"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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terça-feira, 11 de julho de 2023

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (40): A Empresa da Fé Ridicularizando o Dom da Pregação.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (40): A Empresa da Fé Ridicularizando o Dom da Pregação.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Havia um tempo em que a fé e a religião eram encaradas como algo sagrado, puro e intocável. Mas, ao olhar ao redor nos dias de hoje, percebo uma transformação que me inquieta e desperta questionamentos profundos em minha alma. Por que aderir e apoiar um sistema religioso que mais se assemelha a uma empresa ávida por lucro do que a um espaço de conexão divina?

A igreja, outrora um refúgio espiritual, parece ter adotado os moldes de uma firma convencional. Seleção de obreiros, sindicalização, férias remuneradas, aposentadorias por tempo de serviço e salários executivos! É como se o sagrado se tornasse profano, uma estúpida mordomia que desvirtua a verdadeira essência da mensagem divina.

É intrigante observar como até mesmo concursos foram realizados para empregar aqueles que desejam se empenhar na obra da pregação. Mas, como desclassificar alguém que genuinamente deseja dedicar sua vida a espalhar a palavra de Deus? Infelizmente, muitos foram oficialmente excluídos simplesmente por não possuírem a proteção de parentes, amigos ou poderosos "departamentais" já inseridos nessa estrutura organizacional.

Contrariando tais práticas, a própria natureza do Evangelho nos remete a uma pregação criativa e personalizada, desvinculada de qualquer entidade empregatícia. Os anjos, exemplo divino de dedicação, são voluntários por excelência. E todos nós que nascemos no Reino de Deus carregamos a sublime obrigação de sermos voluntários, testemunhando as Boas Novas de Salvação. Nada nem ninguém pode nos impedir; pois, o conteúdo é o que realmente importa, e todos estamos devidamente habilitados para exercer um trabalho missionário brilhante.

Quantos servos de Deus, mesmo sendo simples e humildes, têm impressionado o mundo com o poder de suas palavras! Eles não estão atrelados a uma estrutura empresarial, mas são livres para expressar sua fé de forma autêntica e impactante. Suas vidas são testemunhos vivos da mensagem que carregam, e suas obras transcendem qualquer formalidade institucional.

É tempo de refletir sobre a essência da religião, sobre o propósito mais profundo da fé. Devemos resgatar a simplicidade e a humildade que foram deixadas de lado nessa busca desenfreada por poder e lucro. A verdadeira pregação não pode ser ridicularizada por uma empresa da fé, pois sua força reside na conexão direta com o divino, na sinceridade do coração e no amor ao próximo.

Que possamos resgatar a pureza do dom da pregação, sem amarras ou interesses mesquinhos. Que possamos encontrar a liberdade espiritual que transcende as estruturas institucionais e nos permite ser verdadeiros mensageiros da palavra de Deus. Que nossa voz ecoe com a simplicidade e a verdade que somente a fé genuína pode oferecer.

E assim, com o coração inflamado pela paixão divina, concluo esta crônica evangelística.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (39): Além das Sacolas e Bordões.

 

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (39): Além das Sacolas e Bordões.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma tarde tranquila, dessas em que o sol parece sorrir timidamente entre as nuvens, iluminando os caminhos com um brilho suave. Enquanto meus passos vagavam pelas ruas da cidade, os versículos das palavras de Jesus ecoavam em minha mente, despertando questionamentos profundos sobre o verdadeiro significado da missão religiosa.

Jesus, o Mestre dos mestres, falou com clareza sobre o sustento daqueles que se dispõem a pregar a mensagem divina. Sua recomendação era simples, mas carregada de significado. Não era para levar sacolas, carregar roupas e calçados em excesso. E ali, naquelas palavras, ficava claro como cristal que acumular riquezas materiais em nome do Evangelho não era o propósito verdadeiro.

A ambição, traiçoeira e ardilosa, poderia se tornar um tropeço para aqueles que se dedicam à causa de Deus. Os discípulos, os doze escolhidos, receberam instruções precisas: não levar malas pesadas, nem bordões. Aqueles que eles ajudassem deveriam cuidar de seu sustento, alimentando-os e provendo suas necessidades básicas. Foi como se Jesus dissesse: vocês estão indo para a missão com o propósito de estabelecer lares sólidos, não para erguer construções grandiosas, templos pomposos.

E os exemplos se multiplicam. Os setenta enviados também receberam orientações claras: não levar dinheiro, nem sacolas, nem mesmo um par de calçados extra. A ênfase estava na simplicidade, na confiança em Deus e na plena dedicação à tarefa que lhes fora confiada. Não havia espaço para preocupações mundanas, para distrações no caminho.

Contemplando essas palavras sagradas, minha mente se encheu de reflexões sobre a realidade atual. A obra de Deus, a pregação do Evangelho, não pode se tornar um cabide de "empregos". Nada causa mais desordem e perturbação do que transformar o caminho espiritual em uma busca incessante por benefícios materiais, em um comércio, vendendo promessas vazias.

A mensagem é clara e poderosa. O chamado divino não deve ser manchado pela ganância e pela busca desenfreada por lucros. O Evangelho, a mensagem de amor e redenção, deve ser oferecido gratuitamente, como um presente divino que transcende qualquer valor terreno. Aqueles que se dedicam à causa de Deus devem encontrar no desapego material e na simplicidade a verdadeira força para cumprir sua missão.

Que possamos refletir sobre essas palavras profundas, sobre a essência da fé e sobre a responsabilidade de cada um de nós no contexto religioso. Que possamos resgatar a pureza e a autenticidade do serviço espiritual, deixando de lado os interesses egoístas e abraçando o propósito maior de iluminar os corações e transformar vidas.

Que a crônica de nossos dias seja escrita com a tinta da verdade, da humildade e da devoção sincera. Que cada um de nós encontre em si mesmo a coragem para viver o puro evangelho.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (38): A Inversão dos Valores no Serviço Religioso.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (38): A Inversão dos Valores no Serviço Religioso.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma manhã de domingo, daquelas que a brisa acaricia suavemente o rosto e o sol surge no horizonte, iluminando cada canto da cidade. Um dia que, à primeira vista, poderia ser apenas mais um dia comum na agitação urbana, mas que guardava segredos e reflexões em seu cerne. Era o dia em que tudo acontecia ao contrário, em que os rumos se invertiam e os conceitos se distorciam.

Os "pastores", figura central, em suas vestes imponentes, dedicavam todo o seu tempo, com uma dedicação duvidosa em termos de qualidade, exigindo, em contrapartida, um teto salarial que os colocasse no patamar de Very Important Person, como se fossem verdadeiras celebridades. O sagrado se mesclava com o mundano, e aqueles que deveriam ser guias espirituais terminavam por trabalhar arduamente para conquistar adeptos para si mesmos, seguindo a lógica insensata de que quanto mais dizimistas, melhor.

O que antes era um chamado divino, uma missão para guiar almas em busca de paz espiritual, parecia ter se transformado em uma busca desenfreada por reconhecimento e poder. Os valores morais se perdiam em meio a ambição desmedida, e os interesses pessoais obscureciam a verdadeira essência do serviço religioso.

Caminhando pelas ruas, eu observava essa realidade paradoxal que se apresentava diante dos meus olhos. Os templos majestosos e repletos de fiéis, cujas vozes se uniam em cânticos de louvor, agora pareciam ter uma sombra pairando sobre eles. Os sorrisos forçados e os discursos ensaiados ecoavam em minha mente, contrastando com a simplicidade e a autenticidade que devia permear a vida religiosa.

A cronologia do tempo revelava a inversão dos valores, o desvanecimento da verdadeira vocação em troca de uma fama efêmera e uma conta bancária repleta. O trabalho sagrado, antes visto como uma dádiva, tornou-se uma busca incessante por seguidores, como se o número de adeptos fosse a métrica definitiva para medir o sucesso.

Nesse cenário perturbador, reflito sobre a mensagem que fica para nós, leitores desta crônica vivida e compartilhada. Devemos questionar o rumo que damos à nossa fé, o modo como valorizamos aqueles que nos guiam espiritualmente. Será que estamos buscando o verdadeiro sentido da religião, ou estamos nos deixando seduzir por uma aura de poder e fama?

Que possamos resgatar a simplicidade e a pureza da devoção, valorizando aqueles que genuinamente se dedicam ao serviço religioso por amor às almas. A grandiosidade não está em ter um salário VIP, mas em viver a mensagem de amor, compaixão e esperança que transcende qualquer ganância material.

Que a crônica de nossos dias possa ser escrita com a tinta da autenticidade e da busca pelo divino, desprendendo-se das amarras do ego e abraçando a verdadeira essência do serviço espiritual. Somente assim, poderemos encontrar o caminho de volta à simplicidade.

segunda-feira, 10 de julho de 2023

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (37): A Dualidade do Trabalho Religioso.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (37): A Dualidade do Trabalho Religioso.

Claudeci Ferreira de Andrade

Receber dízimos para sustentar o trabalho "sagrado" dos pastores, anciãos, diáconos e obreiros desperta uma questão intrigante: seria esse um método desonesto? Essa reflexão nos conduz ao universo das atividades religiosas, onde a linha que separa o trabalho profissional da vocação espiritual se torna tênue.

É preciso compreender que o trabalho religioso não se enquadra nos moldes tradicionais de um contrato de emprego. Sua natureza transcende o aspecto técnico e material; pois, seus propósitos são ideais, voltados para o exercício de uma vocação. O objetivo não é meramente profissional; mas, de ordem espiritual. A atividade religiosa deveria ser desenvolvida desinteressadamente, sem buscar benefícios econômicos.

Paul Durand, em suas considerações, ressalta que os religiosos não buscam um salário ao servirem suas ordens. O que é pago a eles não configura um salário propriamente dito; mas sim, uma retribuição pelo serviço prestado. É uma forma de honrar aqueles que compartilham dos mesmos sentimentos religiosos, que se dedicam à comunidade que os remunera.

No entanto, é importante salientar que existem normas regendo as relações entre pastores, fiéis e templos, inspiradas no poder espiritual. É crucial não confundir o ato de contribuir com o dízimo como o pagamento de um salário; pois isso, distorceria a própria essência da crença religiosa. Seria uma farsa aos princípios que norteiam a fé, um reconhecimento equivocado de um trabalho movido por interesses financeiros.

Nesse contexto, a reflexão se torna profunda. O debate sobre a remuneração dos líderes religiosos entrelaça-se com a essência do serviço espiritual e a devoção dos fiéis. É um dilema que confronta a dimensão material e a transcendência espiritual, exigindo um olhar crítico e sensível.

Diante dessa questão, somos desafiados a refletir sobre a natureza do trabalho religioso e a importância de separar os conceitos de funcionário assalariado e vocação. Cabe a nós, como fiéis e membros da comunidade, compreendermos a complexidade desse tema e buscarmos uma visão mais ampla, pautada na busca pela espiritualidade genuína e no respeito aos princípios que regem a religião.

Que possamos encontrar, dentro de nossa jornada de fé, a sabedoria necessária para compreendermos o valor intrínseco do trabalho religioso e, acima de tudo, para preservarmos a pureza de nossas convicções espirituais. Que o zelo pela comunidade e pelo serviço sagrado prevaleça sobre qualquer interesse material.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (36): O Silêncio do Exemplo.

 


Crônicas

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (36): O Silêncio do Exemplo.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Há algo intrigante na maneira como a aparência do mal é prontamente compreendida como mal. É como se estivesse impregnada em nossa natureza a resistência a tudo que possa nos parecer sombrio ou negativo. Nós, seres humanos, tendemos a desconfiar, a afastar, a rejeitar o que não se encaixa no nosso padrão de bondade. E é nesse complexo jogo de percepções e julgamentos que surge a figura enigmática do Apóstolo Paulo.

Como cristão, o Apóstolo carregava consigo uma preocupação constante: que tipo de inspiração ele estava transmitindo aos outros? Ele compreendia que todos nós, consciente ou inconscientemente, lançamos sombras, influenciamos aqueles que nos cercam. Nessa perspectiva, Paulo afirmava categoricamente: "nenhum de nós vive para si mesmo". E ele tinha razão. Nossa existência está intrinsecamente ligada às vidas daqueles com quem interagimos, sejam eles conhecidos ou desconhecidos.

E foi nessa busca por lançar uma sombra benéfica que Paulo se viu diante de um dilema peculiar. Ele discorreu sobre o direito de um pregador receber sustento do Evangelho, algo considerado lícito e justo. No entanto, Paulo optou por não exercer esse direito. Por quê? Porque, em sua sabedoria, ele percebeu que a aparência do mal poderia ser evitada através dessa decisão.

Ao recusar receber pagamento por suas palavras e ensinamentos, o Apóstolo demonstrou uma consciência aguçada do impacto que suas ações poderiam ter na mensagem que transmitia. Ele compreendia que se aceitasse pagamento, poderia despertar a desconfiança e o desinteresse das pessoas. Ele temia que suas motivações fossem questionadas e que o trabalho divino fosse desacreditado pelos olhos astutos daqueles que esperavam encontrar interesses egoístas nas palavras dos pregadores.

Paulo, em sua postura íntegra e honesta, se recusou a explorar seus irmãos de fé. Ele sustentava-se por meio de sua própria profissão, habilidosamente fabricando tendas. A pregação do Evangelho era para ele uma missão cristã, nunca uma profissão. Ele deixou claro em suas palavras e atitudes que não buscava lucrar materialmente com seu ensino, mas sim sentir a necessidade urgente de compartilhar a mensagem de Cristo com o mundo.

E assim, ao longo da história, podemos encontrar exemplos semelhantes. Os escolhidos de Deus não eram desocupados, mas indivíduos com ocupações paralelas que se tornaram instrumentos divinos. Eles utilizaram seus dons e talentos dados por Deus para ajudar outros a encontrarem o caminho da salvação. Eles compreenderam que sua profissão secular era um trampolim para o trabalho missionário, uma forma de adorar a Deus, amar o próximo e fazer avançar a obra divina.

A lição que aprendemos com o silêncio do exemplo de Paulo é profunda. A maneira como vivemos nossas vidas e nos relacionamos com os outros define a qualidade do nosso caráter e a eficácia de nossa mensagem. "E, apesar de conhecerem a justa Lei de Deus, que declara dignos de morte todas as pessoas que praticam tais atos, não somente os continuam fazendo, mas ainda aprovam e defendem aqueles que também assim procedem." (Rm 1:2 BKJA).

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (35): O Apóstolo Paulo Evitava a Aparência do Mal.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (35): O Apóstolo Paulo Evitava a Aparência do Mal.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Quando nos deparamos com a figura do Apóstolo Paulo, somos impulsionados a refletir sobre sua conduta e seu modo de vida. Um homem cuja influência transcendeu séculos, suas palavras ecoam até os dias de hoje, despertando o interesse e a curiosidade de muitos. Porém, há uma característica peculiar desse apóstolo que merece nossa atenção: sua aversão à aparência do mal.

Paulo, em suas epístolas e ensinamentos, constantemente nos lembra que somos seres interdependentes, que nossas ações têm o poder de lançar sombras sobre aqueles que nos cercam. Ele nos instiga a questionar a qualidade da inspiração que transmitimos aos outros. Essa perspectiva nos convida a uma profunda reflexão sobre o impacto de nossas palavras e atos no mundo ao nosso redor.

Ao mergulharmos nas páginas dos escritos paulinos, encontramos passagens que ressaltam a importância de evitar a aparência do mal. Paulo compreendia que, mesmo sem intenção, poderíamos influenciar negativamente aqueles que observam nossas vidas. Ele nos lembra, em Romanos 14:7, que nenhum de nós vive para si mesmo, destacando a inevitável interconexão entre os indivíduos.

Mas, por que Paulo atribuía tamanha importância a esse princípio? O apóstolo reconhecia que nossa conduta reflete não apenas nossa própria integridade, mas também a imagem do Evangelho que professamos. Ele compreendia que cada atitude, cada escolha, poderia fortalecer ou enfraquecer a mensagem que levamos ao mundo. Sua vida era um testemunho vivo de seu compromisso com a verdade e a retidão, buscando inspirar outros a seguirem o mesmo caminho.

Em um mundo onde as aparências muitas vezes enganam, Paulo nos desafia a ir além. Ele nos incita a viver de forma tão autêntica e íntegra que não restem dúvidas sobre nossas intenções. Seu exemplo nos motiva a sermos pessoas de caráter, cujas sombras lançadas sejam sinônimo de luz e esperança para aqueles que estão ao nosso redor.

Ao refletir sobre a postura do Apóstolo Paulo, somos confrontados com uma pergunta crucial: que tipo de sombra estamos lançando sobre as vidas daqueles que nos cercam? Será que estamos sendo conscientes em relação às influências que transmitimos? Paulo nos lembra que temos o poder de determinar a natureza dessa sombra, e essa responsabilidade é uma oportunidade para transmitir uma mensagem impactante aos outros.

Portanto, que possamos seguir o exemplo de Paulo, buscando evitar a aparência do mal em nossas palavras, ações e atitudes. Que possamos ser agentes de transformação, lançando sombras que inspirem, encorajem e iluminem o caminho daqueles que cruzam nosso caminho. Que a nossa vida seja um reflexo fiel do Evangelho que professamos, e que a mensagem que transmitimos seja uma verdadeira fonte de esperança para o mundo ao nosso redor.

Caro leitor, só lembrando que o apostolo Paulo recusava receber os dízimos para evitar a aparência do mal. “Se entre vocês semeamos coisas espirituais, seria demais colhermos de vocês coisas materiais? Se outros têm direito de ser sustentados por vocês, não o temos nós ainda mais? Mas nós nunca usamos desse direito. Pelo contrário, suportamos tudo para não colocar obstáculo algum ao evangelho de Cristo” (I Co. 9:11,12).

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (34): A Compra da Salvação: O Papel do Dízimo na Igreja.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (34): A Compra da Salvação: O Papel do Dízimo na Igreja.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Dar o dízimo é uma prática que muitos encaram como uma forma de entregar a própria vida. Afinal, o dinheiro se torna a representação simbólica da nossa existência. Partindo desse princípio, somos tentados a trocar a doação genuína de nossa vida pelo simples ato de dar o dízimo, pois é mais fácil e conveniente. Imaginem como é simples para aqueles que têm muito dinheiro entregar uma quantia considerável, ao invés de sair em missões de campo para o trabalho missionário! Assim, o homem se coloca como o seu próprio salvador, escolhendo onde e como empregar seus recursos.

Jesus desejava ardentemente salvar o "Jovem rico", mas esse jovem já tinha o seu próprio salvador: suas riquezas. O Mestre deixou bem claro o quão ineficaz era esse salvador material, quando recomendou que vendesse tudo o que tinha, doasse aos pobres e o acompanhasse em seu trabalho. É curioso observar que Jesus não o instruiu a doar sua fortuna à sua igreja. Será que Ele não acreditava que os benefícios chegariam aos necessitados por meio desse canal? Ou talvez o Mestre visse na descentralização a maneira ideal de lidar com a questão. Afinal, algo estava errado com o sistema religioso da época, pois, se não houvesse, Jesus teria fortalecido os cofres das igrejas daquela comunidade. E as igrejas de hoje...?

Talvez possamos fazer uma analogia com o sistema religioso atual, onde a cada esquina encontramos igrejas imponentes, com pastores bem nutridos e uma realidade mundial marcada pela miséria em todas as suas formas. Agora temos a certeza de que, no incidente do "Jovem rico", Jesus propôs a descentralização econômica. No entanto, até hoje, não compreendemos por que persiste a prática de centralizar os recursos financeiros nas igrejas, em benefício dos intermediários que negociam a "salvação" e a honra dos fiéis em nome de Deus. É espantoso como eles conduzem suas modernas igrejas em uma disputa para mostrar quem é o melhor na arrecadação! Até mesmo os apóstolos se envergonhariam se lessem um texto opressor como o que se encontra no manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia (mencionei esta denominação porque a conheço bem, de lá saí) .

Segundo esse manual, os trabalhadores da Associação ou Missão, os anciãos e outros oficiais da igreja, bem como os diretores das instituições, devem reconhecer a importância de dar um bom exemplo ao entregar o dízimo. Qualquer pessoa que não esteja de acordo com essa norma da igreja não deve ser mantida em seu cargo, seja como oficial local ou como membro da organização. Mais adiante, nas páginas 200 e 201 desse mesmo manual, nos deparamos com uma abominação semelhante, fruto da sagacidade de Lúcifer. Diz o texto: "Nenhum membro deve ser excluído do rol da igreja por incapacidade de contribuir financeiramente para qualquer uma das causas da igreja, ou por deixar de fazê-lo...". Sim, os membros inadimplente com os dízimos não são excluídos, mas apenas destituídos dos cargos de liderança.

Meu caro leitor, se a igreja leva ao céu, o dízimo compra a salvação!