja estudar, permitindo que os professores se dediquem integralmente àqueles que estão dispostos a aprender. Quantas vidas não foram desperdiçadas em uma busca obstinada por objetivos que jamais deveriam ter sido perseguidos? Quantos talentos foram sufocados por essa noção equivocada de que desistir é vergonhoso?

Lembro-me das palavras sábias de Henry Ford: "Há mais pessoas que desistem do que pessoas que fracassam!" E como essa observação se revelou verdadeira! Pois, ao contrário do que muitos pensam, desistir não é sinônimo de fraqueza, mas sim de discernimento e coragem para admitir quando uma batalha se torna infrutífera. A desistência, muitas vezes vista como fraqueza, na verdade, pode ser um ato de força, de discernimento e inteligência. Quantas pessoas, jamais tendo concluído o Ensino Médio, se tornaram cidadãos de bem, contribuindo significativamente para a sociedade? Abandonar o que não nos faz bem é um ato de inteligência, liberando tempo e espaço para o crescimento pessoal e profissional de outros.

O fracassado, por outro lado, ocupa uma vaga desnecessariamente, desperdiçando recursos e oportunidades. O ideal seria devolver o investimento feito nele e buscar novos caminhos que estejam mais alinhados com suas habilidades e aspirações. A maior fraqueza reside em não reconhecer o "não" de Deus e insistir em um caminho que não nos leva a lugar nenhum. Desistir na hora certa é, muitas vezes, o caminho mais sábio para a vitória. Como bem disse Mario Quintana, "o que mata um jardim não é o abandono, mas esse olhar indiferente de quem por ele passa." E eu me recusava a ser esse jardineiro indiferente, ignorando as necessidades individuais de cada uma de minhas preciosas sementes.

Foi com essa mentalidade renovada que passei a orientar meus alunos. Ao invés de forçá-los a percorrer caminhos que lhes eram alheios, incentivei-os a explorar suas autênticas paixões e habilidades. E, para aqueles que optavam por desistir dos estudos formais, eu os parabenizava por sua lucidez, desejando-lhes sorte em suas jornadas alternativas. "O sábio não se exibe e vejam como é notado. Renuncia a si mesmo e jamais é esquecido," dizia Lao-Tsé. Cada indivíduo possui habilidades e vocações específicas. Nem todos nascem para estudar. Insistir em forçar alguém a seguir um caminho que não o motiva é como tentar domesticar um leopardo: ele nunca se reconhecerá como tal, perdendo sua essência e capacidade de contribuir para o mundo da maneira que nasceu para fazer.

Sou um acumulador compulsivo por natureza, sempre guardando objetos que acredito precisar no futuro. Minha casa, antes um refúgio, se tornou um lixão de coisas inúteis que jamais usarei. Agora, suplico a Deus sabedoria para discernir o que me serve e força para me livrar do que não me faz bem. Como disse Santo Agostinho: "Para muitos a abstinência total é mais fácil do que a moderação perfeita." Desistir não significa desistir da vida, mas sim desistir de algo que não nos leva a lugar nenhum. É escolher novos caminhos, buscar novos sonhos e recomeçar com mais sabedoria e maturidade.

A desistência, quando utilizada com inteligência e discernimento, pode ser a chave para a felicidade, o sucesso e a realização pessoal. Então, da próxima vez que alguém chamar você de "evadido", lembre-se: você não está desistindo, está escolhendo um caminho diferente. E isso, em si, é um ato de força e coragem. Que estas palavras possam iluminar sua jornada, lembrando-o de que a verdadeira vitória reside não apenas na conquista, mas também na capacidade de identificar quando é hora de seguir em frente. Pois é apenas abraçando nossa humanidade, com todas as suas complexidades e contradições, que podemos verdadeiramente florescer.

Questões Discursivas sobre o Texto:

1. Desistir: Fraqueza ou Discernimento?

O texto apresenta uma visão crítica da ideia de que desistir é sinônimo de fraqueza. A partir dessa perspectiva, discuta os seguintes pontos:

Quais são os argumentos do autor a favor da desistência como um ato de sabedoria e autoconhecimento?

De que forma o autor utiliza exemplos pessoais e da vida em sala de aula para ilustrar sua visão?

Como a história do leopardo serve como analogia para a importância de cada indivíduo seguir seus próprios talentos e vocações?

2. Repensando o Sucesso: Além da Perseverança Cega

O autor propõe uma redefinição do conceito de sucesso, que vai além da mera perseverança e da conclusão de objetivos predefinidos. Discuta os seguintes pontos:

Que críticas o autor faz à ideia de que "nunca desistir dos sonhos" é uma máxima incontestável?

De que forma o autor defende a importância de reconhecer os próprios limites e buscar novos caminhos quando necessário?

Como a citação de Santo Agostinho sobre a abstinência total e a moderação perfeita se relaciona com a temática da desistência consciente?

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sábado, 2 de fevereiro de 2019

SE A MÁSCARA CAÍSSE! ("Eu quero festa eu quero farra dia e noite, noite e dia aqui a tristeza pula de alegria!" —Tarcísio Araújo)



Crônica

SE A MÁSCARA CAÍSSE! ("Eu quero festa eu quero farra dia e noite, noite e dia aqui a tristeza pula de alegria!" —Tarcísio Araújo)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma sexta-feira como tantas outras, mas havia algo diferente no ar. A escola, que habitualmente transbordava de rotinas cansadas e desgastadas, parecia mais viva, pulsando com uma energia renovada. Os eventos festivos eram a sua tábua de salvação, a maneira de se revitalizar e se mostrar relevante em meio a tantas adversidades. As fotos das quadrilhas juninas inundavam as redes sociais, cada uma delas acompanhada de legendas orgulhosas: "Um bom trabalho!". As festividades eram inúmeras: Dia das Mães, Pais, Crianças, Indígenas e tantas outras datas que lembravam a todos da possibilidade da felicidade. As celebrações dos eventos históricos, como a Descoberta do Brasil, Proclamação da República, Independência e Dia da Bandeira, também estavam lá, sem contar as festividades regionais, com cucas e sacis.

Naquele dia, antecipamos as celebrações do Dia do Professor. A escola estava em festa, e eu estava lá, imerso naquele turbilhão de cores, sabores e emoções. São nesses momentos que percebo como os prazeres da vida estão presentes, muitas vezes mais do que imaginamos. Até as responsabilidades ganham um toque de leveza, funcionando como pilares de estabilidade e bem-estar. Os lanches deliciosos e a companhia de colegas agradáveis serviram de estímulo à minha criatividade. Eu sentia que estava passando por uma revolução emocional. A certeza de que minha privacidade estava prestes a sofrer uma nova configuração era inevitável, mas tudo bem, pois a alegria compartilhada vale qualquer incômodo.

A empolgação era contagiante. No entanto, "muitas vezes a escola usa o precioso tempo das aulas para organizar comemorações dessas efemérides", como destacou um artigo acessado recentemente. "O aluno é levado a executar tarefas que raramente têm relação com o currículo. Muitos professores acreditam que estão ensinando algo sobre a questão indígena no Brasil só porque pedem que a turma venha de cocar no dia 19 de abril - o que, obviamente, não funciona do ponto de vista pedagógico." Refleti sobre isso enquanto observava a movimentação à minha volta. As roupas típicas, os cocares, as calças xadrez em sala de aula. Onde estava a verdadeira aprendizagem nisso tudo?

Recordo-me das palavras de Cello Vieira: "Um dos maiores impérios do mundo acabou porque acreditavam numa palhaçada." Foi então que compreendi por que meus ensaios de peças literárias foram proibidos. Estavam sem efeito geral. O sarau de poesia era visto como muito culto. Porém, quando a farra beneficiava a todos, professores e comunidade agradeciam. A cegueira branca, como uma nuvem densa, impedia-me de ver a saída.

Em meio a toda essa reflexão, lá estava eu, tomando café sem açúcar, celebrando a vida, como bem disse Kléber Novartes. Cada gole era um brinde ao simples, ao essencial, ao que realmente importa. No final das contas, talvez a verdadeira sabedoria esteja em equilibrar a festa e a seriedade, a tradição e a inovação, o coletivo e o individual. E assim seguimos, navegando entre quadrilhas e poemas, buscando, sempre, um pouco de sentido no caos cotidiano.

Questões Discursivas: Mergulhando na Complexa Realidade da Escola em Festa

Questão 1:

Celebrações e Aprendizagem: Uma Relação Equilibrada ou Uma Dicotômica Necessária?

a) Discuta criticamente a afirmação de que os eventos festivos na escola, como quadrilhas juninas e datas comemorativas, servem como "tábua de salvação" para a instituição se revitalizar e se mostrar relevante. Como essas atividades podem contribuir para o bem-estar da comunidade escolar, mas também podem apresentar desvantagens em relação ao aprendizado formal?

b) Analise a crítica de que a escola, muitas vezes, utiliza um tempo precioso de aula para organizar festividades que nem sempre estão relacionadas ao currículo. Como essa prática pode afetar a qualidade do ensino e o desenvolvimento dos alunos?

Questão 2:

Tradição e Inovação: Celebrando a Diversidade ou Perpetuando Estereótipos?

a) Reflete sobre a utilização de trajes típicos, como cocares no dia 19 de abril, em eventos escolares. De que forma essa prática pode contribuir para a valorização da cultura indígena, mas também pode reforçar estereótipos e simplificações sobre essa importante temática?

b) Explore a tensão entre a valorização da tradição e a necessidade de inovação na escola. Como conciliar a celebração da cultura e da história com a busca por métodos de ensino mais dinâmicos e engajadores?

Resposta das Questões Discursivas:

Questão 1:

Celebrações e Aprendizagem: Uma Relação Equilibrada ou Uma Dicotômica Necessária?

a) Os eventos festivos na escola podem ser vistos como momentos de confraternização, união da comunidade escolar e promoção do bem-estar. Eles proporcionam aos alunos a oportunidade de se divertirem, expressarem sua criatividade e desenvolverem habilidades interpessoais. Além disso, as festividades podem servir como ferramenta pedagógica para abordar temas relevantes da cultura e da história, desde que bem planejadas e executadas.

No entanto, é importante reconhecer que o uso excessivo de festividades em detrimento do tempo dedicado ao aprendizado formal pode prejudicar o desenvolvimento dos alunos. A priorização da diversão em detrimento do conteúdo curricular pode levar à superficialidade no aprendizado e à desvalorização da importância da educação formal.

b) A crítica de que a escola dedica um tempo precioso de aula para organizar festividades que nem sempre estão relacionadas ao currículo é válida. É fundamental que as escolas utilizem essas atividades de forma estratégica, integrando-as ao currículo e garantindo que elas contribuam para o processo de ensino e aprendizagem.

Festividades mal planejadas podem se tornar meros eventos superficiais e desconectados da realidade dos alunos, não agregando valor ao processo educativo. É necessário que as escolas busquem formas de utilizar as festividades como ferramentas pedagógicas que promovam o aprendizado significativo e a formação integral dos alunos.

Questão 2:

Tradição e Inovação: Celebrando a Diversidade ou Perpetuando Estereótipos?

a) A utilização de trajes típicos, como cocares no dia 19 de abril, em eventos escolares pode ser uma oportunidade para apresentar aos alunos a cultura indígena e promover o respeito à diversidade. No entanto, é crucial que essa prática seja realizada de forma crítica e reflexiva, evitando a perpetuação de estereótipos e simplificações sobre a cultura indígena.

É fundamental que os alunos compreendam o contexto histórico e social dos povos indígenas, reconhecendo sua rica cultura e seus desafios na luta por seus direitos. A utilização de trajes típicos deve ser apenas um ponto de partida para um diálogo mais profundo sobre a temática indígena, evitando que se torne uma mera encenação folclórica sem significado real.

b) A conciliação da valorização da tradição com a necessidade de inovação na escola exige um olhar crítico e atento às necessidades dos alunos e do contexto social. É importante preservar e celebrar as tradições que enriquecem a cultura da comunidade escolar,

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sábado, 26 de janeiro de 2019

DISPERSÃO ("Dispersão. Ela ainda me engole e faz digestão. Permito-me um gole." — Camila Custodio)



Crônica

DISPERSÃO ("Dispersão. Ela ainda me engole e faz digestão. Permito-me um gole." — Camila Custodio)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Em meio à agitação da vida, me encontro refletindo sobre a simplicidade e a complexidade da existência. "Eu vim para os meus, e eles Me rejeitaram", disse Jesus. Essas palavras ecoam em minha mente, lembrando-me de que as coisas simples geralmente chegam aos simples com a maior facilidade. No entanto, muitos de nós, cegos por nossas próprias ilusões, nos recusamos as ver.

"Do que adianta, Jesus nascer um milhão de vezes lá na manjedoura de Belém, se ainda não nasceu dentro de você, no seu coração?" Essa pergunta me atinge como um raio, iluminando a verdade de que a fé é um sentimento para todos os dias, não apenas para ocasiões especiais.

No dia 25 de dezembro, ouço tiros, muitos tiros, em louvor ao nascimento de Jesus. Mas quantos desses fogos foram comprados à custa da fome? Vejo a alegria carnavalesca, sem causa, dos irreflexivos. Eles, os antediluvianos modernos, parecem acreditar mais no Papai Noel e no Rei Momo do que nas evidências da destruição prevista para 2024. Entre a Manjedoura e o Sambódromo, vejo um Meio Ambiente depredado!

Desejo-lhes um dia de cada vez em 2024. Talvez o tempo passe mais devagar para os entediados, mas para aqueles que valorizam cada momento, cada dia é uma dádiva. "Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver." (Dalai Lama).

Hoje, é o dia de caprichar. Mesmo ainda precisando de ter ousadias calculadas, vou deixando rastros na areia solta. Sei muito bem sobre minha naturalidade e, poder chamar a atenção de pessoas diferentes é maravilhoso. Por isso, vou aproveitar o irrecuperável dia em prol de conhecer pessoas interessantes, refiro-me a este natal. Estou cheio de esperança e planos, não para o futuro, mas para hoje. E pensando em nós, terei de adequar muitas das minhas ideias à realidade presente. Não posso desanimar de novo, jamais! Afinal, cada dia é uma nova oportunidade para viver plenamente e autenticamente. E é nessa esperança que encontro a coragem para seguir em frente.

Questões Discursivas para Reflexão: Desvendando a Simplicidade e a Complexidade da Vida

1. Simplicidade e Fé: Uma Jornada Interior em Meio à Complexidade da Vida

O texto apresenta uma reflexão sobre a simplicidade e a complexidade da existência, convidando o leitor a questionar seus valores e prioridades em meio à agitação da vida cotidiana. A partir dessa perspectiva, vocês são incentivados a refletir sobre os seguintes questionamentos:


O Poder da Simplicidade:


Como a citação "Eu vim para os meus, e eles Me rejeitaram" de Jesus nos convida a reconhecer a essência das coisas simples e sua importância para a vida plena?

De que forma o texto nos incentiva a buscar a beleza e o significado nas coisas simples do dia a dia, como a natureza, a compaixão e as relações humanas?


Fé como Transformação Interior:


Como a pergunta "Do que adianta, Jesus nascer um milhão de vezes lá na manjedoura de Belém, se ainda não nasceu dentro de você, no seu coração?" nos convida a repensar o verdadeiro sentido da fé?

De que forma o texto nos alerta sobre a necessidade de transcender a superficialidade de rituais e tradições religiosas, buscando a fé como uma força transformadora no coração e nas ações?


Consumo Consciente e Responsabilidade Ambiental:


Como a crítica aos fogos de artifício e à ostentação no Natal nos convida a refletir sobre o consumo consciente e a responsabilidade ambiental?

De que forma o texto nos incentiva a buscar um equilíbrio entre a alegria das celebrações e a preservação do meio ambiente?


2. Valorizando Cada Dia: A Busca pela Felicidade no Presente

O texto enfatiza a importância de valorizar cada dia, reconhecendo o poder do presente e a necessidade de viver com autenticidade. A partir dessa perspectiva, vocês são convidados a refletir sobre os seguintes questionamentos:


Carpe Diem: Aproveitando o Dia de Cada Vez:


Como a citação do Dalai Lama "Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver" nos incentiva a valorizar cada dia e aproveitar o presente ao máximo?

De que forma o texto nos convida a romper com o tédio e a busca incessante pelo futuro, concentrando nossas energias no "Dia de Cada Vez"?


Ousadia Calculada e Autonomia:


Como a ideia de "ter ousadias calculadas" e deixar rastros na areia solta nos incentiva a agir com autonomia e a buscar nossos sonhos?

De que forma o texto nos convida a celebrar a nossa individualidade e a buscar a felicidade através da autenticidade e do contato com pessoas interessantes?


Esperança e Resiliência: Enfrentando os Desafios com Positividade:


Como a esperança e a convicção de que "cada dia é uma nova oportunidade para viver plenamente e autenticamente" nos dão força para superar desafios e seguir em frente?

De que forma o texto nos incentiva a cultivar a resiliência e a buscar a felicidade mesmo em meio às dificuldades da vida?

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sábado, 19 de janeiro de 2019

A CONCORRÊNCIA ("A rivalidade começa, em muitas circunstâncias, quando admiramos alguém e não conseguimos ser como ele."— Lourdes Catherine)



Crônica

A CONCORRÊNCIA ("A rivalidade começa, em muitas circunstâncias, quando admiramos alguém e não conseguimos ser como ele."— Lourdes Catherine)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Está terminando o ano e, com ele, chega a época de balanços e reflexões. É inevitável não sentir uma mistura de emoções: a alegria pelo dever cumprido, a expectativa das merecidas férias, mas também a ansiedade e o cansaço acumulado. Walt Disney dizia: "Eu gosto do impossível porque lá a concorrência é menor." Essa frase me vem à mente enquanto me preparo para encarar os desafios que ainda restam.

Neste período, minha profissão não se resume apenas a ensinar; é também o momento de avaliar e dar notas. Isso exige de mim uma atenção redobrada, para evitar erros que possam levar a acusações injustas. Alexandre Herculano já dizia: "Das definições possíveis do homem, uma só é verdadeira: o homem é o animal que disputa." De fato, lidar com a competitividade humana pode ser desgastante, mas é algo que faz parte do meu trabalho.

Hoje, por exemplo, é uma dessas noites em que sei que não vou dormir. O diário eletrônico, sempre presente em minha mente, traz uma mistura de insatisfação e esperança. É um período de forte transformação emocional. Mas apesar do cansaço, há uma luz no fim do túnel: as férias se aproximam. A ideia de viajar, aprender coisas novas e me inspirar me dá forças para seguir adiante.

As últimas semanas de trabalho são como um banquete de emoções. Os rostos estranhos e grotescos, as travessas vazias, as desilusões previstas – tudo isso incha meu coração com um misto de alegria e tristeza. Como diz o ditado, todo final de festa é triste, e o final do ano letivo não é exceção. Para aqueles que não gostam de me ver feliz, deixo um aviso: não endureçam as convenções e regras de engajamento. Lidar com humor instável é desgastante, e a falta de diálogo só agrava a situação. Mesmo assim, vou me esforçar para reverter esse quadro. Afinal, como disse Mahatma Gandhi: "A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitória propriamente dita."

Tenho um pressentimento estranho, talvez devido a um sonho perturbador que tive na noite passada. Sonhei com insetos rastejando na minha pele, uma sensação de desconforto profundo. Era como se eu estivesse envolvido em problemas, cercado por oponentes. Porém, de repente, surgiram grandes gafanhotos vermelhos, que me deram uma sensação de proteção.

Interpretei esse sonho como uma revelação: minha vida social está mais intensa, e eu me abro às oportunidades de competição com coragem. Sei que estou preparado para enfrentar os desafios que vêm pela frente, protegido por uma armadura de determinação e resiliência.

À medida que o ano se encerra, reflito sobre tudo o que vivi. As lutas, as vitórias, os momentos de desânimo e de alegria. Tudo isso faz parte do meu crescimento pessoal e profissional. E assim, sigo em frente, com a certeza de que cada desafio é uma oportunidade de aprender e crescer. Que venha o novo ano, com suas promessas e possibilidades. Estou pronto para viver tudo isso, com esperança e determinação.

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

Questão 1: O texto aborda uma mistura de emoções vivenciadas pelo autor no final do ano letivo. Identifique e explique essas diferentes emoções mencionadas.

Resposta: O texto menciona uma série de emoções que o autor vivencia no final do ano letivo, como alegria pelo dever cumprido, expectativa pelas férias, ansiedade e cansaço acumulado. Há também uma mistura de insatisfação e esperança, além de transformações emocionais intensas. O autor descreve sentimentos contraditórios, como o coração inchado com alegria e tristeza.

Questão 2: O autor faz referência a duas citações famosas sobre a natureza humana. Explique o contexto em que essas citações são utilizadas e o que elas representam.

Resposta: O autor cita Walt Disney, que diz: "Eu gosto do impossível porque lá a concorrência é menor". Essa citação é mencionada enquanto o autor se prepara para enfrentar os desafios que ainda restam, sugerindo que ele está disposto a lidar com o que parece impossível. Ele também cita Alexandre Herculano: "Das definições possíveis do homem, uma só é verdadeira: o homem é o animal que disputa". Essa citação é usada no contexto de lidar com a competitividade humana, algo que o autor considera desgastante, mas parte inerente de seu trabalho.

Questão 3: O texto menciona um sonho perturbador que o autor teve. Descreva os elementos desse sonho e a interpretação que o autor faz dele.

Resposta: O autor descreve um sonho em que insetos rastejavam em sua pele, causando desconforto profundo, como se estivesse envolvido em problemas e cercado por oponentes. No entanto, surgiram grandes gafanhotos vermelhos, que lhe deram uma sensação de proteção. O autor interpretou esse sonho como uma revelação de que sua vida social está mais intensa, e ele se abre às oportunidades de competição com coragem, estando preparado para enfrentar os desafios que vêm pela frente, protegido por uma armadura de determinação e resiliência.

Questão 4: O autor faz uma reflexão sobre o final do ano letivo. Explique como ele vê essa fase e o que espera do novo ano que se aproxima.

Resposta: O autor vê o final do ano letivo como um período de balanços e reflexões, que envolve lutas, vitórias, momentos de desânimo e de alegria. Ele considera tudo isso parte de seu crescimento pessoal e profissional. Com o encerramento do ano, o autor reflete sobre tudo o que viveu e se prepara para encarar o novo ano com suas promessas e possibilidades, enfrentando os desafios com esperança e determinação.

Questão 5: O texto faz referência a uma citação de Mahatma Gandhi sobre a alegria. Explique o contexto em que essa citação é usada e o que ela representa.

Resposta: O autor cita Mahatma Gandhi, que diz: "A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitória propriamente dita". Essa citação é mencionada no contexto das últimas semanas de trabalho, que o autor descreve como um "banquete de emoções". A citação de Gandhi sugere que, apesar das dificuldades e do cansaço, o autor encontra alegria no processo de luta e na tentativa de superar os desafios, e não apenas na vitória em si.

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