SE NÃO SEI, EIS A QUESTÃO (A meus (ex)-alunos)
por Claudeci Ferreira de Andrade
Agora sei que sou um “péssimo” professor, pois eles me convenceram a isto, aqueles do terceiro ano do Ensino Médio, dizendo: — "Você é péssimo porque é muito certinho, formal, nunca falta e fala difícil, é velho e feio, não nos traga mais jornais, queremos aquilo que cai nos vestibulares."
A verdade é que ensino a variedade padrão da língua portuguesa, com metodologias diversificadas. O que outros mais prendados diriam se eu fosse avacalhado e descompromissado como requerem os moldados pelas novelas: Rebelde, Malhação e Caminho das índias; incluindo nesse lixão outros programas humorísticos que caricaturizam as salas de aula?! Compreendo por que alguns colegas disseram que eu não sei dar aula e tenho pouco a contribuir para unidade escolar. É que estou do outro lado. Mas, consigo entender perfeitamente o que significa ter salário por fazer o que é correto. Pelo menos ainda tenho consciência!
O aprendizado e a formalidade (disciplina), como experiência, são inseparáveis. Podemos separá-los pedagogicamente, mas na vida real da sala de aula, não se pode assimilar o conteúdo ensinado sem respeito e reflexão. Os grandes educadores, que também foram grandes alunos, mantiveram o devido equilíbrio entre o aprendizado e a disciplina.
Se eu não tiver quem me ouça, as páginas da história apregoarão que o aprendizado só acontecerá mediante grande esforço. E isso é sintetizado no cotidiano. Só não sei aonde a escola pública quer chegar, dando tudo, gratuitamente, alimentando os alunos que nem valorizam. Nesse sentido, O bom aluno fica raro demais nos sistemas paternalistas. Como é difícil "criança criada por avó"!
Meu conforto é que o mundo ensina, disciplina e corrige. É o mercado de trabalho, que não dar nada a ninguém que nos habilita a obedecer. É o trabalho que paga nossa penalidade. É a vida que comunica seu poder para alcançarmos a vitória sobre nossos erros. Oxalá que meus ex-alunos, se fracassados, não me acusem de culpado porque não fui maioria, lembrando que a maioria nem sempre está certa.
É porque me amo, acima de tudo, que aprendi a obedecer, bem cedo, na vida. Louvado seja o mundo por fazer o que a educação não consegue.
Não existe péssimo professor para o bom aluno. Antes de ser aluno seja humilde, pois antes de ser professor fui aluno humilde.
Agora sei que sou um “péssimo” professor, pois eles me convenceram a isto, aqueles do terceiro ano do Ensino Médio, dizendo: — "Você é péssimo porque é muito certinho, formal, nunca falta e fala difícil, é velho e feio, não nos traga mais jornais, queremos aquilo que cai nos vestibulares."
A verdade é que ensino a variedade padrão da língua portuguesa, com metodologias diversificadas. O que outros mais prendados diriam se eu fosse avacalhado e descompromissado como requerem os moldados pelas novelas: Rebelde, Malhação e Caminho das índias; incluindo nesse lixão outros programas humorísticos que caricaturizam as salas de aula?! Compreendo por que alguns colegas disseram que eu não sei dar aula e tenho pouco a contribuir para unidade escolar. É que estou do outro lado. Mas, consigo entender perfeitamente o que significa ter salário por fazer o que é correto. Pelo menos ainda tenho consciência!
O aprendizado e a formalidade (disciplina), como experiência, são inseparáveis. Podemos separá-los pedagogicamente, mas na vida real da sala de aula, não se pode assimilar o conteúdo ensinado sem respeito e reflexão. Os grandes educadores, que também foram grandes alunos, mantiveram o devido equilíbrio entre o aprendizado e a disciplina.
Se eu não tiver quem me ouça, as páginas da história apregoarão que o aprendizado só acontecerá mediante grande esforço. E isso é sintetizado no cotidiano. Só não sei aonde a escola pública quer chegar, dando tudo, gratuitamente, alimentando os alunos que nem valorizam. Nesse sentido, O bom aluno fica raro demais nos sistemas paternalistas. Como é difícil "criança criada por avó"!
Meu conforto é que o mundo ensina, disciplina e corrige. É o mercado de trabalho, que não dar nada a ninguém que nos habilita a obedecer. É o trabalho que paga nossa penalidade. É a vida que comunica seu poder para alcançarmos a vitória sobre nossos erros. Oxalá que meus ex-alunos, se fracassados, não me acusem de culpado porque não fui maioria, lembrando que a maioria nem sempre está certa.
É porque me amo, acima de tudo, que aprendi a obedecer, bem cedo, na vida. Louvado seja o mundo por fazer o que a educação não consegue.
Não existe péssimo professor para o bom aluno. Antes de ser aluno seja humilde, pois antes de ser professor fui aluno humilde.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 30/07/2009
Código do texto: T1727016
Código do texto: T1727016
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