"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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MINHAS PÉROLAS

⁠A AUSÊNCIA DE RESPEITO SONEGA-LHE O TRONO. ("Quem nasceu para obedecer, obedecerá mesmo no trono." — Marquês de Vauvenargues)
Um professor que xinga seu presidente (Bolsonaro) de burro, idiota, vagabundo, lixo; não tem nada de patriotismo e nem de civilidade e cidadania para ensinar aos seus alunos, é o que vejo entre meus colegas. Se não respeita a autoridade máxima e legítima do país, vai respeitar alunos, e ou funcionários, e ou colegas? Esse tipo não merece respeito, neles não confio: Quem respeita merece respeito, já dizia o sábio. Isso não é professor do bem, é militante, ativista, etc.! Por outro lado, é muito sem inteligência quem subestima o adversário. E ainda sem coerência dizem: Vamos orar para Deus abençoar nossa reunião! CiFA

Claudeci Ferreira de Andrade

sábado, 25 de agosto de 2012

PERFIL DO ALUNO DE "SUCESSO MODERNO" ("Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça, sou grato a esses professores."— Khalil Gibran)



Crônica

PERFIL DO ALUNO DE "SUCESSO MODERNO" ("Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça, sou grato a esses professores."— Khalil Gibran)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Ah, o "aluno de sucesso"! Permitam-me apresentar-lhes uma criatura peculiar que floresceu nos jardins da nossa moderna educação, um espécime cultivado em um solo onde direitos germinam sem a contrapartida dos deveres, e onde a busca por atenção suplanta a sede pelo saber. Essa figura foi moldada por uma tríade de instituições – família, igreja e escola – que, embora tenham lhe ensinado sobre os direitos do cidadão, convenientemente se esqueceram de mencionar a premissa fundamental: a dignidade dos direitos reside no cumprimento dos deveres. Da mesma forma, incentivaram a busca incessante por holofotes, a necessidade de jamais passar despercebido, mas omitiram a futilidade da "palhaçada" como ferramenta de ascensão, reservando o sucesso nesse campo apenas para raridades como o Tiririca.

Lembro-me da primeira vez que o observei em ação. Uma algazarra no pátio, um murmúrio crescente que ecoava promessas de confusão. Lá estava ele, no centro do redemoinho, a voz estridente a clamar por "Porrada! Porrada! Porrada!!!". Um eco do mundo moderno, onde a violência, muitas vezes, parece ser o espetáculo mais atraente. Hoje, confesso, até invejo a praticidade dos sprays de pimenta e dos colírios que prometem aliviar os olhos lacrimejantes após o tumulto. Ele, claro, fará questão de elaborar um relatório detalhado sobre o "alvoroço", mesmo que sua participação tenha sido mais ativa do que a de um mero espectador, como o mundo moderno tão bem o ensina.

A arte da transgressão parece ser outra de suas especialidades. Leis e normas são meros obstáculos a serem contornados em sua busca incessante por satisfazer seus caprichos. Mente com desenvoltura, furta com displicência, profere impropérios com naturalidade, edita conversas digitais com maestria, ameaça com sorrisos e, se a situação exigir, até ensaia uma tentativa de suborno. E o mais fascinante é a metamorfose que se opera em seguida: veste a máscara da vítima com uma perfeição teatral, desfilando com a consciência aparentemente mais limpa do que a neve, enquanto aqueles que foram por ele manipulados ainda se recompõem dos golpes.

A igualdade com o corpo docente é uma bandeira que ele brande com fervor. "Se o professor pode, eu também posso!", proclama pelos corredores, ignorando solenemente que a referência não deveria ser as falhas humanas dos mestres, mas sim seus acertos, sua dedicação, seu conhecimento. Curiosamente, é nas imperfeições dos educadores que ele encontra terreno fértil para suas reclamações: o uniforme ausente, o atraso ocasional, o lanche diferenciado. Os erros são imitados com mais afinco do que os acertos. Alguns até adotam uma persona cuidadosamente construída: o olhar penetrante (vazio, na maioria das vezes), os cabelos desalinhados (estratégicos), a mochila como extensão do corpo, o celular à mostra, uma pilha de livros (raramente abertos) nas mãos, calças com bolsos repletos de... mistérios. E, ironicamente, sua popularidade entre os colegas muitas vezes ofusca a dos próprios professores.

A escrita, essa ferramenta fundamental da aprendizagem, nem sempre é seu forte. Incapaz de produzir uma redação escolar adequada, ele, no entanto, não se acanha em humilhar os professores. Ah, se alguém ousar apontar uma falha na grafia de um mestre! O escândalo é imediato, o grito debochado ecoa pela escola: "Que professor de português é esse?!". Menosprezar o educador parece ser um degrau importante em sua escalada rumo ao sucesso, uma forma de se destacar perante os seus pares em sua busca por reconhecimento.

E se o sucesso tardar a chegar pelos meios "convencionais", não há problema. Ele é bem instruído a buscar auxílio nas instâncias superiores, a clamar por prejuízos imaginários, a manipular os pais (aqueles que raramente comparecem para ver o boletim, mas que prontamente atendem ao chamado para "desacatar" professores e coordenadores). O importante é "sair por cima", mesmo que para isso seja necessário recorrer a artimanhas e encenações. Depois, com a poeira abaixada, ele se encarregará de restaurar as relações com os ofendidos, distribuindo sorrisos e "gracinhas" convenientes.

A impaciência e a impulsividade são marcas registradas. Qualquer contratempo, por menor que seja, é motivo para explosões de raiva, para a demonstração de que a violência é sempre uma opção a ser considerada. Intimidar os outros parece ser uma estratégia eficaz para diminuir seus próprios desafios. Esqueceram, porém, de lhe dizer que é justamente ao enfrentar os obstáculos que se constrói a grandeza. O primeiro passo nessa busca peculiar pelo sucesso, curiosamente, envolve rodar o livro no dedo, um livro fechado em alta velocidade, exibido como um troféu de domínio. As alunas, com suas unhas impecáveis que mal lhes permitem segurar uma caneta, agregam-se a esses "dominadores", rindo de qualquer bobagem como sinal de apoio, usufruindo do status que essa proximidade lhes confere.

E o professor, pobre mortal que almeja sobreviver nesse ambiente hostil, muitas vezes se vê compelido a ceder aos caprichos desse "aluno de sucesso", elegendo-o representante de classe, buscando uma trégua com o "herói" para evitar maiores dissabores, mesmo que isso implique assinar advertências semanais, fruto das incessantes denúncias desse "líder" estudantil que questiona seu trabalho. Resta-me, confesso, a ironia como derradeira arma secreta, um escudo sutil contra essa caricatura de estudante que, paradoxalmente, a nossa sociedade parece ter moldado.

Como um bom professor de sociologia, preparei 5 questões discursivas e simples, baseando-me nas ideias principais do texto apresentado:

1. O autor descreve o "aluno de sucesso" como um produto de instituições como família, igreja e escola, que enfatizaram direitos em detrimento de deveres. De que maneira a sociologia analisa o papel dessas instituições na socialização dos indivíduos e como a ênfase em certos valores em detrimento de outros pode moldar comportamentos sociais específicos?

2. O texto satiriza o comportamento do "aluno de sucesso" em relação às regras e à autoridade, como a transgressão de normas e a busca por igualdade com os professores através da imitação de suas falhas. Sob uma perspectiva sociológica, como se manifestam as relações de poder dentro do ambiente escolar e de que forma os alunos podem desafiar ou negociar essas relações?

3. O autor critica a valorização da atenção e da popularidade em detrimento do aprendizado genuíno, exemplificado pela busca por reconhecimento através de comportamentos disruptivos e pela humilhação dos professores. Como a sociologia analisa a influência da cultura e dos valores sociais na definição de "sucesso" no ambiente escolar e como isso pode impactar a motivação e o engajamento dos estudantes?

4. O texto menciona a manipulação dos pais e o recurso a instâncias superiores para resolver problemas, indicando uma possível fragilidade na autonomia e na capacidade de resolução de conflitos por parte do "aluno de sucesso". De que maneira a sociologia aborda o papel da família no desenvolvimento da autonomia e da responsabilidade nos jovens, e quais as possíveis consequências de uma superproteção ou de uma falta de limites?

5. O autor descreve a reação dos professores diante do "aluno de sucesso", que muitas vezes se sentem compelidos a ceder aos seus caprichos. Como a sociologia analisa o papel dos professores como agentes de socialização e de manutenção da ordem no ambiente escolar, e quais os desafios que eles enfrentam ao lidar com comportamentos que desafiam as normas estabelecidas?

Essa inversão de valores tão bem refletida em teu texto!! aplausos!!

sábado, 18 de agosto de 2012

A ARTE DE ESCREVER BEM ( Os mandamentos do escritor)



Texto

A ARTE DE ESCREVER BEM ( Os mandamentos do escritor)

Car­los Wil­li­an Lei­te |

Dando sequência à série de conselhos literários (ou mandamentos literários), publico nesta edição os ensinamentos de outros cinco escritores seminais: Machado de Assis, Marcel Proust, Gustave Flaubert, Henry Miller e Jorge Luis Borges. A compilação reúne excertos de textos publicados nos livros “Pensamentos e Reflexões de Machado de Assis”, “Contra Sainte-Beuve: Notas Sobre Crítica e Literatura”, de Marcel Proust, “Cartas Exemplares”, de Gustave Flaubert, “Henry Miller on Writing”. Os conselhos de Jorge Luis Borges foram publicados numa edição especial da revista L’Herne. A primeira parte dos mandamentos literários pode ser visto aqui: http://www.recantodasletras.com.br/artigos/3588094


1 — A primeira condição de quem escreve é não aborrecer.

(Machado de Assis)


2 — Para se ter talento é necessário estarmos convencidos de que o temos.

(Gustave Flaubert)


3 — Há somente uma maneira de escrever para todos, que é escrever sem pensar em ninguém. (Marcel Proust)



4 — Escreva primeiro e sempre. Pintura, música, amigos, cinema, tudo isso vem depois.

(Henry Miller)


5 — Evitar as cenas domésticas nos romances policiais; as cenas dramáticas nos diálogos



filosóficos.

(Jorge Luis Borges)


6 — Trabalhe de acordo com o programa, e não de acordo com o humor. Pare na hora prevista! (Henry Miller)



7 — Uma verdade claramente compreendida não pode ser escrita com sinceridade.

(Marcel Proust)


8 — Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução. (Machado de Assis)



9 — O autor na sua obra, deve ser como Deus no universo, presente em toda a parte, mas não visível em nenhuma. (Gustave Flaubert)



10 — Esqueça os livros que quer escrever. Pense apenas no que está escrevendo.

(Henry Miller)


11 — O que se deve exigir do escritor, antes de tudo, é certo sentimento íntimo, que o torne homem do seu tempo e do seu país, ainda quando trate de assuntos remotos no tempo e no espaço.

(Machado de Assis)


12 — Todo o talento de escrever não consiste senão na escolha das palavras.

(Gustave Flaubert)


13 — Mantenha-se humano! Veja pessoas, vá a lugares, beba, se sentir vontade.

(Henry Miller)


14 — Evite a vaidade, a modéstia, a pederastia, a falta de pederastia, o suicídio.

(Jorge Luis Borges)


15 — Um livro não deve nunca parecer-se com uma conversação nem responder ao desejo de agradar ou de desagradar.

(Marcel Proust)
Claudeko
Enviado por Claudeko em 08/04/2012
Reeditado em 08/04/2012
Código do texto: T3600636
Classificação de conteúdo: seguro


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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O MEC E A MUDANÇA NO ENSINO MÉDIO


O MEC E A MUDANÇA NO ENSINO MÉDIO

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor –Http://luizcarlosamorim.blogspot.com


O MEC – Ministério da Educação – está querendo, e não é de hoje, “fundir” as atuais treze disciplinas do ensino médio em apenas quatro “áreas”: ciências humanas, ciências da natureza, linguagem e matemática. Só que não definem, não esclarecem quais as matérias entram em cada uma das “áreas”. Será que na miscelânea não vai sobrar nada? Justificam a mudança com a desculpa de que as matérias que compõe o currículo atualmente estão muito “fragmentadas”. Penso que se dessem mais atenção à educação nacional, se investissem mais, o ensino estaria muito melhor.


A verdade é que o projeto de mudança voltou à baila depois que saiu o resultado do IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica de 2011, nada bons, evidenciando a baixo nível da nossa educação pública. A mudança até poderia ser promissora, se tivéssemos um Ministério da Educação que funcionasse, que priorizasse o ensino no país. Mas ninguém acredita que a implantação do projeto seja pelo menos razoável, pois a educação brasileira está em franca decadência, para não dizer falência. Os professores não são bem pagos, nem sempre são qualificados, não são em número suficiente para atender o grande número de estudantes da escola pública, os espaços físicos nem sempre tem manutenção – existem escolas caindo aos pedaços, sendo até desativadas – e também falta equipamentos. Além disso, o tal projeto, segundo disse representante do MEC, necessitaria de período integral para ser eficaz. Se o país não dá conta de ensinar suas crianças em meio período, como vai conseguir em período integral? Seria muito bom, com certeza. Mas o “poder público” vai investir nisso? Até agora vem investindo cada vez menos.

Então a impressão que dá é que o ministro Mercandante – estamos bem, sai Haddad e entra Mercadante – quer “diminuir a dificuldade” de aprendizado dos estudantes do ensino médio e mascarar a falta de qualificação de alguns professores mal pagos e mal selecionados, para que seja feita uma boa prova do ENEM e, assim, os resultados passem a ser bons, e o governo possa gastar mais dinheiro em propaganda dizendo ao povo que a educação brasileira é modelo, que tudo vai bem e assim por diante.

O que precisamos é a valorização dos professores, mais qualificação, mais reconhecimento, mais respeito pela educação pelos donos do poder. Precisamos de mais escolas e mais professores, quando o que ocorre é o contrário: escolas sem condições de uso são parcialmente ou totalmente desativadas, obrigando as outras a diminuírem as horas de aula das turmas, pois não há outra alternativa senão aumentar os turnos, tendo que receber mais alunos.

Corremos o risco de, havendo mais essa mudança, termos um segundo grau reduzido a cursinho para fazer a prova do Enem. Precisamos nos mobilizar para que isso não aconteça.

sábado, 11 de agosto de 2012

O FALSO NÃO RESISTE AO TEMPO E NEM ÀS CIRCUNSTÂNCIAS ("Não condene a opinião do outro porque ela difere da sua. Vocês dois podem estar errados." — Dandemis)





Crônica

O FALSO NÃO RESISTE AO TEMPO E NEM ÀS CIRCUNSTÂNCIAS ("Não condene a opinião do outro porque ela difere da sua. Vocês dois podem estar errados." — Dandemis)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

         Eu queria entender por que em uma sala de aula, ou na igreja, ou ainda em uma reunião solene, quando apagam-se as luzes até as pessoas parecidas santa gritam e assobiam! Talvez sofram o síndrome da ema, enfiando a cabeça em um buraco e, por não está vendo o perigo, acha-se isenta do mesmo. Assim, procedem os internautas do mesmo espírito, tendo um perfil falso no Facebook, acham-se livres para dizer irresponsavelmente qualquer coisa. Na net, qualquer pessoa de má índole ameaça, xinga e diz asneiras mil com a segurança da máquina. Fazem coisas das quais se recusariam, à luz do dia. Por isso, talvez já disseram os sábios que "vindo a noite não se pode trabalhar". "À noite é que é a hora de dormir e quando as pessoas se embriagam." (I Ts 5:7 BV).
         Aconteceu-me que, achando no google uma imagem de Jesus apontando o dedo médio num gesto obsceno, coloquei-a na minha linha do tempo do Facebook, reproduzindo a intenção da imagem expressa, mostramdo a insatisfação de Jesus com os religiosos exploradores, abusadores da fé dos simples. Foi aí quando vários crentes transformaram-se em pessoas mundanas, desferindo seus desacatos, ameaças, e xingamentos, disseram até que eu era o próprio Demônio, por postar aquilo. Precisei acender a luz, ou melhor, apaguei aquela imagem do "Jesus irado", escurecedor de meu perfil. Não são todos os supostos alfabetizados bons de leitura. "Uma pessoa pura de coração vê virtude e pureza em tudo; mas uma pessoa cujo próprio coração é maligno e descrente, acha maldade em tudo, ..." (Tito 1:15-16 BV).
         A minha maior inquietação aqui é por que os crentes fanáticos precisam defender seu Deus, sem se importar em machucar o próximo de fé contrária! Quem é Deus de quem? Seria o adorador maior sobre o adorado?
         A pesar de o cemitério está cheio de gente bem intencionada, graças ao Deus verdadeiro, as boas intenções amenizam as consequências, assim como a palavra branda desvia o furor, e as trevas densas da noite natural e moral, e o anonimato na internet, auxiliado pela distância, desmascaram e/ou promovem a falsa santidade.
         É como disse o nobre poeta Joel de Sá: "Os exploradores da "fé" alheia estão comendo vivos os "fieis". E eu acrescentaria que eles também estão matando para estragar os que, por causa deles, tornaram-se ateus. 
Claudeko
Enviado por Claudeko em 07/04/2012
Reeditado em 25/05/2012
Código do texto: T3598934
Classificação de conteúdo: seguro


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sábado, 4 de agosto de 2012

A ARTE DE ESCREVER BEM-Os mandamentos do escritor, segundo Nietzsche, Hemingway, Onetti e García Márquez



Texto

A ARTE DE ESCREVER BEM-Os mandamentos do escritor, segundo Nietzsche, Hemingway, Onetti e García Márquez

Car­los Wil­li­an Lei­te  |


Os chamados mandamentos literários existem desde o surgimento da escrita. Aristóteles e Shakespeare foram pródigos em ensinar, por meio de conselhos, como se tornar um grande escritor. Gustave Flaubert, James Joyce, Henry Miller e Anaïs Nin também deixaram suas versões. Nesta edição, publico uma compilação de conselhos literários (ou mandamentos literários) de quatro nomes fundamentais da literatura mundial dos últimos 150 anos: Friedrich Nietzsche, Ernest Hemingway, Juan Carlos Onetti e Gabriel García Már­quez. A compilação reúne ex­cer­tos de textos publicados na “The Paris Review”, na “Esqui­re” e no “The Observer”. Os con­selhos literários de Ernest Hemingway foram adaptados por ele do Star Copy Style, o manual de redação do Kansas City Star, onde Ernest He­min­gway começou sua carreira jornalística em 1917. A tradução é de Alfredo Bertunes.



1 — Mintam sempre. (Juan Carlos Onetti)

2 — Elimine toda palavra supérflua. (Ernest Hemingway)

3 — Uma coisa é uma história longa e outra é uma história alongada. (Gabriel García Márquez)

4 — Antes de segurar a caneta, é preciso saber exatamente como se expressaria de viva voz o que se tem que dizer. Escrever deve ser apenas uma imitação. (Friedrich Nietzsche)

5 — Não sacrifiquem a sinceridade literária por nada. Nem a política, nem o triunfo. Escrevam sempre para esse outro, silencioso e implacável, que levamos conosco e não é possível enganar. (Juan Carlos Onetti)

6 — Use frases curtas. Use parágrafos de abertura curtos. Use seu idioma de maneira vigorosa. (Ernest Hemingway)

7 — Não force o leitor a ler uma frase novamente para compreender seu sentido. (Gabriel García Márquez)

8 — O escritor está longe de possuir todos os meios do orador. Deve, pois, inspirar-se em uma forma de discurso expressiva. O resultado escrito, de qualquer modo, aparecerá mais apagado que seu modelo. (Friedrich Nietzsche)

9 — Não escrevam jamais pensando na crítica, nos amigos ou parentes, na doce noiva ou esposa. Nem sequer no leitor hipotético. (Juan Carlos Onetti)

10 — Evite o uso de adjetivos, especialmente os extravagantes, como “esplêndido”, “deslumbrante”, “grandioso”, “magnífico”, “suntuoso”. (Ernest Hemingway)

11 — Se você se aborrece escrevendo, o leitor se aborrece lendo. (Gabriel García Márquez)

12 — A riqueza da vida se traduz na riqueza dos gestos. É preciso aprender a considerar tudo como um gesto: a longitude e a pausa das frases, a pontuação, as respirações; também a escolha das palavras e a sucessão dos argumentos. (Friedrich Nietzsche)

13 — Não se limitem a ler os livros já consagrados. Proust e Joyce foram  depreciados quando mostraram o nariz. Hoje são gênios. (Juan Carlos Onetti)

14 — O final de uma história deve ser escrito quando você ainda estiver na metade. (Gabriel García Márquez)

15 — O tato do bom prosador na escolha de seus meios consiste em aproximar-se da poesia até roçá-la, mas sem ultrapassar jamais o limite que a separa. (Friedrich Nietzsche)

VEJA NA SEQUÊNCIA: http://www.recantodasletras.com.br/pensamentos/3600636
Claudeko
Enviado por Claudeko em 01/04/2012
Reeditado em 08/04/2012
Código do texto: T3588094
Classificação de conteúdo: seguro


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