FALTA DE DESEJO DE APRENDER
Causas e Consequências
Clenilda Cazarin Pezzini*1
Maria Lidia Sica Szymanski*2
Dentre todas as dificuldades pelas quais passa a educação no Brasil,
destaca-se, atualmente, um grande desinteresse por parte de muitos alunos,
por qualquer atividade escolar. Freqüentam as aulas por obrigação, sem,
contudo, participar das atividades básicas. Ficam apáticos diante de
qualquer iniciativa dos professores, que se confessam frustrados por não
conseguirem atingir totalmente seus objetivos.
Esta pesquisa, com alunos, professores e demais membros da
comunidade escolar, buscou investigar por que tais alunos mostram-se
desinteressados pelos estudos, a fim de possibilitar a busca de alguma saída,
de modo a que tais alunos adquiram os conhecimentos mínimos desejados
pela escola e que são um direito de todos.
Das leituras efetuadas, descobriu-se que desejo é o sentimento muito
forte do querer. É querer tanto, a ponto de não medir esforços para
conseguir o objeto desejado. Segundo RUDEL (2007, p.35), “um impulso não
satisfeito em tempo leva ao surgimento de uma tensão - que caracteriza o
desejo.” E sempre que “...o indivíduo pensa na coisa desejada, está criando
ou aumentando tensão psíquica, e ficando assim como alvo de motivação
que o levará a agir no sentido de satisfazer o desejo surgido.” O desejo é
próprio de seres inacabados, pois um ser que não carecesse de nada não
desejaria nada, seria um ser perfeito, um deus.
Sendo próprio de seres inacabados, ele deveria fazer parte de todo
ser humano – incluindo, naturalmente, os alunos, que, segundo FREUD
([1910] (1990), deveriam fazer parte dos “desejantes de saber”, tal como as
crianças e os cientistas.
É interessante ressaltar que o sujeito infantil está interessado no
conhecimento das coisas sexuais, e para Kupfer (1995, p. 80) a descoberta
da diferença sexual anatômica é o início do desejo de saber, pois a “criança
descobre diferenças que a angustiam. É essa angústia que a faz
* 1 Pedagoga do Colégio Estadual Beatriz Biavatti, em Francisco Beltrão-PR
clenildapezzini@ibest.com.br
* 2 Pós-doutora em Psicologia, Desenvolvimento humano e Educação.Professora
da FACIAP e UNIOESTE. szymanski_@hotmail.com
querer saber”. É o interesse pelas coisas sexuais que, posteriormente,
deslocar-se-á para outros objetos, tais como o conhecimento veiculado por
meio do trabalho pedagógico com o conteúdo escolar.
Se o desejo está ligado à história pessoal de cada sujeito infantil, o que
restaria ao professor, nos casos em que o aluno apresenta-se desinteressado
quanto ao saber?
Para KUPFER (1995, p. 79), “... o processo de aprendizagem depende
da razão que motiva a busca de conhecimento”, ressaltando o porquê da sua
importância. Os alunos precisam ser provocados, para que sintam a
necessidade de aprender, e não os professores “despejarem” sobre suas
cabeças noções que, aparentemente, não lhes dizem respeito. A forma de
apresentar o conteúdo, portanto, pode agir em sentido contrário,
provocando a falta de desejo de aprender que seria, para os alunos, o
distanciamento que se coloca entre o conteúdo e a realidade de suas vidas.
Quando o aluno não percebe de que modo o conhecimento poderá ajudá-lo,
como desejará algo que lhe parece inútil?
Esta inutilidade também aparece na dificuldade de conseguir emprego
tão logo completem seus estudos. Então, parece-lhes que perderam tempo
na escola.
As políticas educacionais praticadas pelo MEC nem sempre vêm
contribuindo para o desejo de aprender. Como exemplo a ser citado é a
aprovação, pelos Conselhos de Classe, de alunos que não adquiriram o
conhecimento mínimo necessário e, portanto, a média exigida. (Resolução nº
3794/04)
Como resolver tais situações?
Uma maneira prática de incentivar os alunos a buscarem
conhecimento é o desenvolvimento da autonomia, que pode ser encarada ao
mesmo tempo como capacidade a ser desenvolvida pelos alunos e como
princípio a ser adotado pelos professores. É gerando ações e vivenciando-as
com os alunos através de temas estimulantes e buscando sempre o sentido
daquilo que se faz, criando atitudes, valores e normas, que o professor terá
condições para uma situação geradora de autonomia e segurança, não só
para os estudos, mas também para a vida.
A construção da autonomia é muito mais importante do que a
exigência de “disciplina”, pois crianças “... encorajadas a pensar ativa,
crítica e autonomamente aprendem mais do que as que são levadas a obter
apenas competências mínimas” (KAMII, 1986, p. 120). Esta autonomia é
criada também pela oportunidade de participação. O aluno precisa sentir-se
acolhido, respeitado, encorajado a fazer perguntas sobre o que não
entendeu, pois, do contrário, levará consigo suas dúvidas pelo medo de “dar
um fora”.
O acolhimento, o respeito e o encorajamento, bem como a
responsabilidade, devem ser praticados também na família, cuja
participação na vida escolar dos filhos é fundamental. E quando se fala em
respeito, deve-se lembrar que os jovens têm seu jeito próprio de ser, de se
comportar, de falar. Desde que este jeito não fira o jeito dos demais, ele deve
ser respeitado, pois não adianta querer que os jovens mudem para agradar
aos professores.
A Pesquisa de campo: Desejando buscar o desejo do aluno
Este estudo objetivou pesquisar as causas apontadas pelos alunos
para a falta de desejo de aprender. Para isso, foi feita uma pesquisa
exploratória, que pode ser definida como um meio para conseguir maior
conhecimento sobre o assunto, antes de tomar qualquer outra atitude, ou
seja, é um estudo preliminar sobre determinado assunto a ser investigado
posteriormente. Segundo GIL (1994, p. 44), a pesquisa exploratória “... tem
como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e
idéias, com vistas na formulação de problemas mais precisos ou hipóteses
pesquisáveis para estudos posteriores ... constituindo, muitas vezes, a
primeira etapa de uma investigação mais ampla”.
A técnica utilizada para a pesquisa foi a Entrevista semi-estruturada,
que, ainda segundo GIL (1994, p. 113), “... uma das técnicas de coleta de
dados mais utilizada(...) por pesquisadores que [tratam de problemas
humanos],(...) não apenas para coleta de dados, mas também com objetivos
voltados para diagnóstico e orientação...”. E foi considerada semiestruturada, por basear-se em um roteiro com perguntas abertas e ainda,
possibilitarem que outras perguntas surgissem das respostas obtidas.
Trabalhou-se com 18 alunos, de 7ª e 8ª séries, nos turnos matutino e
noturno, de uma escola da rede pública estadual, selecionados de acordo
com os seguintes critérios: a) faltavam às provas e não procuravam fazer a
prova substitutiva; b) chegavam freqüentemente atrasados no primeiro
horário; c) não entregavam os trabalhos escolares; d) recusavam-se a
desenvolver as atividades em sala de aula com a maioria dos professores; e)
ao serem questionados sobre esses procedimentos, mostravam-se
indiferentes.
Feita a seleção dos alunos a serem envolvidos nesta pesquisa,
foi elaborado o roteiro de entrevista, aplicada individualmente. E, os dados
foram analisados de acordo com o método DSC (discurso do sujeito
coletivo), definido por LEFÉVRE (2003) como uma forma de representar o
pensamento de uma coletividade, num só discurso-síntese, ou seja, utilizar o
discurso de todos como se fosse de uma única pessoa.
Apresentação, Análise e Discussão dos Resultados
A seguir, relatam-se as questões apresentadas aos sujeitos e suas
respostas, analisadas com base na construção do Discurso do Sujeito
Coletivo (LEFÉVRE, 2005).
Como você avalia sua escola?
“É a melhor escola de todas. Poderia trocar a professora de
matemática, que às vezes chega mal-humorada; o ensino é igual a outras
escolas mas poderia ter mais cobrança. A falta de professores atrapalha.
Deveria ter mais aulas práticas, como a feira interdisciplinar que eu gostei
muito, e menos conversas durante as aulas. Não gosto de ser sempre
mandada para a direção. A escola é regular, o pátio é grande, mas falta
pintar as paredes, consertar quadros, carteiras e melhorar a quadra. Tem
muito menino em algumas turmas. A direção e coordenação são legais, mas
tem muito “piá metido”, que gosta de brigar. O ensino aqui é bom, é melhor
do que a outra onde eu estudava, mas tem alunos que atrapalham. Alguns
professores explicam bem a matéria. A cantina deveria mudar de lugar (fica
perto dos banheiros)”.
Como se pode perceber, a maioria dos alunos entrevistados gosta da
escola, porém constata-se uma maior preocupação com a melhoria da parte
física do que com a melhoria do processo pedagógico, o que leva a supor
que para estes, ESCOLA é o prédio. Entretanto, um dos alunos percebe que
a falta de professores é um entrave para a aprendizagem. De fato,
professores faltam por diversos motivos (doença na família, viagens para
cursos, entre outros) e muitas vezes não há substituição. Assim, os alunos
percebem que seus estudos não estão rendendo quanto poderiam, pois a
falta do professor titular gera aulas menos interessantes, ministradas por
substitutos não tão bem preparados, que estão ali mais para cumprir
horários do que propriamente preocupados com a aprendizagem dos alunos.
A preocupação com a parte física, que na verdade é o aparente e,
portanto, diretamente constatado, é facilmente percebida, pois o prédio em
questão realmente apresenta tais falhas. O fato de carteiras estarem
estragadas, quadros-de-giz riscados e/ou com rachaduras, quadra de
esportes inacabada, geram relativo desconforto para professores e alunos. O
desconforto gera indisciplina, que pode ser uma das causas de dificuldade
de aprendizagem, pois o desconforto causado pela cadeira torta ou a quadra
inacabada, pode contribuir para que o aluno não consiga a concentração
necessária à aprendizagem.
Qual o professor que você mais gosta e por quê?
“Não tenho preferência, mas gosto de Educação Física – teoria.
Geografia eu gosto da matéria, de aprender sobre países. Gosto também de
Matemática. Gosto das professoras que explicam bem a matéria, que
conversam com respeito, que “prepara” aulas interessantes. Têm
professores que são muito legais, que conseguem uma aula mais organizada,
que, depois de explicarem bem a matéria, ainda perguntam se a gente
entendeu, mostrando-se interessados. Estes são bons professores,
conversam amigavelmente, fica fácil entender a explicação deles. Eles
falam com calma, atendem individualmente, não são estressados. São
descontraídos e, às vezes, até divertidos. Eles explicam quantas vezes for
necessário. A gente consegue aprender”.
Os alunos gostam de professores que explicam bem a matéria, que os
tratam com carinho, com respeito. Alguns alunos também citaram o
atendimento individual (na carteira) dado por alguns professores. É neste
atendimento individual que o aluno cria a coragem necessária para fazer
perguntas, que ele não faria em público, por medo da reação dos colegas. E
perguntar, segundo Freire, (1985, p. 46) é o início da aprendizagem. “... o
que o professor deveria ensinar [...] seria, antes de tudo, ensinar a
perguntar. Porque o início do conhecimento, repito, é perguntar. E somente
a partir de perguntas é que se deve sair em busca de respostas.”
Sendo assim, é necessário que se estimule o aluno a fazer perguntas, e
a presença do professor na carteira do aluno pode ser a única oportunidade
para que o faça.
Por outro lado, chegar perto do aluno, conversar com ele, demonstrar
respeito por suas idéias, suas dúvidas, estimula-o à participação nas tarefas
escolares. Todo ser humano gosta de atenção. E os alunos, muitas vezes, só
a têm na escola. Um conceito positivo de si mesmo facilita ao aluno a
possibilidade de aprendizagem, pois “[P] perde-se a auto-estima quando se
passa por muitas decepções e frustrações, situações de perda, ou quando
não se é reconhecido por nada que se faz, isto é, quando o outro nada deseja
de nós e, portanto, aprende-se a nada desejar” (SZYMANSKI, 2006, p. 167).
Então, a atenção do professor, demonstrando interesse pelas atividades do
aluno, estimulando-o ao esforço contínuo, resulta muito melhor do que tratálo com aspereza ou, pior ainda, com desprezo.
Qual o professor que você menos gosta e por quê?
“Não gosto de alguns professores, apesar de não ter nada contra, mas
não vou bem na matéria. Por exemplo, não gosto de Matemática. Não gosto
de professor que esnoba, que compara a gente com nossos irmãos, dizendo
que eles são tão inteligentes, deixando claro que a gente não é. Tem
professores que falam muito baixo, e como a turma faz muito barulho, não
consigo entender. Estes professores são os que não conseguem controlar a
turma. Tem alguns professores difícil de lidar, são meio ‘grossos’ no trato
com a gente. Se a gente não entendeu e pedir nova explicação, eles olham
com cara feia e nos respondem mal. Alguns professores gritam com a gente,
e então eu respondo igual. Alguns professores estão sempre mal-humorados,
parece que já amanhecem “azedos”, e ficam jogando na cara da gente coisas
que aconteceram em outros anos”.
A maioria dos entrevistados não gosta de atitudes relacionadas com
indelicadeza no trato, mau-humor, impaciência, etc. Percebe-se que eles
reclamam também de professores que “não conseguem controlar a turma”.
De fato, quando a aula não é muito interessante, os alunos não conseguem
interessar-se por ela e tumultuam a sala de aula. Eles percebem também se
o professor está inseguro, e, neste caso, o tumulto fica ainda maior. Quando
isto acontece, além de rever seu planejamento, o professor precisa
encontrar meios de manter a turma interessada nas atividades, através de
conversas, atitudes firmes, estabelecimento de normas em conjunto com os
alunos, dando-lhes atenção, enfim, mantendo a autoridade sem ser
autoritário.
Alguns fatores contribuem para o estresse e o mal-humor docente, dos
quais os alunos se queixam. O número excessivo de aulas a que o professor
precisa submeter-se, o número também excessivo de alunos em sala de aula,
muitos deles sem limites de comportamento, são alguns dos problemas
inerentes ao magistério, cujo teor a APP-Sindicato divulga constantemente e
pela resolução dos quais vem lutando. Entretanto, o professor deveria estar
psicologicamente preparado para lidar com a situação, já que ela ocorre,
como de fato, muitos estão. Percebe-se claramente na mesma turma em que
alguns professores não conseguem realizar um bom trabalho, alegando que
a turma não corresponde, outros conseguem que os mesmos alunos realizem
qualquer tipo de atividade para a qual sejam desafiados. Então, o problema
não é somente a turma. Ele está também na atitude do professor, que é
quem deve criar condições para a aprendizagem. Segundo GASPARIN,
(2005, p. 15), “ ... o educando deve ser desafiado, mobilizado, sensibilizado;
deve perceber alguma relação entre o conteúdo e a sua vida cotidiana, suas
necessidades, problemas e interesses. Torna-se necessário criar um clima de
predisposição favorável à aprendizagem”.
Porém, as atitudes dos professores apontadas pelos alunos, fazem o
efeito contrário. O conteúdo a ser trabalhado muitas vezes não é
devidamente relacionado com a vivência do aluno, que não consegue
estabelecer utilidade desta aprendizagem para si. Neste caso, desinteressa-
se pelo assunto e passa a perturbar o andamento da aula.
Como deveria ser a escola para você gostar?
“Seria uma escola sem brigas, sem gente metida. O prédio seria
pintado de vermelho, azul ou branco, teria portões altos, curso de
computação com sala de computadores. Teria disciplinas diárias (uma
matéria por dia), turmas menores, espaço para jogos no recreio, piscina,
turno contrário com atividades. Ela teria uma quadra bem feita com traves
fixas para futsal e outros jogos e também quadra de areia, área de lazer
para turno contrário, ambiente para leitura e pesquisa. Pátio com árvores de
sombra. Teria laboratório para Ciências, biblioteca, aulas ao ar livre,
quadros brancos, carteiras universitárias, cor suave nas paredes. O prédio
teria dois pisos: embaixo teria a cantina, banheiros, cozinha, secretaria, etc.
Em cima seriam as salas de aula. As salas seriam espaçosas e bem
ventiladas, com TV em cada sala. Aulas mais interessantes – diferentes,
práticas, Professores excelentes, ver com alunos o que gostariam de ter na
escola: laboratório, biblioteca boa, ensino integral com espaço suficiente.
Mesas no pátio, cantina boa... Seria um colégio grande, com salas
organizadas, bem arejadas, ambiente florido no pátio. Teria aulas de
natação, outras modalidades de jogos, sala de informática, professores bemhumorados. Os professores não faltariam ou haveria substitutos, ou então
teria atividades extras prontas, para o caso de faltar professor. Não teria
goteiras (aqui tem)”.
Uma idéia chama atenção. O fato de os alunos preferirem um prédio
com dois pisos ou mais. Na realidade, a escola em questão possui apenas um
piso e é compartilhada com uma escola municipal, de 1ª a 4ª séries, o que
faz com que o espaço livre seja reduzido. Neste caso, segundo eles, se
houvessem mais pisos sobraria espaço livre para circulação de pessoas no
pátio, colocação de mesas com bancos para atividades de aula, jogar xadrez
e outras ocupações.
Percebe-se também a preocupação de alguns alunos com salas mais
arejadas, o que é perfeitamente justificável, pois numa sala com 45/50
alunos, as janelas precisariam ser mais amplas e não basculantes, pois este
tipo de janela dificulta a entrada e circulação de ar. Nos dias mais quentes,
esse ar parado causa muito desconforto, incluindo dores de cabeça e até
desmaios. Constata-se, portanto, ainda uma ênfase nos aspectos físicos e
nos espaços destinados ao lazer.
Entretanto, a escola ideal, para a maioria deles, teria também bons
professores, bem preparados, que não faltassem ou, nesses casos, fossem
substituídos, que preparassem aulas interessantes, enfim, uma escola
prazerosa, onde pudessem sentir-se seguros, amparados, bem orientados, a
fim de saírem dela como vencedores.
Você gosta de estudar? Por quê?
“Muito pouco. Gosto de estudar, mas leio pouco. Entretanto, me
esforço para aprender, apesar de às vezes ser preguiçoso. Não gosto de
resumir textos. Gosto só de algumas matérias. Quando consigo aprender me
realizo. Estudo com meu pai. Ultimamente consegui entregar alguns
trabalhos atrasados. Corri atrás do prejuízo. Alguns professores reclamam
do meu jeito de ser. Se eu estiver rindo acham que estou debochando. Estou
gostando mais de estudar agora, depois que passei para a noite. Eu gostava
mais de estudar, mas aos poucos fui deixando de gostar e também tenho
pouco tempo. Não gosto. Prefiro outras coisas, como trabalhar (mecânico,
junto com o pai). Não tenho vontade de estudar, se bem que à noite é mais
tranqüilo. Na verdade, nunca gostei de estudar”.
De fato, a maioria não está muito interessada em estudar. Alguns
ainda declaram gostar, porém a maioria procurou desconversar. A resposta
mais ouvida foi um tímido “é... mais ou menos”. E não explicaram por quê.
Inicialmente, havia a hipótese de que eles tivessem deixado de gostar dos
estudos por algum motivo relacionado à escola ou a algum professor. Mas,
aparentemente não foi isso que aconteceu. Alguns alunos declararam que
gostam de estudar, que se esforçam para aprender, que contam com a ajuda
dos pais, etc.. Porém, o resultado, segundo professores, não tem sido o
esperado.
Dada a situação financeira precária de muitas famílias, a busca por um
trabalho remunerado tem sido prioridade até para alunos menores. Mas,
como convencer um aluno de que ele precisa estudar para garantir o futuro,
se ele não sabe se haverá o que comer em casa hoje mesmo?
Certamente, para tais alunos, as aulas precisam melhorar muito. O
ensino precisa estar atrelado à situação econômica de suas famílias, a fim de
que possa interessá-los e de que possam entendê-lo, percebendo a utilidade
para suas vidas.
Qual foi a experiência mais importante em sua vida escolar?
“Uma palestra sobre drogas que teve neste Colégio, aprender a ler na
1ª série quando alguns não aprenderam. Poder estudar à noite. É mais
fresco (o ar) e mais tranqüilo, ser aprovado na 6ª série, e participar de todas
as aulas de teatro. Trocar para este Colégio, fazer uma viagem para Salto
Segredo, um piquenique no Seminário e um passeio num sítio, ser
aprovado. Gostei muito também do passeio na chácara do tio da B. Z., de
uma Semana da Cultura (atividades culturais – apresentações), minha
participação no Fera, na 5ª série, todas as experiências fora da sala
(entregar fitas brancas na Semana da Paz, conhecer o laboratório da USP,
visitar o laboratório da UNIPAR), os campeonatos inter-séries e as gincanas,
ganhar a gincana no ano passado, fazer uma viagem às Cataratas do Iguaçu.
Sempre gostei das festas juninas e também gosto de fazer pesquisas”.
Chama a atenção, o fato de que muitas experiências consideradas
importantes pelos alunos aconteceram fora da sala de aula, ainda que no
ambiente escolar, reforçando a idéia de que as salas de aula estão sendo (ou
parecendo) sufocantes. Entretanto, não foi qualquer tipo de aula que eles
consideraram como boas experiências, e sim atividades diferenciadas, como
viagens de estudos, jogos, palestras, etc. Este tipo de aula realmente sempre
foi bem recebido pelos alunos, embora trabalhoso para o corpo docente,
devido à grande dificuldade em prepará-las e executá-las, por falta de
estrutura física da escola, além dos empecilhos em conseguir o material
necessário, bem como o transporte para as aulas-passeio. Mesmo assim, a
escola deve continuar organizado-as, pois são perceptíveis seus melhores
resultados, em relação à tradicional sala de aula.
Qual a experiência escolar mais difícil para você?
“Fazer os “provões”, pois a gente fica muito nervoso. Não gosto
quando os professores trabalham muita teoria. A gente fica cansado. A pior
experiência foi reprovar, mas também não gostei quando um professor me
chamou de corno. As bagunças na sala de aula sempre me prejudicaram. Ir
para a delegacia, quando briguei com um colega. “Apanhar” da professora
quando estava no Pré, ser xingado pelo policial do PROERD e ainda cair no
chafariz do parque, durante uma visita à Expobel. Foi um vexame. Ser
xingado pelos professores. Não gosto quando fazem isso comigo, na frente
dos colegas. Ter me envolvido em algumas brigas e ter sido expulso do outro
Colégio”.
Distinguem-se perfeitamente dois fatos que desagradaram à maioria
dos alunos entrevistados: terem reprovado e/ou terem sido tratados
rudemente por algum professor. A reprovação marca profundamente a vida
de um aluno, pois além de perder um ano de suas vidas, eles ficam
separados da “sua” turma, dos colegas de vários anos e, principalmente,
sentem a responsabilidade de desagradar aos pais e à família. Os alunos que
reprovam podem até disfarçar com um ar de pouco caso, mas por dentro
sentem-se arrasados. Muitas vezes a reprovação lhes serve como lição, e
procuram ser mais responsáveis no ano seguinte, esforçando-se para
melhorar seu desempenho; mas, para alguns, ela de nada vale. As atitudes
irreverentes continuam, ou mesmo pioram.
Uma das causas para tais atitudes pode ser a não-reprovação
praticada pelas escolas nos últimos anos. Ouvem-se comentários do tipo:
“fulano nada fez o ano todo e passou; então para quê estudar?” Infelizmente
tais fatos acontecem. É necessário que os alunos compreendam a
importância de estudar e aprender para a vida, e não apenas para passar de
ano. Se o objetivo é ensinar realmente, precisamos lembrar que ensinar, no
sentido etimológico, significa “colar uma insígnia”, ou, neste caso, um saber.
Para isso, o aluno precisa dispor-se a aprender por entender que ninguém
poderá fazê-lo por ele, já que, como afirma MORAIS (1986, p. 10), “... a vida
é um caminho e ninguém pode caminhar pelo outro o caminho que é do
outro”.
Ainda, segundo o mesmo autor, “... só há ensino quando há
companheirismo entre ensinante e ensinando, educador e educando, pois o
que caracteriza o ensinar é a ultrapassagem da coexistência para a
convivência”. E nas respostas dos alunos fica bem claro que as atitudes dos
professores que lhes proporcionaram as experiências escolares mais difíceis
ficam apenas na coexistência, pois a convivência precisaria ser mais
harmoniosa para facilitar processo de aprendizagem.
Qual foi a experiência mais importante em sua vida pessoal?
“A separação de meus pais, porque acabaram as brigas. Conseguir
emprego na Bilhares Líder e poder ganhar meu próprio salário e melhorar
de vida (financeiramente). Nos últimos anos consegui mudar meu
comportamento para melhor. Uma coisa muito boa foi ter ido ficar uns
tempos com meu pai, em Brasília, ter ganhado um irmão (está com 4 meses)
e ainda ter a ajuda de meus pais; quando precisei da bicicleta para trabalhar
o pai me deu. Nossas idas à praia com a família, ganhar um cavalo, que eu
queria tanto. Sempre gostei de festas, então as festas de Natal e Ano Novo
sempre foram ótimas para mim. Uma experiência inesquecível foi uma visita
ao Parque Aquático (Rio Negro), com meus pais, tios e primos e uma viagem
a Curitiba onde fiquei alguns dias fazendo curso. Viajar para Londrina,
ganhar uma bicicleta do PROERD, ganhar um computador e um celular”.
No projeto inicial, salientou-se a importância da participação da
família na vida escolar dos filhos. As respostas listadas acima confirmam
essa afirmação. De uma forma ou de outra, todas as “melhores
experiências” estão relacionadas à família. Por mais inexpressivo que
parecesse o acontecimento, ele ficou gravado para o aluno como muito
importante: viajar, ganhar presentes, conseguir emprego, melhorar de vida,
etc. Será que uma participação mais efetiva da família na vida escolar dos
filhos não os levaria a acreditarem mais na importância do ato de estudar? O
desinteresse dos pais não estará atestando para o filho que, se estudar fosse
importante, seus pais também estariam interessados? A verdade é que a
escola precisa incentivar a participação dos pais, e estes não podem perder
de vista o objetivo principal, que é garantir um futuro melhor possível para
seus filhos.
Qual a experiência pessoal mais difícil para você?
“Perder meu avô, de quem eu gostava muito (eu o ajudava no bar),
brigar com um amigo, ter tido bronquite. Foi muito triste quando minha mãe
teve tumor no útero e também quando deu um derrame em minha tia e ela
faleceu. O falecimento de meu primo de 16 anos, perder meu irmão
(eletrocutado, em São Paulo), ter cortado a perna e ter um problema de
bronquite alérgica. Quando meu pai ficou doente (problemas [câncer?] no
fígado) o clima em casa ficou muito pesado. Ele está doente de novo. Sem
comentários. São muitos. A separação de meus pais foi muito ruim, pois
acabaram-se as brigas mas nós ficamos sem ele. “Depois da separação dos
meus pais o clima em casa ficou péssimo, a mãe briga muito com a gente”.
Meu envolvimento com más companhias, quando tive alguns problemas. Fui
detido pela polícia, quando briguei com o André. Foi uma das piores
experiências. Percebi que me envolver em brigas não leva a nada. Acabei
indo para o Fórum”.
As piores experiências pessoais também estão ligadas diretamente à
família. Na verdade, tudo o que acontece de bom ou de ruim nas famílias,
repercute positiva ou negativamente na escola. E os professores precisam
estar preparados para lidar com tais situações. A indiferença pode ser muito
prejudicial, pois o aluno fará sempre algo para obter a atenção necessária
ao seu “caso”. Quando o professor opta por ignorar o comportamento muitas
vezes agressivo do aluno, pode estar perdendo uma excelente oportunidade
de conquistar-lhe a simpatia. Para isso, o professor precisa estar atento, o
que nem sempre é fácil, devido ao grande número de alunos que atende e
aos inúmeros problemas que enfrenta. Entretanto, muitos destes problemas
poderiam ser solucionados com uma pequena conversa, uma demonstração
de interesse e de respeito pela situação, que pode parecer banal ao
professor, mas é muito importante para o aluno.
Você gostaria de falar sobre alguma coisa que eu não perguntei?
“Gostaria que os professores organizassem mais aulas diferenciadas,
que fossem mais exigentes e conseguissem diminuir a bagunça na sala de
aula. Para ter um bom ensino, os professores precisam ter mais paciência,
ser mais calmos e entender que os alunos se interessam mais por outras
coisas (jogar é divertido; você tenta até conseguir). Os professores deveriam
entender também que nem sempre que rimos, estamos debochando de
alguém. Muitos alunos não aprendem por falta de responsabilidade, e os
demais não precisam ouvir sermão junto com eles. Professores estressados
também não ajudam muito. Às vezes os alunos não aprendem porque têm
preguiça de estudar, e outras vezes pelo tipo de aula de alguns professores.
Não faço as coisas de preguiça mesmo, apesar de saber que é importante
para a minha vida. Alguns colegas não têm interesse em fazer as coisas e a
gente “vai” junto. Acho que muitos colegas também não fazem as coisas por
preguiça. Eles também querem mostrar que ninguém manda neles. Um dos
problemas para a falta de vontade de estudar é a Lan House, aqui perto”.
O tipo de aulas não muito interessantes, as atuações de alguns
professores que deixam fatos graves ocorrerem sem tomar decisões ou não
têm paciência, são alguns dos aspectos abordados pelos alunos como
possíveis contribuições para se desinteressarem pelos estudos. Mas, duas
razões chamam a atenção. A primeira, diz que alunos deixam de fazer as
atividades para “mostrar que ninguém manda neles”. Essa atitude é típica
de adolescentes, que, quando estão com amigos, colocam a opinião do grupo
acima de tudo, e a seguem, em detrimento do que lhes aconselham pais,
professores ou quaisquer autoridades. Por essa razão, nas entrevistas com a
equipe pedagógica, os pais afirmam que seu filho não costuma ser assim. E
realmente, quando sozinho, ele não o é. Mas, estando com o grupo, suas
atitudes tendem a mudar. O mesmo acontece quando tais alunos são levados
à presença da direção ou equipe pedagógica devido a algum comportamento
inadequado na sala de aula. Na conversa particular, ele se mostra cordato,
bem educado, respeitoso. Pode até parecer que seu mau comportamento não
aconteceu.
Outra razão alegada por apenas um, mas que afeta um número
bastante elevado de alunos, conforme se constata no cotidiano escolar, é a
presença de uma Lan House nas proximidades da escola. Muitas vezes
encontraram-se alunos nesse local em horário de aula, preferindo divertir-se
nos jogos dos computadores. Tal preferência pode ser explicada pelo fato de
que os jogos apresentam-se como desafios, enquanto que as aulas, muitas
vezes, não exigem sequer concentração, muito menos são desafiadoras ou
estimulam a curiosidade do educando. Entretanto, a curiosidade é que leva
ao conhecimento, pois estimula a busca por respostas. FREIRE, (1985, p.
51) insiste na “... necessidade de estimular permanentemente a curiosidade,
o ato de perguntar, em lugar de reprimi-lo.
As escolas ora recusam as perguntas, ora burocratizam o ato de
perguntar. A forma mais conhecida de burocratizar a pergunta é declarar
que os alunos só podem perguntar quando o professor tiver encerrado sua
fala. Ora! Neste momento a curiosidade do aluno foi esquecida e ele já
estará pensando em outra coisa. Assim, os alunos preferem os jogos, que são
desafiadores e onde ninguém os impedirá de tentarem, até vencerem.
Cabe aos professores lembrarem-se de um ditado popular que diz: “se
não posso combater, devo me aliar.” Ninguém conseguirá combater o uso de
computadores em plena era da informática. Assim, segundo o ditado, devese aliar a eles, copiando o que têm de bom, de atrativo, de desafiador,
valorizando suas idéias, mantendo-os nas salas de aula. Quem sabe esta não
será a solução para muitos problemas de desinteresse dos alunos!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
“Sem dúvida, ensinar é algo muito difícil e trabalhoso.
E mais difícil se torna quando as condições
atrapalham.” Mas é preciso que “... o exercício de
ensinar permaneça vinculado ao intento de promover
as condições necessárias para, transcendendo o
instruir e o adestrar, auxiliar o encontro da
inteligência do educando com a vida, o encontro de
sua sensibilidade com a pluralidade rica do viver.”
(MORAIS, 1986, p. 6).
Ensinar é, de fato, difícil e trabalhoso. Mas quando os professores
escolheram sua profissão já conheciam essa verdade. E essa atividade tornase mais difícil quando não se empenham devidamente.
Freud (1990) relaciona o desejo de aprender à forma como os pais
lidaram com a curiosidade infantil sobre seu nascimento. E essa questão
transcende o limite das salas de aula. Entretanto, muitos dos problemas
expressos nas falas dos alunos entrevistados podem ser solucionados com
boa vontade, dedicação, ética, profissionalismo e muita humanidade.
É preciso aceitar que os alunos são como são, e não como os
professores gostariam que fossem. Eles, com sua atitude irreverente, estão
desafiando os professores a entendê-los e ajudá-los. Em sua maioria, não
estão procurando encrenca.
Os professores deveriam desafiá-los com atividades interessantes,
estímulos à busca de respostas, aulas bem preparadas e nem sempre
teóricas, propondo o diálogo em lugar de monólogos expositivos. Dessa
forma, muitos dos problemas alegados como indisciplina ou desinteresse
deixariam de existir em virtude do prazer proporcionado aos alunos pelo
entendimento do assunto trabalhado em aula e pela apreensão de sua
aplicabilidade na vida diária.
Contudo, nem todos os problemas podem ser solucionados pelos
professores. Assuntos como insegurança, revolta, não aceitação da
autoridade constituída (ninguém manda em mim), precisam ser tratados
com a família. Os pais precisam participar de reuniões com palestras feitas
por pessoas competentes (psicólogas, psicopedagogas, Conselho Tutelar,
etc.), pois muitos deles deixam de formar valores morais e éticos em seus
filhos por falta de conhecimento de como fazê-lo e, até mesmo do Estatuto
da Criança e do Adolescente. Esse desconhecimento deixa muitos pais
inseguros quanto ao que podem ou não podem fazer na educação dos filhos,
que acabam por entender que podem tudo.
Desta forma, ainda que a realidade escolar insira-se em uma realidade
social maior, marcada por interesses antagônicos entre quem produz e quem
aluga sua força de trabalho, família e escola unindo forças poderão resolver
grande parte dos problemas citados. Quando o aluno entender que pode
contar com a atenção, o apoio, o carinho e o respeito tanto da família quanto
dos professores, ele passará a valorizar mais a escola e seus componentes,
por sentir que pode usufruir daquilo que está aprendendo, melhorando sua
vida e a de seus familiares.
Em suma, a falta de desejo de aprender observada em determinados
alunos pode ter como causas prováveis: a) a possibilidade de não conseguir
emprego após o término dos estudos; b) a alienação dos alunos motivada
pela alienação dos professores; c) problemas no vínculo afetivo entre
professor e aluno; d) alunos educados para a submissão, e não para serem
autônomos; e) a indisciplina demonstrada por grande número deles; f) a
apatia que os alunos demonstram, por absoluta falta de incentivo (não são
estimulados a fazer perguntas); g) superproteção ou desinteresse total da
família.
Diante deste quadro, o que pode ser feito é motivar mudanças no
trabalho dos professores através do estímulo à pesquisa, à leitura, à busca
de novas idéias que possam melhorar substancialmente suas aulas, pois,
como se pode perceber nas respostas dos alunos, aulas monótonas não lhes
interessam absolutamente. Esta mudança de atitude não requer nenhum
preparo especial. É suficiente que se trabalhe em equipe, solicitando e/ou
propondo sugestões, atitudes, métodos, e que se tenha muita vontade de
melhorar, de crescer e fazer crescer.
De quem será o primeiro passo?
PARA REFLETIR: Retomando o trecho a seguir, responda às
perguntas que o complementam.
“O que pode ser feito é provocar mudanças no trabalho dos professores
através do estímulo à pesquisa, à leitura, à busca de novas idéias que
possam melhorar substancialmente suas aulas, pois, como se constatou nas
respostas dos alunos, aulas monótonas não lhes interessa, absolutamente.
Esta mudança de atitude não requer nenhum preparo especial. É suficiente
que se trabalhe em equipe, solicitando e/ou propondo sugestões, atitudes,
métodos, e que se tenha muita vontade de melhorar, de crescer e fazer
crescer. Além disso, envolver a família na escola, para que os alunos
percebam o interesse dos pais e passem a considerar o estudo como algo
útil e até agradável. Entretanto, de quem será o primeiro passo? E como dálo?”
O que fazer para mudar este quadro? Com base nestas
provocações, qual seria o primeiro passo para provocar mudanças no
trabalho pedagógico? De quem será? E como dá-lo? Vamos fazer uma
relação das mudanças que dependem de nós, professores?
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo; FAUNDEZ, Antonio. Por uma Pedagogia da Pergunta. Rio
de Janeiro: Paz e Terra, 1985.
________________. Pedagogia da Autonomia – saberes necessários à
prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREUD, Sigmund. Uma Recordação de Infância de Leonardo da Vinci.
Lisboa: Relógio D’água, 1990
GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica.
Campinas: Autores Associados, 2005.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo:
Atlas, 1995.
KAMII, Constance. A criança e o número. Campinas: Papirus, 1986.
KUPFER, Maria Cristina. Freud e a Educação – O mestre do impossível.
São Paulo: Scipione, 1995.
LEFÉVRE, Fernando; LEFÉVRE, Ana Maria Cavalcanti. O Discurso do
Sujeito Coletivo – Um novo enfoque em pesquisa qualitativa
(Desdobramentos). Caxias do Sul: EDUCS, 2005.
MORAIS, Regis de. O que é Ensinar? São Paulo: EPU, 1986.
RUDEL, Douglas. Dicionário de Psicologia Prática. Obtido via Internet no
site http://paginas.terra.com.br/arte/rudeldouglas/Dicionario.htm
SZYMANSKI, Maria Lídia Sica; PEREIRA JUNIOR, Antonio Alexandre.
Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica. Cascavel: Edunioeste,
2006.
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/853-2.pdf