Coleção 69 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)
Por Claudeci Andrade
1 “Num mundo onde o sistema é um predador que se alimenta da própria decadência, e os hipócritas se disfarçam de virtuosos, assumo minha condição de impuro; pois o veneno que corre em minhas veias é o antídoto que me impede de ser devorado.”
2 “Os inúmeros projetinhos escolares, nascidos mortos e ressuscitados em pastas vazias, são o retrato de uma educação burocrática que troca o saber pelo cumprimento de tarefas, simulando aprendizado onde só há protocolo.”
3 “O sistema educacional público transformou o ato de aprender em mera estatística: importa mais a presença que o mérito, mais a progressão que o conhecimento; porque, no fim, é a verba que precisa ser aprovada, não o aluno.”
4 “Enquanto as notas escolares simulam sucesso, o IDEB revela a falência do sistema; e eu, peça frouxa nessa engrenagem viciada, apenas observo a educação fingir que avança enquanto afunda.”
5 “A greve dos professores revelou a burrice dos diplomados: sacrificaram salário e descanso em nome de causas justas, mas mal conduzidas — prova de que o diploma ensina a pensar, mas não a agir com sabedoria.”
6 “Tememos os bandidos, mas estamos desarmados até para o medo; só nos resta a primeira pedra, única arma do cidadão de bem; e, quando roubar um celular parece garantir mais dignidade que pedir um prato de comida, a fronteira entre culpa e fome torna-se moralmente indistinta.”
7 “Entre os que fingem trabalhar sem jamais pensar, reina a ilusão da diligência; mas quem age sem conjectura apenas movimenta o corpo, não a consciência; e sem pensamento, nenhum trabalho pode ser verdadeiramente digno.”
8 “O texto denuncia como certos indivíduos, percebidos como bandidos, exploram proteções legais e a complacência de um público conivente para agir impunemente, transformando a escola em palco de palhaçadas e ameaças, e subvertendo seu propósito educacional original.”
9 “A escola, ao priorizar a satisfação dos alunos e a sobrevivência institucional, sacrificou a qualidade educacional, adaptando-se de forma desordenada e superficial, evidenciando que a ausência de padrões rigorosos amplificou os problemas expostos pela pandemia.”
10 “O professor, ao reprovar uma aluna, sente-se pressionado pela coerção institucional e pelo medo de comprometer sua reputação, compensando notas com trabalhos extras e abandonando seus critérios pedagógicos, subvertendo assim o processo de avaliação.”
11 “A prova, criada para medir o aprendizado do aluno, tornou-se sobretudo instrumento de avaliação do professor e da instituição, traindo seu propósito original.”
12 “A progressão parcial, ao exigir trabalhos extraclasse que os alunos frequentemente ignoram, transforma a sala em caos diário e desloca a responsabilidade do fracasso para o professor, revelando a incoerência do sistema educacional.”
13 “Diante do orgulho do aluno pela própria ignorância, o professor percebe que, se o estudante não busca um objetivo nobre, cabe a ele manter o seu, repreendendo-o para preservar o sentido da aprendizagem e honrar as expectativas de quem confia na educação.”
14 “Ensinar a norma padrão da língua portugesa, raramente usada fora da escola, revela a incoerência do sistema: a antipatia dos alunos pelo professor é, na verdade, o reflexo do desdém que sentem pela disciplina e suas regras.”
15 “O aluno que exibe um caderno vazio para simular esforço revela não astúcia, mas ingenuidade: sua tentativa de enganar o professor denuncia a pobreza de caráter e de pensamento que transforma a esperteza em tolice.”
16 “Obrigar o professor a justificar a ausência do aluno é expor o íntimo ao ridículo; a escola que transforma a falta em espetáculo esquece que ética e discrição também educam.”
17 “Na educação, a efetivação dos temporários é a vingança dos explorados: quem antes foi mantido a cabresto conquista estabilidade, enquanto o diretor que herdará a gestão pagará o preço pelos abusos de seu antecessor; cumprindo o destino de quem casa com a viúva e assume os filhos.”
18 “O sistema educacional inverteu sua lógica: a prova já não mede o aluno, mas pune o professor; ao corrigir o fracasso do avaliado, o avaliador se torna o réu; e a avaliação, um ritual de autoflagelação pedagógica travestido de justiça.”
19 “A escola inverteu a hierarquia do saber: ao obrigar o professor a devolver a prova corrigida, transforma o avaliador em réu e o avaliado em juiz, convertendo o instrumento de ensino em prova de defesa; e a autoridade pedagógica, em mera formalidade contestável.”
20 “No sistema escolar, o professor é obrigado a produzir provas que, quando mal respondidas, transformam o fracasso do aluno em acusação contra ele; assim, a avaliação deixa de medir aprendizado e se torna arma que o próprio educador fabrica contra si, invertendo a responsabilidade e expondo-o ao escárnio institucional.”
Por Claudeci Andrade
1 “Num mundo onde o sistema é um predador que se alimenta da própria decadência, e os hipócritas se disfarçam de virtuosos, assumo minha condição de impuro; pois o veneno que corre em minhas veias é o antídoto que me impede de ser devorado.”
2 “Os inúmeros projetinhos escolares, nascidos mortos e ressuscitados em pastas vazias, são o retrato de uma educação burocrática que troca o saber pelo cumprimento de tarefas, simulando aprendizado onde só há protocolo.”
3 “O sistema educacional público transformou o ato de aprender em mera estatística: importa mais a presença que o mérito, mais a progressão que o conhecimento; porque, no fim, é a verba que precisa ser aprovada, não o aluno.”
4 “Enquanto as notas escolares simulam sucesso, o IDEB revela a falência do sistema; e eu, peça frouxa nessa engrenagem viciada, apenas observo a educação fingir que avança enquanto afunda.”
5 “A greve dos professores revelou a burrice dos diplomados: sacrificaram salário e descanso em nome de causas justas, mas mal conduzidas — prova de que o diploma ensina a pensar, mas não a agir com sabedoria.”
6 “Tememos os bandidos, mas estamos desarmados até para o medo; só nos resta a primeira pedra, única arma do cidadão de bem; e, quando roubar um celular parece garantir mais dignidade que pedir um prato de comida, a fronteira entre culpa e fome torna-se moralmente indistinta.”
7 “Entre os que fingem trabalhar sem jamais pensar, reina a ilusão da diligência; mas quem age sem conjectura apenas movimenta o corpo, não a consciência; e sem pensamento, nenhum trabalho pode ser verdadeiramente digno.”
8 “O texto denuncia como certos indivíduos, percebidos como bandidos, exploram proteções legais e a complacência de um público conivente para agir impunemente, transformando a escola em palco de palhaçadas e ameaças, e subvertendo seu propósito educacional original.”
9 “A escola, ao priorizar a satisfação dos alunos e a sobrevivência institucional, sacrificou a qualidade educacional, adaptando-se de forma desordenada e superficial, evidenciando que a ausência de padrões rigorosos amplificou os problemas expostos pela pandemia.”
10 “O professor, ao reprovar uma aluna, sente-se pressionado pela coerção institucional e pelo medo de comprometer sua reputação, compensando notas com trabalhos extras e abandonando seus critérios pedagógicos, subvertendo assim o processo de avaliação.”
11 “A prova, criada para medir o aprendizado do aluno, tornou-se sobretudo instrumento de avaliação do professor e da instituição, traindo seu propósito original.”
12 “A progressão parcial, ao exigir trabalhos extraclasse que os alunos frequentemente ignoram, transforma a sala em caos diário e desloca a responsabilidade do fracasso para o professor, revelando a incoerência do sistema educacional.”
13 “Diante do orgulho do aluno pela própria ignorância, o professor percebe que, se o estudante não busca um objetivo nobre, cabe a ele manter o seu, repreendendo-o para preservar o sentido da aprendizagem e honrar as expectativas de quem confia na educação.”
14 “Ensinar a norma padrão da língua portugesa, raramente usada fora da escola, revela a incoerência do sistema: a antipatia dos alunos pelo professor é, na verdade, o reflexo do desdém que sentem pela disciplina e suas regras.”
15 “O aluno que exibe um caderno vazio para simular esforço revela não astúcia, mas ingenuidade: sua tentativa de enganar o professor denuncia a pobreza de caráter e de pensamento que transforma a esperteza em tolice.”
16 “Obrigar o professor a justificar a ausência do aluno é expor o íntimo ao ridículo; a escola que transforma a falta em espetáculo esquece que ética e discrição também educam.”
17 “Na educação, a efetivação dos temporários é a vingança dos explorados: quem antes foi mantido a cabresto conquista estabilidade, enquanto o diretor que herdará a gestão pagará o preço pelos abusos de seu antecessor; cumprindo o destino de quem casa com a viúva e assume os filhos.”
18 “O sistema educacional inverteu sua lógica: a prova já não mede o aluno, mas pune o professor; ao corrigir o fracasso do avaliado, o avaliador se torna o réu; e a avaliação, um ritual de autoflagelação pedagógica travestido de justiça.”
19 “A escola inverteu a hierarquia do saber: ao obrigar o professor a devolver a prova corrigida, transforma o avaliador em réu e o avaliado em juiz, convertendo o instrumento de ensino em prova de defesa; e a autoridade pedagógica, em mera formalidade contestável.”
20 “No sistema escolar, o professor é obrigado a produzir provas que, quando mal respondidas, transformam o fracasso do aluno em acusação contra ele; assim, a avaliação deixa de medir aprendizado e se torna arma que o próprio educador fabrica contra si, invertendo a responsabilidade e expondo-o ao escárnio institucional.”
