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quinta-feira, 13 de julho de 2023

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (50): O Destino dos Mordomos Divinos.

 


Crônicas

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (50): O Destino dos Mordomos Divinos.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma época de transformação e transcendência. O eco das palavras de Jesus Cristo, proferidas aos Seus discípulos, ainda ressoava no ar: "Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos" (Mt 28:19 BJ). E em março de 1979, naquele momento, ainda molhado com as águas do tanque batismal da igreja Adventista do Sétimo Dia, eu me perguntei se Ele estava sugerindo a construção de uma instituição formal, uma ONG ou até mesmo uma imensa empresa, com seus presidentes, tesoureiros e toda a parafernália, tudo isso para vender Sua graça. Afinal, como seriam interpretadas tais palavras?

A questão sobre o que o Juiz diria a cada mordomo do Senhor naquele grande dia pairava em minha mente. Cada um de nós teria que prestar contas, minuciosamente, de cada centavo que deveria ter sido empregado na nobre tarefa de pregar o Evangelho. Contudo, em vez disso, esses recursos preciosos eram enterrados sem frutificar nas arcas das igrejas e nos bolsos dos chamados "profissionais" da religião, indivíduos que ostentavam um status social inflado e redes de televisão. Seriam eles os verdadeiros guardiões da mensagem divina?

Então o outro anjo, o da direita, sussurrava no ouvido, com toda a segurança e convicção: afirmo que esses desavisados ou mal-avisados serão condenados, assim como o escravo descrito na parábola dos talentos, aquele que foi considerado "mau e preguiçoso". O destino deles será lançado nas trevas, onde o choro e o ranger de dentes ecoarão como um triste lamento (Mt 25:25.30 BJ).

Refletindo sobre tudo o que vivenciei, compreendi que cada um de nós é chamado a exercer o papel de mordomo divino. A missão de propagar a mensagem de amor e salvação não pode ser delegada exclusivamente a estruturas institucionais, tampouco se trata de uma mercadoria a ser comercializada. É um chamado que se manifesta na simplicidade e pureza do coração, independentemente de títulos ou riquezas terrenas.

Ao relembrar essa jornada, repleta de desafios e questionamentos, meu coração se enche de uma mensagem impactante e transformadora: cada um de nós, como mordomos divinos, possui um papel crucial na expansão do Reino de Deus. Não é por meio de aparatos grandiosos ou ostentações que cumprimos nossa missão, mas sim através do uso sábio e responsável dos recursos e talentos que nos foram confiados.

Que possamos refletir sobre nossas ações e escolhas, reconhecendo que o verdadeiro serviço ao Senhor transcende as barreiras do poder e da ostentação. Que possamos ser mordomos fiéis, conscientes de que nosso compromisso com a verdadeira essência do Evangelho é o que nos guiará ao encontro da graça divina. E, no grande dia do acerto de contas, possamos ouvir do Juiz as palavras que anseiam pelo nosso coração: "...Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco, eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor!" (Mt 25:23).

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