"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

Pesquisar neste blog ou na Web

domingo, 27 de julho de 2014

ABRAÇANDO A SUBCULTURA, TAMANDUÁ! (Diga-me quem são seus grandes pensadores que direi quem você é!)



Crônica

ABRAÇANDO A SUBCULTURA, TAMANDUÁ! (Diga-me quem são seus grandes pensadores que direi quem você é!)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Será que não existe o submundo (em grego: transl. káto kósmos) onde reina a violência, a droga, o crime e o desrespeito?  Existe submundo, e não existe subcultura? Manipulação pela mídia de péssimo nível ou não; criação das letras musicais sem dizeres proveitosos; fazendo pessoas famosas gratuitamente e sem mal terminarem o ensino fundamental; contendo políticos mau leitores, maculando o discurso de um autor profissional, saciando seus ouvintes inescrupulosos e pouco exigentes. Então, nem é de admirar a existência de professores lecionando em um sistema de "Promoção automática" desconhecedores da arte de selecionar bem seus grandes pensadores. Afirmo também a exigência da "progressão automática" obrigando  o afrouxamento do juízo de valor do avaliador e promovendo a subcultura, nivelando por baixo o conhecimento e as relações com ele, ressuscitando e valorizando somente a moda sem sentido! Se está difícil manter o nível, imagina elevá-lo. Brigam comigo, porque os iguais se protegem!!! São tantas as forças tentando me arrastar, mas é esta coisa que não quero. Porque disse Paulo Coelho: "Quando alguém evolui, evolui tudo que está a sua volta." Este pensamento também é válido para a regressão!
           Quanta capacidade exercem os fomentadores da cultura, discriminando os grandes pensadores da filosofia tecnicamente tradicional? Também é cultura a variedade linguística informal, gírias e todos os vícios de linguagem. Há quem defenda sua tese de mestrado ou doutorado se utilizando da variedade linguística desprivilegiada. A cultura, na maioria das vezes, está na pichação e também nas telas a óleo das grandes galerias. A cultura se manifesta nos "rolezinhos" forçando a elite ao acolhimento dos excluídos por eles mesmo. A cultura substituiu os verdadeiros símbolos por paralelos: a páscoa original por coelho e ovo de chocolate; deturpou outras festas sagradas e fez do carnaval um comercio do ano todo. Temos que discriminar para valorizar. O raro é caro. Se todos pensassem igual ninguém pensava grande, é claro. 
       Quero me desculpar com o dadaísmo de nossa época, por ter me deixado enganar sobre ter um saber superior, pois frequentei uma academia de filosofia e por nem me considerar um pensador a altura dos filósofos tradicionais e também ter uma inveja santa do sucesso de outras pessoas, que longe da lapidação pelos saberes oficiais, são reconhecidas pensadoras. Mas, aprendi muito bem a respeitar a opinião dos outros, vivo  examinando  tudo para escolher somente o bom. Querendo ou não, estou Intrometido nas culturas e elas me fazem refletir em todas as direções. Comportamento esse de quem almeja uma cultura homogênea!
      Uma pessoa honesta também se utiliza da ironia, porém é sempre verdadeira sobre os seus afazeres, e o verdadeiro amor (agapê) de forma alguma se recente do mal. Portanto não é de meu feitio, diminuir cultural qualquer que seja, porém aqui quero apenas ser a coruja gabadora do toco de morada e expressar minha gratidão ao outro imponente. Agora sou responsável pelo que digo, e você pelo que entende: Tudo é influência. 
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 18/04/2014
Reeditado em 27/07/2014
Código do texto: T4773514
Classificação de conteúdo: seguro
Comentários

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

domingo, 20 de julho de 2014

A PEDAGOGIA DO DESPERDÍCIO ("Tudo bem... Ao seu dispor se for por amor às causas perdidas...")



Crônica

A PEDAGOGIA DO DESPERDÍCIO ("Tudo bem... Ao seu dispor se for por amor às causas perdidas..." — Engenheiros do Havaí)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           O que leva você a pronunciar desaforos condenatórios quando visualiza a imagem de um cavalo puro sangue puxando uma carroça? Como diz a canção do grupo musical - Engenheiros do Havaí; Dom Quixote. Eu penso, auxiliado pela expressão da bela letra da canção: sobre o sistema educacional ser a carroça, ou melhor, o belo paraíso do desperdício de talento. Existe a mesma desvalorização quando um professor doutor em artes visuais, lecionando religião no ensino fundamental para um alunado nada conhecedor da importância material e nem do papel do professor e, pior de tudo, não quer conhecê-lo; despreza-o como faz comigo que sou só "lato sensu". 
           Em outra ocasião, o ex-secretário de educação municipal, já por sinal foi bem sucedido em sua gestão, também pós-graduado em docência, lotado aqui numa escola de ensino fundamental, sem ser compreendido pela sala de aula, os alunos o negligenciaram. Por que a Secretaria de Educação remunera o professor em licença, fazendo um mestrado ou um doutorado e depois o trancafia e mantem-no em sala de aula de ensino fundamental enquanto deveria estar orientando aos colegas de menor formação acadêmica? Mas, nessa política atual, os maiores graduados na academia de forma alguma funcionam bem como Secretário de Educação municipal. Enfim, doutores, mestres estão nas salas de aula, engessados por leis e normas de uma cúpula de políticos atrofiadores da academia.
           O que um pastor evangélico com boa formação em teologia faz dando aulas de filosofia numa escola de estado laico? 
           Outras incongruências: o MEC dá os livros aos alunos e eles nem os levam à sala de aula e quando lhes emprestamos outro volume, para não deixá-los sem fazer a atividade, eles armazenam mais um em sua casa, ainda acham que o colega vai emprestar o dele! "Tudo bem... Ao seu dispor se for por amor às causas perdidas..." O colega leva o livro para o outro estudar!
           Olhe na direção dos que nunca precisaram e jamais precisarão da escolaridade para ser alguém na vida. E muitos ainda patrocinando a escola pública, e compare com o interesse dos abarrotadores das salas de aula em busca de futuro! É esse o conteúdo da música: "o amor às causas perdidas". A aprovação automática enche o país de diplomados semianalfabetos! Sou professor, mas "meu nome é otário", ensinando os que não querem aprender e forçando os a uma obediência desvirtuada de qualidade, quando os coloco sentados escutando-me, enquanto querem manipular o Smartphone.  
            Sem falar sobre a frequência dos pais bem instruídos ou não; bem intencionados ou não, vêm meter medo no grupo gestor da unidade escolar com bravatas desaforadas. Todos nós trabalhamos aqui com o terror dos falatórios. Sem autonomia de atuação, na escola, somos obedientes à comunidade. Sem que muitos deles, nem mesmo tenha frequentado uma faculdade, e a maioria de suas exigências são destituídas de pedagogia alguma, somente egoístas. E o professor tem e terá sempre de ceder nas demandas dos alunos e quando tenta se impor é levado à coordenadora cercado dos curiosos sorridentes, aqueles do mesmo espirito da plateia nas arenas da velha Roma para ver os gladiadores lutarem até morrer. "Por amor às causas perdidas", assim com eles, o professor estará na peleja para o lazer da sociedade, desapoiado mesmo tendo razão. Enquanto deveria ser respeitado e reverenciado mesmo estando "errado", devendo-se consideração a  boa intenção regente do seu profissionalismo e a importância merecida. Sádicos, leiam as atas de reunião da escola sem chorar, depois me digam sobre os meus avisos: "as nuvem não eram de algodão".
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 16/04/2014
Reeditado em 20/07/2014
Código do texto: T4771635
Classificação de conteúdo: seguro
Comentários

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sábado, 5 de julho de 2014

QUANDO OS IGUAIS SE NEGAM (Em todos os lugares os iguais se protegem na educação eles se negam)



Crônica

QUANDO OS IGUAIS SE NEGAM (Em todos os lugares os iguais se protegem na educação eles se negam)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Ao cruzar o limiar da sala de aula, sinto-me como um soldado entrando em um campo minado. Cada aluno, aparentemente inofensivo, carrega consigo a imprevisibilidade de uma bomba relógio. Este é o cenário que se desenha em minha rotina como professor, um enredo marcado por desafios e complexidades que permeiam as relações na escola.

Recordo-me de um episódio recente, protagonizado por uma aluna do sexto ano. Sua maturação precoce revelava uma malícia inusitada. A audácia de sua fala, incitando colegas a "infernizarem" seus pais para agredir o professor, ilustrava o desconcertante jogo de poder presente na dinâmica escolar. Uma ameaça que, inicialmente, julguei pertencer ao folclore das inquietudes juvenis, mas que, ao revisitar, revelou-se uma narrativa que transcende o trivial.

Outro caso: Foi em uma tarde ensolarada, fui surpreendido por um senhor, ainda jovem, invadindo minha sala de aula. Ele questionava sobre eu ter recusado aceitar o trabalho de sua enteada. Longe de me intimidar, aquela indagação suscitou dúvidas sobre a dificuldade em acreditar na filha adotiva. Questões entrelaçadas com a complexidade das relações interpessoais na comunidade escolar, onde o inusitado se torna parte do cotidiano.

Também vivi a rivalidade entre colegas docentes, mascarada por elogios hipócritas, revelava uma teia de intrigas e disputas veladas. A escola, unificada em teoria, tornava-se palco de egos inflados, onde a qualidade do ensino cedia espaço a um jogo de aparências. As avaliações externas, sempre indicando índices baixos, testemunhavam uma realidade que transcende a sala de aula, permeada por desafios e desigualdades.

A atmosfera carregada de medo, promovida pela ameaça de alunos marginais e coordenadores persecutórios, era exacerbada pela insegurança do contrato temporário e pelos bônus governamentais. Uma realidade que tornava a greve dos professores uma mera utopia, incapaz de galvanizar a união entre educadores e educandos.

Nesse intricado panorama, aprendi a desvelar um sorriso perante as adversidades, a afirmar que tudo está às mil maravilhas, mesmo no silêncio de meu quarto, onde as preces noturnas buscam afastar as adversidades que assolam meu trabalho. Uma tentativa de resistir ao caos e, mesmo diante das críticas, continuar oferecendo aulas dinâmicas, acirradas, na esperança de, no mínimo, transmitir algo útil.

A coordenadora, inadvertidamente, destacava o caos de minha sala de aula, elogiando, de maneira equivocada, minha resistência. No entanto, o que ela rotulava como bagunça eram apenas minhas tentativas incessantes de ensinar, amenizando revoltas e buscando, como sugeriu Platão, educar como se fosse um jogo. Afinal, na intrincada trama da educação, é preciso jogar com as peças que a vida nos apresenta, compreendendo a disposição natural de cada aluno.

Assim, entre as avarias cotidianas da escola e os desafios que permeiam meu caminho, percebo que, mesmo em meio às avarias, a missão de educar persiste. Uma jornada que transcende o imediato, deixando-me refletir sobre o verdadeiro propósito de minha presença na sala de aula e sobre as marcas que deixo na vida desses jovens que, por ora, são apenas bombas relógio à espera de detonação. E assim, mesmo diante do caos, sigo firme, pois sei que a educação é a única ferramenta capaz de desarmar essas bombas e transformá-las em sementes de mudança.

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. Desafios e Complexidades das Relações na Escola:

O texto apresenta um relato vívido dos desafios e complexidades que permeiam as relações na escola, desde a ameaça de uma aluna até a rivalidade entre colegas docentes. Como a sociologia pode nos auxiliar a compreender essas situações, considerando as diferentes perspectivas dos alunos, professores, pais e demais membros da comunidade escolar?

2. Desigualdades Sociais e Seus Reflexos na Educação:

O autor menciona a dificuldade em acreditar na filha adotiva e as avaliações externas com baixos índices. Como a sociologia pode nos ajudar a analisar a relação entre as desigualdades sociais e os desafios enfrentados na educação, considerando o contexto socioeconômico dos alunos e o papel da escola na promoção da justiça social?

3. Condições de Trabalho e Qualidade do Ensino:

O autor relata a insegurança do contrato temporário e os bônus governamentais, além da falta de união entre os professores. Como a sociologia pode nos auxiliar a compreender a relação entre as condições de trabalho dos professores e a qualidade do ensino, considerando os direitos trabalhistas, a valorização profissional e a organização sindical?

4. Educação como Resistência e Transformação:

Mesmo diante das adversidades, o autor busca oferecer aulas dinâmicas e acredita na educação como ferramenta de transformação. Como a sociologia pode nos ajudar a compreender o papel da educação como forma de resistência às desigualdades e de promoção da emancipação humana?

5. O Papel do Professor na Construção de Uma Sociedade Mais Justa:

O autor questiona o verdadeiro propósito de sua presença na sala de aula e as marcas que deixa na vida dos alunos. Como a sociologia pode nos auxiliar a compreender a importância da formação crítica dos professores e o papel da educação na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva?

Bônus:

A Evolução do Papel da Escola ao Longo da História:

Realize uma análise sociológica da evolução do papel da escola ao longo da história. Como as mudanças sociais, as lutas por direitos, as diferentes correntes de pensamento e as descobertas científicas influenciaram o papel da escola em diferentes épocas e culturas? Quais os desafios e as oportunidades que a educação enfrenta na sociedade contemporânea?

de tudo que senhor escreveu professor , só não concordo com um parte : " minha aula de Língua Portuguesa é tão sem admiração tanto quando as de matemática, história, geografia, religião, percebo pela receptividade e comentários de alunos". eu como já fui seu aluno acho que suas alunos são dignas de admiração , fico admirado como o senhor consegui contra um classe como foi a minha cheia de bagunça , e transforma la em algo produtivo , fica admirado , já outros professores , simplesmente passam sua matéria do quadro negro e não explicam simplesmente deixam la , não se importam se o aluno aprendeu ou não , sinto saudades de ter aulas assim como a sua !

sábado, 28 de junho de 2014

QUEM RESPEITA TEM RESPEITO ("Uma alma sem respeito é uma morada em ruínas. Deve ser demolida para construir uma nova." — Código Samurai)


Crônica

QUEM RESPEITA TEM RESPEITO ("Uma alma sem respeito é uma morada em ruínas. Deve ser demolida para construir uma nova." — Código Samurai)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Relações desconfortáveis é fruto da falta de respeito de uma das partes ou das duas. Para confirmar essa proposição, verifiquei vários dicionários e fiquei bem ciente do tal respeito ao próximo: Sentimento de reverência ou consideração; apreço que se tem por alguém ou alguma coisa; sentimento de apreensão; atitude de deferência ou obediência em relação a outrem ou a algo (leis); lado, ponto de vista por onde se encara alguma questão; relação, referência; justiça, direito, razão.
           Os alunos modernizados jamais se reconhecem educados, pois oprimem, intimidam, ameaçam e não sabem por que ficou em recuperação; isso dificulta a liberação de nota generosa. Depois repetem a dose no II bimestre. ...no futuro se encontram com o desespero crônico. Porque "Quem ajuda o tolo terá de ajudá-lo novamente".
           Sem mendigar o respeito desses pirracentos Perturbadores das aulas DOS outros, digo-lhes sobre a obediência forçada não ser virtude alguma. Nem merecer seu respeito, poderia eu pretender, se mesmos seus pais nem sempre o têm. Esta é a prova de que educação escolar não substitui a familiar; pelo contrário, a má formação familiar atrapalha a boa formação escolar. 
           Afinal, o céu não é feito de respeitados, mas sim de respeitadores. Eu respeito as pessoas não porque elas merecem: pelo que elas são ou fizeram. Porém, respeito-lhas pelo que eu sou. Senão, não respeitaria um mendigo, uma prostitua, um ladrão, um negro, um animal, um idoso, ou ainda um homossexual. Por outro lado, Por que o Lúcifer não pode respeitar a Deus, mesmo consciente de ter o Criador do universo todo poder e dignidade? Simplesmente porque o caráter do adversário é demoníaco! Respeitar alguém é um dom Divino; pois, até mesmo, O Criador de todas as coisas respeita Suas criaturas, embora ainda que sejam as mais insignificantes aparentemente. Só os desrespeitadores merecem um deus desrespeitador, criado por eles mesmos; de si para si! Por isso, posso contar com o respeito do verdadeiro Deus, isso me interessa e me é suficiente, assim essa relação conhecida e vivida reciprocamente  faz de mim um respeitador motivado e referencial.
          Um adolescente respeita uma pessoa idosa ao ponto que ela faça seus gostos, sendo ela sobrecarregada de pobreza e/ou doenças? Jamais, quando ela é seu professor saudável e cheio de diplomas! Já pensaram se um desses adolescentes, fosse respeitado só pelo que produz? Será se não devo respeitá-lo por isso, visto que quase nunca produz o esperado? É claro...devemos respeitar todos os seres vivos! Quem ignora o outro é um zero à esquerda! Porém de forma alguma devo cometer o erro de exigir seu respeito com falta de respeito. Pois, sejam assim dados às suas vontades para que não culpe ninguém dos castigos herdados do destino. Quem não respeita os outros e/ou a si mesmo, atrai repugnância por ser asqueroso. Quanto mais leis, mais transgressão. Até porque, alguém já disse: "obediência forçada não é virtude". E Raul Seixas complementa: "Só há amor, quando não existe nenhuma autoridade."
           Alunos não respeitam suas aulas e professores, porque gostam de ser mal amados. Acostumados escravos nem sabem o que fazer da liberdade que ainda lhe é possível.
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 31/03/2014
Reeditado em 24/06/2014
Código do texto: T4751525
Classificação de conteúdo: seguro

Comentários

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sábado, 21 de junho de 2014

O SISTEMA EDUCACIONAL PÚBLICO NÃO É DE DEUS? (E estão penalizando o profeta ao invés das ursas. Ursas que não mataram ninguém)



Crônica

O SISTEMA EDUCACIONAL PÚBLICO NÃO É DE DEUS? (E estão penalizando o profeta ao invés das ursas. Ursas que não mataram ninguém)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Ao mergulhar nas páginas antigas da Bíblia Sagrada, deparei-me com uma passagem singular, uma história que ecoa através dos séculos com uma ressonância impressionante nos dias de hoje. II Reis 2:23–25, um relato aparentemente distante, apresenta uma reflexão surpreendentemente contemporânea. Neste relato, Eliseu, um profeta do passado, encontra-se em uma situação peculiar, e é difícil não traçar paralelos com o mundo que conheço.

Na estrada de Jericó para Betel, Eliseu se vê confrontado por uma turba de jovens zombadores, que o ridicularizam por sua aparência. O profeta, em vez de reagir com violência ou revolta, responde com uma maldição invocando o nome do Senhor. O desfecho, para muitos, pode parecer surpreendente: duas ursas ferozes emergem do bosque e põem fim à zombaria, causando a morte de quarenta e dois dos jovens insolentes. O relato, além de intrigante, levanta questões profundas sobre a natureza da justiça divina e a relação entre ação e consequência.

O paralelo entre Eliseu e os professores contemporâneos não passa despercebido. Assim como o profeta do passado, os educadores de hoje enfrentam desafios semelhantes, lutando por uma causa nobre: a educação redentora. No entanto, ao refletir sobre o desfecho do incidente bíblico, sou confrontado com uma realidade dolorosa: a ausência de justiça imediata diante das injustiças cometidas contra os mestres da atualidade. Enquanto Eliseu invocou a intervenção divina diante da zombaria, os educadores contemporâneos muitas vezes enfrentam desrespeito e agressão sem receberem uma resposta imediata ou adequada.

A desigualdade entre a reação divina no relato bíblico e a falta de amparo aos educadores contemporâneos suscita questionamentos pertinentes. Enquanto o profeta do passado foi prontamente defendido pela intervenção divina, os professores de hoje frequentemente enfrentam desafios semelhantes sem o respaldo necessário. A falta de proteção e reconhecimento da importância do magistério reflete uma realidade preocupante, onde os educadores são frequentemente responsabilizados por questões que vão além de sua esfera de influência.

Em meio a essa reflexão, surge uma questão inevitável: onde está a justiça diante dessas injustiças? A resposta, talvez, resida em reconhecer que a justiça divina muitas vezes se manifesta de maneiras sutis e complexas, desafiando nossa compreensão limitada. Enquanto os jovens zombadores do passado enfrentaram consequências diretas por suas ações, os desafios enfrentados pelos educadores contemporâneos exigem uma resposta coletiva e enraizada em valores mais profundos de respeito e empatia.

Assim como Eliseu invocou a intervenção divina em nome da justiça, é hora de reconhecermos que o desrespeito aos educadores não pode ser tolerado. Não como uma mera questão de ego ferido, mas como uma questão de justiça e respeito pelos que dedicam suas vidas à missão nobre da educação. Que possamos, como Eliseu, invocar a força do bem em nome da justiça e da dignidade da profissão docente. Que a maldição da injustiça seja dissipada pela luz da compreensão e do respeito mútuo, pois somente assim poderemos construir um mundo onde a educação seja verdadeiramente valorizada e protegida.

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. A Natureza da Justiça Divina:

Como o relato de Eliseu em II Reis 2:23-25 desafia nossa compreensão tradicional da justiça divina?

A aparente falta de intervenção divina diante das injustiças sofridas pelos professores contemporâneos significa que Deus é injusto?

De que forma a justiça divina pode se manifestar de maneiras sutis e complexas, desafiando nossa expectativa de punição imediata?

2. Desafios e Injustiças Enfrentados pelos Professores:

Quais são os principais desafios e injustiças que os professores contemporâneos enfrentam em seu dia a dia?

Como a falta de proteção e reconhecimento da importância do magistério contribui para o sofrimento dos educadores?

De que forma a sociedade em geral pode contribuir para a criação de um ambiente mais justo e valoroso para a profissão docente?

3. Ação e Consequência: Uma Reflexão Ética:

Qual a relação entre a zombaria dos jovens em II Reis 2:23-25 e a morte dos mesmos? A punição foi justa ou desproporcional?

Como o relato de Eliseu nos convida a refletir sobre a ética das ações e consequências, especialmente no contexto da educação?

É possível encontrar um equilíbrio entre a necessidade de disciplina e a importância da empatia e da compreensão na relação entre professores e alunos?

4. A Busca por Justiça e a Vocação do Professor:

Qual o papel do professor na busca por justiça e na construção de uma sociedade mais justa e equitativa?

Como os educadores podem utilizar sua voz e influência para promover o respeito e a valorização da profissão docente?

Que ações concretas podem ser tomadas para garantir a proteção e o reconhecimento dos direitos dos professores?

5. A Educação como Redentora da Sociedade:

De que forma a educação redentora, defendida no texto, pode contribuir para a transformação social?

Qual o papel dos professores como agentes de mudança e como promotores de valores como o respeito, a empatia e a responsabilidade?

Como a valorização da educação e do magistério pode contribuir para a construção de um futuro mais promissor para a sociedade?

Gostei da sua abordagem sobre o tema. A violência nas escolas está muito intensa. Os jovens perderam a noção de limite. O professor, principalmente professora, é violentado frequentemente. E quando tenta impor sua autoridade escuta: Dá nada pa nóis não! E não dá mesmo!

sábado, 14 de junho de 2014

ENTREVISTA COM O PROFESSOR CLAUDECI FERREIRA - Por William Correia (Acadêmico de Jornalismo - PUC-Goiás)



Entrevista

ENTREVISTA COM O PROFESSOR CLAUDECI FERREIRA - Por William Correia (Acadêmico de Jornalismo - PUC-Goiás)

William Correia (1). O senhor sempre foi um crítico da burocracia do sistema de educação pública, especialmente quanto à desorganização das instituições responsáveis – como no caso das secretarias municipais e também do estado –, passando pela “ditadura” instaurada através das coordenadorias e diretorias das unidades de ensino. O senhor acha possível as escolas e colégios se reformularem, adotando uma postura mais específica, independente das normas dos órgãos superiores do estado e dos municípios? Que tipo de mudanças, por exemplo, o senhor sugeriria na unidade estadual de ensino onde atua?


CLAUDECI FERREIRA (1): Primeiro, acho que confundem modismo com restauração.  As entidades tradicionais como: família, igreja e escola, estão fracassadas e suas formas não se encaixam mais na medida atual, então só reformar não vai resolver. Tem-se que inventar, não a partir do zero, algo que beneficie a sociedade com o mesmo que justificava a existência dessas entidades, mas agora aproveitando os modelos novos que a própria sociedade propõe para remodelar os padrões estruturais e curriculares que devem ser contemplados. Falando mais particularmente de minha área: educação. Este sistema educacional, do jeito que está, não tem mais utilidade para a sociedade, quando vemos os jogadores, funkeiros e até presidentes  e deputados  se dando muito bem na vida, ganhando muito dinheiro e fama, com apenas o Ensino Médio, formação acadêmica precária. A escola tem que ser seletiva, e a sociedade endossará isso vomitando alunos desrespeitadores sevados por ilusórios subornos do governo. O regime de ditadura sem causa que reina ainda hoje na escola é fruto da insegurança de seus atores por ter a certeza do não cumprimento de seus deveres, por impossibilidades mil,  estando embebidos no faz de conta elaborado para atingir altos índices documentados e sem educação. Os filhos dos ditos professores estaduais estudam na rede particular. A falsa ética impõe esse comportamento.



William Correia (2). Na internet, o senhor mantém um blog denominado de “Crônicas da Vida Escolar”, onde relata diversas experiências e situações inusitadas vivenciadas no seu dia-a-dia como professor. A forma cômica e sarcástica com que trata os relatos, já gerou desavenças com alunos, membros da cúpula administrativa e também com parceiros de profissão nos colégios onde trabalha/trabalhou. Apesar de tudo, o senhor nunca mudou sua postura e continua colecionando desafetos por aí. Como se sente causando tanto impacto e dividindo opiniões no meio acadêmico? E como analisa essa dissensão que existe hoje entre a classe dos trabalhadores em educação no estado de Goiás?



CLAUDECI FERREIRA (2): Apesar dos dessabores, sinto-me útil e justifico minha atuação e insistência com cada relato sincero e real que posto em meu Blog. Aqui reproduzo o que escrevi na capa do blog: MEU BLOG DE EXPERIÊNCIAS RELATÁVEIS. TALVEZ AJUDE ALGUÉM, SENÃO, PELO MENOS, PARA DIZER COMO NÃO FAZER, COMO NÃO SER E COMO NÃO APRENDER. NINGUÉM PODE IMPEDIR QUE EU CONTE O QUE ACONTECEU COMIGO, APENAS TENHA CUIDADO PARA NÃO TROPEÇAR NAS COVAS PROFUNDAS DE MINHAS "PISADAS". Eu entendo por que os professores são uma categoria desunida, acho que é devido as muitas ameaças, tanto de colegas, de pais como de alunos, que os fazem se proteger uns dos outros. Também pelas humilhações que sofrem por parte de alunos que um tem vergonha do outro. Também a industria da fofoca dentro de cada unidade escolar que destrói a confiança uns nos outros por tantas vezes vítimas de delatamentos.



William Correia (3). Além da formação e pós-graduação em Língua Portuguesa, o senhor também é bacharel em Teologia, e já foi pastor em uma igreja evangélica. De que forma essa experiência influenciou o seu estilo como professor? E que condutas ou práticas de um líder religioso são aplicáveis em sala de aula?



CLAUDECI FERREIRA (3): Na verdade, eu tenho todas as credenciais tanto para ser pastor quanto professor, que são atividades um tanto semelhantes, porém o meu comportamento é ajustado à demanda do diferente público alvo. Aluno é como bode rebelde não quer ser orientado em sua maioria, e os irmãos de igreja são como ovelhas dóceis que procuram orientação. Então aqui cabe as palavras de Salomão: "Quem é sábio procura aprender, mas os tolos estão satisfeitos com sua própria ignorância (Pv 15:14). Nesse contexto, também, faço minhas as palavras do apóstolo Paulo quando diz que se fez de tudo para ganhar a todos. Assim vou levando e dançando como a música sugere.



William Correia (4). Na sua visão, hoje o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (SINTEGO) mais ajuda ou atrapalha na mediação das reivindicações da classe junto ao governo? E como o senhor avalia até aqui a gestão de Thiago Peixoto na Secretaria Estadual de Educação?



CLAUDECI FERREIRA (4): É, parece-me que, no nosso caso, SINTEGO e Secretário de Educação são aliados. O sindicato fomenta a paralisação e sabe exatamente a hora de desarticular e dissuadir o povo.  Eu costumo dizer que na educação é como no futebol, temos como técnicos aqueles que já não jogam mais nada. Os membros do Sindicato, em sua maioria, são professores desviados de função, coordenadores , gestores que perderam seus ideais junto ao alunado, aí ditam regras para os colegas, muitos têm que "puxar o saco" para manter-se nos cargos e na zona de conforto. E o pior, sabendo que estão sempre na corda bamba, estão sempre forçando a barra para continuarem em seus cargos. A gestão Peixoto foi ruim, e, infelizmente, ninguém fará melhor, um sistema desmantelado assim não funcioná com quem quer que seja.



William Correia (5). Mesmo com todas as dificuldades e barreiras enfrentadas na carreira, o senhor jamais desistiu de lecionar, mesmo tendo qualificações o suficiente para tentar sucesso em outras áreas. Quando surgiu a ideia de se tornar docente? E qual a principal razão de persistir na área até hoje?



CLAUDECI FERREIRA (5) : É como já falamos, eu sonhava ser pastor evangélico, mas por razões adversas e desilusões na igreja, vim, sem opção alguma, parar na educação, então não escolhi, fui escolhido, por isso respeito esta providência. Ou estou no magistério até hoje por pirraça, já tive muitos ideais, porém agora, só me resta, cumprir o destino; sina que me amarrou aqui, então estou  aguardando a aposentadoria como meta final. Gostaria que me entendesse com a seguinte ilustração: quando se nadou dois terços do rio não compensa voltar, para salvar a vida, deve-se prosseguir e aqui vou eu aos trancos e barrancos até o fim. E lembre-se enquanto os coordenadores tetarem controlar professores pelos caderninhos de planos de aula, e professores tentarem controlar alunos com "vistinhos" no caderno deles, e pelo medo das faltas e ameaças com prova extensivas, a educação nunca vai se consertar por que obediência forçada não é virtude. PARA MEUS ALUNOS QUE ACHAM QUE ESTOU MENDIGANDO SEU RESPEITO, sempre digo que obediência forçada não é virtude. Não quero merecer respeito deles,  e nem poderia pretender se nem mesmos seus pais não o têm. Que fossem respeitadores por convicção. Esta é a prova de que educação escolar não substitui a familiar. Afinal, o céu não é feito de respeitados, mas sim de respeitadores.



_________APÓS ENTREVISTA E A NOTA NA FACULDADE, OS AGRADECIMENTOS Por e-mail________

Claudeko, obrigadão por me ajudar aqui (mais uma vez). Este é um trabalho inicial, na verdade: "fase de testes". Agradeço o tempo que o senhor dedicou para responder os questionamentos. Entrevistei a pessoa  certa, sem dúvidas! Algumas respostas eu até previa, mas o senhor sempre surpreende. Sabe... me lembro com saudades das suas aulas e das nossas conversas informais. Te acho um excelente professor e melhor ainda como pessoa. Uma inspiração! A propósito, muito te devo por ter a oportunidade de estar galgando minha jornada hoje: foi a primeira pessoa que me deu um espaçosinho num jornal de Senador Canedo, para que eu pudesse registrar minhas ideias, tão imaturas quanto meu português da época, é verdade, mas que foram produzidas à base de esforço. Obrigado, de verdade, Claudeko! Qualquer dia passo aí, no JC, para lhe relatar minhas "Crônicas da Vida Universitária", rs. Abraços! William Correia
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 25/03/2014
Reeditado em 14/06/2014
Código do texto: T4743719
Classificação de conteúdo: seguro
Comentários

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.