"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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MINHAS PÉROLAS

sábado, 29 de março de 2014

EU, DEUS, A ONIPOTÊNCIA E RAZÃO (Se eu disser que Deus é nada para mim, você me reduz a nada.)



Texto

EU, DEUS, A ONIPOTÊNCIA E RAZÃO (Se eu disser que Deus é nada para mim, você me reduz a nada!)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Eu posso ser nada, mas Deus jamais pode ser nada. Na conhecida onipotência dEle, será que nunca atinge os mais baixos limites do micro até não existir mais nada? Se for assim, nisso ele falha ou sua crença falha! E nessa tal onipresença, Deus pode ser ausente em algum lugar? Se Deus ausentar-se de algum ponto do universo, o que acontecerá com a vida de lá? E a tal onisciência, reforça uma impossibilidade da ausência de Deus e do não poder sê-Lo nada. Porém, Ele é verdadeiramente o tudo e o nada. A igreja e as suas teorias é que limitaram o Deus ou Ele é isso mesmo que me "venderam" por dízimos?
           Se tenho fé, falta-me a razão; se tenho razão, falta-me fé. Parecem-me estarem juntas só no contorno do círculo, contudo ainda, se nem uso a fé é porque uso demais a razão; se nem tenho razão é porque uso demais a fé. O exercício de uma anula a outra: fé racional não existe, é fraca. Eis uma situação onde de forma alguma se acha o ponto de equilíbrio. Ah, Quem são os desequilibrados os usuários da fé ou da razão? Epicuro já tinha percebido: "Se Deus é omnipotente, omnisciente e benevolente. Então o mal de modo algum poderia continuar existindo. Se for omnipotente e omnisciente, então tem conhecimento de todo o mal e poder para acabar com ele, ainda assim Jamais o faz. Então Ele não é bom. Se for omnipotente e benevolente, então tem poder para extinguir o mal e quer fazê-lo, pois é bom. Mas, nunca o faz, pois nem sabe quanto mal existe, e onde o mal está. Então Ele não é omnisciente. Se for omnisciente e bom, então sabe de todo o mal que existe e quer mudá-lo. Porém, isso elimina a possibilidade de ser omnipotente, pois se o fosse erradicava o mal. E se Ele nunca foi omnipotente, omnisciente e bom, então porquê chama-lo de Deus?"
            É como já disse Raul Seixas: Deus é o nada e o tudo. Meu Deus é imensidão. ...Mas, o mal criado por Ele (Is. 45:7) é mais uma prova real da existência dEle e de Sua eternidade no tempo e no espaço. Se eu aceitar a inexistência Divina só pelo fato das coisas não acontecerem como eu quero, então estou eu sendo o Deus e assim Ele existe em mim. 
Kllawdessy Ferreira
Enviado por Kllawdessy Ferreira em 18/12/2013
Reeditado em 29/03/2016
Código do texto: T4617027
Classificação de conteúdo: seguro

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, criar obras derivadas, fazer uso comercial da obra, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com).




sábado, 22 de março de 2014

ANTROPOFAGIA, MAS NÃO ANDRADIANA (Eu me vestido de preto, luto pela educação!)




Crônica

ANTROPOFAGIA, MAS NÃO ANDRADIANA (Será que se faz educação só com estádios e sambódromos?)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Naquela manhã de março, a notícia de uma professora mordida por uma aluna em Ribeirão Preto fez meu coração gelar. Era mais um capítulo na saga grotesca que se tornara nossa profissão. Sentado na sala dos professores, com telemóvel ligado entre as mãos, deixei minha mente vagar para quando decidi ser professor. Ah, a ingenuidade da juventude! Imaginava-me moldando mentes brilhantes, mas me tornei um domador de feras em uma arena chamada sala de aula.

O burburinho dos alunos me trouxe de volta à realidade. Olhei para meus colegas, todos com olheiras profundas e sorrisos cansados. Éramos como jogadores veteranos em um time de futebol, tentando ensinar as regras do jogo a quem nem sequer quer estar em campo. Na educação, como no futebol, temos por técnico os que não jogam mais nada.

As notícias se multiplicavam: cadeiradas, insultos, agressões. Éramos alvos em um bizarro jogo de tiro ao alvo. Alguns riam de nossa desgraça, suas risadas ao vivo e virtuais ecoando como um coro sarcástico. Esse novo canibalismo moderno, onde os alunos "comem" os professores vivos, não é por fome de conhecimento, mas por não querer vê-los prosperar.

Uma colega experiente se aproximou, pintando o retrato da atual conjuntura educacional: "Uns mordem, outros latem, miam e até relincham quando querem tumultuar. Mostram a educação que trouxeram de casa. Muitos pais dão pleno apoio às incoerências. Temo pelo futuro do país. Estudar, poucos querem. Recebem onze livros, e a parte nunca os leva para a escola."

Ao entrar na sala de aula, novamente observei os rostos à minha frente. Alguns poucos ávidos por conhecimento, outros completamente desinteressados. Os livros didáticos jaziam esquecidos no fundo das mochilas de muitos destes. Era como tentar regar um jardim onde metade das plantas se recusava a crescer.

Considero uma gravíssima agressão o fato de que os alunos que não querem estudar atrapalham, protegidos por normas frouxas e ultrapassadas, aqueles poucos que ainda querem progredir. Que futuro podemos esperar de uma sociedade que não valoriza a educação e os educadores?

Ao final do dia, exausto e com a alma mordida, me perguntei: o que estamos fazendo de errado? Por que nossa sociedade parece ter perdido o valor da educação? E, mais importante, como podemos reacender essa chama?

Talvez seja hora de repensar todo o sistema, de buscar novas formas de conectar com essa geração tão diferente da nossa. De mostrar que o conhecimento não é uma prisão, mas uma chave para a liberdade. Minha esperança reside naqueles poucos que ainda veem valor no aprendizado.

Enquanto isso, seguimos em frente. Mordidos, arranhados, adoecidos, mas ainda de pé. Porque cada mente que conseguimos alcançar é uma vitória. São essas pequenas vitórias que nos mantêm lutando, dia após dia, nessa nobre e desafiadora missão de educar. Talvez, ao invés de simplesmente lamentar, possamos encontrar forças para lutar por mudanças significativas, clamando por um sistema educacional que realmente proteja e valorize seus professores. E assim, quem sabe, possamos começar a construir um futuro mais justo e promissor.

Questões Discursivas sobre a Desvalorização da Profissão Docente no Texto:

1. Com base na narrativa do autor e nos exemplos apresentados, quais os principais desafios enfrentados pelos professores no contexto educacional atual?

2. De acordo com o texto, como a falta de valorização da educação e dos educadores impacta negativamente o processo de ensino-aprendizagem e o futuro da sociedade?

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sábado, 15 de março de 2014

CIÚMES É AMOR-PRÓPRIO OU EGOÍSMO? ("O verdadeiro amor é como os fantasmas. Todos falam nele, mas ainda ninguém o viu." — François La Rochefoucauld)


CIÚMES É AMOR-PRÓPRIO OU EGOÍSMO? ("O verdadeiro amor é como os fantasmas. Todos falam nele, mas ainda ninguém o viu." — François La Rochefoucauld)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Pensando na frase de Marcel Proust: "O ciumento suporta melhor a doença da mulher amada do que a liberdade dela." Cheguei à seguinte conclusão; no fundo da mente ciumenta há o desejo de permanente doença, e nem morra, e nem sirva para ele, pois terá a certeza de inutilidade aos outros. O ciumento é um animal doente, devia morrer logo antes de contaminar os outros. Porém, qual conquistador ainda não recebeu ameaças, por qualquer bobagem, de um marido ciumento, proprietário de mulher?! O pior disso é ver o suposto dono de mulher, o qual a presenteia com flores, também facilmente levando-a ao túmulo, atitude reveladora claramente de fraqueza e insegurança, suspeitando de sua própria incompetência em possuí-la e mostrando total desconfiança nele mesmo e mais ainda nela.
           Mas, as mulheres querem ser cuidadas, todavia nunca por um doente possessivo, assim correr o risco lhe interessa. O problema é não saber o quanto mede um pouco de ciúme, ou seja, um carinho especial, denotando zelo. Na verdade, o ciúme nunca é saudável, mesmo em dose pequena. "O amor é muito paciente e bondoso, nunca é invejoso ou ciumento, nunca é presunçoso nem orgulhoso, ..." ( I Co 13:4 BV). Certamente, todas as inclinações da carne são alimentadas pelos frutos verdes e travosos  do mau espírito, então resumo tudo em uma única frase: Desequilibrado é o indivíduo prepotente, pensando poder mais do que realmente pode. "Como ciumento, sofro quatro vezes: por ser excluído, por ser agressivo, por ser doido e por ser vulgar." (Roland Barthes). E de todas as forma, não tendo como evitar, sofro como trouxa, zelando da mulher rebelde para os outros se divertirem. ....
           Felizmente, a Bíblia pergunta, e já insinuando uma resposta evidente e satisfatória, diz: "Ou que acham vocês que as Escrituras querem dizer quando afirmam que o Espírito Santo, que Deus pôs em nós, vigia sobre nós com terno ciúme?" (Tg 4:5 BV). Agora, veja o quanto são capazes os ciumentos possessivos até adequaram a bíblia. Traduziram assim, a mesma passagem bíblica, Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH): "Não pensem que não quer dizer nada esta passagem das Escrituras Sagradas: 'O espírito que Deus pôs em nós está cheio de desejos violentos.'” Só sei sobre meu Jesus, e da Maria Madalena, e da Mulher surpreendida em adultério — Jo 8:3 — jamais tendo de aceitar um Deus matador ou patrocinador de criminoso pela posse do outro. "O adultério é a aplicação dos princípios democráticos ao amor." (Henry Mencker). E repito: "...Vá embora e não peque mais. [...] Portanto, se o Filho os libertar, vocês serão livres de verdade" ( Jo 8:11;36 BV).


texto 4603495


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sábado, 8 de março de 2014

PROSTITUIÇÃO, O PECADO DOS POBRES; DIVERSÃO DOS RICOS! ("O corpo não é uma máquina como nos diz a ciência. Nem uma culpa como nos fez crer a religião. O corpo é uma festa." — Eduardo Galeano)

 
         
PROSTITUIÇÃO, O PECADO DOS POBRES; DIVERSÃO DOS RICOS!   ("O corpo não é uma máquina como nos diz a ciência. Nem uma culpa como nos fez crer a religião. O corpo é uma festa." — Eduardo Galeano)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

                     Sinto-me vingado de todos os males sofridos quando "transo" com uma mulher, seja ela de quem for, contanto seja uma profissional. Uma mulher é sempre de alguém antipático ao fanfarrão. É tão enfeitiçadora a atividade escondida que mesmo ela jamais querendo o marido como tal, aceita-o na forma de dono para dever-lhe a beleza do adultério. Esse é o pecado dos pobres oprimidos pelas circunstâncias, formando um elo entre a prostituição e a sobrevivência virtuosa, assim é o verdadeiro "fazer das tripas coração". Nunca vi rico prostituindo-se para ganhar a vida! Um pobre otimista em busca de prazer sempre se torna um rico; pobre de maldade, rico de virtudes. Um desforrador de seu próprio corpo de custo caro, pois busca a recompensa por mantê-lo saudável: ferramenta insubstituível de trabalho. E é justificável, dizendo: — "Vivo assim por não ter outra alternativa, já que tenho talento e tanto medo da vida à míngua! Agora, sempre vai ser assim, vou viver intensamente cada instante deste morrer lentamente até o fim. Aliás, vivo assim por medo da morte e, ironicamente, de tão perto dela nunca saí. Ou melhor, a morte vive em mim, só quero unir o útil ao agradável. Os que se matam fazem-no, também, por medo da vida em penúria e por não saber remediar-se. 
           Esse prazer do orgasmo vendido e comprado é uma cadeia cíclica, ora estou por baixo, ora por cima. O que adiantaria eu dizer: vou mudar? Penso como pensava Machado de Assis: '... A ocasião apenas revela o ladrão ...'! Aos discriminadores e condenadores digo: Nunca terão quem venda se nem tivermos quem compre! Ninguém pode mudar o seu próprio destino, o homem já está pronto para ser feliz desde os sete anos de idade, quando seu caráter se consolidou homem, ou mulher, ou produto intermediário! É assim a fala de Jean Piaget, na gênese dos princípios. Agora, só não faço isso ou aquilo, se não me for conveniente. E quando não é conveniente ser feliz?" 
           Mas, existe o outro grupo social: os ricos de bens materiais, Falo exatamente da pobreza espiritual deles, porque são clientes "vip" e disfarçam fazendo julgamentos descabidos, possuindo os pobres, porém ainda os condenando, discriminam-nos e maltratam-nos! Esta estranha falta de virtude advinda da riqueza financeira e status social fá-los também de seres pobres de sentimentos, e eles se atrevem brigar pelo troco do dinheiro pago por lazer que lhes custou muito "caro". 
            Aos que sofrem discriminação quero lhes ensinar as palavras de William Shakespeare: "Quem me rouba a honra priva-me daquilo que não o enriquece e faz-me verdadeiramente pobre". E Quero lembrar-lhes também sobre a honra emanada de todos os trabalhos honestos, então receba a minha  e de muitos as bênçãos abundantes sobre todos profissionais do sexo! E lhes digo mais, como disse Smith: "Pornografe suas ideias e prostitua seu conhecimento, e isso basta..." Isso basta, sim, para um bom cronista!          
           
Kllawdessy Ferreira
Enviado por Kllawdessy Ferreira em 02/12/2013
Reeditado em 21/11/2015
Código do texto: T4596252
Classificação de conteúdo: seguro


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sábado, 1 de março de 2014

RETRATO DO CONSELHO DE CLASSE ESCOLAR ("Coragem é manter a classe sob pressão." — John Kennedy)



RETRATO DO CONSELHO DE CLASSE ESCOLAR ("Coragem é manter a classe sob pressão." — John Kennedy)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Quem nunca caminhou por uma estrada conhecida, tentando guiar alguém que insiste em tropeçar nas pedras que já foram limpas? Ser professor, dizem, é vocação. Eu prefiro pensar que é sobrevivência: à burocracia, à hipocrisia, ao cansaço. Lembro sempre da frase do Dr. João Batista Oliveira: "As deficiências do sistema acabam punindo o professor." E, como se não bastasse, a Bíblia ainda arremata: "Acaso andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?" Pois é. No nosso caso, o professor conhece o caminho, mas o sistema insiste em mudar o trajeto, e o aluno, coitado, nem sempre quer sair do lugar.

A falta de qualidade na aprendizagem, para mim, é culpa de um aluno que não aprendeu a valorizar as convenções. Mas a má qualidade do ensino... ah, essa se perde nos labirintos, se enrosca nas teias de aranha de um sistema tóxico, pronto para enredar quem tem pouca força política. Nesses momentos, me pego perguntando, como na canção do grupo Planta e Raiz: “Eu não sei por que o homem faz o outro sofrer...”

A cada final de bimestre — e a coisa piora no fim do ano letivo — vem o temido, ou melhor, o entediante conselho de classe. Reúnem-nos em torno de uma mesa para, teoricamente, avaliar os alunos. Mas o que se vê é uma ladainha repetitiva e cansativa: nome por nome, nota por nota. A coordenadora joga o nome, e os professores respondem como em um jogo de tabuleiro desanimado: “Eva”, “Remo”, “Ficou comigo”, “Ok” ou, quando a paciência se esgota, algo ininteligível.

E que ninguém fale demais. O professor que diz muitos “ficou comigo” logo é rotulado de carrasco. Já o que diz muito “ok” é visto como o bonzinho conivente. Há ainda os sábios do silêncio, que preferem omitir-se para não manchar sua “reputação”. Afinal, tudo que se diz num conselho pode — e será — usado contra você. O ambiente, que deveria ser de análise séria e pedagógica, parece mais um tribunal mal disfarçado.

Se o conselho fosse, de fato, um espaço de reflexão, deveria cumprir sua função: analisar as reais condições de ensino, as interferências institucionais, o percurso individual de cada aluno com base nas metas escolares, e tornar o professor um agente protagonista da educação. Mas, convenhamos, do jeito que é conduzido, não passa de um ritual vazio. E a questão dos instrumentos de avaliação — formulários, questionários, registros técnicos — permanece sem resposta: quem deveria prepará-los? A secretaria? A coordenação? Ou o professor, que já mal respira em meio a tantos papéis?

Do jeito que está, se um professor faltar à reunião e enviar suas notas, ninguém notará a diferença. O que se faz ali de útil poderia ser feito tranquilamente na secretaria, longe daquele desfile de vaidades e repetições. Bastaria que os professores entregassem as notas abaixo da média de corte, e a secretaria, em contrapartida, fornecesse as atualizações necessárias. Porque, para buscar as notas dos recém-matriculados, é sempre a mesma correria atrás da coordenadora — corrida essa que não entra no diário de classe, mas entra na lista de desgastes.

E quando, a cada bimestre, os nomes dos alunos aparecem trocados no sistema, embaralhados como se fôssemos jogar bingo, o diário do professor vira um campo minado. Se os professores fossem levados a sério quanto à fidedignidade das notas, o conselho de classe perderia o sentido. Mas não. Precisamos fingir. Precisamos sentar. Precisamos repetir. Porque é isso que o sistema espera: que a gente finja que avalia, enquanto ele finge que educa.

Talvez ainda haja saídas, mesmo dentro desse cenário de desencanto. Um conselho de classe mais eficaz exigiria, antes de tudo, escuta genuína, planejamento prévio e menos burocracia. Bastaria que cada professor, com tempo adequado e ferramentas objetivas, pudesse apresentar o percurso real de seus alunos, sem medo de julgamentos. E se houvesse ali um espaço seguro para propor intervenções colaborativas — com metas claras e apoio institucional — talvez o ritual ganhasse novo sentido. O que falta, muitas vezes, não é vontade de melhorar, mas condições mínimas para que o diálogo supere o protocolo. Se o sistema não muda de cima, que ao menos se transforme onde ainda somos voz.

Ao final, saímos todos de lá mais cansados — e menos esperançosos. A sensação é de que participamos de um espetáculo sem plateia, onde os atores decoram falas que já não acreditam. E seguimos, como sempre, tentando guiar quem se recusa a caminhar, numa estrada que já não sabemos se leva a algum lugar. Porque, no fim das contas, talvez o maior erro da educação não seja ensinar pouco. Seja fingir que está tudo bem quando, claramente, não está.

A crônica que lemos nos faz refletir sobre os desafios do dia a dia na escola e, principalmente, sobre o papel do professor em meio a um sistema que muitas vezes parece não funcionar. Vamos usar essas ideias para pensar sociologicamente sobre o mundo da educação. Peguem seus cadernos e preparem-se para as perguntas!

1 - O texto menciona que ser professor é "sobrevivência: à burocracia, à hipocrisia, ao cansaço". Explique como a burocracia pode gerar desmotivação e ineficiência em instituições sociais como a escola, e de que forma isso afeta o trabalho dos professores.

2 - A crônica descreve o conselho de classe como um "ritual vazio" onde "tudo que se diz num conselho pode — e será — usado contra você". Discuta como as relações de poder se manifestam nesse ambiente e de que maneira a vigilância e o controle podem inibir a liberdade de expressão e a ação dos profissionais da educação.

3 - O autor sugere que a "má qualidade do ensino... se perde nos labirintos, se enrosca nas teias de aranha de um sistema tóxico, pronto para enredar quem tem pouca força política". Analise essa afirmação, relacionando-a com o conceito de estrutura social e como ela pode criar desigualdades e desvantagens para alguns grupos dentro da escola.

4 - A crônica critica o fato de que "o sistema espera: que a gente finja que avalia, enquanto ele finge que educa". Explique como essa "encenação" ou ritualização de práticas pode comprometer a verdadeira função da educação e a autonomia profissional dos professores, transformando-os em meros executores de protocolos.

5 - No final, o texto propõe que um conselho de classe mais eficaz exigiria "escuta genuína, planejamento prévio e menos burocracia", buscando que o "diálogo supere o protocolo". Com base nessa ideia, discuta a importância da participação e do diálogo entre os atores sociais (professores, coordenação, direção) para construir uma cultura escolar mais colaborativa e transformadora.