"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

INCLUSÃO ESCOLAR NÃO É SOCIAL ("O incentivo à leitura, além de ser uma importante ação cultural, promove também a inclusão social e o desenvolvimento de novas ideias."— Rozilda Euzebio Costa)




CRÔNICA


INCLUSÃO ESCOLAR NÃO É SOCIAL ("O incentivo à leitura, além de ser uma importante ação cultural, promove também a inclusão social e o desenvolvimento de novas ideias."— Rozilda Euzebio Costa)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Eles, talvez não tenham a capacidade motora dos outros, mas não são "deficientes", são, sim, "especiais"! O desvio semântico da palavra "especial" não cobre o prejuízo na autoestima do incluso frente a olhares torcidos e ruídos circulantes. E em uma sala de aula inadequada; mesmo sabendo que um desrespeito não justifica o outro, o que vale mesmo é a socialização pretendida, porém, esse grande objetivo esperado sempre fica a desejar. Mesmo com um professor de apoio em minha sala, não consigo, andamos paralelamente. E os colegas de classe do includente, sem respeito ao professor e sem interesse na aula, provavelmente não estão também interessados nessa relação proposta. Como os demais alunos se sentem em relação ao aluno especial, não sei ao certo! Só sei que ignoram-no e um ou outro implica, zomba, maltrata, tentamos coibir estas tendências maldosas, no entanto não temos métodos eficazes para sanar por completo o problema, pois o professor não tem mais voz. Cadê o Estatuto da pessoa com Deficiência? Talvez se fosse o Estatuto das pessoas com necessidades "especiais" seria um pouco diferente, não priorizaria só a socialização, mas também valorizava outras necessidades primordiais em detrimento do forçar uma aceitação apenas?
     Com frequência, tenho esta categoria de aluno em minhas classes do Ensino Fundamental e uma auxiliar ali que se esforça para ensinar alguma coisa, mas parece que objetivo é somente um descargo de consciência, para dormir direito. A suas metodologias para ministrar lições diferenciadas me incomodam e atrapalham, e a movimentação da classe toda também atrapalha ela, sem falar que hoje uma sala de aula de adolescentes, que vão atrás dos benefícios do governo e muitos deles estão ali só para lanchar não é um lugar sensível. Então uma socialização assim não cresce ninguém. Quem dera esses especialistas em necessidades especiais respeitassem as limitações dessas pessoas e trabalhassem profissionalmente com elas em um ambiente adequado para que, de fato, atendessem mesmo as necessidade especiais de quem precisa de uma sala de aula menos agressora e de modelos ideais de socialização. 
           Até quando, como e onde vai acontecer inclusão de verdade como disse a Presidente Dilma: "Nós somos a favor de educação inclusiva para valer. Somos também a favor das instituições especiais. Uma coisa não exclui a outra" http://g1.globo.com/politica/noticia/2012/12/dilma-e-vaiada-ao-falar-portador-de-deficiencia-durante-conferencia.html (acessado em 26/07/2022). 
           Enquanto isto não acontece, outras coisas ruins acontecem! Na escola é assim, os especiais são matriculados para socializar: desregradamente conversam, andam, enxergam, escutam, atrapalham a aula dos outros. “O direito de todos estarem juntos não é maior que o direito individual ao desenvolvimento”, apontou o MEC, em 2020.

Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 01/10/2009
Código do texto: T1842638

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A GRAÇA É ILUSÃO (Isso, a escola e a família deviam ensinar: não errar para não precisar da graça!)









PENSAMENTO

A GRAÇA É ILUSÃO (Isso, a escola e a família deviam ensinar: não errar para não precisar da graça!)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           As famílias hoje, sempre subsidiadas com os pactos e bolsas do governo, ensinam às crianças um desfrutar inconsequente e acobertarem-se da misericórdia imerecida, promoção sem mérito algum, enfim a vida eterna pela graça. A escola, por sua vez, está sempre em demanda com a família dos alunos, nesses pontos sócio-religioso, que ensina a transgressão em nome da misericórdia, tecnicamente rasgando as normas como os insetos grandes o fazem nas teias das aranhas perdoadoras. Então, para saber quem vai sobrepujar, proponho uma reflexão transcendental sobre o papel dos líderes.
          Mas, a igreja subsidia a família e a escola com suas fantasias, com conceitos contraditórios que ela não domina: Peca contra Deus quem não aceita a Sua Graça! Um ser imensurável não pode ser ofendido, então não existe pecado contra Deus, só ideológico! E este Deus faz de conta que perdoa, sempre sem restrição, fazendo os homens sentir-se leves, atenuando-lhes as consequências, por isso quebram as leis facilmente: são cruéis e desobedientes.  Os homens, sim, pecam uns contra os outros e fazem de conta que se perdoam, também. Por conseguinte, não existe perdão algum, apesar de Deus atribui uma consequência para cada transgressão, e me parece que o pagamento não é suficiente, tanto nas relações verticais como horizontais, então eles não assumem seus erros. Depois de pagar o preço, o penitente ainda volta a cometer os mesmos erros. A correção não foi eficiente ou não se consegue nem perdoar a si mesmo? Ninguém consegue perdoar seu semelhante verdadeiramente e conservar os mesmos sentimentos de antes, a relação nunca mais voltará ser a mesma, será sempre pior. Porque o perdoador sempre se prevenirá da próxima ofensa, e o ofendido sempre se protegerá.
           O bom mesmo é  não errar com ninguém.  Valorizar as relações e, por tabela, as pessoas, isso é preciso. O que falta para um mundo melhor não é as pessoas se perdoarem mais, mas sim se ofenderem menos. É isso o que a escola, família e a igreja devem aprender para ensinar: a obediência e o respeito às pessoas e às normas e não graça, pois ela incentiva o pecar. "Onde abundou o pecado, superabundou a Graça" (Rm 5: 20) O segredo para se obter mais graça é pecar mais.

Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 04/10/2009
Código do texto: T1848113

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O Choro Doido da Escola! (Predileção pelo construtivismo ou desconhecimento das ciências cognitivas)

     

Pensamento

O Choro Doido da Escola! (Predileção pelo construtivismo ou desconhecimento das ciências cognitivas)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            

          A Escola culpa a falta de limites dos alunos como responsável pela violência e desrespeito às autoridades. Porém, não está ela doida e incoerente? Que está ela ensinado quando serve o lanche na sala de aula, sem respeitar o tempo e espaço acadêmico? Que educação alimentar é essa que ainda se serve arroz, feijão, carne e galinhada no meio do período, logo após o almoço, e o aluno, por cima, fica sem fazer a higiene bocal. Eu ainda não me acostumei ouvir alunos e professores falando com a boca cheia. Sem falar que torna o aluno vulnerável demais na condição de consumidor sem perícia, quando toma uma refeição feita em grande quantidade e sem muita inspeção; primeiro por ser pública e segundo feita sem o amor e a dedicação do seio da família. Só para reforçar o que estou tentando dizer: Merenda escolar contaminada na Índia continha pesticida concentrado. (http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/07/merenda-escolar-contaminada-na-india-continha-pesticida-concentrado.html) (acessado em 02/06/2015). "A equipe do Fantástico visitou mais de 50 escolas públicas em São Paulo, em Goiás, no Rio Grande do Norte, na Paraíba e na Bahia e constatou problemas como a falta de merenda e de higiene na armazenagem dos alimentos. As refeições também não supriam as necessidades mínimas nutricionais dos estudantes. Além disso, foram apresentadas denúncias de corrupção no caso de terceirização das refeições." (http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/EDUCACAO-E-CULTURA/200372-COMISSAO-VAI-DEBATER-PROBLEMAS-NA-DISTRIBUICAO-DA-MERENDA-ESCOLAR.html) (acessado em 02/06/2015). 
           E o coordenador que fica o tempo todo exigindo que não deixe o aluno sair da sala nem mesmo que seja para beber água, mas o motivo não é porque a água não está filtrada, mas porque não quer o trabalho de acompanhá-lo, e manter a aparecia de controle; então ele, acima de tudo, ainda cobra do professor que tome o telemóvel dos alunos sem a disposição para indenizá-lo, caso perca ou estrague! Qual é a ordem certa: os professores cobrarem dos coordenadores ajuda pedagógica ou os coordenadores cobrarem dos professores serviço para ressaltar a sua autoridade hierárquica?
           Várias vezes, levei bronca de coordenador porque um ou outro de meus alunos está fora da sala de aula: — "Professor, porque seus alunos estão fora da sala?"  Mas, a quem pedir ajuda se ele tem medidas para os professores e não para os alunos! Recomendo a meus alunos que levem sua garrafinha de água confiável para beber, evitando a frequente saída da sala, porém eles usam para molhar os colegas.  Eu no papel de pai do aluno, que vai à escola para estudar, ficaria aliviado se os alunos que não querem estudar, da sala de meu filho, não comparecessem ou ficassem fora. E os pais destes alunos ficariam felizes se eles fossem mais dedicados aos estudos! Então, o que a escola pode fazer para tornar felizes todos os incomodados com os restolhos da educação? Defendendo e dando razão às mães em detrimento do professor acusado de mal comportamento diante da classe com ameaça de filmar a aula, quando tudo que ele quer é pôr ordem para continuar trabalhando bem, assim não dá!
                      O que já disseram os grandes pensadores, (incluindo Valesca Poposuda e o professor de filosofia Antônio Kubitschek), desse sistema educacional engessado causa espanto: "A educação é inimiga da sabedoria, porque a educação torna necessárias muitas coisas das quais, para sermos sábios, nos deveríamos ver livres." (Luigi Pirandello). E "Educação é aquilo que fica depois que você esquece o que a escola ensinou." (Albert Einstein). E falando do professor de filosofia Antônio Kubitschek, analisa Gustavo Loschpe, o especialista em educação e colunista de VEJA : “O construtivismo surge nas escolas em sua versão mais rasa, que sugere que 'o aluno constrói o seu conhecimento’ a partir do seu interesse por determinado assunto, o que não é verdade. Esse problema é somado ao fato de que os professores não sabem como o cérebro aprende e acreditam que só com referências a temas pop ou chocantes o aluno se lembrará da matéria. As pesquisas mostram o contrário: uma pessoa aprende e se lembra de um tema quando ele é pensado e refletido" {http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/questao-de-prova-que-coloca-valesca-popozuda-como-grande-pensadora-prejudica-aprendizado-dos-alunos} (acessado em 02/06/2015).
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 07/10/2009
Código do texto: T1853726


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domingo, 4 de outubro de 2009

ALUNOS, COM DIREITOS E SEM DEVERES (Por que o aluno haveria de se importar em estudar se a entidade se interessa mais que ele estude do que ele mesmo?)




CRÔNICA

ALUNOS, COM DIREITOS E SEM DEVERES (Por que o aluno haveria de se importar em estudar se a entidade se interessa mais que ele estude do que ele mesmo?)

domingo, 4 de outubro de 2009
Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Já aprendi minhas obrigações, mas sempre tem alguém para me lembrá-las. Nem esperam que eu incorra em algum deslize, pretendendo os meus direitos, mas em todas as reuniões colegiais é uma cobrança sem fim. Até os pardais que moram no beirado do banheiro da escola e na caixa d’água me cobram deveres ecológicos. A direção e pais de aluno ditam que os professores não podem fazer isso ou aquilo, são tantos "nãos" que não acabam mais. Já os alunos e colegas dizem que se fulano, sicrano e/ou beltrano podem, eu também posso e fazem de tudo, de jeito que o coitado do professor aqui fica numa camisa de força. Refém de suas próprias leis!

         O mais deprimente que acho, é quando eu vou tentar corrigir um dos meus alunos, o mais desleixado quanto a sua pontualidade, e ele me diz:

          — Se os professores podem chegar atrasado, eu posso.
         Isso me faz lembrar também da forte marcação em cima das professoras que não podem nem usar uma roupa diferente, um pouco aberta, nas costas, por causa do calor, que as meninas de quem são cobradas um traje rigoroso exigem igualdade.

         É a revolta da comida, ou seja, o vômito de tudo aquilo que lhes foi enfiado de goela abaixo por anos; o pior de tudo é que respinga em minha branca roupa protegida com pó de giz, mas por ora me dá vontade de mendigar aqueles respingos, talvez seja esse mais um dos meus deveres, alimentando a inveja de está no lugar deles para usufruir dos muitos direitos que têm e não só para entendê-los melhor, mas para desfrutá-los também!

         A falta de limites dos alunos diluiu o meu direito de ser professor de tal forma que afeta minha consciência. Por que os alunos e pais têm direitos demais sobre a escola pública? Se conquistaram tanto poder por pagarem os seus impostos ao país, eu também pago meus impostos e estou ainda trabalhando, para merecê-los! Por que o aluno haveria de se importar em estudar se a entidade se interessa mais que ele estude do que ele mesmo? Falta uma filtragem, quando se diz que a razão da existência da escola é o aluno!
         Perdem-se de vista os papéis e as funções, e assim, outras coisas mais importantes deixam de ser transitadas. Na tentativa do professor se postular no lugar do aluno para unicamente lhe entender melhor, tem feito do mestre um eterno escravo. Sendo assim: "É preciso começar por deixar de ser professor para poder sê-lo" (Jean-Pierre Vernant).
         Com relação ao ensino público, eu gostaria que imperasse o pensamento de Richard Bach: "podemos oferecer um presente, mas não podemos obrigar ninguém a aceitá-lo." Porém o governo insiste em empilhar "gatos por lebres" na escola pública diluindo a qualidade.

Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 04/10/2009
Código do texto: T1848059


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domingo, 27 de setembro de 2009

A VERGONHA DE PROFESSOR (Senti vergonha de ter sentido vergonha!)



Crônica

A VERGONHA DE PROFESSOR (Senti vergonha de ter sentido vergonha!)

Por Claudeci ferreira de Andrade

         Nunca vou me esquecer de uma aluna que me pediu para ela sair da sala, e eu lhe perguntei o que ia fazer. E ela me condenou no conselho de classe, lugar em que os maus alunos destilam todo seu veneno nas costas dos indesejáveis; distorcendo o falado, disse que a perguntei o que ela ia fazer no banheiro, porém eu nem sabia que a mesma ia ao “banheiro”. Retrai-me e nunca mais perguntei a aluno algum, que quisesse sair da sala, o que ia fazer lá fora, tive vergonha de mim mesmo.
         Mais recentemente, uma outra aluna recebida nesse Colégio, mal chegou, já queria sua transferência, com cujas notas baixíssimas, procurou a secretaria, pois queria sair de qualquer jeito e justificou assim:
         — “Esse colégio é muito ruim”, “os professores são muito fracos”.
         A gestora não suportou essa vergonha sozinha e convocou uma reunião extra para que a aluna acusante enfrentasse os professores e os chamasse de fracos na cara, a pressão foi tamanha que ela saiu da berlinda chorando. Senti vergonha dela.
         Outro caso, na minha carga horária, sobra-me um dia no qual tenho apenas uma aula, ou seja, vou ao Colégio para ministrar uma aula, a primeira. Um dia desses, na semana de prova, fui, e apliquei a prova da colega, nesse horário reservado para mim, e me ausentei da unidade escolar antes de todos, mas no outro dia, meu ponto estava carimbado: “não compareceu”. Senti vergonha dos colegas. Então alguém me confortando disse:
         — Isso é frequente aqui! – Então, senti vergonha das coordenadoras.
         Continuando os casos, tenho um colega, numa escola municipal muito indisciplinada na qual já sou taxado de professor sem domínio de classe, que sai da sala dele todas as aulas, ou seja, deixa seus alunos bagunçando e vai inspecionar as salas vizinhas, balizando-se e se mostrando sempre na média de professor controlador. Que tempo lhe sobra para ministrar algum conteúdo da “Matriz Curricular”? Numa dessas reuniões para “lavar roupas sujas”, a diretora o elogiou na frente de nós todos, achei que tal elogio seria como dar uma esmola em dinheiro para o bêbado ir alimentar seu vício. Senti vergonha da diretora.
           Hoje (05/04/2014), li este blog: {http://eleicoessepe.blogspot.com/2009/09/violencia-contra-profissionais-das.html#comment-form}. Que falava de salas superlotadas, uso do crachá e o professor exercendo a função de carcereiro, de plantão na porta da sala para que os alunos não saíssem sem que ele os visse e recebesse mais bronca das coordenadoras; nesse caso já não sei mais de quem devo sentir vergonha. Até compreendo, o incompetente sempre responsabiliza alguém por suas próprias falhas, porém não existe professor ético e profissional para coordenador acuado.
         Bem, modéstia à parte, depois que finalizei esta crônica e a reli, senti vergonha de ter sentido vergonha de mim, não me permito! Porém, deveria sentir vergonha aqueles  que me submetem a constrangimentos no exercício legal de minha profissão. Acho que não preciso muito de sua opinião para viver.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 27/09/2009
Código do texto: T1834857


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27/09/2009 19:20 - Ângela Rodrigues Gurgel
Sinto vergonha em saber que tudo isso é verdade... Bom vir aqui. Abraços.


domingo, 20 de setembro de 2009

(RE)SSIGNIFICAÇÃO DO ENSINO MÉDIO (Vale até o "RÉ" de "RÉ, assim: "ER")







CRÔNICA

(Re)ssignificação do Ensino Médio (Vale até o "RÉ" de "RÉ, assim: "ER")

domingo, 20 de setembro de 2009
Por Claudeci Fer(re)ira de Andrade

         Os jovens que concluíram o Ensino Médio (re)centemente t(er)ão uma explícita razão para (re)cursar o Ensino Médio, agora “(re)ssignificado”. Ou pelo contrário continuarão com um diploma de um curso com significado apod(re)cido, ou melhor, p(re)cisando de uma (re)ciclagem. É necessário que isso aconteça porque tem a v(er) com o (re)c(re)scimento na vida acadêmica e/ou das estatísticas.
         Na língua portuguesa, lidamos também com os significados das palavras, toda palavra tem seu significado denotativo e os novos significados conotativos. Ou seja, por extensão semântica, as palavras passam a s(er) emp(re)gadas para outros eventos. No mundo da linguística, não vejo nenhuma emp(re)gabilidade coe(re)nte para a palavra: “(re)ssignificar”, nada p(er)de significado, pelo contrário, ag(re)ga-se outros, um neologismo com o pecado dos demais, é como diz(er) que o almoço hoje é “galinhada” se é arroz com frango! Em todos os dicionários que pesquisei, achei apenas na Wikipédia: “(Re)ssignificação é o método utilizado em neurolinguística para faz(er) com que pessoas possam atribuir novo significado a acontecimentos através da mudança de sua visão de mundo”. Que discordo completamente; dar “novo significado” é totalmente dife(re)nte de “(re)ssignificar”, mas quem sou eu para discordar de alguma coisa! Um des(re)ssignificante!
         (Re)torno é voltar ao ponto de origem, talvez s(er)ia isso o que melhor desejassem para o Ensino Médio, (re)começar do z(er)o, está aí o que eu elogiaria, se se valessem da exp(er)iência passada, quiçá, (re)solvesse os problemas da educação sem deixar sequelas ou (re)rrastros. Mas, quem sou para elogiar alguma coisa, sou apenas um des(re)ssignificante!
         Mas, o que (re)p(re)tende a Sec(re)taria da Educação de Goiás: (Re)duzir a evasão; Melhorar a ap(re)ndizagem dos alunos; Aumentar a aprovação; Aumentar o núm(er)o de matrículas.
         Essas (re)p(re)tensões s(er)ão p(er)feitamente alcançadas quando os formados do Ensino Médio se inteira(re)m da (re)v(er)dade de que não tinham (re)conhecimento, então (re)tornarão ao colégio para “(re)cursarem” o (re)cém nascido Ensino Médio.
         Na mente de alguns, deve hav(er) c(er)to estigma em conexão com o (re)ssignificamento de sua vida acadêmica. Especialmente se esses pa(re)ciam s(er) bons alunos, nota 10. Ao “(re)procura(re)m” o colégio surge a p(er)gunta: o que estava (er)rado? O (re) inv(er)tido! Mais uma marcha (ré) na educação: O que s(er)ia (Re)educação? É como c(r(e)r) que  s(er)ia possível “a TV deseduca as crianças”. Uma vez educado, educado para semp(re)! Por isso, temos educação e educação. Uma só com "Pão e circo", e a outra conteudista.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 20/09/2009
Código do texto: T1820795


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sábado, 12 de setembro de 2009

CAPACITAÇÃO DE PROFESSOR E A POLITICAGEM (Planejar é burocratizar, e o que seria desburocratizar?)




CRÔNICA

CAPACITAÇÃO DE PROFESSOR E A POLITICAGEM  (Planejar é burocratizar, e o que seria desburocratizar?)

sábado, 12 de setembro de 2009
Por Claudeci Ferreira de Andrade
         Eu sou um réu culposo neste pleito, desta vez me ausentei da escola por quatro dias, deixando meus alunos sem aulas e me recusei a pagar um substituto, não é justo tirar do meu defasado salário para servir melhor no trabalho. Fui para uma capacitação, no IFG, a pedido do NTE (Núcleo de Tecnologia Educacional) com cuja eu tinha vínculo, e a Secretaria de Educação Municipal tinha convênio. O curso da secretaria estadual: o tão disseminado "Profuncionário", preparando-me para beneficiar os administrativos do Município.
         A diretora da Escola Municipal em que trabalho disse-me:
         — Sua declaração do IFG (Instituto Federal de Goiás) não vale, o pessoal da Secretaria me disse isso, se você quiser pode ligar lá. Vamos cortar seu ponto.
         No dia seguinte, quando fui assinar meu ponto, não foi surpresa para mim, ver ali, no lugar de minha assinatura, o carimbo de “não compareceu”, um doce eufemismo que me custou caro.
         Recorri à responsável pelos tutores dessa região (Aparecida de Goiânia e Senador Canedo) para pleitear minha causa. Que desenvolvesse sua argumentação com grande cuidado. Cobrindo cada área possível que a Secretaria Municipal poderia tentar usar contra um mero professor que também é tutor. Que se antecipe cada complicação legal, cada aspecto de credibilidade das testemunhas que poderá ser levadas ao tribunal. Pois, sabemos que nossos oponentes são “brilhantes”. Mas, ninguém se importou com meu prejuízo! 
         Um incidente como esse, presume-se ser simples e que se centraliza apenas em torno de poucos personagens. Temos esquecido, muitas vezes, que, entre as secretarias de educação estadual e municipal, há mais em jogo do que os interesses educacionais, há "politicagem" (separação/ Estado e Município). Que pôr fim a um probleminha como esse é necessário muito mais do que seria necessário normalmente para assegurar apenas uma capacitação do funcionalismo. O problema que poda a luta pela qualidade do Ensino Público é de âmbito meramente político partidário e também está fundamentado em picuinhas particulares. Talvez envolva falta de caráter, profissionalismo e ética!
         Disto, podemos ter certeza: se sou um bom professor e um bom funcionário público, merecedor ou não, minhas ações e decisões colocam-me em um relacionamento salvífico ou não salvífico perante o sistema, e “quem tiver sem pecado atire-me a primeira pedra”.
         Educação de qualidade com professores capacitados é muito complicado, por aqui! Além do mais, não há planejamento que não seja inviabilizado por os tais sábados letivos, visto que a agenda dos cursos de capacitação de professor é também para os finais de semana, no intuito de evitar as declarações de ausência na sala de aula.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 12/09/2009
Código do texto: T1805829

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sábado, 5 de setembro de 2009

CONSULTANDO O PROFESSOR (Que o Médico escritor Marcelo Caixeta analise isto)

CRÔNICA

CONSULTANDO O PROFESSOR (Que o Médico escritor Marcelo Caixeta analise isto)

sábado, 5 de setembro de 2009
Por Claudeci Ferreira de Andrade
         Foi apenas um pequeno desastre, fui ao chão com a moto para não aturdir um “bicicleteiro”, contive as duas rodas bruscamente, e o asfalto molhado não aderiu. Sentindo muita algia no ombro direito, tive medo de ter quebrado a clavícula, então fui rápido ao Hospital de Acidentados em Goiânia. Que atendimento de primeira linha, naquele pronto socorro! Com a carteirinha do "ipasgo" em mãos, tudo fluiu bem. Lembrando que naquele momento eu estava inadequado para analisar qualquer situação, a dor entorpecia minha razão, mas enquanto esperava o laudo referenciado na chapa de radiografia, na sala de espera, conversava com outros acidentados sobre a fragilidade da vida humana.
         Pronto, chegou minha vez, o Médico chamou-me para as considerações finais. Ele me informou que não tinha fratura e nem luxação, foi apenas uma contusão. Então me fez uma receita recomendando um anti-inflamatório, aproveitei e lhe pedi um atestado para justificar minha ausência na Feira Cultural da Escola, que estava acontecendo naquele exato momento. Até aí nada de admirável, o terrível foi quando ele me perguntou:
         — Em que você trabalha?
         — Sou Professor de Língua Portuguesa – respondi meio entusiasta, pensando na equiparação do dialogo, pois até então, só tinha recebido ordens e conselhos.
         — Então merece! – expressou-se o Médico com um ar de impassividade.
         Passaram-se alguns segundos, enquanto me reconstituía a fala, e ele terminava de redigir o atestado; olhando sua escrita disforme e ilegível, elaborei uma suposta vingança. Quebrei o silêncio assim:
         — Sabe, Doutor, meu sonho era ser Médico, hoje estaria concorrendo com você!
         Essa seria a única resposta, a meu ver, que se encaixaria nas duas intenções de sua expressão obscura. Se ele estava querendo me dizer que eu “merecia” porque não tinha acontecido nada grave no acidente, então estava se mostrando simpático, por isso meu “concorrendo” equivalia valorização: colegas de igual nível trabalhando juntos. Agora se o seu “merecia” estivesse significando um “bem feito” porque ele não gostava de Professor de Língua Portuguesa; então o meu “concorrendo” prenunciava um massacre por nossas diferenças linguísticas.
         Se eu não o entendi, e se ele não me entendeu, foi uma consulta sem comunicação, contudo não deixou de vale à pena a preocupação com nossas relações profissionais.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 05/09/2009
Código do texto: T1793750

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