"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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MINHAS PÉROLAS

sábado, 21 de novembro de 2015

RELAÇÕES DE QUEM ENSINA ("⁠A tangibilidade do século XXI se manifesta na qualidade das relações humanas" — Vera Regina Meinhard (2015)





RELAÇÕES DE QUEM ENSINA ("A tangibilidade do século XXI se manifesta na qualidade das relações humanas" — Vera Regina Meinhard (2015)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Estava no oitavo ano do Ensino Fundamental, lecionando Língua Portuguesa, quando um aluno, sentado na primeira carteira, me fez um pedido peculiar. Ele queria que eu escrevesse no quadro com giz molhado. Alegava que a escrita ficava mais nítida e o ruído do giz seco na superfície polida era irritante. Sem hesitar, atendi ao seu pedido, sem imaginar as consequências que viriam.

No quinto horário daquela tarde, o professor de geografia entrou na sala e, ao ver o quadro, saiu imediatamente. No pátio, ele me abordou e, com um esforço visível para ser educado, pediu que eu nunca mais escrevesse no quadro com giz molhado. Acenei com a cabeça, mas por dentro, questionava suas motivações. Será que ele tinha preguiça de apagar o quadro com um pano molhado?

Refletindo mais profundamente, percebi que aquele aluno havia me usado contra o professor que ele não gostava. Ele havia encontrado o ponto fraco do professor e me colocou contra ele. Quando molhei o giz naquele momento, na verdade, estava molhando a língua do menino estrategista. Eu era o Lázaro do seio de Abraão de quem o Rico precisava de refrigério no inferno.

A escola, que deveria ser um ambiente de educação, tornou-se o celeiro das relações estragadas. E eu, magoado pela petulância do colega, me perguntava qual era a verdadeira intenção daquele aluno "lúcido". Porque a do tal professor, eu já sabia. Ele não repreendeu nenhum outro colega que escrevia com giz molhado e nunca se manifestou em nenhuma reunião pedagógica da escola. Esse professor é demais!

Depois de tantos anos apagando matéria escrita, deixadas no quadro, por colegas, encontrei alguém que me pressionou com tanta futilidade para facilitar seu trabalho, mesmo que isso dificultasse o meu. Entre nós, na educação, o que importa é eu me dar bem. Mas, no final das contas, o que realmente importa é a busca pela sabedoria, e não quem a detém. E essa é a lição que levo comigo: a escola pública é um campo de batalha, e cada um de nós é um soldado lutando com as armas que temos. E, às vezes, essas armas são apenas um pedaço de giz molhado.

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. A Intencionalidade por Trás do Pedido:

Qual a real intenção do aluno ao solicitar o uso do giz molhado?

Ele buscava melhores condições de aprendizado ou se aproveitou da situação para prejudicar o professor de geografia?

Explore diferentes interpretações para o pedido do aluno e suas motivações.

2. A Escola Pública como Campo de Batalha:

De que forma a metáfora da "escola pública como campo de batalha" se aplica à história narrada?

Que elementos do texto corroboram essa visão?

Quais os desafios enfrentados pelos profissionais da educação nesse contexto?

3. O Giz Molhado como Símbolo:

O que o "giz molhado" representa na narrativa?

Como ele pode ser interpretado como metáfora para diferentes aspectos da escola pública?

Analise as implicações simbólicas do giz molhado na relação entre os personagens e na dinâmica escolar.

4. A Busca pela Sabedoria em Meio aos Conflitos:

Apesar dos desafios, qual o papel da busca pela sabedoria na escola pública?

Como professores e alunos podem se engajar nesse processo em um ambiente conflituoso?

Quais estratégias podem ser utilizadas para promover o aprendizado e o desenvolvimento em meio às dificuldades?

5. Reflexões e Aprendizados para o Futuro:

Que lições podemos tirar da história do "giz molhado"?

Como podemos aplicar essas lições para melhorar a qualidade da educação pública?

Que ações podemos tomar para construir um ambiente escolar mais positivo e colaborativo?

Dicas para responder as questões:

Leia o texto com atenção e reflita sobre os temas abordados.

Utilize o texto como base para suas respostas, mas não se limite a ele.

Busque outras fontes de informação para enriquecer seus argumentos.

Seja criativo e original em suas respostas.

Apresente seus argumentos de forma clara e concisa.

Fundamente suas ideias com exemplos e dados concretos.

Lembre-se: A escola pública é um espaço de formação de cidadãos, mas também palco de diferentes desafios. Refletir sobre essas questões é fundamental para buscar soluções e construir um ambiente educacional mais justo e positivo para todos.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

AO PROFESSOR, MERECIDA HOMENAGEM (Obrigado Professora Dey)


Crônica

AO PROFESSOR, MERECIDA HOMENAGEM (Obrigado Professora de educação física, Dey)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Não desmerecendo todas as tentativas oficiais de homenagear os professores em seu dia (15/10/2015), cá em meu ambiente de trabalho, posso destacar a mais justa comemoração. Vinda da coordenadora a divina ideia de oferecer-nos uma mesa cheia de variadas frutas, adquiridas sem o poder da vaquinha, diga-se de passagem. Por isso, tive de comer acima do bastante, exagerei e ainda foi-nos permitido carregar o que sobrou para casa. Assim, a comemoração durou mais, lembrava toda vez que abria a geladeira. Para mim, foi ainda mais significativo, pois além dos sabores das frutas, gozei uma suave sensação de lucro: a gratuidade! Antes de tudo, fomos levados para a sala de informática por causa do ar condicionado e então dispomos de colchonete, ali deitados em duplas, um fazendo massagem no outro, sob as orientações da professora de Educação Física. Pareceu-me que eu estava excluído, ninguém se aproximou de mim para formar o par. Porém, a professora, para não me ver sozinho, veio formar uma dupla comigo. Então, não dá para descrever aquela movimentação, com palavras normais, todavia depois de experimentar o toque revigorante de diversificados instrumentos profissionais de uso exclusivo da professora, eu, sobretudo, fui agraciado com seu jeito experiente de fazer. Nem me importei de não ter sobrado ninguém dos colegas para fazer dupla comigo, ela mesma me massageou: Privilégio em dobro. Nunca vou me esquecer de que professor também é gente que pode. Basta uns ajudar os outros. E a diversidade de formação completará o todo. Nossos coordenadores que pretendem nos motivar para uma educação melhor, não se engane, uma só isca jamais seduzirá todos os tipos de "peixes", motivem-se para nos motivar.
Um só dia para os professores será suficiente se forem reabastecidos de vez em quando, com massagens também no ego. O valor de um beneficiará o outro. Já disse, Antoine de Saint-Exupéry: "Amar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direção". E quem há de mostrar a direção correta?
Fizeram-me, primeiramente, experimentar uma leve discriminação, depois experienciei um momento de viver saudável, na referida aula de relaxamento, quando alguém viu que o professor em seu dia devia está voltado para os valores puros do contato e da interação, ao invés de salgadinhos, refrigerantes e muita hipocrisia, como se não bastassem outros tantos males que minha profissão me reserva, aquele dia fez a diferença. Uma direção foi nos mostrada, agora vou continuar com a saudosa imagem daquela sala e aquela promissora professora ajoelhada ao lado de um homem de costas para cima, cansado de trabalhar. Ela ensinava-me lições para o meu bem-estar, vibrando-me os ombros, que tinham musculatura rígida, com o motorzinho piscando raios infravermelhos. Sem imposição alguma ou segundas intenções, mas profissionalmente, ora se dirigia às outras duplas para orientá-las também, e nem me causava ciúmes, era para o bem comum! Assim me fez valer o dia do professor, com uma competentíssima "personal trainer".
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 15/10/2015
Reeditado em 17/11/2015
Código do texto: T5415731
Classificação de conteúdo: seguro

sábado, 7 de novembro de 2015

A EDUCAÇÃO "DESMELHOROU"? ("A crise da educação no Brasil não é uma crise; é um projeto." — Darcy Ribeiro)


Crônica

A EDUCAÇÃO "DESMELHOROU"? ("A crise da educação no Brasil não é uma crise; é um projeto." — Darcy Ribeiro)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A discussão sobre a qualidade da educação pública em Goiás, e no Brasil como um todo, ainda parece girar em torno de discursos idealistas que não enfrentam com franqueza a realidade das salas de aula. Em 2014, Goiás alcançou o 1º lugar no País no ensino médio, segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Mesmo assim, anos depois, o governo estadual propôs a implantação de Organizações Sociais (OSs) na área da educação, inspiradas nas charter schools americanas. A justificativa oficial era clara: melhorar ainda mais a qualidade da rede, replicando o modelo de gestão dos colégios militares, cuja administração é feita por oficiais e praças da Polícia Militar, enquanto o corpo docente permanece ligado à Secretaria de Educação.

A proposta levanta uma pergunta inevitável: se os colégios militares são exemplos de sucesso, por que não converter todas as unidades escolares ao regime militar? A experiência mostra que, embora a disciplina rígida contribua para a ordem, ela não assegura, por si só, a excelência. Os colégios militares têm taxa zero de reprovação? Evidentemente, não. Isso porque a verdadeira qualidade de uma escola não reside apenas em sua estrutura administrativa, mas, sobretudo, na qualidade de seus alunos.

Com ou sem OSs, a escola pública tende a permanecer a mesma se não houver um compromisso sério com o aprimoramento do alunado. O foco excessivo na quantidade – porque cada aluno representa verba federal e estadual, inclusive o lanche escolar é calculado por cabeça – torna o estudante um número, um dado estatístico. O sistema educacional, então, perde o foco no essencial: a aprendizagem. Se o objetivo maior não for o conhecimento, e sim a aprovação fácil, inflar números torna-se mais importante do que formar cidadãos conscientes e preparados.

Não é difícil entender por que essa lógica se sustenta. A escola virou, em muitos casos, um cabide de empregos. O sistema está inchado com cargos muitas vezes inúteis, criados mais por necessidade de manter empregos do que por um projeto pedagógico coerente. Aceita-se com naturalidade o inchaço porque todos precisam sobreviver. A consequência disso é clara: o interesse pela quantidade de matrículas passa a prevalecer sobre qualquer preocupação real com a qualidade da educação oferecida.

Presenciei salas com 45 alunos, onde o professor dedica mais tempo tentando manter a ordem do que ensinando. Nesses casos, a essência se dilui. Para ilustrar, pense em meio copo de leite – é leite puro. Meio copo de água – é água pura. Mas, ao misturá-los, o que se obtém já não é nem leite nem água. Da mesma forma, o excesso de alunos sem critérios de seleção pedagógica compromete o ambiente de aprendizado. A solução passa por reconhecer o mérito, valorizar o esforço e priorizar quem realmente quer aprender.

Minha posição foi desafiada por uma aluna, Nataliane Xablau Cherry, que comentou em minha linha do tempo:

"Não só os alunos, vamos combinar que a escola deve ser um conjunto de pessoas lutando pela mesma causa... alunos... professores... diretoria... e os ajudantes da escola... todos devem agir juntos... o grande problema não são os alunos deixando de estudar e sim esse joguinho de empurra tentando achar um culpado... que não existe... sendo a solução melhor organização das escolas e dinâmica nas salas de aula... desde que se inicie nas bases da educação... quando alguém aí decidir fazer isso, na minha opinião, tudo vai ficar mais fácil. E lembrem de me avisar... valeu." (sic)

Nataliane tem razão ao enfatizar o papel coletivo da escola, mas eu costumo comparar a situação a um carro: pode estar com motor, pneus e estrutura em perfeito estado, mas sem combustível, não anda. O aluno é o combustível da educação. Sem ele, a escola não existe. Todos os demais – professores, diretores, servidores – são importantes, mas podem ser substituídos. Já o aluno, não. E se ele for autodidata, pode fazer brotar uma boa escola debaixo de uma árvore, com livros e acesso à internet.

Infelizmente, a lógica do sistema atual valoriza mais o número de alunos do que sua formação efetiva. Por quê? Porque mais alunos significam mais verbas. E tudo é oferecido de graça. O sistema parece mais interessado no sucesso do aluno do que o próprio aluno está interessado em merecê-lo. Com isso, distorce-se a função da escola: ela existe para ensinar, não para proteger estatísticas.

A escola, como está, não valoriza o mérito. E sem mérito, sem honra, perde-se a base do que deveria ser a educação pública de qualidade. Como disse Roberto Campos:

“A diferença entre a empresa privada e a empresa pública é que aquela é controlada pelo governo, e esta por ninguém.”

Por fim, deixo minha reflexão: por que a escola parece mais empenhada no sucesso do aluno do que ele mesmo? Espero que este desabafo contribua para um debate mais honesto, direto e comprometido com a verdadeira missão da educação.


https://www.jornalopcao.com.br/reportagens/estado-deve-implantar-oss-na-area-da-educacao-aos-moldes-das-charter-schools-americanas-2-25931/ (Acessado em 20/05/2025)




Meu texto oferece uma análise perspicaz e crítica da educação pública, levantando pontos cruciais para a reflexão sociológica. A tensão entre o discurso idealizado e a prática, a questão da qualidade versus quantidade, e o papel dos diversos atores na escola são temas centrais. Com base nas minha ideias, preparei 5 questões discursivas simples para explorarmos sociologicamente essas questões:


1-O texto aponta para uma possível priorização da quantidade de alunos (para captação de verbas) em detrimento da qualidade do ensino. Como a Sociologia da Educação analisa a influência de fatores econômicos e administrativos nas práticas pedagógicas e nos objetivos da escola pública?


2-Eu menciono a proposta de implementar Organizações Sociais (OSs) e o modelo dos colégios militares como soluções para a qualidade. Sob a perspectiva sociológica, como diferentes modelos de gestão (estatal, militarizada, terceirizada) podem impactar a estrutura de poder dentro da escola, as relações entre os atores (alunos, professores, gestão) e os resultados educacionais?


3-A aluna Nataliane Xablau Cherry defende uma visão da escola como um "conjunto de pessoas lutando pela mesma causa". Como a Sociologia das Instituições Educacionais analisa a construção da comunidade escolar e a importância da cooperação e do engajamento dos diferentes atores para o sucesso do processo educativo?


4-O texto critica a ideia de uma aprovação fácil e defende a valorização do mérito. De que forma a Sociologia da Educação aborda as questões de avaliação, meritocracia e desigualdades no sistema educacional, considerando como diferentes formas de avaliação podem influenciar as trajetórias dos alunos e as dinâmicas de poder na escola?


5-Eu utilizo a metáfora do carro sem combustível para ilustrar a centralidade do aluno no processo educativo. Como a Sociologia da Educação analisa o papel e a agência dos estudantes no processo de ensino-aprendizagem, e como fatores sociais, econômicos e culturais podem influenciar o engajamento e o desempenho dos alunos?

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domingo, 18 de outubro de 2015

EU NÃO SOU MINHA CALÇA XADREZ (Agostinho ou Chaves, eis a questão?)


Crônica


EU NÃO SOU MINHA CALÇA XADREZ (Agostinho ou Chaves, eis a questão?)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Sempre apreciei a estampa xadrez em minhas roupas. Há algo nela que me traz alegria. Mas agora, parece que preciso me vestir de palhaço para encarar as ironias do meu ambiente de trabalho. Apesar de ter sido uma criança que temia palhaços, hoje entendo a importância deles em trazer alegria para muitos, mesmo quando estão tristes. Por isso, quero trocar meu jaleco branco, camuflador de pó de giz, pela indumentária colorida de quem vive em um circo, assumindo assim a honra de ser um bom palhaço. Critico minha disposição em me adaptar ao comportamento enganoso que hoje alunos, pais, colegas e o governo exigem da escola e do professor.

Lembro-me das palavras de Cao Albuquerque, o figurinista responsável pelas roupas do elenco do amado seriado “A Grande Família”, da Rede Globo. Ele disse: "Eu pensei que ele tinha que ser anos 1970, porque ele é o cafajeste, enganador, tem uma coisa clown (palhaço, em inglês) e farsesca. (...) O Pedro Cardoso, que interpreta o Agostinho, diz que o figurino ficou próprio de um clown. Ele acha muito legal do ponto de vista de que o figurino ajuda a ninguém ficar com raiva do personagem, mesmo que o Agostinho cometa as maiores barbaridades". Seria tudo que preciso...!

No entanto, o professor é um profissional com uma nobre função: preparar os indivíduos para conviverem, servirem à sociedade e, quando necessário, transformá-la. Tarefas nada fáceis. Então, por que o professor é tão desacreditado por essa mesma sociedade que ele ajuda a formar? O professor é um instigador de ideais, mas ele também precisa sentir prazer com o que faz, ou então, estará sendo forçado a ser hipócrita, falando coisas em que não acredita, transmitindo emoções que não sente. E isso mata a educação. Ou talvez, que se mate a educação antes que eu me mate!

O lado bom de me fantasiar de palhaço não é apenas meu protesto contra os desencantos da escola, mas também contar com um poderoso recurso didático para socializar conteúdos da matriz curricular do Novo Ensino Médio. Alguns colegas já usam a fantasia de palhaço para facilitar suas aulas. O que vale, acima de tudo, é a sobrevivência. "Chegará um dia em que no lugar dos pastores alimentando as ovelhas haverá palhaços entretendo os bodes" - C. H. Spurgeon.

Os alunos precisam mesmo é de professor ou de palhaço? Que tal um pouco dos dois! Que graça tem um profissional agradar o cliente e continuar sendo o mesmo profissional? Vai desgastar! E, por incrível que pareça, o que eles querem verdadeiramente é um palhaço! "Para a aluna Evely Fernanda Damaceno, de 11 anos, a aula fica muito mais interessante e engraçada. “Acho muito legal todas as aulas do professor Júlio. Meu recado para ele é que continue assim”, finaliza a estudante.

Se no primário se acostumou com palhaçada, não se contentará com menos no Ensino Médio e na vida toda. Aqueles que zombam de mim, chamando-me de Agostinho, vestem-se de "pega-marreco": modelito do Chaves, faltando só o suspensório. Então, ninguém é sua calça! E, às vezes, estamos no circo errado! "É diferente, diferente eu também sou, um pouco d'água mata sede , e um calmante passa a dor..."

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. Alegria, Palhaços e Adaptação:

O texto inicia com a valorização da estampa xadrez e sua relação com a alegria. Como o autor conecta essa alegria com a figura do palhaço?

Por que o autor decide trocar seu jaleco branco por uma indumentária de palhaço? Quais as ironias que ele encontra no seu ambiente de trabalho?

Você acredita que a adaptação do professor a um comportamento "palhaço" é necessária para lidar com as expectativas dos alunos, pais, colegas e governo? Por quê?

2. Crítica e Engano:

O autor critica a necessidade de se adaptar a um comportamento "enganoso" no ambiente escolar. Qual a sua opinião sobre essa crítica?

De que forma a figura do Agostinho, da série "A Grande Família", representa essa ideia de "clown" e "farsesco"?

É possível conciliar a função crítica do professor com a necessidade de manter um ambiente positivo e engajador na sala de aula?

3. Função do Professor e Desacreditação:

O texto destaca a nobre função do professor em preparar indivíduos para a sociedade. Como o autor relaciona essa função com o descrédito que a profissão enfrenta?

Quais fatores contribuem para o descrédito do professor na sociedade?

É possível resgatar o valor da profissão docente e reverter essa percepção negativa?

4. Hipocrisia e Prazer no Trabalho:

O autor questiona a necessidade de o professor ser hipócrita para agradar os alunos, pais e governo. Você concorda com essa visão? Por quê?

Como conciliar o prazer no trabalho com a necessidade de lidar com as expectativas e demandas da profissão docente?

É possível ser um professor autêntico e engajado sem abrir mão do prazer em ensinar?

5. Palhaço como Recurso Didático:

O autor apresenta a ideia de usar a fantasia de palhaço como recurso didático. Quais as vantagens e desvantagens dessa abordagem?

Como utilizar a figura do palhaço para tornar as aulas mais interativas e engajadoras sem perder o foco no aprendizado?

Qual o papel do humor na educação e como ele pode ser utilizado de forma eficaz pelo professor?

Reflexão Adicional:

O texto apresenta uma visão crítica da profissão docente, mas também busca soluções criativas para os desafios enfrentados pelos professores. O que você considera mais importante: a crítica ou a busca por soluções?

Qual o papel do professor na formação de cidadãos críticos e engajados na sociedade?

Como podemos fortalecer a valorização da profissão docente e garantir melhores condições de trabalho para os professores?

sábado, 3 de outubro de 2015

MILITARIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO ("Onde se cria muita dificuldade, há sempre alguém vendendo facilidades.")


Crônica

MILITARIZAÇÃO ESCOLAR MODERADA ("Onde se cria muita dificuldade, há sempre alguém vendendo facilidades.")

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Eu sou a oportunidade automática, para eles cavarem suas consequências nefastas por que me maltratam. Porém, prefiro libertá-los, não cortando-lhes as asas, mas os direcionando no vou.  Lori Tansey disse apropriadamente: "Burocracia atrapalha. Onde se cria muita dificuldade, há sempre alguém vendendo facilidades." Os alunos respeitam (tem medo) mais o coordenador, todavia é do professor de onde flui aprendizado deles —Digamos sobre respeito e medo serem dois sentimentos diferentes.
            Estou presenciando a transformação de um colégio estadual comum em militar, mudou-se o diretor, mas os professores continuam os mesmos. Estranhei o fato dos logo serem transferidos para outra unidade escolar comum. E que o ranço acompanhem-nos. Pois o aluno é sempre aluno...  Ouço conversas sobre o sucesso, só por que andam bem uniformizados e debaixo de uma disciplina "rigorosa", fazendo jus ao prestígio de uma boa fama. A pedagogia da repressão nunca teve o respaldo de bons teóricos, porém os pais simpatizam, parece-lhes uma reposição dos cuidados inviabilizados em casa. Não sabendo eles que a escola não dá conta dos dois papéis, formadora técnica e educadora familiar, deixa de fazer um, o seu próprio. Então, continuarão processando a entidade por ela não poder facilitar em todos os aspectos. Se a troca de gestão fez toda diferença nesse caso, o problema das demais deve ser a falta dessa solução. 
           Em uma falta disciplina, na outra tem demais. Disciplina imposta de fora para dentro não é saudável. "obediência forçada não é virtude". Minha pergunta é: o colégio militarizado adotará a aprovação sem mérito para abrilhantar as estatísticas? Não sei! Pelo menos, já não faz mais um exame de seleção para matricular o aluno, agora é apenas um sorteio dos que aparecerem, pois chamaram isso de avanço. 
           Eu sempre pensei que a escola deve ser excludente, sim;  não por um conjunto de normas gerando consequência a quem não as obedecer; mas pelas circunstâncias favoráveis, aos bons princípios familiares. Certamente a seriedade e respeito criam critérios que forçam a evasão dos ruins: os amantes dos atalhos para os rincões do sistema pobre. A escola pouco ensinará quem não sabe ser aluno e não é obrigando sê-lo que o será. Nesse caso, quero uma educação "includente" sim, bem no jeito favorável aos autodidatas, esforçados, os desejosos por si só de melhorar para acompanhar, a evolução, não daquelas que só produzem na marra, sem nem saber o sentido da obediência. Só não estou entendendo o seguinte: Os colégios militares são também estaduais, e os professores estaduais estão mudando para os colégios não militarizados! Porém, o alunado procura os colégios militarizados! Quem está vomitando quem?   https://g1.globo.com/pr/parana/educacao/noticia/2020/11/12/professores-e-pesquisadores-criticam-modelo-civico-militar-para-escolas-estaduais-secretario-diz-que-proposta-atende-anseio-da-sociedade.ghtml - acessado em 13/12/2020.
          Aprovo moderadamente o tradicionalismo na forma de usufruir. A prática fica por conta do modernismo, já que o homem é vivo, ágio e não pode perder totalmente a rédea.  "Se você está fazendo alguma coisa da mesma maneira há dez nos, provavelmente está fazendo algo errado." (Charles Franklin Kettering).
           Além do mais, as pessoas devem ter a oportunidade de se autodisciplinarem, ninguém deve ser regra e consciência para ninguém! Pessoas manipuladas, quando têm a certeza que não estão sendo observadas, fazem coisas horríveis! Pois que é como afirma Rafael de Oliveira Leme: "A arbitrariedade enaltece a ignorância, lapida a jactância e solidifica a idiotia." E como eu não sou o carpinteiro do mundo, por isso vou me recolher aqui em minha insignificância e meu último alento é para citar Michel de Montaigne: "Não podendo regularizar os outros, regularizo-me a mim mesmo."
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 24/09/2015
Reeditado em 03/10/2015
Código do texto: T5393337
Classificação de conteúdo: seguro

sábado, 26 de setembro de 2015

NAVEGANDO PELAS BRECHAS ("hoje sei que dá pra renascer várias vezes nesta mesma vida. Basta desaprender o receio de mudar." — Martha Medeiros)


Crônica

NAVEGANDO PELAS BRECHAS ("hoje sei que dá pra renascer várias vezes nesta mesma vida. Basta desaprender o receio de mudar." — Martha Medeiros)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma tarde de segunda-feira quando me sentei na sala dos professores, exausto após uma aula caótica. Olhando para o café frio esquecido pela manhã, decidi desabafar no papel as frustrações acumuladas ao longo dos anos:

"Hoje, descobri uma nova tática dos alunos" — comecei a escrever — "Como advogados espertos, eles exploram as brechas a seu favor, tumultuam a porta da sala na esperança de que a coordenadora me repreenda. Foi o que um aluno do oitavo ano, com um sorriso malicioso, jogou na minha cara."

Respirei fundo, lembrando-me dos meus ideais iniciais, agora tão distantes. "Frustrado, tento justificar meu trabalho focando nos poucos que ainda querem aprender. Mas e os outros? Os que buscam apenas atenção ou estão ali por obrigação? Sou professor de Língua Portuguesa, não psicólogo, embora, às vezes, sinto-me como se precisasse ser ambos."

As memórias se misturavam. "É um constante 'psiu' para cá, um 'oba-oba' para lá. No sétimo ano, vejo papéis voando e alunos passeando como se estivessem num parque. Eles testam meus limites, abusam da minha paciência. Peço bom comportamento a cada minuto, mas parece em vão."

Refleti sobre o "domínio de classe" tão valorizado. "Será que dominar é dizer sempre 'não'? Ou há poder em saber quando dizer 'sim'? Busco um equilíbrio, mas me sinto como um palhaço, falando para cadeiras ocupadas por mentes ausentes. Não posso corrigi-los em público sem enfrentar sua ira coletiva. Uma vez, quase fui agredido por comentar sobre uma caligrafia ilegível."

Pensei nas palavras de Edmund Burke: "Todos os opressores atribuem a frustração dos seus desejos à falta de rigor suficiente." Seria eu o opressor ou o oprimido? "Quem assume o controle dos outros paga o preço com sua própria escravidão," escrevi, "mas quem liberta os outros paga o preço com sua liberdade. Qual atitude é mais cara?"

Refleti sobre os alunos do ensino fundamental. "Eles almoçam correndo, chegam às 13h e saem no final da tarde sem saber explicar o que aconteceu nas aulas do dia. Bagunçam e competem para mostrar que sabem mais, jogando a culpa no professor. Não entendem que nunca se ensina adversários, mas parceiros. Ensinar é um ato de amor, aprender só é possível com respeito."

As palavras de Alice Walker ecoaram: "Não pode ser seu amigo quem exige seu silêncio." Acrescentei: "Não é meu amigo quem abafa minha voz ou me obriga a calar." Paradoxalmente, dou boas notas aos adversários, iludindo-os de bons, tornando-os heróis sem caráter, como Macunaíma.

A instituição exige altos índices de aprovação, como uma missão impossível. Todo mundo finge estar a favor da escola, mas até quando ela resistirá? As bênçãos e desgraças vêm do mesmo lugar, como diz em Lamentações 3:38.

Olhei para as páginas preenchidas, uma mistura de desabafo e reflexão. Apesar de tudo, ainda acredito na transformação pelo conhecimento. Fechei o caderno, prometendo continuar buscando maneiras de alcançar meus alunos, de fazer a diferença, mesmo que para apenas um deles.

Levantei-me, recolhendo minhas coisas. Amanhã será outro dia, outra chance. A luta continua, na esperança de que as sementes plantadas hoje floresçam em um futuro melhor. Afinal, como diria Macunaíma, "Ai, que preguiça!" Mas não posso me dar ao luxo de desistir. Seguimos navegando pelas brechas, tentando, com esforço e paciência, fazer a diferença em um sistema cheio de falhas.

Questões Discursivas:

1. O texto apresenta um desabafo de um professor de Língua Portuguesa sobre os desafios e frustrações do dia a dia na sala de aula. A partir da narrativa do professor, explore as principais dificuldades enfrentadas pelos docentes no contexto educacional atual. Quais são os principais fatores que contribuem para a indisciplina e a desmotivação dos alunos? De que forma a cultura escolar, a valorização excessiva por notas e a falta de apoio da família e da sociedade podem influenciar o trabalho do professor?

2. O professor reflete sobre o papel do professor e a busca por um "domínio de classe". A partir dessa perspectiva, discuta os diferentes métodos de ensino e gestão de sala de aula. É possível conciliar disciplina com respeito e autonomia dos alunos? Como o professor pode criar um ambiente de aprendizagem positivo e engajador,

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