"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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terça-feira, 21 de março de 2023

A VIDA É (CU)RTA, MAS (PICA)NTE! ("A felicidade que o homem pode alcançar, não está no prazer, mas no descanso da dor." — John Dryden)

 


A VIDA É (CU)RTA, MAS (PICA)NTE! ("A felicidade que o homem pode alcançar, não está no prazer, mas no descanso da dor." — John Dryden)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Nenhum homem é abominação para Deus em seu estado natural, e todos são motivos de Sua alegria quando estão realizando a vontade do Senhor. Apenas de vez em quando, acontece dEle ralhar merecidamente mais com uns do que com outros. Esta desigualdade com que Deus trata os desobedientes é uma forma de amar. Contudo, o destino não abandona ninguém, pois me reserva a dor quase constantemente, por isso sejam valorizadas, em dobro, as poucas pausas no sofrimento, isso é momentos de prazer! A vida é (Cu)rta, mas (pica)nte! Disse Martha Medeiros: "Tentamos superar uma dor antiga e não conseguimos. Procuramos ficar amigos de quem já amamos e caímos em velhas ciladas armadas pelo coração. Oferecemos nosso corpo e nosso carinho para quem já não precisa nem de um nem de outro. Motivos nobres, mas os resultados são vexatórios." Assim, vivemos esta gangorra existencial, representada por uma MASTURBAÇÃO: uma hora de esforço físico e psicológico para obter  cinco segundos de orgasmo.            

Quem lhe ensinou a gemer, tanto para expressar a dor, bem como o gozo! O que me embaraça não são as questões complexas, mas ter que ouvir  as interjeições que expressam essas vibrações desequilibradas. "É preciso relaxar para gozar" (Marta Suplicy), e eu digo: é preciso também calejar para aguentar a dor. Isso é felicidade: o torpor da vida! Também, se a vida fosse um orgasmo constante, eu iria preferir um pouco de dor. Que venham as dores e os lampejos de alívio.

(CiFA

segunda-feira, 20 de março de 2023

A HOSTILIDADE DE QUEM ENSINA ("Divergência de opinião jamais deve ser motivo para hostilidade". — Mahatma Gandhi)

 


A HOSTILIDADE DE QUEM ENSINA ("Divergência de opinião jamais deve ser motivo para hostilidade". — Mahatma Gandhi)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Uma aluna do 7º ano perguntou-me se era formado mesmo para dar aulas para ela! Só podia estar orientada! A maioria deles não se importa com isso, aliás nem querem aula. Em outra ocasião, do Ensino Médio um professor fez-me a mesma pergunta, ele também duvidava de minhas credenciais: Por isso, pareceu-me um método dos que querem parecer maior; então fui obrigado a falar-lhe de meus diplomas. No caso da menina, suspeito de um colega "pseudointelectual" sentindo-se ameaçado por minha "caipiraneidade" e com melhor projeção social que ele, o justiceiro social usou intermediário. Porém, não continuou anônimo, pois se valeu dos "pseudoingênuos", entregadores de qualquer um por um simples presentinho. Ela usou o segredo, também, em desfavor dele, quando fingi ser amigo dela.              Agora, medindo-me com os objetivos da escola, admito, sim, ser muito ruim mesmo, devido às circunstâncias adversas e já conto com muitos anos de experiência perdida, tudo é novo a cada segundo! E os meus 30, trabalhados na educação, não servem para aposentadoria para eles se livrarem de mim,  a burocracia precisa me castigar! Em todos esses anos, nunca presenciei a viabilização, nem mesmo parcial,  de uma sugestão minha em uma reunião de trabalhos escolares, apesar de minhas boas intenções para melhorar o sistema. Por isso, digo: A escola é um espaço hostil para mim.            Os alunos perguntam-me todos os dias: — por que o senhor veio hoje? Na sala dos professores, os colegas ficam torcendo pela falta de um, todos querendo sair mais cedo. Se um de nós adoecer ou morrer não importa, outros vão ter folga. A unidade escolar deveria ser o lugar mais aconchegante da terra por ser um ambiente de educação! Na verdade o é sim; mas, aliás, só para aqueles alunos que foram expulsos de outra unidade escolar: acolhidos incondicionalmente, com o pão e o circo, gerando verbas para a unidade escolar. (CiFA

domingo, 19 de março de 2023

A TERRA É LÉS(BI)CA SEM ZANGÕES ("Opção é escolher entre um sapato azul ou vermelho. Ser Gay, lésbica, trans... nunca foi opção e sim, uma condição imposta." — Leônia Teixeira)

 


A TERRA É LÉS(BI)CA SEM ZANGÕES ("Opção é escolher entre um sapato azul ou vermelho. Ser Gay, lésbica, trans... nunca foi opção e sim, uma condição imposta." — Leônia Teixeira)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma manhã de domingo quando me deparei com as manchetes alarmantes sobre a superpopulação mundial. Sentado à mesa da cozinha, com minha xícara de café fumegante, folheava as páginas do jornal, cada vez mais perplexo com as notícias que saltavam diante de meus olhos. O contraste entre o aroma reconfortante do café e o peso das palavras que lia era quase palpável.

Lembrei-me de como, há não muito tempo, interpretávamos as palavras bíblicas com otimismo. "Sede fecundos, multiplicai-vos, povoai a terra e dominai-a!", dizia o Gênesis. Era um chamado à vida, à expansão, ao progresso. Quantas vezes não ouvi essa passagem em casamentos, celebrando a formação de novas famílias? O mundo parecia uma página em branco, pronta para ser preenchida com novas gerações e possibilidades.

Mas agora, neste novo normal que se desenha diante de nós, as mesmas escrituras sagradas parecem ganhar um tom sombrio. "Felizes as estéreis, os ventres que jamais geraram e os seios que nunca amamentaram!" A profecia de Lucas, antes vista como um alerta distante, agora ecoa como um presságio perturbador do futuro que nos aguarda.

Enquanto sorvo meu café, agora morno, observo pela janela o movimento da rua. Famílias passeiam com seus filhos, casais de mãos dadas, idosos caminhando lentamente. A vida segue seu curso, aparentemente alheia às previsões apocalípticas. Mas por quanto tempo?

Os ambientalistas, outrora vistos como alarmistas, ganham cada vez mais voz. Suas advertências sobre a capacidade populacional da Terra, antes recebidas com ceticismo, agora ressoam com uma urgência inegável. A ideia de que poderíamos enfrentar escassez de alimentos e até mesmo de oxigênio já não parece tão absurda. A imagem de um planeta saturado e em colapso torna-se um lugar comum, e a ideia de procriar ganha uma nova perspectiva.

Volto à mesa para reabastecer minha xícara e noto, com ironia, que até mesmo este simples prazer poderia estar ameaçado. Os frutos da terra, incluindo o café que tanto aprecio, dependem cada vez mais de agrotóxicos para sua produção. E as abelhas, essenciais para a polinização, estão desaparecendo a um ritmo alarmante. É como se a natureza estivesse nos enviando sinais que insistimos em ignorar.

Retorno ao jornal e me deparo com uma notícia sobre a mais recente Parada do Orgulho LGBTQIAPN+. As imagens coloridas e festivas contrastam com meus pensamentos sombrios. Reflito sobre como esses movimentos, que celebram a diversidade e o amor em todas as suas formas, também representam, inadvertidamente, uma resposta natural ao desafio populacional que enfrentamos. O número de adeptos e a visibilidade dessas comunidades refletem uma realidade complexa e multifacetada sobre o desejo e o significado da reprodução.

Será que estamos caminhando para um mundo onde a homossexualidade se tornará não apenas uma orientação, mas uma escolha consciente para conter o crescimento populacional? A ideia me parece ao mesmo tempo fascinante e perturbadora. Como conciliar o desejo humano de procriar com a necessidade urgente de preservar nosso planeta?

Ao terminar meu café, percebo que passei horas perdido em reflexões. O sol já está alto no céu, e a vida lá fora continua seu curso implacável. Dez bilhões de habitantes – o número ecoa em minha mente como uma sentença. Será este o limite que a Terra não suportará?

Levanto-me, determinado a não me deixar paralisar pelo pessimismo. Afinal, cada era teve seus desafios, e a humanidade sempre encontrou maneiras de superá-los. Talvez o verdadeiro teste não seja evitar o colapso, mas reinventar nossa relação com o planeta e uns com os outros.

Enquanto lavo a xícara, penso em como cada pequeno gesto, cada escolha individual, pode contribuir para um futuro sustentável. O novo normal não precisa ser um futuro sombrio. Pode ser, ao contrário, uma oportunidade de redescobrir nossa conexão com a natureza e entre nós mesmos.

Saio para uma caminhada, decidido a observar o mundo ao meu redor com novos olhos. O desafio é imenso, mas também o é nossa capacidade de adaptação e inovação. A Terra, com suas belezas e fragilidades, nos exige um olhar mais atento e consciente. A pergunta que resta é: como podemos trilhar um caminho que respeite tanto o desejo humano de viver quanto as necessidades do planeta?

Talvez a resposta resida não em escolher entre multiplicar-se ou não, mas em aprender a coexistir com responsabilidade e sensibilidade. O futuro está em nossas mãos, e a chave pode estar em como escolhemos viver no presente. Quem sabe, em meio a essa crise, não encontraremos um caminho para uma existência mais harmoniosa e consciente? (CiFA

Questões Discursivas:

Questão 1:

O texto apresenta uma reflexão sobre o crescimento populacional e seus impactos ambientais e sociais. Considerando as ideias apresentadas, como a questão da superpopulação pode influenciar a forma como entendemos a família, a reprodução e o papel do indivíduo na sociedade?

Esta questão convida os alunos a refletirem sobre as implicações sociais e culturais do crescimento populacional, explorando temas como planejamento familiar, direitos reprodutivos e a relação entre o indivíduo e o coletivo.

Questão 2:

O autor faz uma comparação entre as interpretações passadas e presentes de textos religiosos sobre a procriação. Como a interpretação de textos sagrados pode ser influenciada pelo contexto histórico e social?

Esta questão incentiva os alunos a pensarem criticamente sobre a relação entre religião e sociedade, explorando temas como a interpretação de textos sagrados, a influência de valores culturais e a adaptação de crenças ao longo do tempo.

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sábado, 18 de março de 2023

O MEDO DE PERDER O IMPEDE DE GANHAR ("Sem sono, vigio a lua: cão sem dono." — Paulo J. Miskalo)

 


O MEDO DE PERDER O IMPEDE DE GANHAR ("Sem sono, vigio a lua: cão sem dono." — Paulo J. Miskalo)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Sou sobrevivente ao câncer; isso serviu para eu entender que é necessário ao homem que fique doente para endurecer o espírito e amolecer o corpo. Ou vice-versa, dependendo das substâncias de que são feitos os lados desse indivíduo; pois submetendo a cera ao sol, amolece; quanto ao barro, endurece. Aprendi também que "a sabedoria é como uma flor, de onde a abelha faz o mel e a aranha faz o veneno, cada uma de acordo com a sua própria natureza". (Provébio Cigano).

Assim sendo, as pessoas solteiras são mais solidárias, porque vivem em liberdade, fará mais gente feliz. Pude ver a alegria dos que me ajudaram sem pressão alguma. Os casados que se diziam meus amigos, omitiram-se, sentiram sentimentos solidários, porém agiram ao contrário, justificando-se por serem propriedades exclusivas de alguém, todos são pessoas com sentimentos, mas com propósitos diferentes.

Em minha doença, pensei que sem os cuidados de uma esposa iria morrer rapidamente, enganei-me, apenas estava abandonado para as cobras e, entre as pessoas sérias, casadas e moralistas, todos muito ocupados, ninguém achava oportunidade para me oferecer sua ajuda: qualquer aproximação pegava mal... a moral delas era constituída de aparência. Mulheres casadas ajudam seus maridos, e devem-lhes fidelidade; quem dera fossem uma extensão de sua bondade.

Eu não entendia como um velho canceroso se constituía um perigo para alguém, se essa doença não é contagiosa! Ou não era esse o problema? Bem feito, eu não ajudei ninguém, quando saudável; estava casado com a burrice. Então, não podia esperar que alguém pagasse meus favores, retribuindo-os, pois não existiram.

Agora sofro remorsos e lamento dizer que estão enganados a meu respeito, moral e financeiramente. Contudo, qualquer pessoa é perigosa para os casados, sim, porque eles não são investidores, são conservadores do pouco que adquiriram, pois há sem meios de ganhar mais: o medo de perder os impede de ganhar. Assim sobrou mais espaço para outros me ajudarem com liberdade, os que podiam ser voluntários. E agora estou feliz, porque perdi esse medo das solteiras, divorciadas e sem dono. Eu só queria ser o "Cabeça branca dono da lancha." para lhes retribuir também financeiramente. Eternamente agradecido a estes. I Co. 7:32 "O que desejo de fato é que estejais livres de preocupações. Quem não é casado pode se entregar aos assuntos do Senhor, em como mais poderá agradar ao Senhor." CiFA

POVO SUFRAGISTA, TOLOS COM INICIATIVA ("Um povo que não sabe nem escovar os dentes não está preparado para votar." — João Batista Figueiredo)

 


POVO SUFRAGISTA, TOLOS COM INICIATIVA ("Um povo que não sabe nem escovar os dentes não está preparado para votar." — João Batista Figueiredo)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Só nas eleições para gestores escolares, vejo candidato único. Então, as regras dizem que para ser eleito sobre o nada, terá de atingir cinquenta por cento mais um dos votantes. Aqui não vale o antigo pensamento: "quem cala consente". Tem mesmo que comparecer e receber a orientação da comissão eleitoral: — "é só marcar o quadradinho" — dizem eles encabrestando o voto. VOCÊ VAI VOTAR EM QUEM? Na chapa única, ou seja, no papel que só tem um nome, é tudo ou nada. Marcar nada é não cumprir a obrigação!

Por isso até agora não entendo por que, nesse cargo, ninguém quer entrar, e ninguém quer sair. Aliás, não entendo também a falta de transparência do sistema educacional quando manda um interventor. Em tempo de eleições, devo lembrar-me dos tapinhas nas costas e prever o chute na bunda. A verdade é que em toda campanha eleitoral tem tudo em comum, os beijos e outros gestos enganosos (Pv 27:6; 26:24-28); Gente falsa e, por isso, não é de causar surpresa que suas palavras e afeições são falsas (Sl 28:3; 55:21). Assim como a prostituta, muitos têm coração sutil (Pv 7:10), eles comprometeram a verdade e a integridade de suas almas, por isso, também, as suas palavras são comprometedoras. Suas grandes palavras inchadas de vaidade, é tanta inchação de mentiras que voam pelos ares. Julgue-os pelas suas vidas (IIPe 2:18; Jd 1:16)! O povo despreparado elege seus políticos e, em pouco tempo, quer tirá-los do cargo público. "De tudo que existe, nada é tão estranho como as relações humanas, com suas mudanças, sua extraordinária irracionalidade." (Virginia Woolf). A pior classe é o povo tolo com iniciativa. CiFA

sexta-feira, 17 de março de 2023

O QUINHÃO DO PLANTIO ("O sucesso torna as pessoas modestas, amigáveis e tolerantes; é o fracasso que as faz ásperas e ruins." — W. Somerset Maugham)

 


O QUINHÃO DO PLANTIO ("O sucesso torna as pessoas modestas, amigáveis e tolerantes; é o fracasso que as faz ásperas e ruins." — W. Somerset Maugham)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Pessoas engajadas nas tendências da moda intimidaram-me com suas repetições, queriam que eu deixasse de escrever aqui, o que elas não querem ouvir. Porém, vou perder esta luta, pois eu sou só um, vocês são a maioria, meu poder de destruição não se equivale ao de vocês. Então, não sou eu o culpado pelo genocídio moral e espiritual da sociedade "politicamente correta". Educação escolar de qualidade não tem viço nas tecnologias deste tempo, senão os intelectuais do passado não seriam melhores.

Na escola, não devia ser assim: Os ruins puxam os menos ruins para baixo com preguiça ou vergonha de ser visto seguindo-os. E os bons não contagiam, são portadores de "Ruídos", sem direito de expressão, ameaçados pelo cancelamento. Aprendi isto: jogam-se pedras em árvores com frutos.

Em minha loucura, considero-me ainda um intelectual, por fugir do senso comum, mesmo sujeito à discriminação. Como se não bastasse o bullying corriqueiro ao idoso, selecionam os melhores e fazem deles uma minoria perseguida. Aliás, o destino é sempre a favor de quem tem ideias criativas. E a sorte existe para quem é de Deus e está dentro do plano existencial, uma vez elaborado pelo o Criador, então as coisas acontecem para as pessoas certas no instante certo. Não tenho culpa do seu fracasso. É seu quinhão do plantio. (Cifa

quinta-feira, 16 de março de 2023

FRUTO DO MEIO ("Não vemos as coisas como são: vemos as coisas como somos." — Anaïs Nin)

 


FRUTO DO MEIO ("Não vemos as coisas como são: vemos as coisas como somos." — Anaïs Nin)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Naquela tarde de domingo, folheando o jornal local, deparei-me com uma notícia intrigante: o tema da redação do ENEM 2019 fora "Democratização do acesso ao cinema no Brasil". Um suspiro escapou-me, mesclando alívio e nostalgia. Finalmente, pensei, um tópico que fugia às discussões de gênero que dominavam os debates recentes.

O cinema, outrora chamado de "oitava maravilha do mundo", sempre foi um assunto rico em possibilidades para reflexão. Enquanto minha mente divagava pelas memórias de tardes passadas na penumbra acolhedora das salas de projeção, uma sombra de dúvida se formou. Será que os jovens vestibulandos, nascidos na era digital, conseguiriam ver além da superfície reluzente da tela grande?

Lembrei-me de uma conversa com meu sobrinho, que resumiu os filmes atuais como "só pancadaria e sacanagem". Suas palavras ecoavam com nova ressonância diante do tema do ENEM. É inegável que o cinema mudou drasticamente desde minha adolescência. As bilheterias parecem premiar cada vez mais o espetáculo vazio, a violência gratuita e o apelo sexual desmedido. Onde estão as narrativas que nos faziam pensar, que nos emocionavam sem recorrer aos instintos mais básicos?

Imaginei os jovens diante da folha em branco, tentando elaborar argumentos sobre a democratização do acesso ao cinema. Quantos conseguiriam enxergar além dos blockbusters hollywoodianos? Quantos teriam sido expostos ao cinema como forma de arte, como veículo de ideias e reflexões profundas?

Minha mente vagou para a alegoria da caverna de Platão. Não estaríamos todos, de certa forma, acorrentados diante de sombras projetadas? O cinema, que prometia ser uma janela para novos mundos, não estaria se tornando apenas mais uma parede em nossa caverna moderna?

As instituições que deveriam ser guardiãs de valores elevados - famílias, escolas, igrejas - parecem ter se rendido a uma cultura que celebra o choque e o escândalo. Onde está a cultura que cultivava o intelecto, a moral, o espírito? A discussão sobre a democratização do acesso ao cinema poderia ter seguido caminhos inesperados, abordando não apenas a disponibilidade física dos filmes, mas também o conteúdo e seu impacto na sociedade.

Folheando mais algumas páginas do jornal, uma manchete sobre conflitos em um país distante trouxe à tona a lembrança das atrocidades que a humanidade é capaz de cometer. Por que, mesmo em meio ao caos da guerra, o ser humano ainda encontra espaço para a crueldade do estupro? Essa reflexão me fez questionar o papel do cinema na formação de nossa percepção sobre violência e sexualidade.

O cinema, como qualquer forma de expressão humana, é um reflexo de quem somos. Se o que vemos na tela nos desagrada, talvez seja hora de olharmos mais profundamente para nós mesmos. A verdadeira democratização do cinema não deveria ser apenas sobre abrir portas para que todos assistam aos filmes, mas sobre permitir que todos possam ver o mundo com olhos críticos e reflexivos.

Enquanto me levantava para fazer um café, pensei nos milhares de jovens elaborando suas redações. Esperava sinceramente que alguns deles conseguissem enxergar além das sombras, encontrando nas entrelinhas desse tema aparentemente simples a oportunidade de questionar, sonhar e propor um cinema - e um mundo - diferente.

Afinal, não é isso que a verdadeira cultura deveria fazer? Elevar-nos acima de nossa condição atual, lembrar-nos do que há de divino em nós, inspirar-nos a respeitar e celebrar o milagre da vida em todas as suas formas?

Com esses pensamentos, dirigi-me à estante de DVDs, decidido a revisitar alguns clássicos. Talvez fosse hora de acender algumas luzes nesta caverna, reconhecendo as correntes invisíveis que nos prendem e buscando a luz da verdade, mesmo que isso signifique enfrentar as sombras mais desconfortáveis de nossa própria existência.

Duas questões discursivas sobre o texto:

1. O autor expressa preocupação com a qualidade do conteúdo cinematográfico atual e seu impacto na formação dos jovens. De acordo com o texto, quais são as principais críticas à indústria cinematográfica contemporânea e como elas influenciam a forma como os jovens percebem o mundo e a si mesmos?

Esta questão convida os alunos a refletir sobre a relação entre a cultura popular e a formação da identidade, analisando as implicações do consumo de determinados conteúdos audiovisuais.

2. O texto estabelece um paralelo entre a alegoria da caverna de Platão e a experiência cinematográfica contemporânea. Explique essa analogia e discuta como ela pode ser utilizada para analisar o papel do cinema na sociedade atual.

Esta questão estimula os alunos a aplicar um conceito filosófico clássico a um contexto contemporâneo, promovendo uma reflexão crítica sobre a função do cinema e sua influência na construção da realidade.

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quarta-feira, 15 de março de 2023

A "CORUJA DE MINERVA" EXISTE ("Preencha o minuto em que você acha impossível perdoar por 60 segundos de distanciamento." — Rudyard Kipling)

 


A "CORUJA DE MINERVA" EXISTE ("Preencha o minuto em que você acha impossível perdoar por 60 segundos de distanciamento." — Rudyard Kipling)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Hoje, uma coruja pousou no meu portão, já era quase o pôr do sol, quando eu saía para trabalhar; desceu como um alienígena, e se assentou no batente superior. Passei por baixo, e ela não se mexeu, eu temi que esse presságio fosse desfavorável para a minha saúde. Talvez, iminente conflito, reforçando as lutas deste dia. Pois a Coruja representa Minerva que era a deusa romana da sabedoria, das artes e das estratégias de guerra. É equivalente a Atena para os gregos. Nascida já adulta do cérebro de Júpiter, Minerva é descrita com um escudo, lança, armadura e capacete de guerra. Graças a Deus, até agora, nada me aconteceu de ruim. Só espero que o mal da saúde seja atenuado com a certeza de um tratamento eficaz. O gavião, que a espreitava do poste, correu atrás dela. Eu queria que fosse a representação de uma solução qualquer para o que quer que vier acontecer.

           Doença de amor é bem vinda: oxalá fosse viver uma gratificante experiência amorosa, amorosa felicidade, e vida pacífica e feliz. Porém, parece-me que esta não é a melhor interpretação! É hora de me preparar para o pior! Até porque vivemos em anos de pandemia, não dá para ficar devaneando, não há tempo para plantar, só para colher, agora a circunferência está fechando, andamos do fim para o começo. Eu vou me esforçar para ter um humor mais jovial e boa natureza para o meu encontro com você, apesar do distanciamento obrigatório. A flexibilidade é altamente necessária neste momento. No purgatório, ninguém é feliz. Inversão de valores: Nesta terra, sofrer deveria ser opcional. Ser feliz, obrigatório. (CiFA