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MINHAS PÉROLAS

⁠O DESESPERO LEVA A LOUCURA ("Nunca foi sensata a decisão de causar desespero nos homens, pois quem não espera o bem não teme o mal." — Maquiavel)
           A pandemia da doença psicossomática chega ao extremo. Como louco, um professor de jaleco branco, com máscara de proteção respiratória, utilizando um megafone no doze, sai gritando nas ruas, subestimando os alunos, pais e os aplicativos da internet. Já se sabe que propaganda volante perturba mais que ajuda vender algum produto; por isso, nas grandes cidades não se vê mais isso. É um louco para mostrar serviço! Dizia ele: — "Tragam suas atividades, enviem as fotos para seus professores. Estamos fechando o bimestre. Feche com um dez este bimestre! Alunos ... tragam hoje às 14h. Compareçam, não percam esse ano. Estamos apenas no primeiro bimestre, dá tempo para começar agora. Atenção, pais e responsáveis orientem os seus filhos".
A escola está sempre em demanda com a sociedade, sobre reconhecimento: moral e financeiro; e nesses pontos sociorreligiosos, que ensinam a transgressão dos bons costumes sociais, crendo na misericórdia da corrupção, matando o profissionalismo e o bom-senso não esperem o respeito se não se dão esse respeito! Mas acho que aprenderam com os alunos sobre o ganhar no grito. Será que vai dar certo?! Para mim é tudo novo, ou melhor, não existe nada novo debaixo do sol como já disse o Salomão da bíblia! 

Claudeci Ferreira de Andrade

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

O Sinal Silencioso no Bolso: Reflexões sobre a Era Digital na Escola (“Educar não é cortar asas, mas sim orientar o voo” — de Aisha Linda)

 

  • O Sinal Silencioso no Bolso: Reflexões sobre a Era Digital na Escola (“Educar não é cortar asas, mas sim orientar o voo” — de Aisha Linda)

    Por Claudeci Ferreira de Andrade

    O tempo em que o recreio era um festival de gritos, corridas e bolinhas de papel amassado ficou para trás. Hoje, os corredores das escolas estão imersos em um silêncio denso, pontuado apenas pelos suaves cliques das telas de celular. O aparelho, antes um objeto de luxo, tornou-se uma extensão do corpo, onipresente em todos os momentos, inclusive nas salas de aula. Esse novo cenário levou à aprovação de uma lei que proíbe o uso de celulares nas escolas brasileiras a partir de 2025. Uma medida recebida com um misto de alívio e ceticismo, gerando intensos debates sobre sua real eficácia.

    Na prática, a proibição vai além de um simples decreto. Ela surge como uma tentativa de resgatar o foco perdido e de devolver aos alunos a capacidade de concentração e interação face a face, além de reduzir os danos psicológicos provocados pelo uso excessivo de telas. No entanto, sua implementação tem se mostrado desafiadora. Em algumas escolas, como a Escola Estadual Professor Antônio Emílio Souza Penna, o processo segue um caminho de tentativa e erro, sem um plano claro para a adaptação. A vice-diretora, Manuela, expressou sua preocupação ao afirmar que “cada instituição tem uma realidade distinta”, e a questão não se resolve apenas com a proibição.

    A resistência dos alunos é palpável. Mesmo com a medida em vigor, muitos escondem seus celulares debaixo da carteira ou mantêm os aparelhos discretos durante a aula, dificultando o controle. Gabriel, um aluno de 16 anos, argumenta que o celular é uma ferramenta essencial para a socialização. No entanto, o que muitos não percebem é que o celular, muitas vezes, impede a socialização genuína, criando barreiras invisíveis entre os estudantes e o momento presente.

    Em escolas particulares, como o Colégio Porto Seguro, onde a proibição de celulares já existia antes da lei, a experiência tem sido mais positiva. A diretora Meire Nocito relata que a instituição criou espaços para interação social, como o “detox digital” nas sextas-feiras, onde os alunos deixam os celulares de lado para participar de atividades recreativas. Esse gesto, que partiu dos próprios estudantes, reflete uma busca por resgatar o contato humano e reconectar-se com o que realmente importa: o diálogo, o esporte e a arte.

    A conversa que li da Camila Bruzzi, do movimento “Desconecta”, destaca outro ponto crucial: a falsa sensação de controle dos pais, que insistem na necessidade de os filhos portarem celulares “para emergências”. Camila argumenta que, em caso de crise, a comunicação pode ser feita diretamente com a escola, sem a necessidade de um aparelho pessoal. Ela sugere que a disciplina digital precisa vir de casa, com os pais alinhando-se às escolas para promover uma educação responsável sobre o uso das telas.

    A nova lei, embora importante, não é a solução definitiva. A verdadeira mudança deve vir da conscientização sobre o uso equilibrado da tecnologia e da implementação de práticas pedagógicas que incentivem o foco e o desenvolvimento mental dos alunos. O uso excessivo de celulares afeta a capacidade de reflexão e acelera a busca por prazer imediato, prejudicando as habilidades cognitivas e a saúde mental dos jovens.

    O caminho para uma transformação real exige um esforço coletivo, que envolva escolas, famílias e alunos. A proibição dos celulares nas escolas não é uma questão de controle rígido, mas sim de ensinar aos estudantes a importância de se desconectar para se reconectar com o conhecimento e com a vivência plena do presente. Os celulares, longe de serem vilões, são apenas mais uma ferramenta. A questão está em como os usamos, e não em proibi-los completamente. O silêncio que preenche os corredores das escolas pode, enfim, ser preenchido pelas vozes da juventude, vibrantes e presentes, quando o contato humano for, novamente, o verdadeiro protagonista.


    Como professor de sociologia do Ensino Médio, proponho as seguintes cinco questões discursivas sobre o texto apresentado:


    1. O texto descreve uma mudança no ambiente escolar, caracterizada pela substituição das interações presenciais pelo uso de celulares. Quais as principais características dessa mudança e como ela impacta o cotidiano escolar, segundo o texto?


    2. A partir da leitura, explique a relação entre a proibição do uso de celulares nas escolas e a busca por resgatar o foco e a interação face a face entre os alunos. Quais os desafios apontados para a implementação dessa proibição?


    3. O texto apresenta diferentes perspectivas sobre o uso de celulares no ambiente escolar: a dos alunos, a dos professores, a da direção das escolas e a dos pais. Descreva brevemente cada uma dessas perspectivas, destacando os principais argumentos de cada grupo.


    4. O texto menciona o “detox digital” como uma estratégia adotada por algumas escolas. Explique o que é essa estratégia e como ela se relaciona com a proposta de um uso mais equilibrado da tecnologia no ambiente escolar.


    5. Segundo o texto, a proibição do uso de celulares nas escolas é suficiente para resolver os problemas relacionados ao uso excessivo da tecnologia pelos jovens? Justifique sua resposta com argumentos presentes no texto.

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